Dark?

Mushoku Tensei: Reencarnação do Desempregado – Vol. 17 – Cap. 10 – Campo de batalha de Rudeus

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O estilo Deus da Água tem cinco técnicas secretas de grande poder. Todas criadas pelo primeiro Deus da Água.

Diz-se que qualquer um capaz de usar três das cinco é digno do título de Deus da Água. Na longa história desse estilo, houve numerosos Deuses da Água que conseguiram aprender quatro, mas ninguém, exceto o primeiro, havia dominado todos os cinco. O Deus da Água Reida Lia não era exceção à regra. Ela havia aprendido apenas três das cinco técnicas, como muitos de seus predecessores.

Reida era uma velha agora. Seus anos de pico físico se encontravam em um passado distante, e a cada ano sua força e agilidade diminuíam ainda mais.

Por que, então, ainda possuía o prestigioso título de Deus da Água?

Ela simplesmente possuía muito talento?

Isso fazia parte, é claro. Reida Lia tinha sido uma verdadeira prodígia em sua juventude, e seus dons naturais eram comparáveis ​​aos de qualquer Deus da Água que a antecedeu. Mas seus talentos por si só não eram suficientes para compensar os estragos da idade.

Não havia outros qualificados o suficiente para reivindicar o papel?

Longe disso. A essa altura, havia vários outros mestres espadachins vivos que aprenderam três das técnicas secretas do Deus da Água. E, no entanto, nenhum deles sequer tentou suceder Reida como o Deus da Água. Chamando-se indignos do título, eles o deixaram nas mãos de Reida e se contentaram com o posto de Imperador da Água.

Mas por quê?

Era porque Reida havia dominado as duas mais difíceis das cinco artes secretas. E combinando habilmente essas duas, havia criado algo próprio: uma habilidade que poderia ser chamada de uma espécie de ilusão… ou talvez a sexta técnica secreta.

Era conhecida como a Lâmina da Privação, ou Campo da Privação. Com uma certa postura, ela poderia cortar qualquer um dentro de um certo alcance ao seu redor, não importa onde estivessem posicionados. A zona de efeito era uma esfera perfeita com Reida no centro. Quando alguém dentro dessa zona dava um único passo, ela podia contra-atacar instantaneamente.

— Nenhum de vocês mova um músculo. A menos que queiram acabar como eles.

O primeiro a reagir à aparição repentina de Reida foi Arumanfi, o Brilhante, um dos servos leais de Perugius. Em um piscar de olhos, ele se moveu diretamente atrás da velha, apenas para ser cortado em dois. Seu corpo sem vida se dissolveu em partículas de luz e desapareceu.

O próximo foi Trophymus, a Onda. Ele levantou a mão em direção a Reida e tentou atirar algo nela. Talvez até tivesse conseguido atacar. Mas Reida simplesmente virou sua espada brevemente, e Trophymus foi cortado ao meio também.

O próximo fui eu. Alimentei um anel em meu dedo com um punhado de mana, e Reida instantaneamente cortou minha mão esquerda… ou teria, pelo menos, se não fosse pela manopla magicamente aprimorada que eu estava usando. Sua lâmina atingiu os dedos, destruindo-os parcialmente; eu congelei em choque.

O próximo era um dos altos nobres à mesa. Ele ficou de pé e tentou fugir, apenas para ter os tendões de sua perna cortados. Um segundo golpe o derrubou, silenciando seus gritos. Reida tinha usado o lado cego de sua espada.

Nenhum dos guarda-costas podia se mexer. Nem Eris, que se poderia esperar pular primeiro. Nem Ghislaine, nem Ariel, nem Perugius, nem seus espíritos sobreviventes.

E nem eu poderia.

Reida nos prendeu no lugar como insetos em um insetário. Todos nós já havíamos percebido, a essa altura, que toda aquela sala estava ao alcance dela. Qualquer movimento, qualquer tentativa de ação, seria instantaneamente fatal.

— Parece que todo mundo está congelado. Tudo bem então, Auber?

Quando Reida virou o olhar em sua direção, Auber estava parado rigidamente no lugar como todos os outros. Mesmo um espadachim de seu calibre não poderia se libertar do poder esmagador de Reida.

— O-O que posso fazer por você, madame…?

— Você pode cortar algumas cabeças, para começar. Vamos ver… Vá matar Ariel e Perugius. E o Atoleiro também.

Com isso, Auber se tornou a única pessoa na sala capaz de se movimentar. Mas em vez de dar um passo à frente, ele olhou para Reida com uma expressão incerta no rosto.

— Você… você quer que eu faça isso?

— Use sua cabeça, garoto. Quem mais vai fazer isso?

— Mas…

Auber lançou um rápido olhar para Eris. Observando isso com o canto do olho, Reida cuspiu com desdém no chão.

— Eu acho que ter aquela garota do outro lado sempre seria um problema, hein? Não é de admirar que ambas as suas emboscadas tenham sido tão inúteis. Até covardes como você querem bancar o espadachim para seus alunos.

As palavras duras saíram de Reida enquanto ela permanecia parada, exatamente na mesma postura.

— Olha, garoto. Afinal, para que você pegou aquele saco gordo de dinheiro? Você está aqui apenas para lucrar com seu título chique, deixar três de seus antigos amigos morrerem e depois assistir seu cliente ter a cabeça cortada?

— …

— Você não deveria ser o cara que luta sujo?

— Suponho que você esteja certa.

Com isso, Auber entrou em ação. Ele desembainhou uma espada com a mão direita e começou a caminhar em direção à cabeceira do salão, onde Ariel estava.

Merda. E agora? O que eu faço? Não posso me mexer!

O Deus-Homem havia nos superado desta vez. Ao lançar um único mestre espadachim no momento perfeito, ele virou o jogo em um instante.

Orsted havia me dito como lidar com o Deus da Água na batalha. Seu conselho, basicamente, era garantir que eu nunca deixasse isso acontecer. No instante em que eu a visse, deveria sair do alcance de sua visão antes que ela pudesse assumir sua posição. Não importava para que lado fugisse; o mais importante era mover-se enquanto ainda podia.

Tarde demais para isso agora, no entanto.

— Bom Deus! O que está acontecendo aqui?!

Neste ponto, um grupo de guardas que presumivelmente ouviu a comoção irromperam o salão. Eles eram cavaleiros em armaduras prateadas… que pareciam meio familiares, na verdade.

— S-Solte sua espa…

— Nenhum de vocês se mexa!

A voz de Reida, feroz como um trovão, parou o grupo de cavaleiros novatos. Mas um entre eles ignorou seu aviso. Dando vários passos para a zona de controle de Reida, tirou o capacete e o jogou no chão.

Era Isolde Cluel, Rei da Água.

O que ela estava fazendo? Não deveria haver nenhum cavaleiro de plantão dentro do palácio nesta noite. Ariel tinha cuidado disso. Era obra do Darius? Talvez ele tenha posicionado um grupo de noviços nas proximidades, com a chance de chegar a isso. Ou foi apenas uma coincidência?

— Mestre Reida! O que… o que diabos

— Ah. Olá, Isolde…

— Por que você está usando sua técnica no meio desta reunião?!

— Calma, garota. Vou explicar… O que você está vendo aqui é um crime horrível, perpetrado por Reida Lia e Auber Corbett.

— O quê…?

Isolde franziu a testa em confusão, mas Reida continuou falando.

— Veja bem, estes dois estavam trabalhando em nome de… digamos, o Reino do Rei Dragão, por que não? Deslumbrados com promessas de grande riqueza, concordaram em assassinar todos os principais nobres de Asura. Mas depois de assassinar Ariel e alguns outros, Reida foi morta por um cavaleiro novato que estava postado nas proximidades. Isolde Cluel se torna uma heroína, e o Estilo do Deus da Água continua vivo.

Com uma pequena risada, Reida parou para olhar para o Primeiro Príncipe.

— História bastante sólida, se é que posso dizer. Faça-me um favor e oficialize algo assim, Grabel.

— O que você está dizendo, Mestra?! Você perdeu a cabeça?!

Isolde começou a dar mais um passo à frente, mas parou no meio do passo. Ela provavelmente sentiu que Reida estava agora preparada para derrubá-la, assim como todos os outros.

— Faça isso, Auber. E faça rápido.

— …

— O que foi? Você acha que vai prejudicar a reputação do Estilo Deus do Norte ou algo assim? Que porcaria. Estou limpando sua bagunça aqui, garoto! Apresse-se e crie coragem!

Auber ergueu a espada e voltou-se para Ariel, mas então parou e balançou a cabeça indeciso. O homem estava obviamente em conflito.

— Por que você está parado aí, Auber?! — gritou Darius. — Mate Ariel agora! E aquela prostituta mentirosa também!

Ele estava falando sobre Triss? Fazia sentido que ele a quisesse morta também. Se restasse alguma evidência de seus crimes, os outros nobres poderiam usá-la para prejudicá-lo no futuro, mesmo após Grabel assumir o trono.

— Não se preocupe com os acontecimentos posteriores! Eu vou cuidar de tudo!

Por alguma razão, as palavras de Darius pareceram ajudar Auber finalmente a se decidir. Seu rosto assumiu uma expressão ligeiramente diferente, e ele se virou para Ariel.

Merda. É isso? Estamos acabados?

— Tch…

Eu podia ver Eris se preparando para se mover, arriscar tudo em uma última tentativa de escapar da zona de controle de Reida.

— Não, Eris.

— Mas…

— Por favor. Não.

— Então o que vamos fazer?

Eu não queria ver Eris morrer. Mas ela tinha um ponto. O que deveríamos fazer? Eu não tinha boas respostas. E se todos agíssemos ao mesmo tempo? Não, isso não ia funcionar. Esta não era uma técnica que poderia superar tão facilmente. E enquanto eu estava relativamente perto de Reida, os outros estavam muito longe.

Poderia Perugius fazer alguma coisa? Ele não se moveu um centímetro todo esse tempo. Nesse momento, ele parecia estar olhando na minha direção com uma expressão vagamente entediada. Eu quase podia ouvi-lo dizer: “E o que você pretende fazer sobre essa situação vergonhosa, Rudeus Greyrat?”

Considerando que dois de seus subordinados tinham acabado de morrer, ele não parecia nem um pouco preocupado. Ele tinha algum tipo de plano em mente? Não, eu não podia colocar minha fé nessa possibilidade. Não havia tempo para ilusões. Auber estava a segundos de matar Ariel, e eu tinha que fazer algo a respeito.

Eu tinha que agir. Era a única opção. E eu tenho que atacar Auber e Reida ao mesmo tempo.

A melhor opção era meu feitiço Elétrico. Eu estaria acertando outras pessoas na área também, mas não podia me dar ao luxo de me importar agora. Mesmo que não derrubasse Reida ou Auber, havia uma chance de que o choque os deixasse atordoados. Mestres do Estilo Deus da Água eram capazes de desviar magia por conta própria, então as chances de sucesso não eram grandes… mas havia uma chance de funcionar.

— Rudeus… vamos mesmo fazer isso?

Eris tinha lido meus pensamentos pela expressão em meu rosto. Seus dedos se contraíram levemente quando ela me enviou um olhar significativo. Aparentemente, estaríamos morrendo juntos.

Desculpe, Sylphie. Dê-me um bom funeral, certo?

— Hum?!

Mas assim que eu estava me preparando para agir, senti um solavanco no centro do meu corpo.

— Bom Deus, isso é…?

Auber se encolheu violentamente e parou no meio do caminho. Uma grande gota de suor escorreu pelo rosto de Reida.

Não foram apenas aqueles dois que foram afetados. Quase todos na sala começaram a tremer. Seus rostos ficaram pálidos e seus corpos estavam visivelmente trêmulos, mesmo estando imóveis, congelados no lugar pela espada de Reida.

Uma onda de alívio tomou conta de mim. Aparentemente, tive sucesso em passar mana para o anel.

— Bem, isso não é bom — murmurou Reida. — Agora eu realmente gostaria que você tivesse mantido a boca fechada sobre matar a princesa, Darius…

— O-o que é isso? O que está acontecendo?! — Darius gritou. — Por que não consigo parar de tremer?!

— Mudança de planos, Auber. Odeio fazer isso com você, mas você pode pegar Darius e fugir? Agora, por favor.

Auber piscou confuso.

— Mas por que Darius, ao invés do Príncipe Grabel?

— Eu posso ser um velho saco de ossos, mas ainda tenho uma dívida ou duas que precisam ser pagas — disse Reida com um pequeno sorriso. — Vá em frente, mexa-se! Nesse ritmo, todos na sala vão acabar mortos.

Auber considerou isso por apenas um momento, então assentiu. Ele correu até Darius, agarrou-o pelo braço e arrastou seu corpo pesado para longe da mesa.

— Por aqui, senhor.

— M-Muito bem…

Os dois desapareceram pela porta mais próxima, diferente daquela que os cavaleiros novatos usaram para entrar. Ninguém poderia detê-los. Reida ainda tinha todos nós totalmente presos.

Um silêncio pesado caiu sobre o salão.

— Minha nossa. Me pergunto quão longe eles vão conseguir chegar? Não há garantia de que ele virá até mim primeiro, agora que penso nisso…

— Por que ele?

Enquanto a Deus da Água murmurava para si mesma, outra pessoa havia falado. Era Ariel. Sua expressão permaneceu firme e composta esse tempo todo, mesmo diante da morte. Mas ela parecia genuinamente intrigada com a tentativa da Reida Lia de salvar a vida de Darius. Também não fazia muito sentido para mim, para ser honesto.

— Porque, porque, porque! Todo mundo está tão intrometido hoje… Olha, não há nada de interessante nisso, certo?

Reida sorriu para si mesma por um momento, parecendo genuinamente entusiasmada, e então continuou.

— Aqui está uma pequena história para você. Isso foi há muito tempo, quando uma certa velhinha era apenas uma criança magricela. Todos a chamavam de prodígia na época, e, meu deus, isso estava subindo à cabeça dela… Um dia, essa garota deu uma surra em algum nobre arrogante em seu salão de treinamento. Então ele voltou para se vingar com cerca de duas dúzias de amigos. Ela caiu e perdeu em pouco tempo, e eles estavam prontos para cortar seus dois braços. Então ela nunca mais poderia segurar uma espada. E foi aí que esse nobre garoto que sobrepujava o outro garoto apareceu. E a salvou.

Espere, o quê? Era o Darius?!

— Quando a garota chegou ao nível Rei da Água e foi escolhida para ser a instrutora de espada real, ela foi procurar aquele garoto para expressar sua gratidão. Mas a essa altura, ele já havia se transformado em uma bolha egoísta de homem que só olhava para seu próprio umbigo. Ele nem lembrava dela.

Hm…

— É melhor você acreditar que ela ficou desapontada. Quero dizer, esse cara nunca teve um rosto bonito, mas ela o considerou o tipo puro e de bom coração, pelo menos. Às vezes ela até sonhava um pouco com o reencontro deles.

Reida parecia estar olhando para longe. Eu estava quase tentado a pensar que poderia ser seguro me mover.

— De qualquer forma, o primeiro amor da garota acabou ali mesmo… mas eu não diria que se transformou em ódio, exatamente. Sua gratidão e desgosto se anularam.

A Deus da Água contou sua história. Resumidamente, no pouco tempo que ela tinha. Sabendo que seu público não se importaria. Quase como se estivesse fazendo uma confissão.

— Para falar a verdade, ela mesma esqueceu tudo isso. Mas na estrada para Asura, muitos anos depois, recebeu uma mensagem peculiar em seus sonhos. Disse a ela que teria a chance de retribuir o homem, se ela voltasse a servir à corte real uma última vez.

Afinal, ela era o peão do Deus-Homem. E agora, o homem que queria destruir seu mestre estava vindo direto para cá. Eu podia sentir sua aura avassaladora e aterrorizante ficando mais forte enquanto ele corria pelo palácio com uma velocidade incrível. Auber estaria correndo exatamente na direção oposta. Eu não tinha a capacidade de rastrear sua localização, mas me sentia confiante disso. Afinal, o homem tinha um sexto sentido para o perigo.

— Que piada, né? Tudo isso por um homem que ela havia esquecido anos atrás.

Silêncio.

— Mas quando olhou para trás, agora que estava velha e grisalha… colocando todo aquele romance bobo de lado… percebeu que a dívida que tinha nunca foi realmente paga. Ficou lá por décadas, acumulando juros.

Reida parou por um momento, e seus olhos se abriram completamente.

— Parece que ele está aqui.

A porta do corredor se abriu e um único homem entrou.

— Eeeee!

Todos na sala se encolheram de terror ao vê-lo. Alguns perderam o controle de suas bexigas. Outros caíram no chão. Alguns o olharam como se ele fosse seu inimigo mortal. Mas todos estavam pensando a mesma coisa, mais ou menos: ele vai matar todos nós.

Como Perugius, seu cabelo era prateado e seus olhos eram dourados. Mas seu rosto era terrivelmente feroz.

Orsted finalmente havia chegado.

— Já faz um tempo, Deus Dragão. Está aqui para levar uma velhinha para o pós-vida?

— Sim. Você é um apóstolo do Deus-Homem. Isso significa que tem que morrer.

— Um apóstolo, hein? Hmm… então eu não era seu alvo antes porque eu não era um apóstolo na época? Bom Deus. Acho que vou sair lutando contra um oponente infernal, pelo menos.

Com um rápido olhar ao redor da sala, Orsted começou a andar em linha reta em direção a Reida. Ele nem hesitou.

— Campo de Privação!

A espada de Reida se tornou um borrão, sua forma mudando com uma velocidade impossível. Cada vez que Orsted dava um passo, a lâmina o atingia com um brilho dourado, conectando-os brevemente com um fio amarelo ilusório.

E ainda assim, Orsted repeliu cada golpe. Faíscas dançaram no ar ao redor dele.

Ele estava desviando seus golpes com as próprias mãos.

Um passo. Dois passos. Três. À medida que se aproximava, o ar se enchia de faíscas cada vez maiores. Os ataques de Reida estavam ficando cada vez mais poderosos.

Ainda assim, Orsted não parou. Em pouco tempo, ele estava bem na frente de Reida.

— Morra.

 

 

 

E assim, acabou. Orsted golpeou com sua mão como se estivesse perfurando com uma lança o peito de Reida, e ele jogou o corpo dela para o lado como uma boneca de pano.

— Não! Mestre Reida! — gritou Isolde.

A zona mortal de controle do Deus da Água havia desaparecido. Ainda assim, ninguém se moveu. Era como se o tempo tivesse parado dentro daquela sala. Ninguém entendeu o que tinha acabado de acontecer. Mas suas mentes estavam consumidas pelo medo de que pudessem ser os próximos.

Isolde foi a primeira a quebrar o feitiço. Com as pernas tremendo, ela desembainhou a espada e apontou para Orsted.

— Como você se atreve… Como ousa!

Com seu rosto indiferente, Orsted saiu para o terraço e saltou para o ar livre. Isolde correu em direção ao terraço em perseguição.

— Senhor Rudeus! — gritou Ariel, abruptamente saindo de sua própria paralisia. — Você deve seguir Darius e Auber! Não podemos permitir que eles escapem!

Com essas palavras, tudo estava de repente em movimento.

Os nobres de Asura tropeçavam uns nos outros no desespero para escapar. Os guarda-costas correram para os lados. E Eris, Ghislaine e eu corremos para a saída mais próxima, seguindo o caminho que Auber e Darius haviam tomado.

— R-Rudy?! O que aconteceu lá dentro?!

Por pouco não trombamos com uma Sylphie muito assustada na porta. Eu considerei levá-la conosco por um momento, mas rapidamente desisti. Isolde ainda estava no corredor, olhando para baixo do terraço em estado de choque. Parecia que ela tinha desistido de pegar Orsted, mas…

— Sylphie, você fica com a princesa Ariel! Fique de olho em Isolde, ela pode tentar alguma coisa! Nós vamos atrás de Darius!

— Entendido!

Deixando Luke e Sylphie para proteger a princesa, saímos correndo da sala.

Eu não tinha certeza do porquê que Ariel nos disse para seguir Darius com tanta urgência em sua voz. Parecia que o resultado da nossa disputa estava basicamente decidido neste momento. Uma parte de mim se perguntou se realmente faria diferença se Darius fugisse, mas talvez fosse só porque eu ouvi a Deus da Água relembrar sobre o passado deles juntos.

Havia outra razão pela qual Ariel poderia ter dado aquela ordem. Ela era uma seguidora jurada do Deus Dragão agora, assim como eu. Talvez achasse que não podíamos arriscar permitir que um apóstolo do Deus-Homem escapasse.

De qualquer forma, íamos matar Darius. Esse sempre foi o plano.

— Por aqui!

Guiados pelo nariz de Ghislaine, corremos pelos intermináveis ​​corredores do palácio com uma velocidade quase imprudente. Eris e Ghislaine não questionaram a ordem de Ariel. O inimigo havia fugido, então iríamos caçá-lo e matá-lo, para elas, provavelmente era assim tão simples.

Havia poucos guardas nos corredores. Nós víamos alguns de vez em quando, mas pareciam estar ocupados perseguindo alguém. Ouvi um deles gritar: — Ele fugiu para a residência do rei! — Então poderia muito bem ter sido Orsted.

— Vi eles!

Sem ninguém para interferir, alcançamos nossa presa em questão de minutos. Darius estava ofegante enquanto Auber carregava seu corpo considerável pelo corredor à nossa frente.

— Tch!

Com um olhar penetrante em nossa direção, Auber puxou Darius para o ombro e fugiu para a sala mais próxima.

Nós os alcançamos em segundos e entramos, então paramos. Darius estava sentado no chão, e Auber estava de pé na frente dele, esperando com sua espada já desembainhada.

— Kuh, guuh! Gahaah… haah…

De sua estranha posição sentada, o Alto Ministro de Asura olhou para nós furiosamente.

— I-Isso não pode estar acontecendo — murmurou. — Está errado, tudo errado…

— Entenda, Lorde Darius. Às vezes a vida não acontece exatamente como desejamos — disse Auber calmamente. — Talvez seja hora de aceitar as coisas como elas são e tentar pensar em uma saída para esse dilema?

— Fiz tudo como Deus me ordenou! — Darius objetou, seu rosto rapidamente assumindo um tom carmesim. — Não é certo que eu seja encurralado como um rato!

— Meu Deus, você é certamente um devoto. Nesse caso, tente recuperar o fôlego e fazer algumas orações pela minha vitória.

Coçando a bochecha, Auber ergueu a espada com uma expressão resignada no rosto. Pela primeira vez, ele estava preparado para nos enfrentar de frente na batalha.

— Imperador do Norte, Auber Corbett — ele falou em um tom de voz firme e formal.

Eris desembainhou sua espada e a ergueu bem acima de sua cabeça. E Ghislaine levou a mão à lâmina embainhada, pronta para sacar e golpear em um único movimento.

— Rei da Espada, Eris Greyrat.

— Rei da Espada, Ghislaine Dedoldia.

Hum. Devo falar meu nome também?

Enquanto eu hesitava, Darius de repente pulou e apontou para Eris.

— Esse cabelo ruivo… você é uma Boreas, não é?! Você é uma Boreas Greyrat, garota!

Eris fez uma careta aberta de desgosto pelo súbito interesse do homem.

— Não mais, eu não sou.

— Eu… eu tenho sido um aliado da família Boreas! Um verdadeiro amigo! — Darius gritou, soltando saliva para todo o lado, como se nem tivesse ouvido a resposta de Eris. — Eu os apoiei financeiramente após a calamidade em Fittoa!

Agora que ele mencionou… ele era o cara que financiou o Esquadrão de Busca e Resgate de Fittoa, certo? Eu parecia lembrar que ele tinha alguns motivos impuros para fazê-lo, mas era difícil para mim descartar completamente seu ponto de vista. Independentemente de suas razões, aquele dinheiro ajudou muitas pessoas desesperadas.

— Isso não tem nada a ver comigo!

Essa é a nossa Eris. Não poderia se importar menos!

— Eu… eu ajudei James também!

James… o atual chefe da família Boreas e tio de Eris.

— Eu o ajudei a assumir o controle da família! Eu protegi e reconstruí a Casa Boreas, quando os outros nobres a teriam esmagado!

Hum. Essa parte, é muito mais difícil de dar a mínima.

— É por minha causa que Fittoa está renascendo neste exato momento!

O quê? Não vamos contar mentiras agora.

— Na verdade, demos uma olhada na região de Fittoa a caminho da capital. Com certeza não parece que a reconstrução está indo muito rápido.

— Você não sabe nada sobre esses assuntos, garoto! — disse Darius furiosamente. — Se a família Boreas tivesse sido completamente esmagada, os outros grandes senhores estariam vendendo a região agora! A área inteira seria um terreno baldio cheio de ervas daninhas!

Isso realmente soou meio plausível. As coisas definitivamente não estavam se desenvolvendo rapidamente em Fittoa. Mas talvez todas as alternativas tivessem resultado pior? Talvez?

— Você poderia ter salvado o velho Sauros também, se você estivesse tentando ajudar…

As palavras saíram da minha boca em um murmúrio, mas Darius as ouviu mesmo assim, e seu rosto se contorceu de raiva.

— Sauros?! Não seja ridículo! O homem tinha toda a prudência de um javali selvagem! Ele queria usar toda a fortuna da Casa Boreas na reconstrução de Fittoa, sem pensar nas consequências!

Definitivamente uma decisão ousada e corajosa… mas soou tola dadas as circunstâncias. Se a família Boreas afundasse, toda a região acabaria sendo vítima dos outros nobres de qualquer maneira.

— James me implorou para acabar com essa tolice, e eu fiz exatamente isso. Eu instiguei Pilemon para agir! Eu encurralei aquele velho tolo desajeitado e mandei executá-lo! Eu coloquei James no controle! Eu sou a única razão pela qual a família Boreas e a Região de Fittoa ainda existem! Então, por favor, tenha misericórdia! Deixe-me ir… é tudo o que peço!

Ah… então foi assim que realmente aconteceu, né? Faz sentido. Desculpe, mas acho que você está sem sorte. Se foi você que incitou Pilemon e organizou a execução de Sauros…

— Então isso faz de você o assassino do meu avô, certo? — disse Eris.

— Entendo. Isso esclarece as coisas — disse Ghislaine, assentindo. Então ela mostrou os dentes e agarrou sua espada com força. — Eu vou te matar agora.

— Eee!

Quando Darius gritou e cambaleou para trás, Auber suspirou cansado.

— Parece que nossas negociações fracassaram.

Com isso, começou a batalha final.

— Huff… puff…

Pela forma como as coisas se desenrolaram, Darius finalmente havia enxergado a realidade.

Ele caiu na cadeira mais próxima, olhou para o chão e respirou fundo várias vezes. Era difícil acreditar que ele estava gritando conosco em um frenesi alguns momentos antes.

— Você pode vencer essa luta, Auber?

— Difícil dizer. Dois Reis da Espada já seriam bastante desafiadores, mas aquele mago é bastante problemático.

Auber estava de frente para nós com duas espadas nas mãos, tendo Darius atrás dele. Sua expressão era perfeitamente calma, mas seus olhos corriam para todos os lados constantemente. Quase parecia que estavam se movendo independentemente um do outro.

— Eu sei — disse Darius depois de um momento. — Deus me disse a mesma coisa.

— O que ele disse, especificamente?

— Que um mago vestindo uma túnica cinza me mataria. Mas talvez suas palavras fossem mentiras desde o início. Foi Deus quem me disse para destruir os círculos de teletransporte e chamá-lo de volta ao palácio, onde poderíamos fortalecer nossas defesas. O resultado foi essa catástrofe.

Então o Deus-Homem estava movendo as coisas nos bastidores. Parecia que Orsted estava certo, o cara não era muito de jogar xadrez. Ele parecia o tipo que realmente gosta de matar exércitos inteiros em um jogo, como Dynasty Warriors.

— Dê um jeito de vencer, Auber — disse Darius calmamente. — Foi para isso que contratei você. Lutar contra vários oponentes é sua especialidade, não é?

— Entendido… Mas no caso de minha vitória, vou exigir aquela recompensa especial.

— É claro. É seu, como prometido.

Enquanto falavam, Auber voltou sua atenção totalmente para nós três. Desta vez, ele iria nos enfrentar de frente.

Eris e Ghislaine abaixaram suas cinturas e se inclinaram ligeiramente para frente, segurando suas armas com força.

— Estilo Deus do Norte; Tinta Carmesim.

— Graaaaah!

— Raaaaaah!

Enquanto Auber murmurava o nome de sua técnica que daria abertura ao combate, Eris e Ghislaine saltaram para atacar.

Mas eu sabia, mesmo enquanto elas se moviam, o que as palavras Tinta Carmesim significavam. Orsted tinha me falado sobre isso também. Em algum momento, Auber conseguiu colocar uma armadilha no chão, na superfície do valioso tapete vermelho da sala. Eu podia ver as pequenas bolas vermelhas posicionadas nele.

Claro, era tarde demais para fazer qualquer coisa sobre elas.

— Gah!

— Huh?!

Houve um estrondoso bang no chão aos pés de Eris e Ghislaine, como o som de um balão estourando. Líquido espesso e pegajoso respingou em todas as direções, colando as solas de seus sapatos no tapete.

Aquelas bolinhas vermelhas, criação de um boticário mestre, continham um poderoso adesivo instantâneo. O processo de fazê-los era complexo, então eu não conseguia me lembrar de todos os detalhes… mas o resultado final era que qualquer choque forte os faria explodir e pulverizar seu conteúdo nas proximidades. O adesivo que continham era monstruosamente forte. Forte o suficiente para parar Eris e Ghislaine.

— Inundação Instantânea!

Eu rapidamente respondi com um feitiço dirigido aos pés delas, que lavou o líquido pegajoso. A cola de Auber era vulnerável à água. Quando entrou em contato com a umidade, perdeu todo o seu poder de grude instantaneamente.

No entanto, Eris e Ghislaine já haviam perdido o equilíbrio. Elas perderam a velocidade e a firmeza de que precisavam para suas técnicas mais fortes. Mas sua força as impediu de escorregar e cair, e elas tentaram seguir em frente da maneira que dava.

Era tarde demais.

Auber já estava em movimento. Ele já estava passando entre elas.

A lâmina de Ghislaine parou, assim como a de Eris. Ambas eram mestres do estilo agressivo do Deus da Espada, mas mesmo elas não estavam dispostas a usar a Espada de Luz em um alvo com um aliado logo atrás dele. Isso significaria matar os dois.

Auber não estava atrás de Eris e nem de Ghislaine.

— Você é o primeiro, Rudeus Greyrat.

Ele estava atrás de mim.

Auber balança as duas espadas para mim.

— Escudo de Terra!

Mas eu sabia quando e por onde seu ataque estava vindo. Graças a todas as minhas sessões de sparring com Eris, pude ver claramente com meu Olho da Previsão.

Estendi minha mão esquerda, bloqueando a trajetória de uma espada com o que restava da minha manopla. Com meu braço direito, me movi para bloquear a outra espada com um escudo que convoquei.

— Estilo Deus do Norte; Cruz Nebulosa!

As mãos de Auber de repente se tornaram um borrão.

Soltando ambas as espadas no ar, o Imperador do Norte se abaixou no chão e alcançou outra lâmina em sua cintura.

Eu vi tudo isso com antecedência. O Olho da Previsão mostrou seus movimentos para mim muito bem. Mas aquele Escudo de Terra já estava no meu antebraço direito, cobrindo-o como um broquel. Para desviar da primeira investida de Auber, eu o tinha tornado duro e denso, e pesado. Desse modo, não conseguia movê-lo rápido o suficiente para me defender desse novo ataque.

Minha mão esquerda já havia encontrado a primeira espada de Auber de frente. Minha manopla pesada e magicamente aprimorada havia perdido os dedos mais cedo, mas aguentou o golpe. Ainda estava firmemente agarrada à lâmina.

Auber ia sacar outra lâmina e atacar em um movimento suave enquanto se lançava para a frente. Não tinha como me defender. Não a tempo. Não tive escolha a não ser levar o golpe.

Saltando no ar de joelhos meio dobrados, levei o golpe de Auber na minha perna esquerda.

Algo quente varreu minha canela. E quando aterrissei, a perna se dobrou debaixo de mim.

Caindo sobre o joelho direito, olhei para o ferimento. Auber tinha cortado direto na minha canela. O resto da minha perna estava pendurada por uma fina camada de pele e tendões.

Levou um segundo para a dor me atingir.

— Eeaagh!

Trinquei os dentes e aguentei a agonia o melhor que pude. Do canto do meu olho, eu podia ver Eris já em movimento. Ghislaine também se virou.

Eu sobrevivi. Agora nós três poderíamos cercar Auber. Ele não tinha para onde correr.

— …?

Mas então notei algo, um leve movimento no fundo da sala. E agora? Auber tinha algum outro truque ninja na manga?

Não. Havia mais alguém se movendo do outro lado da sala. Era Darius, e… ele tinha a mão direita apontada em nossa direção.

— Deixe a vasta e abençoada chama convergir ao seu comando…

Eris e Ghislaine também notaram. Suas respostas foram muito diferentes, no entanto. Eris se virou e foi direto para Darius, enquanto Ghislaine se colocou entre ele e eu e encarou Auber.

— Bola de Fogo!

Se formou um projétil flamejante disparado pela mão de Darius, sua velocidade e tamanho suficientes para matar.

— Hmph… Guh!

Com um movimento rápido de sua espada, Eris cortou a bola de fogo ao meio no ar. Mas quando ela fez isso, uma pequena adaga parecida com uma kunai veio voando do outro lado da sala para acertá-la no flanco.

Voltei minha atenção para Auber. Ainda na postura baixa de onde havia lançado a kunai, ele estava prestes a bloquear um ataque feroz de Ghislaine. Ele não podia pará-lo totalmente. A espada de Ghislaine atravessou a de Auber e cortou seu ombro. Mas o corte não foi profundo, ela não havia cortado o braço dele completamente.

— Hnh!

— Graah!

Auber saltou para trás com uma cambalhota acrobática. Eris estava esperando ele aterrissar; mas a adaga em seu flanco parecia estar atrasando-a, e Auber evitou seu golpe sem dificuldade.

— …

Merda. Ele vai se distanciar.

Eu não sabia exatamente o motivo, mas meu instinto me dizia que seria um grande problema para nós se Auber saísse do alcance corpo a corpo.

Mas por que era um problema? Ele tinha todos os tipos de técnicas bizarras que poderia tentar… Não, não era isso. Minha perna estava machucada e Eris talvez não conseguisse correr. Se Auber conseguisse agarrar Darius agora e fugir, Ghislaine seria a única que poderia persegui-lo.

Isso mesmo… Temos que pegar o Darius então.

Jogando meu Escudo de Terra de lado, apontei meu cajado para o homem corpulento do outro lado da sala.

— Canhão de Pedra!

— Hum?! Hwoooh!

O projétil disparou em velocidade feroz, mas Auber sacou sua espada e o cortou no ar.

Claro, eu esperava que isso acontecesse. Aquele não era um Canhão de Pedra comum.

— O qu…

As duas metades do projétil, desviadas pelo golpe de Auber, explodiram bem ao lado de Darius. Esta era uma variação do meu feitiço que eu inventei enquanto viajava pelo Continente Demônio muitos anos atrás. Eu o chamei de Canhão de Pedra Explosiva.

— Gyaaaaaaagh!

Parecia que os fragmentos do projétil acertaram Darius bem nos olhos. Ele agarrou desesperadamente seu rosto e se agachou.

— Hum?!

Os olhos de Auber voltaram para Darius por um momento.

— Aaaaah!

Naquele instante, Eris saltou para frente e soltou a Espada de Luz.

— Hnh?!

Auber… bloqueou. Ele realmente bloqueou. Virando sua espada de lado, ele recebeu o golpe com a parte mais grossa de sua lâmina. A espada de Eris cortou rapidamente a de Auber e finalmente afundou em seu braço. Mas o corte foi superficial. Sua lesão provavelmente a estava impedindo de executar sua técnica com força total.

— Graaaaah!

Ghislaine estava em cima dele também.

Auber tentou evitar seu ataque. Mas a Espada de Luz não era o tipo de ataque que poderia simplesmente desviar. Era o trunfo imparável e inescapável do Estilo Deus da Espada.

Havia maneiras de combatê-lo, é claro. Poderia interromper os movimentos do usuário, o desequilibrar ou se posicionar em algum lugar que ele não possa usar a técnica. Ao tomar medidas como essa com antecedência, pode impedi-los de executar o movimento de forma limpa.

Auber tinha feito exatamente isso durante toda esta batalha. Mas, no final, simplesmente não conseguiu.

A impecável Espada de Luz de Ghislaine o golpeou no ombro e desceu pelo flanco.

— Esplendidamente executado.

Murmurando essas palavras finais, Auber desabou no chão.

Ele estava deitado de costas, uma poça de sangue se espalhando ao seu redor; por alguns momentos, ele se contorceu e estremeceu. Mas então a luz desapareceu de seus olhos, e ele parou de se mover.

Estava morto.

— Aaaah, meus olhos, meus olhos! Auber! Ajude-me, Auber!

Do outro lado da sala, Darius ainda estava encolhido, agarrando seu rosto e gritando. Meu feitiço tinha tirado o desejo de lutar dele completamente.

Ghislaine se aproximou e olhou para ele por um momento. Então olhou para mim e Eris.

Nós dois assentimos.

Sem dizer uma palavra, Ghislaine baixou a espada.

O sangue espirrou o suficiente para me atingir na bochecha.

 

Separador Tsun

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Deixamos o cadáver de Darius como estava, deitado ali no quarto.

Este era um pedido que Ariel havia feito com bastante antecedência. Não importa onde ou como o matamos, ela queria que deixássemos seu corpo onde caiu. Era muito provável que ela fosse acusada de seu assassinato mais tarde, mas, aparentemente, acreditava que isso realmente melhoraria sua imagem pública. O Alto Ministro com certeza não tinha feito muitos amigos e admiradores.

— Ufa…

Ele estava morto, e nós o matamos. O homem mereceu… mas ainda deixou um gosto amargo na minha boca. Eu não tinha acabado com ele pessoalmente, mas isso não era relevante. Matei Darius tanto quanto Ghislaine. Matei Auber por protegê-lo, e depois o matei enquanto ele estava agachado no chão, cego e indefeso.

Pela primeira vez, parecia real. Eu sabia, no fundo, que eu era um assassino.

Eu não tinha certeza do porquê era diferente desta vez. Talvez fosse porque este tinha sido tão próximo e pessoal. Difícil de dizer.

Com um pequeno suspiro, balancei minha cabeça. Não valia a pena insistir, não é? Este foi o caminho que escolhi, e eu tinha que aceitar isso.

Após o fim da batalha, fomos para a sala ao lado, e usei um dos pergaminhos de cura de nível Rei que Orsted me deu para tratar meu ferimento. Funcionou ainda melhor do que eu esperava; minha perna quase decepada estava de volta ao normal em um instante.

Eu ainda estava sentindo um pouco de frio, no entanto. Provavelmente por causa de todo o sangue que perdi.

Eris foi a próxima. Seu rosto ficou pálido enquanto ela observava eu me tratar. Mas uma vez que acabou, ela puxou sua própria camisa com rapidez, revelando sua sedutoramente bem definida…

— Huh…?

Sua ferida era roxo brilhante. Isso só podia significar uma coisa. A kunai de Auber estava envenenada.

Eu tentei magia de Desintoxicação Elementar e Intermediária. Sem nenhum efeito.

Por um momento, apenas encarei a ferida, suor frio escorrendo pelas minhas costas. Mas então me lembrei de algo que Orsted me dissera. Auber preferia um tipo específico de veneno, não era letal, e carregava o antídoto consigo.

Correndo de volta para a outra sala, vasculhei as roupas de Auber até encontrar o que estava procurando. Fiz Eris beber um pouco do antídoto e depois espalhei um pouco em sua ferida também. Só para garantir, também peguei alguns, já que ele me feriu com sua espada.

Depois de alguns minutos ansiosos, a cor da pele de Eris voltou lentamente ao normal. Dei um suspiro trêmulo de alívio. Se fosse um veneno mais poderoso, ela poderia muito bem ter morrido.

Graças a Deus. Essa foi por pouco

Enquanto eu continuava trabalhando em sua lesão, Eris murmurou:

— Bom trabalho evitando a Cruz Nebulosa, a propósito.

Eu queria dizer que não tinha exatamente me esquivado. Mas consegui evitar um golpe fatal, então talvez isso tenha contado.

— Só consegui isso por causa de todas as minhas sessões de treino com você, Eris. Já vi cortes ainda mais rápidos, então consegui reagir a tempo.

— Sabe, eu nunca consegui me esquivar…

Havia uma pitada de tristeza no rosto de Eris quando ela disse isso. Auber tinha sido um de seus instrutores no Santuário da Espada. As memórias daqueles dias provavelmente estavam passando por sua mente.

Mas um momento depois, ela balançou a cabeça.

— Bem, tanto faz.

Olha só, agora essa é uma garota que deixa o passado para trás rapidamente. Estou meio invejoso.

De qualquer forma. A conclusão era que Eris, Ghislaine e eu tínhamos sobrevivido. Tínhamos vencido a batalha que estávamos aqui para lutar.

— Tudo bem então — falei, levantando-me. — Vamos voltar?

— Claro.

— Vamos.

Agora, tudo o que restava era nosso retorno triunfante.

Quando nós três voltamos para o salão onde a festa havia sido realizada, encontramos uma surpresa esperando por nós. Mas não do tipo divertida.

— Huh?

Luke segurava uma espada no pescoço de Ariel, enquanto Sylphie olhava furiosamente para ele com sua varinha na mão, e Pilemon se ajoelhava no chão.

Que diabos está acontecendo aqui?

Enquanto estávamos adentrando no salão, atordoados, o olhar de Luke piscou para mim. E então ele falou. Suas palavras não foram dirigidas a mim, no entanto; ele estava falando com Sylphie.

— Se você quer salvar a princesa Ariel, mate Rudeus aqui e agora.

Em resposta, Sylphie…

 


 

Tradução: Bucksius

Revisão: Guilherme

QC: Delongas & Taipan

 

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