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Império Tearmoon – Vol. 02 – Cap. 08 – Ludwig Trama um Plano

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O-o-o que, pelas luas, ele está fazendo aqui?!

Depois de se recuperar do desmaio, Mia deu de cara com Dion.

— Fico feliz em ver que está tudo bem, Alteza — disse ele com um sorriso profissional, antes de baixar a cabeça respeitosamente. — Dion Alaia. Sinto-me honrado com sua presença.

O sorriso dele era impecável. Não havia um pingo de hostilidade. Mesmo assim, Mia não pôde evitar um arrepio de terror. Por mais perfeito que fosse, o sorriso gelou seus ossos, e olhar para o rosto dele lhe causou uma sensação gélida na nuca, como se algo duro e metálico estivesse pressionando contra ela.

— Sou o capitão dos soldados aqui. O exército nos enviou para… — Ele parou ao notar o olhar vago de Mia. — Uh, Alteza? Aconteceu alguma coisa?

Mia voltou a si e olhou para ele. Ali, bem na sua frente, estava Dion. A visão de seu rosto tão perto era apavorante, e o jeito como seus olhos estavam fixos nos dela a fazia tremer. Era como se ele estivesse perscrutando sua alma.

— A-Aah—

Ela sentiu as pernas virarem gelatina e teria caído de bunda no chão se o vice-capitão grandalhão por perto não a tivesse amparado.

— Tudo bem, Princesa? A viagem de carruagem te deixou enjoada?

As palavras de preocupação dele não foram registradas em sua mente. Ela continuou encarando Dion, incapaz de desviar o olhar. Ele ergueu uma sobrancelha.

— Tem alguma coisa no meu rosto?

— N-n-não, não tem nada no seu rosto. É-é-é que, hm… seu vice-capitão é um homem enorme, e ele parece um pouco assustador.

— Gahaha. Enorme, hein? Não posso discordar. Acho que um rosto como o meu não agrada a princesa.

O vice-capitão riu com vontade, mas Dion não o acompanhou. Em vez disso, manteve os olhos em Mia, avaliando-a calmamente.

Ela está mentindo. Não é ele. O tempo todo, ela esteve com medo de mim.

Se sua suposição estivesse correta, então ele teria que dar um crédito à princesa por ter um par de olhos bem aguçados. Ela estava certa em ter medo dele.

O vice-capitão podia parecer um bandido, mas era um doce de pessoa com crianças. A menos que ela fizesse algo absolutamente atroz, ele mal levantaria a voz, muito menos a mão contra ela. Mesmo que ela o atacasse com uma arma em punho, ele miraria apenas na arma para tentar desarmá-la. Ele era um gigante gentil.

Dion, por outro lado, parecia o mais gracioso dos cavalheiros, mas se a necessidade surgisse, ele cravaria uma espada em uma criança sem pensar duas vezes. Se alguém viesse para cima dele com uma arma, ele não teria piedade. Além disso, quando se tratava da arte de matar, ele era um guerreiro muito mais letal que seu vice-capitão. Portanto, ela estava absolutamente correta em direcionar seu medo e cautela para ele, mas…

Uma coisa é um lutador avaliar meu nível de ameaça no campo de batalha, mas estamos falando de uma princesa. Nascida e criada no ambiente mimado da corte imperial. Se ela conseguiu sacar isso, então esta é uma garota que não deve ser subestimada.

Sua reflexão silenciosa chegou ao fim quando o jovem oficial que seguira Mia até ali se manifestou.

— Alteza — disse Ludwig —, sugiro que vá inspecionar a floresta, acompanhada pelo Capitão Dion.

 

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— …Quê?

Mia lançou a Ludwig um olhar de quem não entendeu nada, soltando um ganido confuso.

O-Ohoho, entendi. Ele está brincando. Ah, esse quatro-olhos bobo, sempre com suas piadinhas. São de um mau gosto terrível…

Sua tentativa de fuga da realidade foi frustrada pela próxima declaração de Ludwig.

— Corremos o risco de o visconde interferir em nossos planos se formos diretamente para a mansão dele assim. Vossa Alteza terá uma compreensão muito melhor da situação se der uma olhada por si mesma, em segredo.

Percebendo que ele falava sério, ela começou a entrar em pânico.

— O quê?! Espere! Mas!

— Calma aí, Senhor Ludwig. Sei que o senhor tem seus planos e tudo mais, mas o que está propondo não é tão simples — disse Dion com uma careta de aborrecimento. — Além disso, o senhor percebe que isso significa que levarei Sua Alteza para a floresta sozinha, certo?

— Do que está falando? Nós, da Guarda da Princesa, é claro que seguiremos—

— Vocês não farão nada disso. Essa armadura que vocês usam faz com que se destaquem como alvos fáceis. As coisas estão bem sensíveis na floresta agora. Entrar lá com essa parafernália é uma provocação aberta. Irritem os Lulus e as coisas vão ficar sangrentas. Algum de vocês está a fim de voltar e contar a Sua Majestade que começou uma guerra? A menos que… — Um sorriso torto e zombeteiro surgiu em seus lábios. — Todos vocês tirem a roupa. Mas vocês podem? Essa armadura é o símbolo da guarda imperial. Podem tirá-la?

O líder dos guardas sustentou seu olhar, depois sorriu.

— Se for preciso, então o faremos. Nosso orgulho não está no que vestimos, mas no que fazemos. E o que fazemos é servir e proteger Sua Alteza. — Ele se virou para os outros. — Guarda da Princesa! Larguem seus equipamentos! Retirem suas armaduras! Viajaremos apenas com espadas!1

Sua ordem foi imediatamente recebida por uma profusão de movimentos, enquanto os guardas começavam a despir suas cotas de malha. Nenhum homem hesitou. Mesmo alguém como Dion não pôde deixar de arregalar os olhos com a cena que se desenrolava diante dele. A guarda imperial era um grupo de elite conhecido não apenas por sua lealdade inabalável e habilidade impecável, mas também por seu orgulho extremo. O que ele acabara de testemunhar, no entanto, era desprovido de vaidade.

— Não pode ser… A devoção deles à princesa é tão completa que está temperando sua arrogância? — ele murmurou, incrédulo.

— Já basta, Capitão da Guarda — disse Ludwig, gesticulando para que os guardas parassem. — Acredito que o ponto foi esclarecido. Precisaremos de uma distração para o Visconde Berman. Você e seus guardas virão com o resto de nós para manter o homem ocupado.

— Mas— Com todo o respeito, senhor, isso é—

— Dois homens. — Ludwig o silenciou com dois dedos erguidos. — Dois de seus homens podem acompanhar a princesa. O resto vem conosco para a mansão Berman.

Então, ele se virou para Dion.

— E então, Capitão? Isso será satisfatório?

— Uh, bem… Hã. — Dion balançou a cabeça de forma resignada. — Que inferno. Acho que não tenho motivos para dizer não.

O jeito como Ludwig fazia concessões era quase uma extorsão, deixando-o sem escolha a não ser concordar. É verdade que ele também ficara um pouco curioso sobre essa princesa que comandava uma devoção tão incondicional de seus guardas.

— Excelente. Bem, aí está, Alteza — disse Ludwig, virando-se de volta para Mia. — Tem mais alguma preocupação?

Mia olhou para ele. Com pura força de vontade, ela conseguiu um sorriso tenso e se absteve de falar.

V-V-você está brincando comigo? Se eu tenho alguma preocupação?! É claro que tenho, seu quatro-olhos estúpido!

Em vez disso, ela gritou suas queixas dentro da própria cabeça. Ela era perceptiva o suficiente para reconhecer que aquilo era um caso encerrado e que nenhuma outra objeção seria permitida. Ainda assim, isso não significava que ela tinha que gostar.

Eu não tenho nada além de preocupações com isso, droga!

Pelo resto da conversa, ela continuou a sorrir enquanto a voz em sua mente uivava em desespero.

 

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Ugh, como, pelas luas, chegamos a este ponto…

Ela suspirou enquanto o cavalo que montava se movia a um trote tranquilo. Liderando o grupo estava o próprio homem que havia separado sua cabeça de seu corpo, o Capitão Dion. Nem em seus piores pesadelos ela imaginou que um dia o teria como guia. O pensamento a deixou particularmente miserável, e ela se sentou frouxamente em sua montaria, permitindo que o animal a sacudisse livremente de um lado para o outro enquanto caminhava.

— Ei, Princesa, sua montaria está ficando muito boa — disse o vice-capitão, que estava um pouco à sua frente. — A maioria das moças nobres simplesmente fica tensa em um cavalo, mas você está relaxada e deixando os passos dele fluírem através de você. Nada mal mesmo…

— Ora, que gentileza sua dizer isso.

Mia sorriu para o vice-capitão com rosto de bandido. Pelo que ela podia dizer, aparências à parte, o homem grande não era uma pessoa má. Na verdade, ele fora bastante atencioso com ela até agora na viagem. Não só ele provavelmente era um cara legal por dentro, como era o vice-capitão, o que sugeria que ele estava em uma posição para controlar Dion até certo ponto. Se as coisas ficassem espinhosas, ela talvez pudesse contar com ele para manter seu capitão sob controle. Ela podia ouvir o lado calculista de seus instintos lhe dizendo que definitivamente deveria fazer amizade com o homem grande. O que, na verdade, poderia ser apenas seu ego tendo seu momento depois de ser elogiada por sua equitação, mas tanto faz. Mesmo durante as férias de verão, ela fazia questão de andar a cavalo sempre que encontrava tempo. Ela merecia alguns elogios.

Não era apenas um hobby, também. Longe disso. Para ela, andar a cavalo era literalmente uma questão de vida ou morte. Se o pior acontecesse, as únicas coisas em que ela poderia confiar eram aqueles súditos leais a ela e a capacidade física de dar no pé do perigo. Acontece que a Espada de Dâmocles pode ser uma grande fonte de motivação para aprender uma nova habilidade.

— Diga, Vice-Capitão, se eu tivesse que — isto é completamente hipotético, entenda bem — fugir e o Capitão Dion estivesse me perseguindo, você acha que eu conseguiria passar pela fronteira do império em segurança?

— Hã? Uh, bem…

— Sem chance. Desculpe estourar sua bolha, mas eu estaria em cima de você em meio dia.

Ela olhou para frente e viu que Dion havia se virado em seu cavalo para encará-la. O sorriso em seu rosto era amigável. Tão terrivelmente amigável.

— Então, apenas um conselho amigável — ele continuou. — Se algum dia pensar em fugir com algum garoto bonito, certifique-se de que eu nunca descubra. Ou é melhor vocês darem uma vantagem bem grande.

— Tudo bem, chega de provocação, Capitão. Dito isso, no entanto, dê a você mais dez anos, e aposto que será uma amazona tão boa quanto ele.

— …Ah, entendo. Dez anos, hein.

Se o futuro se desenrolasse como seu diário previa, então ela tinha no máximo mais cinco anos até o início da revolução. Ela baixou a cabeça, desanimada com o pensamento. O cavalo do vice-capitão relinchou, quase como se estivesse tentando confortá-la.

— Nossa, aquele cavalo…

Ela observou a montaria do homem grande. Havia uma sensação de força elegante na maneira como seus músculos proeminentes se moviam ritmicamente enquanto caminhava, e sua crina preta e sedosa era lisa e brilhante.

— Que cavalo lindo. Sua crina, especialmente. O brilho é maravilhoso.

— Hã. Você gosta de cavalos, Princesa? — O homem grande sorriu e coçou a cabeça, claramente satisfeito em ouvir seu cavalo ser elogiado. — Este aqui é definitivamente uma beleza real. Você gosta da crina, né? Na verdade, eu a lavo com um shampoo especial para cavalos que compro no exterior.

— Ora, é mesmo? Sinto uma espécie de conexão com ele. Me pergunto por quê. É como se compartilhássemos algo muito querido.

O cavalo olhou para ela e bufou amigavelmente.

Levaram meio dia para chegar à borda da Floresta dos Mares Tranquilos. O esquadrão de cem homens de Dion havia montado acampamento em uma clareira a alguma distância da floresta. Soldados se moviam atarefadamente por fileiras organizadas de tendas improvisadas, tudo cercado por uma cerca simples. Seus movimentos rápidos, mas ordenados, normalmente seriam um espetáculo de se ver, falando de sua disciplina e treinamento. Havia algo mais, no entanto, que chamou a atenção de Mia e não a largou: uma sensação de tensão no ar.

— Por que todos parecem tão… nervosos?

— Bem, Vossa Alteza chegou — respondeu um de seus dois guardas. — Certamente, é natural que eles estejam nervosos.

Mia balançou a cabeça.

— Não, não é isso… Isso parece… diferente.

Parecia a calmaria antes da tempestade. Havia uma energia inquietante que zumbia por toda parte, como se tudo estivesse a momentos de explodir em chamas. Era um sentimento que ela já sentira antes.

Parece terrivelmente semelhante à noite anterior ao início da revolução.

— Impressionante. Parece que Vossa Alteza tem os sentidos de um lutador — disse Dion ao se aproximar dela, seu sorriso ainda intacto. — Este é um campo de batalha, e os soldados o estão tratando como tal. Eles preparam seus corações e mentes para lutar a qualquer momento. Aqueles que não o fazem, perdem suas vidas.

— Nossa!

A situação parecia especialmente cruel para Mia. Ter um berserker terrível como capitão já era ruim o suficiente… Eles tinham que suportar uma atmosfera tão sombria enquanto se matavam de trabalhar sob as ordens de um homem aterrorizante que via os humanos como pouco mais do que cabeças a serem cortadas.

— Sinto muito por eles… — disse ela, sentindo uma profunda pena pelos soldados.

— Ela sente mesmo?… — ponderou Dion em voz baixa. — Se ela tem a capacidade de sentir pena de soldados que suportam os caprichos abusivos da nobreza, então esta princesa pode realmente ser a sábia que dizem que ela é…

Felizmente — para Mia, isto é — Dion podia ser um grande soldado, mas não era um leitor de mentes. Seus pensamentos sobre o assunto não foram além, deixando-o com um crescente sentimento de respeito por ela.

— Há realmente necessidade de estacionar soldados aqui?

— Pessoalmente, não acho. Na verdade, deixar soldados aqui só aumenta o risco de batalha.

— Nesse caso…

— O problema é que fomos ordenados a ficar aqui. Mesmo que eu ache melhor retirarmos as tropas, não posso sair sem um bom motivo. — Dion balançou a cabeça e deu de ombros.

— Um motivo para retirar… — Mia levou a mão ao queixo enquanto as engrenagens em sua cabeça começavam a girar.

Enquanto caminhava pela guarnição temporária, sorrindo e agradecendo aos soldados por seu trabalho, ela continuava a pensar.

Um motivo para retirar…

Ela estava às vésperas de uma batalha que, se eclodisse, levaria diretamente ao seu destino na guilhotina. A crise se aproximava como um incêndio florestal, e ela já podia sentir o calor em seu rosto. Impulsionada pela gravidade mortal da situação, seu cérebro começou a trabalhar em alta velocidade. Ela quase podia ouvi-lo assobiando como uma máquina a vapor superaquecida.

Na verdade, ela estava pensando tanto que nem conseguia controlar seu próprio olhar. Ele vagava sem rumo. Sempre que um soldado aparecia em sua visão, ela sorria reflexivamente antes de seguir em frente.

Da perspectiva dos soldados, no entanto, as coisas eram muito diferentes. O que eles viam era sua pele brilhante, que devia seu esplendor ao cuidado amoroso de Anne, e seu cabelo realçado por shampoo de cavalo que fluía como seda. Enfeitada com tais armamentos de beleza, Mia era uma força a ser reconhecida. No momento, ela estava mais bonita do que nunca. Além disso, as roupas de montaria que usava eram decididamente não aristocráticas, exalando em vez disso um ar plebeu que era cativantemente familiar para os espectadores. O jeito como ela olhava para o horizonte com olhos tão lustrosos que pareciam quase vítreos… Era encantador. Quase etéreo. Ela era o tipo de princesa que existia na imaginação de todo jovem, e todo o treinamento do mundo não poderia preparar as tropas de elite de Dion para o poder de fogo de seu sorriso.

— Uau… Ela é tão bonita… Essa é Sua Alteza, a Princesa Mia?

— E ela está aqui para se encontrar pessoalmente com soldados rasos como nós? O que dizem é verdade… Ela realmente é uma santa.

Sussurros semelhantes podiam ser ouvidos por todo o acampamento, intercalados com suspiros afetuosos à medida que mais vítimas indefesas sucumbiam ao charme de Mia. O objeto de sua afeição, enquanto isso, não percebeu nada disso. Ela ainda estava imersa em pensamentos.

Mia ainda tinha uma carta na manga: o privilégio de ser egoísta. A maioria das exigências, mesmo que fossem bastante excessivas, seriam aceitas contanto que ela as fizesse. Uma ordem militar do Ministério da Lua de Ébano poderia teoricamente ser anulada por uma exigência direta da filha do imperador. Embora não houvesse fim para as tragédias que esse privilégio gerara ao longo da história, neste caso específico, era uma arma poderosa em seu arsenal. Poderosa, mas não onipotente. A questão era se ela conseguiria ou não criar as condições que lhe permitiriam fazer sua exigência.

Mais fácil falar do que fazer…

Pedir um presente caro era uma coisa, mas solicitar a retirada de tropas era outra questão. Ela não conseguia pensar em uma maneira de fazer sua exigência parecer apenas excessiva e não irracional. Por exemplo, o que aconteceria se ela, sem qualquer aviso, se aproximasse de Dion e lhe dissesse para retirar suas tropas? Ele simplesmente assentiria e ordenaria que partissem? Provavelmente não. Seu vice-capitão apenas riria e a dispensaria com algo como: “Gahaha, fingindo que é uma general, Alteza? Que ousadia a sua.” Ela não podia deixar que sua exigência fosse vista como o balbucio sem sentido de uma criança. Ela precisava moldar a situação em uma que tornasse perfeitamente lógico para ela fazer tal pedido.

Se ao menos houvesse uma boa maneira de fazer isso… Hm?

De repente, Mia percebeu que seus arredores haviam mudado. Pairando sobre ela não estava mais o azul infinito do céu, mas um dossel verde. À sua frente havia árvores. Ao seu lado, árvores. Atrás dela, árvores também. Ela estava no meio de uma floresta densa — do tipo que lera na história que a irmã de Anne, Elise, escrevera. Diante deles, uma trilha estreita, provavelmente feita por animais, que serpenteava pelas profundezas escuras da floresta.

— Hum… Onde estamos?

— Hm? Na floresta, obviamente. Eu disse que estávamos entrando há um tempo, não disse?

— …Quê?

Sua boca se abriu.

— Estamos na linha de frente agora.

— N-Na linha de frente?!

— Sim. Diabos, podemos estar em território inimigo já. É verdade que ainda não houve luta, então duvido que eles simplesmente apareçam e tentem nos matar.

Ela ouviu a primeira metade da frase dele e surtou, então a segunda metade nunca chegou a seus ouvidos.

O-o-o que, pelas luas, você faria me trazendo a um lugar como este?! Só porque eu estava perdida em pensamentos não significa que você pode me levar para onde quiser!

Embora ela estivesse oficialmente aqui em uma viagem de inspeção, não tinha a intenção de realmente inspecionar nada. Diabos, ela nem queria ir ao acampamento. Ela só veio para impedir que qualquer luta começasse. Era só isso. Em vez disso, aqui estava ela, parada no que era indiscutivelmente o lugar mais perigoso possível.

Justo quando estava prestes a protestar, Dion sussurrou para ela em voz baixa.

— Ah, a propósito, Alteza, eu recomendaria manter as mãos longe de qualquer coisa na floresta.

— Hã?

— As árvores aqui são sagradas para os Lulus. Eles as consideram um tesouro conferido a eles por Deus. Se por acaso você arranhar algumas e uma flecha acertar sua cabeça, bem… Não dá para culpá-los por isso, não é?

Claro que dá! O que você quer dizer com uma flecha acertar minha cabeça?! Isso é aterrorizante!

Ela espiou timidamente as árvores ao seu redor. De repente, todo brilho e cintilação na escuridão circundante pareciam a ponta da flecha de um arqueiro escondido. Seu coração de galinha começou a cacarejar alto em seu peito.

— E-Eu acho que já vi o suficiente. Gostaria de voltar para a cidade imedia— Bwaah!

Ela tropeçou em uma raiz grossa e saliente e caiu de forma extravagantemente barulhenta, aterrissando com um baque surdo.

— Alteza! Você está bem?!

— Está ferida em algum lugar?!

Seus guardas correram para o seu lado. Dion, em contraste gritante, simplesmente ficou parado e suspirou, exasperado.

— Por favor, cuidado, Alteza. Não estamos passeando pela capital agora, sabe.

Apesar de seu comentário afiado, ele ainda estendeu a mão. Mia a pegou e se levantou.

— A-A culpa é daquela raiz por estar para fora assim. Essa árvore estúpida tinha que…

E foi aí que a ficha caiu.

— S-Sim… Sim, é isso… A culpa é toda desta árvore!

Um sorriso malicioso se espalhou por seus lábios enquanto ela olhava para a planta imponente.

 


 

Tradução: Gabriella

Revisão: Matface

 

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