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Liberte Aquela Bruxa – Vol. 04 – Cap. 665 – Caos

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“Pergaminho” rapidamente corrigiu a prova e escreveu a nota: 17.

Uma diferença de 100 pontos, já que Maggie havia dito que obteve 117.

— Bem… Então Maggie é o problema? — Nana ficou confusa.

— É isso? — Lunna ficou bastante decepcionada. — Pensei que Pergaminho tinha dado uma nota alta pra Maggie em troca de carne assa… AIIIII

Lily deu um tapa na cabeça de Lunna.

— Cala a boca!

— Devemos continuar assistindo? — Vera perguntou timidamente. — Acho que é melhor a gente sair daqui o mais rápido possível, para não pegarem a gente.

— Vamos esperar mais um pouco. — Lumen disse. — Talvez Pergaminho tenha cometido algum erro na hora de passar a nota para o formulário.

— Não precisa. Eu já sei o resultado, e isso já é o suficiente… — Evelyn balançou a cabeça. Se fosse o modelo de escrita antigo, seria de fato possível confundir os números, que possuíam formas similares e complexas. Contudo, na educação básica universal promovida por Sua Majestade Roland, os números foram substituídos por traçados simples e fáceis de lembrar. Então a chance de cometer algum erro era bem baixa.

— Acho que foi Maggie que entrou voando pela janela e, sem querer, deixou a carne assada cair na mesa, assustando Pergaminho e fazendo ela errar a… AIIIII! Para! — Lunna cobriu a cabeça. — Não me bata. Eu vou parar de falar.

Elas viram “Pergaminho” corrigir todas as provas e começar a passar as notas para o formulário. Na parte de “Maggie”, “Pergaminho” escreveu “17 pontos”.

— O problema realmente não foi a Professora Pergaminho. — Lumen disse, aliviada.

— Podemos ir agora? — Vera disse, aflita.

Evelyn estava prestes a responder quando Pergaminho de repente se levantou e olhou em direção à porta. As seis bruxas imediatamente olharam na mesma direção e então notaram que havia uma aprendiz da prefeitura parada na entrada.

— Sobre o que elas estão conversando? — Lunna perguntou.

Não havia som na “ilusão”, então tudo o que elas podiam fazer era ler os lábios.

— Parece que é: “Senhora Pergaminho… Sua Excelência Barov… procurando por você?”

Em seguida, “Pergaminho” assentiu com a cabeça e seguiu a aprendiz para fora do escritório.

No momento em que a porta fechou, talvez devido à mudança no fluxo de ar, um vento de repente passou pelo escritório, fazendo todos os papéis voarem e se espalharem pelo chão.

— Ah… a janela. — Lily falou.

Evelyn também notou. A janela, que antes estava fechada, agora estava semiaberta. Pergaminho não havia fechado bem a janela, e por isso a corrente de ar gerada pela porta fez com que a janela se abrisse um pouco. Sob a influência do vento, a janela se abriu cada vez mais. Não demorou muito até que o forte vento fizesse a janela bater com força. Embora o som não pudesse ser ouvido, qualquer um poderia imaginar o quão forte esse impacto foi só de ver a forma como o vidro da janela havia tremido.

E então, algo inesperado aconteceu.

A corrente de ar fez um porta-lápis cair bem em cima de um pote de tinta. A pena de escrever, que estava dentro do pote de tinta, voou e caiu diretamente no formulário de notas, que estava no chão.

O inesperado foi que, ao cair, a ponta da pena havia deixado uma marca ao lado da pontuação de Maggie, fazendo o 17 se tornar 117.

Talvez por ter ouvido o barulho alto, alguém abriu a porta do escritório para ver o que havia acontecido. Era a aprendiz da Prefeitura, que entrou rapidamente, parecendo desesperada.

Ela primeiramente fechou a janela e, em seguida, agachou-se para catar os papéis no chão.

Ela só foi embora quando ficou satisfeita ao ver todos os documentos reorganizados e perfeitamente colocados na mesa de escritório.

— Foi isso o que aconteceu? — Evelyn e Lumen se entreolharam.

Não foi nem um erro de Pergaminho ao passar a nota, muito menos uma mentira de Maggie, e sim um acidente causado pelo vento?

Evelyn então conseguiu adivinhar o que havia acontecido em seguida. Pergaminho havia recebido a ordem de Sua Majestade para fazer uma viagem à Área Cancioneira, então teve que passar o formulário para Wendy. Wendy não era a pessoa responsável por corrigir as provas, e mesmo se ela tivesse achado estranho o resultado de Maggie, ela não duvidaria da correção de Pergaminho.

— RÁ, por causa da insistência de euzinha, Lunna, a verdade finalmente foi revelada. — Lunna olhou para cima e disse. — A culpada é… A Professora Pergaminho.

— FOI O VENTO! — Lily rangeu os dentes.

— Mas se Pergaminho tivesse fechado a janela corretamente, o vento não teria soprado as provas, nem o porta-lápis, não é?

— Você está ficando doida?! — Lily só faltava esganar Lunna.

— Não. — Nana disse de modo pensativo. — Neste caso, teria sido a culpa de Sua Majestade Roland. Ele construiu a Prefeitura aqui, e além de expandi-la, ele também construiu mais dois andares. Sem esses andares adicionais, Pergaminho não faria a correção das provas aqui.

— Ahn… você está certa, então o culpado é… Sua Majestade Roland?

— Já basta, todas vocês!

— Com licença… Posso parar agora? — Vera já estava prestes a chorar.

— Desculpa, já é o suficiente. — Evelyn trial colocando a mão no ombro de Vera. — Obrigada, vamos.

— Ei, a gente vai simplesmente sair assim? Talvez a gente consiga achar o gabarito da próxima prova aqui. — Lunna correu para a frente de todas e disse.

— Então esse foi o verdadeiro motivo de você querer vir pra cá?! — Lily avançou na direção de Lunna. — Eu vou te ensinar uma lição!

— Eu, eu só tava brincando!

A investigação acabou de forma bem engraçada, com Lily e Lunna. Após se despedir de Lumen, Evelyn retornou à Casa das Bruxas, sozinha.

Embora a verdade tenha sido revelada, Evelyn não estava lá muito calma.

De algum modo, aqueles papéis espalhados pelo vento e aquela pena de escrever continuavam a aparecer em sua mente… Tais ações caóticas, no final, formaram resultados perfeitos e engenhosos.

Os papéis, o porta-lápis, o fluxo de ar causado pela porta, e até mesmo a aprendiz que havia reorganizado tudo, haviam conduzido a este resultado. Sem nenhum desses fatores, a mudança da nota de Maggie não teria sido concretizada.

Contudo, esses fatores foram naturais e caóticos.

Neste caso, essa lógica também poderia ser aplicada a coquetéis.

Uma variedade de ingredientes é adicionada ao álcool, mas é impossível sentir o gosto de cada ingrediente, pois eles são misturados no líquido e afetam um ao outro, criando um novo sabor que pode ser aceito pelas pessoas após inúmeras tentativas. De vez em quando, uma combinação rara que acontece por acaso também pode criar sabores únicos.

Evelyn logo lembrou das “trial microscópicas” que Sua Majestade Roland havia mencionado. Essas “bolas” causavam distúrbios continuamente e, embora minúsculas, podiam criar maravilhas.

Ela fechou os olhos e sentiu que algo dentro de seu coração estava prestes a explodir.

O mundo estava repleto de caos.

Mas os resultados nasciam do caos.

Era como se tudo estivesse destinado a acontecer.

Evelyn abriu os olhos e, logo em seguida, pegou um copo em cima da mesa.

Ondulações apareceram na superfície da água gelada e, rapidamente, a cor do líquido começou a mudar. Era como se tivessem jogado tinta lá dentro. A água gradualmente ficou vermelho-alaranjada, e um aroma que ela nunca havia sentido antes chegou-lhe ao nariz.

Ela hesitou por um momento, mas logo provou o líquido.

Um sabor doce indescritível de repente envolveu sua língua. Também era um pouco amargo e muito suave, tornando-o incomparável a qualquer tipo de bebida.

Não apenas parecia a mistura de suco de frutas e leite, como também a de mel e chá. Evelyn não conseguia descrever precisamente o sabor, mas ela tinha certeza de uma coisa.

Definitivamente não era licor.

 


 

Tradução: Kabum

Revisão: Kabum

 

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