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Lorde dos Mistérios – Cap. 130 – Retrato de um Barão

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— Há algo lá — disse Klein com um tom sério, apontando para os degraus que separavam a sala de estar e a sala de jantar.

Certa vez, ele leu nos registros confidenciais dos Falcões Noturnos que, se situações semelhantes aparecessem na percepção espiritual de alguém, geralmente implicava que havia algo de mal e corrompido escondido no local indicado. Era melhor não interagir se não estivesse confiante; caso contrário, poderia perder a vida. Às vezes, mesmo um simples olhar poderia resultar em danos irreversíveis.

Dunn olhou e, de maneira semelhante, com sua alta percepção espiritual, imediatamente sentiu algo errado. Ele se virou para olhar para Klein e instruiu calmamente:

— Divine, e veja se teríamos sucesso em nossa investigação.

O Capitão não me pediu para divinar antes de entrarmos no castelo. Ele estava bastante confiante… Isso significa que ele acredita que a coisa oculta pode ser mais perigosa que o espectro. — Klein assentiu em silêncio. Ele colocou o revólver no coldre e entregou a bengala a Frye.

Ele então soltou a corrente de prata com o pêndulo de topázio de dentro da manga, segurou-a com mão esquerda e silenciosamente recitou uma declaração adequada.

Instantaneamente, seus olhos escureceram e uma brisa começou a espiralar ao redor dele.

— A investigação do local escondido no castelo antigo seria bem sucedida.

— A investigação do local escondido no castelo antigo seria bem sucedida.

Depois de recitar a declaração sete vezes, os olhos de Klein recuperaram sua cor normal. Ele viu o topázio pendurado girando no sentido horário.

Não era muito óbvio, mas girava inconfundivelmente no sentido horário!

Isso significava que a investigação seria bem-sucedida.

Klein, que já era um verdadeiro vidente, imediatamente assentiu para Dunn e Frye.

— Nós conseguiremos lidar com o perigo, ou ainda pode não haver perigo algum.

Dunn prendeu o Emblema Sagrado do Sol Mutante no lado esquerdo do peito e depois pressionou o chapéu. Ele caminhou rapidamente em direção aos degraus e habilmente começou a procurar um mecanismo.

Frye, que havia pego a manopla, devolveu a bengala de Klein. Ele pegou seu revólver e examinou cuidadosamente os arredores, como se tivesse medo de que um inimigo aparecesse de repente.

Ainda não sou profissional o suficiente como um Falcão Noturno… — Klein se preparou, pegou seu revólver e também ficou alerta.

Poucos minutos depois, não se sabia o que o ajoelhado Dunn Smith havia ativado quando sons pesados ​​emanaram da escada.

O chão se abriu, revelando um conjunto de degraus descendo. Uma vibração fria e corrompida emanou, aparentemente condensando-se em algo corpóreo.

Dunn olhou de relance e removeu o Artefato Selado 3-0782 do peito e o jogou diretamente no alçapão.

Depois de alguns clanks, não se sabia onde o Emblema Sagrado havia parado.

Se houvesse espíritos mortos lá dentro, eles definitivamente jogariam 3-0782 de volta… Isso seria interessante… — Klein olhou para as escadas e esperou pacientemente.

A sensação sinistra e corrompida persistente logo se dissolveu como neve encontrando o sol. Calor e pureza cobriram a entrada do alçapão.

— Klein, desça comigo. Frye ficará aqui e impedirá que outros inimigos destruam o mecanismo. — Dunn tomou uma decisão experiente.

— Tudo bem. — Klein não recuou da tarefa. Ele deu dois passos à frente e chegou ao lado de Dunn. Frye assentiu, sem baixar a guarda.

Dunn desceu primeiro, seus passos reverberando no silêncio.

Ele não preparou nenhuma fonte de luz; para um Beyonder que seguia o caminho de Sem Sono, a escuridão não era um obstáculo, mas uma bênção.

A visão deles não era prejudicada por esse ambiente.

Depois de descer alguns passos, Dunn de repente se virou e olhou para Klein.

— Esqueci que você não tem visão noturna. Não estou acostumado a preparar objetos que fornecem iluminação

— … Capitão, não precisa se preocupar comigo, tenho minha Visão Espiritual. — Klein percebeu que não estava chocado.

Aquele Capitão daora de antes era de fato anormal!

Em sua visão espiritual, a escuridão diante dele foi exibida em um filme cinza. Embora estivesse muito embaçado, bastava descobrir onde estavam os degraus.

Bem, o Capitão com certeza está saudável e seu estado mental também está bem… — Klein cuidadosamente estendeu os pés e desceu lentamente.

O lance de escadas não era longo. Foram necessários apenas quinze passos para chegar ao chão.

O Artefato Selado 3-0782 estava deitado ali, liberando sua pureza e calor. Também irradiava um fraco brilho.

Klein podia ver muito mais claramente com a ajuda da iluminação. Ele examinou os arredores e percebeu que não era um porão muito grande. Já não estava mais frio e sinistro, mas a umidade permanecia.

No meio do porão havia um caixão preto, com pregos vermelhos escuros presos na tampa.

A tampa do caixão havia sido levemente aberta, permitindo a visão de um cadáver sem cabeça onde só lhe restava os ossos.

Dunn olhou em volta, depois se inclinou para pegar o Emblema Sagrado do Sol Mutante.

— Capitão, este caixão… tinha a intenção de impedir que o morto dentro se tornasse um zumbi ou espectro.

Klein olhou para os pregos vermelho escuros no caixão e a formação em que estavam. Ele usou seu conhecimento decente sobre misticismo para determinar que era um ritual antigo para impedir que o cadáver reanimasse.

Ao mesmo tempo, ele murmurou interiormente:

Mas, em circunstâncias normais, quem não teria nada melhor a fazer do que se proteger e impedir que seu ente querido retornasse do mundo dos mortos? Hmm, as pessoas que ajudaram a enterrar o cadáver não devem ser da família… E se colocassem o caixão no porão em vez de uma tumba, teriam medo de alguém encontrar o cadáver…

Dunn, com o Artefato Selado 3-0782 novamente, se aproximou do caixão e o inspecionou.

— O falecido provavelmente morreu envenenado.

Isso significa que a pessoa que o envenenou deve ter usado magia ritualística para impedi-lo de reanimar e buscar vingança. Isso deve ter acontecido cerca de 1300 anos atrás? No final ele se tornou um espectro… O ressentimento desse espírito é simplesmente chocante! — Klein também andou para o caixão. — Onde está a cabeça dele? Esse ritual não exige que a cabeça seja cortada…

Dunn pensou por um momento antes de dizer:

— Eu tenho uma dedução. Esse espectro não existe faz muito tempo, ele só apareceu recentemente. É apenas uma caminhada de quinze minutos da cidade até o castelo. Ao longo dos anos, encrenqueiros devem ter frequentado este lugar, mas antes deste incidente, não havia rumores de espectros neste antigo castelo.

Klein assentiu indiscernivelmente.

— Capitão, o que quer dizer é que alguém veio aqui recentemente, abriu o caixão e levou a cabeça do falecido?

— Sim, o ritual impede o cadáver de reanimar, mas também sela e preserva seu ressentimento dentro do caixão. Quando o caixão foi aberto e o ritual dissipado, esse ressentimento rapidamente se transformou em um espectro com a ajuda da manopla…

— Não há cadáver da pessoa que abriu o caixão, então não deve ser uma pessoa comum… Além disso, por que ele levaria embora o crânio do esqueleto?

Dunn olhou para o esqueleto no caixão. — Para que o ressentimento seja preservado por tanto tempo, deve haver outra razão além do ritual. Ele poderia ter sido um Beyonder quando estava vivo, talvez um descendente de uma ou duas gerações de um Beyonder de sequência intermediária. Estou falando das Sequências intermediárias conforme definido no passado, Sequência 5 ou 6.

— E tais cadáveres são sempre especiais. Seu crânio pode ser usado em algum tipo de ritual ou em alguma outra ocasião.

Dunn fez uma pausa antes de continuar:

— O que eu acabei de dizer agora foi apenas uma hipótese, mas podemos tentar verificar parte dela. Podemos nos separar mais tarde na cidade e investigar para ver se alguém já se machucou, quando jovens. Bem, se ainda estiverem vivos, provaria que o espectro apareceu apenas recentemente.

— Uma linha lógica de pensamento — elogiou Klein. Ele vasculhou rapidamente o porão, mas não encontrou mais nada.

Ele tentou usar magia ritualística para fazer um esboço do “convidado” que entrou no porão, mas porque fazia mais de um mês desde que isso aconteceu, bem como o ambiente perturbado devido ao aparecimento frequente do espectro, não houve resultado.

Ele então tomou o lugar de Frye, permitindo que o especialista sobre os mortos conduzisse mais testes.

Quinze minutos depois, quando o sol estava desaparecendo no horizonte, Dunn e Frye subiram os degraus e retornaram ao salão do antigo palácio.

Dunn procurava o mecanismo do alçapão enquanto Frye fazia uma breve descrição:

— O falecido foi realmente envenenado até a morte. Os vestígios perto do pescoço apareceram recentemente, no máximo três meses atrás.

Isso significa que é altamente provável que alguém tenha vindo aqui antes… — assentiu Klein, pensativo.

Os três Falcões Noturnos voltaram para a cidade de Lamud antes que escurecesse e alugaram dois quartos em uma pousada. O membro com o artefato selado 3-0782 levaria esse item perigoso para um passeio fora da cidade, onde ninguém estaria. Eles trocavam de turno uma vez a cada duas horas e, portanto, precisavam apenas de dois quartos.

Depois de um jantar simples, Klein, Dunn e Frye imediatamente se separaram e cobriram todos os cantos da cidade, questionando os moradores que viviam na cidade há bastante tempo.

Em situações como essa, seus documentos de identificação como policiais se mostraram bastante úteis.

— Oficial, por que está perguntando isso? Eu costumava ir ao castelo abandonado para brincar quando era jovem… Ferido? Definitivamente, como uma criança poderia não ter caído enquanto brincava? Eu lembro, sim, eu fui cortado por uma pedra afiada nas paredes exteriores do antigo castelo no passado… — Um homem loiro de quarenta anos olhou intrigado para Klein, mas respondeu sua pergunta honestamente.

Ele era a décima quarta pessoa que Klein havia questionado, e, dentre elas, apenas duas se lembravam vividamente de terem se ferido no castelo quando eram jovens.

A dedução do Capitão está correta… — Klein decidiu enquanto guardava seus documentos de identificação. Ele sorriu e disse:

— Obrigado por sua cooperação, não tenho mais perguntas.

Ele estava prestes a sair quando o homem de quarenta anos o chamou:

— Oficial, você está interessado no castelo antigo? Tenho uma pintura a óleo do primeiro Barão que residia lá. Ele era o avô do meu avô de meu avô… Bem, já faz muito tempo, ele pegou uma pintura a óleo do castelo e me disse que era a pintura a óleo do primeiro Barão Lamud.

— Você quer? É uma verdadeira antiguidade!

Se fosse uma antiguidade verdadeira, sua família já a teria vendido há muito tempo… Esse cara com certeza é corajoso, ousando enganar até a polícia. Devo assustá-lo com a minha arma? — Klein brincou para si mesmo e adotou a atitude de um comprador de vitrine, dizendo:

— Quem sabe se é uma verdadeira antiguidade ou não? Vou confiar no meu próprio julgamento.

— Deixe-me vê-la.

O homem loiro sorriu e voltou para o quarto para procurar.

Algum tempo depois, ele saiu com uma pintura a óleo na mão.

Klein olhou casualmente para a pintura. Ele viu que o barão tinha feições suaves e pele bronzeada, os olhos escondendo uma indescritível gama de experiências humanas. Ele também estava usando uma peruca branca encaracolada.

Huh, ele se parece muito com o Sr. Azik! — Os olhos de Klein de repente se arregalaram, seu olhar subconscientemente caindo abaixo da orelha direita do barão.

Ele então olhou para a pequena verruga perto da orelha.

A posição da verruga era exatamente igual à do Sr. Azik!

 


 

Tradução: Lodis

Revisão: MoriSan

 

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