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Império Tearmoon – Vol. 01 – Cap. 51 – A aula de culinária de Keithwood

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Três dias antes do torneio de esgrima, Mia e as garotas estavam na cozinha realizando um teste na preparação das lancheiras. Keithwood foi para o local com o intuito de inspecioná-las em seus progressos. Quando ele chegou e testemunhou suas criações…

Ele quase teve um ataque cardíaco.

— Vossa Alteza, isso… isso vai virar um pão? — ele perguntou, observando o monte de massa que Mia estava sovando. Ela deu algumas palmadas a mais em sua escultura antes de virar e encará-lo, enquanto sorria de forma satisfatória. 

— Sim! O Príncipe Abel ama tanto cavalos ao ponto de entrar no clube de equitação, então tenho certeza de que ele gostaria de algo assim — ela falou com um sorriso esbanjando confiança.

Com as mãos no quadril e farinha em seu rosto, Mia orgulhosamente exibiu seu trabalho para ele.

— Entendo. É verdade que o primeiro passo em uma cozinha é pensar para quem você está cozinhando. Nesse sentido, você está indo muito bem. — Keithwood concordou, mas falsamente.  — No entanto, Vossa Alteza, há uma falha fatal nessa criação. Senhorita Anne, — ele disse, passando a vez. — Se importaria de elaborar?

Ela olhou para ele e o deu um aceno confiante que parecia dizer “deixe isso comigo”. Keithwood recuou e gesticulou para que ela continuasse. Sendo a especialista em confeitaria, certamente ela sabia exatamente o que estava errado com a massa de Mia.

— Certo. Sabe, Milady Mia, se você quer que pareça mais com um cavalo, a orelha ali deveria ser um pouco—

— Ok, pare, foquem aqui novamente, — disse Keithwood, retomando o direito de fala que Anne desastrosamente perdeu. — O problema com essa massa é que ela está muito grossa. Você não conseguiria assá-la completamente. E, também — ele disse, se direcionando a massiva peça de massa, com o topo dela alcançando seu peitoral. — Essa maldita coisa é do tamanho de um cavalo de verdade! Você teria de incendiar a coisa toda para conseguir assá-la! — Ele trouxe seu punho à estátua de massa em tamanho real, e ela se desmanchou. E então, ignorando o chiado triste que Mia soltou, Keithwood separou a coisa toda em pequenos pedaços e os colocou sob a mesa. — Ela precisa ser menor e mais fina! Desse jeito! Você compreende, Vossa Alteza?

— …

Mia o encarou, seu rosto inchado de raiva como um baiacu.

— Vo-Você… entende?!

Depois de uma pausa, Mia suspirou.

— …Ok, vamos fazer do seu jeito, então. 

Ela deu de ombros e balançou a cabeça como se estivesse concordando com uma criança birrenta. A veia de Keithwood’s pulou em sua testa. Ele resistiu ao impulso de gritar.

— Keithwood, como estão esses vegetais que estou preparando?

— Ah, Lady Rudolvon… — Ele disse, se virando para Tiona com o sorriso mais amigável que ele conseguia expressar. O sorriso congelou em seu rosto, e suas bochechas começaram a se contorcer. —Co-Consigo ver que você é relativamente boa em cortar os vegetais. — Ele olhou para o prato, todos os ingredientes perfeitamente cortados em tiras. E, então, olhou para o próximo prato. E o próximo, e o próximo. — Eu realmente acho isso, mas… Sua Alteza e o Príncipe Abel não são herbívoros, eles não conseguiriam comer uma quantidade tão grande de vegetais. 

Quatro pratos? Quatro malditos pratos?! O que é isso? Vamos construir uma casa de vegetais?

Respeitosamente, ele manteve seus pensamentos para si. Não foi fácil, mas, novamente, ele resistiu ao desejo de gritar. Esse dia se tornou em um teste inimaginável de paciência.

— Uhm? O que… que cheiro é esse?

— Eu… assei… a carne.

A porta de trás da cozinha se abriu, e Liora entrou.

— Ah… bem, essa realmente é uma galinha muito bem tostada, Senhorita Liora.

A carne continuava a chiar, e sucos pingavam da sua superfície suculenta. Alguns locais estavam chamuscados, mas ainda parecia um tanto apetitosa.

— No entanto, se apenas você tivesse considerado as circunstâncias em que essa carne seria servida…

Porquê?! Por que você não usou o fogão! Pelos céus, tem um na cozinha! Ele está bem ali! Por que você fez uma fogueira no meio do pátio e assou em um espeto?!

Não apenas era um método bem rudimentar de preparar a carne, também era algo higienicamente questionável, sem falar que era algo difícil de se fazer. No exato momento em que ele ia expressar suas reclamações, outra pessoa se manifestou antes.

— Ele está certo, Liora. Você entende que vamos servir isso para os príncipes, certo? — Chloe disse, enquanto segurava um livro grosso sobre culinária.

Ahh, graças ao Sol, pelo menos a filha dos Forkroads tem algum senso comum…

— O sabor é melhor preservado quando os ingredientes são servidos crus, então—

— Não! Nada de carne crua! — Interveio Keithwood, tentando conter o surgimento de qualquer outra ideia maluca. Somente então aconteceu dele vislumbrar o livro na mão de Chloe. O título dizia “Receitas Exóticas para Iguarias Exóticas”.

— Uhm? Mas o livro dizia que fígado de cavalo cru é realmente gostoso. E considerando que o Príncipe Abel está no clube de equitação, imaginei que essa receita que usava cavalos seria uma boa ideia… 

— Certo, olha, o único momento para se comer qualquer órgão cru é quando se está em um restaurante especialista no assunto. E, também, o que há com vocês e essa ideia de pratos com cavalos? É o clube de equitação! Eles cavalgam cavalos! E não os comem! Vossa Alteza, primeiramente você tenta fazer pão moldados em cavalos em tamanho real, e depois tenta servir a eles cavalos crus. O que é isso? Está tentando brigar com eles ou coisa do tipo? 

Acontece que, mesmo que tardiamente, Keithwood percebeu que as pessoas mais perigosas na cozinha não eram iniciantes que não sabiam nada, e sim iniciantes que sabiam algo, porém não tinham ideia de como prosseguir.

Ó grandioso e querido Sol, no que eu acabei me metendo?

 

 

 

Percebendo que eram necessárias medidas drásticas, ele agiu imediatamente.

— Minhas queridas Princesas e senhoritas, preciso que vocês ouçam o que direi com o máximo de atenção. — Keithwood pausou, permitindo o silêncio transmitir uma certa gravidade para suas próximas palavras, que ele proferiu em uma calma, mas solene voz. — No dia em que fizermos as lancheiras, vocês todas irão se…seguir minhas ordens, por favor.

Ele transpareceu um pouco os seus verdadeiros sentimentos, mas não se importou realmente, devido ao momento.

— Sem receitas complicadas. Vamos manter as coisas simples e apenas fazer sanduíches. Vocês entendem?

— Ahhh, mas isso não é especial o bast—

— Vo-cês en-ten-de-ram?!

A paciência de Keithwood acabou, e ele bateu a mão na mesa enquanto as encarava com um olhar gélido.

— Eeeek! S-Sim, eu entendi!

Ele se virou com uma careta, parcialmente porque se arrependeu por ter explodido, mas principalmente porque percebeu que acabou entrando em um navio em chamas sem um porto à vista.

 


 

Tradução: Bruno.

Revisão: Matface

 

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