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Império Tearmoon – Vol. 02 – Cap. 28 – O Conspirador Fica Atordoado!

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Como isso aconteceu?!

O homem conhecido no Reino de Remno como Graham estava à beira de um colapso nervoso. Ele fora contatado por seus associados que atualmente trabalham disfarçados em Tearmoon, que o informaram que os esforços para sabotar o império haviam falhado e que ele deveria prosseguir com o plano em Remno mais cedo.

Você está de brincadeira comigo?!

Originalmente, o plano para derrubar a monarquia de Remno através do caos da revolução deveria ser posto em prática depois que o Império Tearmoon tivesse caído. Era para ser lento e pernicioso, levando uns bons dez anos ou mais, e teria corroído gradualmente as fundações de Remno, estragando suas terras e corrompendo seu governo. Somente depois que o reino estivesse repousando sobre um húmus fértil de sua própria decadência, eles o regariam com o sangue de seu povo e observariam a germinação selvagem da revolução. Então, depois que tudo isso fosse realizado, eles finalmente colheriam os frutos de sua tão esperada colheita. Exceto que agora eles estavam lhe dizendo para prosseguir com as coisas imediatamente. O plano fora projetado para se desenrolar ao longo de uma década. Como diabos isso deveria funcionar com tão pouco tempo?

Mas eu tenho que… Terei que fazer funcionar. Não temos escolha.

Se eles não agissem agora, todos os seus planos — tudo pelo que haviam trabalhado — corriam o risco de serem desmantelados pela Grande Sábia do Império. Levara tanto tempo, mas finalmente conseguiram se infiltrar no governo de Remno. Eles seriam as sementes da ruína que sugariam a vida do reino, só que agora eles estavam encarando a lâmina de um enorme arado que ameaçava desenterrá-los todos de uma só vez. Ele pressionou as têmporas latejantes, tentando controlar a crescente sensação de pânico.

O que no mundo o estava deixando tão desesperado? A causa residia em uma série de cartas — isso mesmo, a cadeia de correspondência que Mia e Abel vinham mantendo secretamente desde que se separaram para as férias de verão.

Graham e seus colegas agentes haviam se infiltrado profundamente no governo de Remno. Havia limites para as informações que podiam acessar — missivas oficiais do Rei, por exemplo, estavam além de seu alcance — mas espionar a correspondência privada entre príncipes e princesas era comparativamente trivial. E quando abriram essas cartas e leram seu conteúdo… ficaram perplexos. Porque o que encontraram foram cartas de amor. Apenas cartas de amor comuns, cheias da sentimentalidade desajeitada da inexperiência juvenil e expressas em uma linguagem tão banal que se perguntava se os escritores sequer entendiam o amor.

Diante de um conteúdo tão trivial, soltar um suspiro coletivo de alívio, dar tapinhas nas costas uns dos outros e não dar uma segunda olhada nas cartas… eram, é claro, os tipos de coisas que eles absolutamente não fizeram. Pelo contrário, eles apenas ficaram mais desconfiados. Eles encararam as cartas, completamente desorientados com o quão inócuas pareciam.

— Estamos falando da Princesa Mia. Ela é realmente o tipo de pessoa que escreveria cartas tão bregas?

Ela não escreveu apenas uma também. Ela continuou a escrevê-las. Com muita frequência. O ritmo alucinante com que ela trocava cartas com Abel era totalmente anormal. Se estivessem lidando com uma garota comum, nada disso seria notável, mas estavam enfrentando a Grande Sábia do Império. Nenhum deles acreditou por um momento que fossem apenas cartas de amor comuns. Como resultado, eles redobraram seus esforços para decodificar as mensagens que, sem dúvida, estavam escondidas nas passagens ostensivamente inocentes. Para seu desespero sem fim, não conseguiram encontrar nada — nem padrões, nem cifras, nem duplos sentidos.

Não importava o quão duro encarassem as páginas, as palavras não revelavam nada além do afeto mútuo de seus autores. Eles até consideraram a possibilidade de tinta invisível, que poderia ser revelada aplicando calor, mas no final decidiram não testar. Afinal, qualquer um que recebesse uma carta amarelada perceberia que alguém andou bisbilhotando sua correspondência. Se eles estragassem seu disfarce, sua lenta e árdua infiltração em Remno teria sido em vão. Sem mencionar que, se não tivessem encontrado nada depois de tudo isso, teriam se jogado de um penhasco de frustração.

O presente de Abel para Mia os confundiu ainda mais. Quem enviaria shampoo para cavalos a uma adolescente como presente? Certamente, eles imaginaram, isso era algum tipo de mensagem. Seria uma diretriz para a cavalaria? Ou talvez uma sugestão para acumular cavalos de guerra? Atordoados, exaustos e sem ideias, um deles até tentou derramar o shampoo na carta na esperança desesperada de que palavras aparecessem. Para seu alívio coletivo, sua tentativa foi frustrada. Se tivessem ouvido de seus co-conspiradores em São Noel que os dois pombinhos haviam passado muito tempo juntos no clube de equitação, talvez estivessem um pouco menos perplexos, mas até mesmo os espiões tinham dificuldades de comunicação. O resultado final foi que nenhum deles tinha a menor ideia do que estava sendo discutido através das cartas.

— Sabemos de uma coisa com certeza, no entanto. — Definitivamente havia informações de natureza altamente confidencial sendo trocadas entre o Príncipe Abel e a Princesa Mia, a última das quais era a própria pessoa que desmantelara com precisão magistral seu plano meticuloso e de longa duração para derrubar o Império Tearmoon.

— Temos que fazer isso… e temos que agir agora, antes que seja tarde demais… antes que esta Grande Sábia arruíne tudo.

Em um acesso de desespero, eles apertaram o botão de partida em seus planos muito antes do que pretendiam originalmente.

A primeira etapa de seu plano era identificar um representante para as massas que os apoiasse e falasse em seu nome. Então, eles precisavam sequestrar ou assassinar esse indivíduo. Em Tearmoon, esse papel teria sido desempenhado pelo Conde Distante Rudolvon. Em Remno, foi assumido pelo chanceler, Conde Dasayev Donovan, que tinha a reputação de ser íntegro e sensato. O político veterano, prestes a completar sessenta anos e preocupado com o bem-estar de seu povo, manifestara sua oposição ao decreto do rei de aumentar os impostos para reforçar o exército. Isso o tornava o alvo perfeito para sequestrar.

Enquanto isso, espalhariam rumores sobre o rei prendendo o velho ministro por enfrentá-lo. Em seguida, se aproximariam daquelas pessoas que haviam notado anteriormente que nutriam rancor contra o governo de Remno e atiçariam sua raiva, empurrando-os para a revolta. Suas exigências seriam simples, não havia necessidade no início de objetivos grandiosos como derrubar o governo.

“Estamos lutando para ter nosso amado lorde de volta. Exigimos o retorno seguro do homem que era nossa voz.”

Colocados em uma posição moralmente superior, os manifestantes se sentiriam justificados em suas ações, aumentando muito o potencial persuasivo do movimento. Uma vez que ganhassem impulso suficiente, seus ativistas furiosos se moveriam para ocupar uma cidade dentro da jurisdição do Conde Donovan. Em resposta, o governo de Remno teria que enviar tropas para reprimir a rebelião. Se os revolucionários vencessem a batalha que se seguiria, o resto seria fácil; eles anunciariam ruidosamente sua vitória para o resto do reino e apelariam às massas para se juntarem à sua causa. Por outro lado, se o exército esmagasse com sucesso a rebelião, eles poderiam simplesmente denunciar o governo por seu ato cruel de supressão. Uma vez que a notícia se espalhasse, alimentaria a raiva latente abrigada pelo povo até que as chamas da revolução começassem a queimar por todo o reino.

Até agora, tanto a primeira quanto a segunda parte do plano — o sequestro e a ocupação — ocorreram sem problemas.

— …Ou assim pensamos. Realmente correu tão bem? — murmurou Graham enquanto examinava os relatórios de seus colegas agentes.

Algo não parecia certo.

— Rendição pacífica das instalações do governo local… Desarmamento não violento dos guardas… Os resultados até agora são definitivamente ideais, mas…

Ele não conseguia afastar a sensação de que estava sendo manipulado de alguma forma, como se tudo isso fosse um jogo, e ele não fosse um jogador, mas uma mera peça em seu tabuleiro.

 


 

Tradução: Gabriella

Revisão: Matface

 

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