Roxy
Ouvi um som baixinho e arregalei os olhos. Tudo ao meu redor estava escuro e estreito. Sim, isso mesmo, este lugar era estreito. Depois de ser teleportada inúmeras vezes, foi neste lugar que cheguei, em um espaço do tamanho quase de um berço. Tinha espaço para uma pessoa, ou talvez duas, se deitasse. O teto também era baixo, pouco mais alto que minha cabeça.
Enquanto eu estivesse dentro dessa área pequena e apertada, nenhum monstro poderia entrar se teletransportando. Sentei na borda do espaço e encostei na parede, olhando para o que estava na minha frente.
Um círculo mágico, emitindo uma luz fraca. Um círculo de teletransportação. Se eu pisasse, me mandaria para algum lugar. Provavelmente para a toca de um monstro. Para um lugar cheio de monstros. Para minha morte.
Um mês atrás, eu tropecei. Poderia dar a desculpa de que não foi minha culpa; estava fugindo de um ataque que estava vindo em minha direção, dando um passo para trás, quando tropecei em uma pedra. Perdi o equilíbrio e meu pé encostou em um círculo mágico. Apesar do fato de que eu tinha passado por onde as armadilhas estavam antes de entrarmos na batalha, ainda assim acabei pisando em uma.
O lugar para o qual fui teletransportada estava lotado de monstros. Havia vinte, não, trinta. Eu era uma maga, e uma das boas. Não conseguia lançar magia sem encantamentos, mas conseguia encurtá-los, lançando magia mais rápido do que a maioria. Enfrentar inimigos em grande número não era novidade para mim. Mesmo estando cercada, não entrei em pânico. Eu só pensava em erradicar meu inimigo, e logo fiz exatamente isso.
Mas não importava quantos eu derrotava, continuavam chegando. Um após o outro, tanto quanto os olhos podiam ver.
As bestas deste labirinto sabiam exatamente para onde os círculos de teletranspotação levavam. Afinal, ali era o covil deles. A armadilha era preparada para que as bestas pudessem se banquetear de aventureiros desavisados. Eu estava preparada para morrer.
Derrotei todos, mas, ainda assim, minha mana não era infinita. Em algum momento eu teria que sair correndo. Eu sabia que estaria tudo acabado. Mesmo com minha mana diminuindo para 20%, a onda de inimigos não parava. Tinha um corpo em cima do outro, mas as bestas não paravam de aparecer.
Eu estava completamente encurralada. A ajuda não chegava. Talvez tivessem me abandonado. Se estivesse no lugar deles, também não me incomodaria em salvar uma desastrada como eu. Não importava quanto de mana tivesse; se fosse tola o suficiente para pisar em uma armadilha, então era nada mais que um peso morto.
Não, eu tinha certeza de que eles não eram do tipo que me abandonariam. Talvez quando ativei a armadilha, também foram pegos e foram todos teletransportados aleatoriamente para lugares diferentes. Ou talvez estivessem sem força de combate com a minha ausência, e tiveram que se retirar temporariamente.
Apesar de tudo, a ajuda não viria.
Mesmo enquanto sentia as lágrimas ameaçando brotar, eu ainda lutei desesperadamente. Mesmo quando senti minha mana começar a diminuir.
Foi então que vi uma luz: seis círculos mágicos em uma sala espaçosa. Monstros estavam aparecendo de todos, exceto um dos círculos. Talvez fosse porque não havia monstros na outra extremidade.
Eu tinha que escolher ou morrer. Usei o restante da minha mana para derrotar a horda, depois pulei no círculo, que me levou para onde eu estava sentada no momento.
De alguma forma, consegui sobreviver. Minha sorte se manteve.
Se eu precisasse de água, poderia fazer com magia e tinha comida embalada em minha mochila. Poderia recuperar minha mana ali e depois encontrar uma maneira de sair. Com esse pensamento em mente, o resto do dia passou.
No dia seguinte, pisei no único círculo mágico na sala. O círculo me levou para uma passagem desconhecida. Aparentemente, era um dos teletransportes aleatórios.
Não consegui sentir ninguém nas proximidades. Mapeei a área sozinha e avancei, com a intenção de escapar deste labirinto. Cogitei esperar por ajuda, mas havia a possibilidade de Paul e os outros também terem sido teletransportados. Armadilhas de teletransporte aleatório eram mortais.
Passei pelos túneis, descobrindo outros círculos de teletransporte. Deixei um símbolo no chão próximo e pisei. Mais uma vez, fui levada para uma passagem desconhecida. Repeti esse processo várias vezes; o Labirinto de Teletransportação foi projetado para tornar impossível chegar a qualquer lugar sem repetir esse mesmo processo. Tive o cuidado de não pisar em nenhuma armadilha, observando os círculos que poderiam estar escondidos sob as rochas enquanto continuava andando.
Eu não fazia ideia se estava progredindo ou voltando por onde cheguei. Era impossível orientar-se neste labirinto; não adiantava confiar no seu senso de direção neste local. Fiquei ansiosa, mas mesmo assim tive que seguir em frente. Meu suprimento de comida não duraria para sempre, nem minha mente. Derrotei monstros, comi a carne deles e continuei.
E depois de me teletransportar inúmeras vezes, fui mais uma vez enviada para uma cova de monstros. Lutei ferozmente e encontrei outro círculo do qual nenhuma besta apareceu.
Foi assim que voltei para este pequeno espaço apertado. Quantas vezes eu havia repetido o ciclo? Cinco, dez vezes? O círculo na minha frente sempre me mandava para algum lugar diferente quando eu pisava nele, mas, no final, sempre acabava voltando para o mesmo lugar. Meu coração e minha mente estavam no limite. Meu corpo estava, sem surpresa, exausto. De acordo com meu relógio interno, cerca de um mês se passou.
Um mês e nenhum progresso. Eu estava andando em círculos.
As lutas também não foram fáceis. Fui atingida inúmeras vezes e me senti cada vez mais tonta com a perda de sangue. Em algum momento, as bestas começaram a tentar bloquear o círculo para que eu não pudesse mais escapar. Apesar de suas aparências, esses monstros eram inteligentes.
Minhas juntas doíam. Eu estava sem comida. Os monstros eram fortes e tinham um gosto horrível. A carne era tão tóxica que precisava usar magia de desintoxicação para comê-la, e eu podia sentir que isso estava corroendo minha resistência. A única coisa que me restava em abundância era mana.
Me senti completamente encurralada. Não fazia ideia do que aconteceria. Se houvesse mais inimigos da próxima vez, ou se coordenassem seus ataques melhor, eles me rasgariam inteira e me devorariam assim que eu usasse o resto da minha mana. Mesmo se eu tivesse sorte o suficiente para passar por eles, simplesmente voltaria para o mesmo lugar.
Esses pensamentos, por si só, me impediram de pisar no círculo de novo. As bestas provavelmente notaram minha presença. Sabiam que eu estava ali, naquele espaço apertado. Também sabiam que se eu usasse o círculo, acabaria de volta à toca. Tinha certeza de que estavam esperando por isso. Estavam esperando ansiosamente até que eu cometesse um erro fatal devido à minha exaustão.
Pude sentir isso. Não haveria próxima vez.
Pela primeira vez, tomei consciência da morte.
Meu cadáver nunca seria encontrado. As bestas não deixariam nada para ser encontrado. Eu morreria e nenhuma prova de minha existência permaneceria.
Era assustador. Eu estava apavorada. Antes que percebesse, estava rangendo os dentes. Movida pelo impulso de gritar, agarrei meu cajado com força.
Eu já tinha visto a morte inúmeras vezes. Como aventureira, vi pessoas morrerem bem na minha frente. Vi monstros dividirem guerreiros musculosos em dois com tanta facilidade quanto se estivessem cortando manteiga. Vi magos sábios esmagados como tomates podres. Ladrões habilidosos e espadachins velozes derrubados diante de mim.
Quando testemunhei suas mortes, sabia no fundo da minha mente que algum dia seria a minha vez. E ainda, simultaneamente acreditei que seria capaz de passar por isso. Mas então, diante da perspectiva muito real da morte, fiquei apavorada.
Eu ainda não tinha conquistado nada. Ainda havia muito o que queria fazer. Eu tinha um sonho. Isso mesmo, um sonho. Eu queria ser professora. Adorava ensinar as pessoas. Não tinha talento para isso, mas gostava. Por isso que, assim que tudo acabasse e tivéssemos resgatado Zenith com segurança, planejei fazer o exame de professora na Universidade de Magia para me tornar uma.
Meu mestre, aquele com quem eu tive uma briga antes de sair, estava na Universidade de Magia. Podíamos acabar brigando de novo, mas tive a sensação de que agora nos daríamos melhor. Ele adorava ser o centro das atenções; não ficaria surpresa se tivesse sido promovido a vice-diretor enquanto eu estive fora.
Eu queria um gostinho da felicidade normal. Se fosse professora, poderia até me casar. Poderia me apaixonar por um homem, me casar com ele e compartilhar noites apaixonadas juntos. Como um demônio, eu tinha o corpinho atarracado de uma criança, mas mesmo assim precisava de uma chance.
— Hah.
Uma risada autodepreciativa escapou dos meus lábios. Eu não podia acreditar que estava me permitindo ceder a tais fantasias, mesmo sob essas circunstâncias.
Eu ia morrer. Nenhum dos meus sonhos se tornaria realidade. Minha morte seria miserável. Não havia ninguém para me salvar. Nunca tinha ouvido falar de alguém em minha situação sendo salvo.
Não quero morrer, pensei.
Pisei no círculo, tudo porque realmente queria viver.
Meus instintos estavam corretos. Fui teletransportada para uma passagem desconhecida, onde deixei símbolos para marcar círculos anteriormente desconhecidos. Passei por vários outros círculos, então, como se fosse predeterminado, me vi de volta na cova de um monstro.
Eu soube à primeira vista que era impossível. As bestas amontoaram os corpos de seus irmãos mortos para bloquear minha rota de fuga, e parecia que o espaço na outra extremidade do círculo era muito apertado para os monstros, ou seus cadáveres, teletransportarem. Não teria escolha a não ser abrir o caminho se eu fosse usá-lo para escapar.
— Enquanto enfrento essa horda? — perguntei a mim mesma.
Eles estavam em uma formação impecável, ramificada envolta da montanha de cadáveres que bloqueava minha fuga, protegendo-a. O Rastejador de Ferro que estava na minha frente se moveu como se fosse dedicado à defesa, enquanto as tarântulas atrás dele começaram a cuspir suas teias para impedir meus movimentos. Ainda mais atrás estava uma grande forma humana coberta de lama, um Crânio de Lama, que estava jogando pedras em minha direção.
São quase como um exército, pensei comigo mesma quando comecei a lançar minha magia.
— Envolva-me na magnífica armadura de terra. Fortaleza de Terra!
Criei um escudo de terra ao meu redor. Ele me envolveu, cobrindo meu corpo até a cabeça em uma forma de cúpula. Cortei o feitiço antes que consumisse meu corpo completamente. Contanto que subisse até o meu pescoço, seria o suficiente para impedir que o Rastejador de Ferro atacasse.
— Espalhe as gotas que caem, cubra o mundo de água. Cascata de Água!
Incontáveis esferas de líquido se formaram em minha volta, transformando-se em projéteis que dispararam pelo ar. Era um feitiço extremamente fraco, adequado apenas para impedi-los de se mover por algum tempo. Sabendo disso, comecei o próximo encantamento na mesma hora.
— Deusa Azul descendo do céu, empunhe teu cajado e cubra este mundo de gelo! Campo Sincelo!
As gotas de água que antes haviam caído no rosto das criaturas agora estalavam enquanto congelavam. Era Nova Congelante, uma combinação dos feitiços Cascata de Água e Campo Sincelo, que congelava toda a linha de frente do inimigo. A partir daí, continuei lançando minha magia neles.
— Rei Congelante, governante supremo das terras árticas, soberano envolto em todo o branco, cujo frio gélido rouba todo o calor. Congele teu inimigo, ó rei glacial que governa a morte! Nevasca!
Terminei meu encantamento encurtado. Geralmente usava esse feitiço para soltar lanças congeladas ao meu redor, mas agora elas se espalharam radialmente, voando para aqueles que estavam congelados e perfurando as bestas atrás deles. Não iria realmente derrotar a linha de frente; eram estátuas congeladas que funcionariam como uma parede entre mim e o resto das bestas enquanto eu atacava os que estavam atrás deles com minha magia avançada.
Essas eram as mesmas táticas que usei quando atravessei o labirinto perto de Shirone. Eles garantiram a vitória. Porém, assim que os da retaguarda morreram, mais monstros apareceram através dos círculos mágicos na sala, passando direto por seus camaradas caídos. O lugar estava mais uma vez cheio de bestas, em um piscar de olhos.
Meu coração estava acelerado. Desesperado.
— Acho que realmente seja impossível.
Se eu não tirasse aqueles cadáveres do caminho, não conseguiria sair. Mas havia muitos para lidar.
— Grr!
O Crânio de Lama estava jogando pedras em mim à distância. Já havia destruído parte da minha Fortaleza de Terra, e o lento Rastejador de Ferro estava avançando.
Fiquei arrepiada. Eu podia sentir um suor frio escorrendo.
— Pegue sua lâmina queimada e perfure seu inimigo! Corte Flamejante! — Uma espada de fogo voou pelo ar, queimando a carapaça do verme. A criatura se contorceu de dor antes que a morte a tomasse.
Os Rastejadores de Ferro eram vulneráveis ao fogo. Usar magia de fogo em uma caverna poderia acabar assinando minha própria sentença de morte, mas, mesmo assim, não tive escolha.
— Envolva-me na magnífica armadura da terra. Fortaleza de Terra!
Mais uma vez, criei uma parede de terra. Minha mana estava diminuindo e comecei a entrar em pânico. O que deveria fazer? Como deveria sair dali?
Pense, disse a mim mesma.
Vasculhei meu cérebro, mesmo enquanto continuava a lançar magia e explodir meus inimigos. Mas não encontrei nada. Eu estava presa? Esse era o fim? Realmente morreria ali? Meu corpo entrou no piloto automático, vencendo meus inimigos enquanto eu ficava perdida nesses pensamentos.
— Ah! — Tropecei. Minha mente estava confusa. Eu podia sentir minha mana secando. Tinha mais alguns feitiços antes de desmaiar. — Não…
Apertei meu cajado com mais força.
Não quero morrer. Não quero morrer.
Senti toda a minha vida passar diante de mim.
Minha primeira lembrança foi dos olhares desapontados nos rostos de meus pais quando perceberam que eu era a única pessoa em nossa pacata aldeia que não conseguia conversar mentalmente com mais ninguém. Eles me ensinaram a falar porque sentiram pena de mim.
Quanto à magia… Comecei a aprender magia depois que um mago viajante passou por nossa aldeia e deixou uma profunda impressão em mim. Equipada com magia de água de nível Básico, saí de minha aldeia, indo encontrar os três meninos que formariam meu primeiro grupo. Viramos aventureiros e viajamos juntos por vários anos, até que um de nós morreu e o grupo se desfez.
Eu parti para o Continente Central, onde conheci muitas pessoas, descobri e me matriculei na Universidade de Magia. Foi a primeira vez que tive aulas formais de qualquer coisa e isso teve um impacto duradouro. Tive boas notas, era talentosa e ia muito bem, ganhando o ciúme das pessoas ao meu redor. No dormitório, minha amiga e eu ficávamos na cama, conversando sobre todo tipo de coisa.
Conheci meu mestre depois de vários anos por lá. Foi ele quem me ensinou a magia de água no nível Santo. Aprendi tão rápido que deixei subir à minha cabeça. Meu mestre reclamou de mim, o que me irritou, então me formei e saí sem me despedir.
Depois disso, parti para a capital do Reino Asura, certa de que alguém tão excepcional quanto eu poderia encontrar trabalho por lá. Estava errada. Sem conseguir encontrar emprego, mudei para o interior, mas também não encontrei trabalho. Não sabia o que fazer quando encontrei um anúncio de recrutamento para ser professora particular.
Foi assim que conheci Paul e sua família, incluindo Rudy. Assistir aos muitos encontros sexuais de Paul me excitou; o talento de Rudy me chocou. Eu estava com ciúmes, mas também sentia um crescente respeito por ele, já que, ao contrário de mim, ele não deixava isso subir à cabeça. Antes de partir, o ensinei magia de água de nível Santo.
Comecei a explorar um labirinto próximo ao Reino Shirone. O Reino Shirone me contratou para ensinar magia ao Príncipe Pax assim que terminasse, uma tarefa que me lembrou mais uma vez de como Rudeus era incrível, bem como de quão pouco talento eu tinha como professora. Então chegou a carta de Rudy, e trabalhei incansavelmente para elaborar um livro sobre a língua do Deus Demônio para ele. Quando meu trabalho se tornou nojento demais para suportar, deixei o Reino Shirone.
Foi então que soube do Incidente de Deslocamento. Conheci Elinalise e Talhand, duas pessoas tão descontroladas em seu comportamento que foi um choque para mim. Partimos juntos para o Continente Demônio, onde me reuni com meus pais e confirmei que eles realmente me amavam. Então encontrei Kishirika. E então, depois disso…
Todas essas memórias passaram pela minha mente em um piscar de olhos. Um Rastejador de Ferro estava caindo sobre mim. Graças à minha magia de fogo, a sala começou a esquentar e os efeitos da Nova Congelante estavam passando.
Não posso fazer isso. Não quero morrer. Não quero! Não!, gritei na minha cabeça.
— Não, não!! — Balancei meu cajado inutilmente. Teias vieram voando para mim, enrolando nele. Em instantes, foi arrancado da minha mão. — Eu não quero morrer, por favor, alguém, qualquer um, me ajude…!
Fui para trás, mas havia apenas uma parede atrás de mim. O Rastejador de Ferro estava chegando. Não, não, muitos deles.
Não havia mais nada que eu pudesse fazer. Eu seria comida viva, não seria? Não, qualquer coisa menos isso.
— Alguém, por favor…
Oh. O Rastejador de Ferro já estava…
Fechei meus olhos na cara do rastejador.
Acho que não conseguiria mais ver minha mãe e meu pai.
Esse foi o último pensamento que tive.
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Esperei um pouco, mas o fim nunca chegou. Talvez eu tivesse morrido instantaneamente. Talvez já tivesse acabado. Não, não podia ser… Mas não consegui ouvir nada. Esta era a vida após a morte?
Timidamente, abri meus olhos. Uma vista inimaginável apareceu diante de mim.
Era um mundo de gelo. As Tarântulas da Estrada da Morte, os Rastejadores de Ferro e o Crânio de Lama haviam se transformado em estátuas completamente brancas. O último dos três estava na retaguarda da horda. Ouvi um estalo quando seu corpo começou a desmoronar. Seu núcleo vital atingiu o chão e se estilhaçou. Até mesmo o interior estava totalmente congelado.
O abismo de poder entre este feitiço e o meu era vasto. Minha Nova Congelante só conseguia congelar a superfície das coisas. Mas isso… isso provavelmente matou tudo na área.
— Huh…? — Confusa, estendi a mão para recuperar meu cajado. — Eek! — Uma sensação de frio disparou em meus dedos e o deixei cair por reflexo. Caiu no chão, ecoando em meio ao silêncio.
Ouvi uma voz, talvez reagindo ao som.
— Ah, graças a Deus.
Um jovem apareceu andando em minha direção, contornando as estátuas de gelo. No momento em que o vi, meu coração disparou. Eu podia sentir o sangue subindo pelo meu rosto, aquecendo minhas bochechas. Este homem… era meu tipo ideal.
Ele era alto, com cabelos macios e traços gentis. Estava usando um robe cinza e segurava um cajado, mas tinha um corpo bem treinado para um mago. Havia uma clara expressão de alívio em seu rosto quando se aproximou, olhando para mim.
— Eh? Huh?
Ele me abraçou com aqueles braços fortes e bem constituídos. Seu cheiro, muito familiar, que cheirava a suor, preencheu meu nariz. Ele se ajoelhou parcialmente e aninhou o rosto no meu pescoço, aparentemente dominado pela emoção ao inalar profundamente.
Foi quando percebi algo. Eu não tinha tomado banho por um mês.
— Ah! — Assim que percebi, o empurrei.
— Huh? — Agora ele parecia surpreso.
Besteira. Fiz algo terrível! Depois que ele se deu ao trabalho de me salvar! Mas não queria que ele pensasse que eu era fedida.
Ah, espera, talvez não fosse o momento para se preocupar com isso… Hm, não é? Eu realmente não conseguia pensar direito.
— D-desculpa — disse. — Meio que estou fedendo…
— E-Eu fedendo? Sinto muito. — Chocado, ele cheirou sua manga.
— Não, você não! Meu corpo. Estou aqui há um mês.
— Ah, é isso que você quis dizer. — Ele parecia aliviado. — Mas realmente não me incomoda.
— Bem, isso me incomoda. — E esquece. Isso não importava. Primeiro, eu precisava agradecê-lo. — Muito obrigada por me salvar.
— De forma alguma. Isso foi natural.
Natural? Eu não via como ele tinha qualquer obrigação de enfrentar esse tipo de horda para me salvar.
Ah, sim, o nome dele! Tive que perguntar o nome dele.
— Aham. É um prazer conhecê-lo — falei. — Meu nome é Roxy Migurdia. Se você não se importa, posso saber seu nome também?
Seu corpo inteiro ficou rígido quando perguntei. Eu disse algo estranho?
— N-Não lembra?
Confusa, eu disse:
— Hã? Ah, já nos conhecemos antes? Nesse caso, devo me desculpar, infelizmente não me lembro.
Pensando bem, tive a sensação de já tê-lo visto em algum lugar antes. Mas onde? Ele meio que se parecia com Paul, mas eu com certeza não me esqueceria de alguém assim.
— Você não… lembra… — Seu rosto ficou pálido. Eu o deixei com raiva? Senti como se já tivéssemos nos conhecido em algum lugar. Seu rosto era familiar, como se o tivesse visto há muito tempo… — Não… lembra…
Ele balançou a cabeça um pouco e cambaleou para trás. De repente, colocou a mão sobre a boca e então…
— Bleeegh!
Ele vomitou.
Logo depois disso, descobri que o jovem era Rudy, Rudeus Greyrat, já adulto. Paul e os outros me encontraram alguns minutos depois, cuidaram de mim. Com isso, escapei da morte por muito pouco.
Tradução: Roelec
Revisão: Taipan
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