Dark?

Fui Pego em Uma Invocação de Herói, Mas Esse Mundo Está em Paz – Vol. 01 – Cap. 02.2 – Salvação, Junto com a Árvore Brilhante

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Enquanto evacuávamos para Lilia conversar (fisicamente) com Lunamaria, nós três, pessoas do mesmo planeta natal, andamos sem olhar para trás pela mansão.

Pensando sobre agora, não tinha conversado muito com Kusunoki ou Yuzuki até então. Kusunoki e eu trocamos algumas palavras ontem à noite, embora nossa conversa não fluiu muito bem. Acho que devo me desculpar primeiro.

— Ahh! Errr, Kusunoki. A respeito de ontem…

— Sinto muito.

Arehh?

Queria me desculpar pela maneira como a deixei desconfortável sem querer, contudo, por algum motivo, ela se desculpou primeiro.

— Mesmo que Miyama também estivesse se sentindo incomodado com nossa situação atual, fiz uma pergunta estranha de repente ontem à noite…

— Ah, não, o único que deveria estar se desculpando aqui sou eu. Não sei o que me levou a falar aquilo. Posso parecer calmo para Kusunoki e as outras, só que a verdade é que estou bem confuso… Não consegui explicar direito como me sentia.

— Não, não acho que o que você disse seja irracional.

— Licença, estou sendo deixada para trás aqui. Aoi-senpai, Miyama-senpai, quando vocês conversaram?

A atmosfera, que tinha se tornado um pouco tensa por causa da conversa da noite passada, pareceu aliviar um pouco depois que pedimos desculpas um ao outro. Yuzuki, que não sabia da situação, perguntou com um olhar curioso no rosto, embora houvesse outra coisa que estava me incomodando. Ou melhor, estou pensando desde ontem a respeito.

— Nós apenas nos encontramos no corredor ontem à noite e conversamos um pouco. Em vez disso… Por que está me chamando de senpai, Yuzuki?

— Hein? Quero dizer, Miyama-senpai é um ex-aluno da nossa escola, não é?

— Hã?

— Hã? Yuzuki-chan, isso é verdade?

— Ah, sim. Acredito que sim…

Fiquei surpreso com suas palavras, que foram ditas como se fosse algo óbvio. É verdade que sou formado na mesma escola que elas estão frequentando, entretanto me formei há três anos, e não pensei que alguma das duas fosse saber sobre isso.

— É verdade que fui para a mesma escola que vocês duas, mas me formei já fazem três anos…

— Bom, não tinha muita certeza no começo, porém pensei que era o caso porque você combinava com as características que ouvi do meu irmão.

— Seu irmão?

Algo incomum surgiu de novo de repente. Não tenho orgulho de dizê-lo, contudo eu deveria ter sido um aluno sem nenhuma característica particular no ensino médio. Não participei de nenhuma atividade de clube, minhas notas oscilavam, não houve grandes episódios que aconteceram na minha vida estudantil e, estou triste em ter de admitir, no entanto era um solitário e não tinha muitos amigos.

Na verdade, ainda estou desesperadamente revirando a memória, tentando lembrar da pessoa que poderia ser o irmão de Yuzuki, todavia sigo não conseguindo pensar em ninguém.

— Sim. Ouvi dizer que alguém tinha uma grande cicatriz da orelha direita até o pescoço, então pensei que fosse você.

— Essa certamente é uma característica reconhecível, mas ainda não faço ideia de quem é o irmão de Yuzuki…

De fato sofri um acidente há muito tempo que deixou uma cicatriz enorme da minha orelha direita até o pescoço. Pode ser compreensível que ela me reconheça com base em tal característica, só que para ter ouvido o suficiente para que se lembrasse, o irmão de Yuzuki pode ter falado sobre mim com bastante frequência. Para alguém como eu, que acha que dividir a classe em grupos não passa de bullying, não tenho nenhuma sincera ideia de quem possa ser.

— Meu irmão costumava reclamar que você sempre estava dormindo na aula e que não importava quantas vezes te avisasse, você nunca parava…

— Ah, entendi. É o Presidente, hein…

Quando estava no segundo ano do ensino médio, fiquei viciado em MMO… Jogos de internet, por assim dizer, e estive vivendo uma vida onde minhas noites e dias eram quase invertidos. Jogava a noite toda e mais tarde dormia na escola. Relembrando o passado, posso ter sido muito relaxado naquela época, num período em que estava tratando o mundo sem nenhuma consideração real, a chamada “fase rebelde”. O professor também desistiu e não me disse nada quando dormia em sala, não importando quantas vezes me repreendesem.

Porém, existem pessoas sérias no mundo, apenas o Presidente da Classe chamou minha atenção todos os dias… Da minha parte, apenas me senti irritado naquela situação. Contudo, agora que cresci um pouco mentalmente, comecei a sentir pena dele. Relembrando aqueles dias, o sobrenome do Presidente da Classe era mesmo Yuzuki. Como apenas o chamava de presidente e nunca tivemos muita conversa fora essas situações, acabei me esquecendo.

— Miyama… Por que estava indo para a escola…

— Não, bem, eu tinha muitos problemas naquela época… Yuzuki, por favor, diga a seu irmão minhas desculpas quando voltarmos para o nosso mundo daqui um ano.

— Pode deixar!

Kusunoki, que por sua parte tem um caráter sério, me encarou enquanto Yuzuki tinha um amargo sorriso no rosto e devolvia uma saudação exagerada.

Receio não poder assumir a posição de senpai confiável, no entanto graças à minha conversa com as duas, senti que a distância entre nós diminuiu um pouco.

Quando voltamos para aquela sala de mais cedo, depois de passear um pouco pela mansão, Lilia nos cumprimentou com um sorriso contagiante no rosto. É um sorriso que mostra sua elegância e a doçura de uma nobre… Vamos fingir que não vimos algo jogado no canto da sala, como um trapo gasto.

Assim que nós três nos sentamos, ela assentiu uma vez e falou.

— Hoje, como tenho certeza de que todos devem estar se perguntando sobre… O assunto será sobre magia.

— Ohhh…

Como esperado, posso sentir minha tensão aumentando com essas palavras. Quer dizer, mesmo tendo passado apenas meio dia nesta mansão, vi itens com uma sensação mágica em todos os lugares, e até usei alguns deles. As joias no banheiro que começaram a fazer cair água com um toque, e as luzes flutuando nos corredores. O pano gasto… Digo, Lunamaria explicou que tudo o que precisamos fazer é tocá-los, mas tenho certeza de que essas coisas estavam relacionadas à magia.

Kusunoki e Yuzuki também parecem estar interessadas na qualidade típica do outro mundo, a magia, pois seus olhos reluziram com expectativa ao olharem para Lilia.

— Acho que a primeira coisa com que todos estão preocupados é se podem usar magia ou não. Quando se trata do poder mágico, que é a fonte da magia, os seres de outro mundo também o têm, sem exceção. Portanto, todos devem ser capazes de usar magia. Entretanto, ser capaz de usar magia depende do talento de uma pessoa… Não posso dizer com certeza que alguém pode usá-la de relance.

Assim que essas informações vieram, Lunamaria, que tinha sido revivida antes que me desse conta, colocou um livro na nossa frente, um por um. Ah, acho que vi um vislumbre cheio de ressentimento agora. Bem, o que aconteceu com ela certamente é minha culpa…

— Ouvi dizer que os Heróis que foram invocados eram capazes de entender a linguagem do nosso mundo. Parece que todos vocês também são capazes de entender o que estamos dizendo, então tenho certeza de que não deve haver nenhum problema, porém vamos verificar só por precaução.

Este é um item básico entre os básicos, todavia é muito importante para nós verificarmos. Tive uma nota ruim em inglês e, sem a habilidade de Compreensão da Linguagem, o ano inteiro poderia passar em pouco tempo apenas memorizando as letras deste mundo.

Tendo tais pensamentos em mente, olhei para o livro em minha mão e entendi que se chamava “Introdução à Magia”. Oh, eu posso lê-lo.

— Não parece haver nenhum problema. Agora, quanto ao exercício mágico real… Para ser honesta, é bem difícil de fazer, e embora varie muito de pessoa para pessoa, requer certo tempo para aprender.

— Não há muitas pessoas que podem usar magia a ponto de ganhar a vida na profissão de mago.

Imediatamente entendi o significado da explicação de Lilia e das palavras adicionais de Lunamaria. Estou folheando o livro enquanto ouço o que dizem, contudo seguindo a teoria escrita aqui, tenho certeza que seria difícil.

— Vai ser difícil.

— Ueehhh, eu desisto também.

Kusunoki e Yuzuki pareciam sentir o mesmo e olharam para o livro introdutório com uma expressão carrancuda em seus rostos. Não tenho dúvida de que seria difícil de fazer hoje ou amanhã. Caramba, talvez fosse até impossível de fazer.

Fufufu, levei três meses para conseguir lançar um feitiço simples também.

— Minha dama é considerada rápida entre seu grupo. A média seria de cerca de um ano.

— Vai ser complicado.

Para ser honesto, estou um pouco… Não, estou bastante chocado. Não é que quisesse usar magia para lutar contra monstros, no entanto sempre quis ter a chance de usá-la.

— Entretanto, esse é apenas o caso de lançar magia sem a ajuda de ferramentas mágicas.

— Hã? — expressaram os três.

— Após o Tratado de Amizade, a tecnologia mais inovadora que foi passada do mundo mágico foi a que armazena fórmulas mágicas nas chamadas ferramentas mágicas. Há uma pedra preciosa que pode armazenar magia e fórmulas mágicas chamadas cristais mágicos e, ao armazenar essas fórmulas de antemão, qualquer um pode usar a magia gravada nela apenas a tocando.

— Por acaso… Aquela joia azul no banheiro é algo assim?

— Sim, está certo. Existe aquela coisa no seu mundo, certo… Acho que era chamada de “bateri”? Da mesma forma, se o poder mágico for armazenado no cristal mágico de antemão, o usuário pode usar a magia gravada com apenas uma pequena quantidade de poder mágico para ativação. Hoje em dia, o uso desses cristais mágicos se tornou popular e os técnicos que podem fazer essas ferramentas até são chamados de magos.

“Apenas mais algumas informações adicionais, seria necessário obter permissão para usar ferramentas mágicas ofensivas poderosas e deve ser óbvio que é proibido usá-las na cidade. Bom, há uma restrição para a compra de tais itens em primeiro lugar.”

Fumu, em suma, talvez seja melhor pensar nas ferramentas mágicas como uma lanterna ou um isqueiro do nosso mundo. Na verdade, poderíamos usá-las no banheiro ou em nosso quarto apenas tocando-as, e não precisamos estudar nenhuma teoria difícil.

— Portanto, poderiam até mesmo dizer que… a menos que queiram ser um mago, não precisam estudar magia… Como falei antes, a velocidade com que se aprende magia varia muito de pessoa para pessoa, seria conveniente se fosse capaz de ativá-la sozinho, e pode ser bom estudá-la por algum tempo.

Enquanto nos explicava, algum tipo de círculo mágico flutuou na mão de Lilia, e uma brisa suave soprou no quarto.

— Existem 8 tipos de magia: fogo, água, vento, terra, relâmpago, luz, escuridão e magia sem atributos. Cada atributo da magia tem seus próprios pontos fortes e fracos. A propósito, meu atributo mais forte é o vento, enquanto o atributo mais forte de Luna é a água.

— É meio impressionante ver isso pessoalmente.

Enquanto Yuzuki ficava impressionada com a magia que Lilia demonstrou para nós por um tempo, o que me veio à mente foi algo que parecia a magia que Kuro havia usado. Tenho certeza de que o casaco multiuso que usou deve estar relacionado à magia, mas que tipo de atributos seriam? Como esperado, quando se trata de demônios, talvez fosse um atributo de escuridão, certo? Seu casaco era preto… Embora os tatames que desenrolou eram verdes. Vou perguntá-la na próxima oportunidade.

— Darei a todos vocês esses livros e poderão lê-los quando tiverem tempo.

Então, depois de uma pausa, fomos dispensados ​​após uma hora de explicações teóricas sobre magia.

O segundo dia no outro mundo passou sem incidentes, e à noite fiquei lendo o livro introdutório sobre magia que me foi dado no meu quarto, porém posso dizer com toda honestidade que só parecia um jargão para mim.

Cada um dos atributos mágicos tem sua própria teoria, e a base de suas técnicas é complexa e difícil de entender. Dizem que se as pessoas neste mundo querem aprender magia, elas iriam para uma escola de magia para aprender. Na verdade, Lilia disse que aprendeu no Corpo de Cavaleiros e Lunamaria disse que aprendeu em uma escola de magia. É bastante difícil de se aprender sozinho, e pelo visto a presença de um instrutor especialista é importante.

Lilia disse que arranjaria um instrutor se estivéssemos interessados, contudo me senti estranho em receber tanta assistência sua, então recusei.

E, de certa forma, diria que é tal qual imaginei. Magia é algo em que os demônios são muito mais habilidosos do que os humanos. Ouvi dizer que a maioria dos demônios pode usar algum tipo de magia dependendo de sua força, no entanto uma parcela significativa deles são capazes de usar magia quase por instinto. Ouvi também que um demônio tem que estar em um nível de pelo menos alto escalão com um alto nível de conhecimento para poder instruir os outros, e é por esse motivo que instrutores de demônios são quase inexistentes.

Um demônio desse nível pode ativar magia mesmo sem nenhum canto ou círculo mágico… Espere um segundo? Não vi alguém fazer algo assim? Quero dizer, Kuro não fez isso? Nesse caso, posso perguntar a Kuro… Não, nem sei quando ela vai aparecer e…

— Senti como se estivesse sendo chamada!

Pfft!

No momento em que pensei nela, uma jovem garota demônio apareceu galantemente e invadiu meu quarto. Com seu casaco preto esvoaçando atrás das costas, eu podia ver suas pernas brancas através das aberturas dele. O casaco era tão grande que não tinha conseguido ver até agora, no entanto Kuro levava shorts curtos por baixo, hein… Não, não é isso! Hueeehh? Por que apareceu bem quando pensei em você? Como imaginei, você é uma esper, certo?

— É outra excelente noite, não é?

— Ah, sim… Não isso, desde quando está aqui?

— Vamos, vamos, não se importe com os detalhes triviais. Aqui, tome um bolinho castella. Coloquei geleia neste hoje!

Não é um mini pão de geleia em vez de um bolinho castella? Qual é o sentido de fazer no formato de um bolinho castella?

Colocando o doce oferecido na minha boca como se fosse algo natural a se fazer, Kuro espontaneamente sentou-se em uma cadeira que tirou do nada e colocou uma xícara de café na mesa.

Ela tem o mesmo sorriso inocente de ontem, todavia não tenho certeza se já estou me acostumado a isto ou se já nem tenho energia para soltar algum tsukkomi, e me limito a beber o café que me ofereceu. Então, de repente, me lembrei de algo.

Arehh? Pensando agora… achei que os demônios não comessem nada além do que é designado para eles hoje?

— É verdade. Mas está tudo bem, já que estes são os designados para mim.

— É-É mesmo?

Lembrando o que ouvi esta manhã sobre como os demônios passam o ano novo, perguntei por curiosidade, porém parece que o bolinho castella e o café foram designados para Kuro. Quem diabos entre os Seis Reis designaria tal coisa? Não, talvez a combinação desses dois seja popular no Reino Demoníaco.

Depois, Kuro notou o livro que tinha em minhas mãos e inclinou a cabeça numa pose exagerada enquanto falava.

Unnn? Sobre o que é esse livro?

— Ah, é Introdução à Magia.

Heeehhh! Você está tentando aprender magia, hein. Ah, é por isso que queria me ver?

— Bem, algo parecido? Tenho lido um pouco, só que pelo jeito há oito tipos diferentes de magia e não sei por qual começar…

— 8 tipos? Não existem apenas dois tipos de magia?

— Hein?

Estava prestes a contá-la como estou incomodado com os diferentes tipos de teorias de cada um dos atributos da magia, porém fiquei tenso com a resposta que Kuro me deu como se fosse muito óbvio.

Apenas dois tipos? É suposto ser sete com fogo, água, vento, terra, relâmpago, luz e escuridão, mais o oitavo tipo sendo não atribuído…

— Existem apenas dois tipos?

Unnn, isso mesmo. Existem apenas dois tipos de magia: Magia Não Transmutadora, que usa o poder mágico como ele é, e Magia Transmutadora, que transforma o poder mágico em outra coisa como fogo ou água.

— Errr… Kuro, há uma coisa que gostaria de te perguntar… Quanto tempo costuma levar para uma pessoa ser capaz de invocar magia simples?

— Hmmm. Vai variar dependendo das suas qualidades, contudo pode ser tão cedo quanto um dia ou tão longo quanto um mês?

— Hã?

Em relação à magia que representa o mundo diferente, o que Lilia disse e o que Kuro acabou de dizer não batem. Ela também falou que a magia era difícil de aprender e levaria no mínimo um mês para aprender. Por outro lado, Kuro disse que poderia ser aprendida em apenas alguns dias. Não me soa que alguma das duas esteja mentindo, então…

— Kaito, se importa de me deixar dar uma olhada nesse livro por um minuto?

— Hmm? Claro.

Não tenho certeza se Kuro tinha dúvidas semelhantes, contudo ela queria ver o livro introdutório que eu tinha. Como não tenho nenhuma razão específica para recusar, entreguei o livro e Kuro o folheou.

— Ah, entendi. É dessa forma que costumávamos ensinar magia aos humanos… Com esse método, de fato levaria algum tempo para aprender magia.

— Significa que o método que os humanos estão usando para estudar magia está errado?

Unnn? Não, acho que é muito bem feito. É só que esse é o método para elevar alguém a um mago que pode fazer ferramentas mágicas, ou algo assim. É como se você também tivesse que estudar as teorias acompanhadas de magia, então acho que certamente levaria muito tempo para aprender por esse caminho…

Unnn? Espere, não entendi o que quis dizer com isso…

Ela parece estar convencida de algo, no entanto eu honestamente não entendi. Então, Kuro fecha o livro e me mostra um sorriso encantador antes de explicar.

— Se tudo o que quer fazer é invocar magia, basta entender a sensação de mover o poder mágico… Por exemplo…

Whoa… O livro está flutuando.

Unnn. Apenas usei magia para fazê-lo flutuar, no entanto para este nível de magia, independentemente de ser um humano ou um demônio, pode fazer seu poder mágico se mover apenas imaginando. Entretanto, se quiser fazer uma ferramenta mágica que faça a mesma coisa, ficaria um pouco mais complicado.

Fumu, fumu.

— Uma ferramenta mágica é uma fórmula mágica escrita no cristal mágico, dessa forma se tentar fazer a mesma coisa… Precisa compreender o método para especificar um alvo, o método para levitar o alvo, para ajustar a altura e para alternar entre ativação e desativação… Acho que vai ficar mais ou menos assim?

Com a explicação de Kuro, muitas linhas de letras brilhantes surgiram no ar e formaram um círculo mágico. Vendo aquilo acontecer, de alguma forma parece fantástico.

— Essa é a diferença entre usar magia baseada na intuição e usar magia baseada em teorias. Olha, até Kaito acha que mover as mãos é fácil, certo? Agora pense, não acha que seria difícil escrever esses princípios em uma teoria?

— Entendo, faz sentido o que disse…

— Para nós, demônios, ser capaz de usar magia básica é tão normal como respirar, e alguém só sentiria vontade de estudá-la quando quisesse se tornar um criador de ferramentas mágicas, ou usar magia mais complexa e poderosa… Estou supondo que para os humanos, eles entendiam que uma criança que pudesse usar magia deveria ser igual a alguém que pudesse fazer ferramentas mágicas. E é por esse motivo que estão te fazendo estudar as teorias… Essa seriedade é típica dos humanos.

Entendo, a explicação de Kuro é fácil de acompanhar. Acho que também está claro que os humanos têm uma maneira complicada de pensar.

Nesse caso, acho que não é uma questão de qual é a resposta certa, pois é uma diferença cultural. Como Lilia disse antes, para a raça humana, ser capaz de usar magia seria igual a ser um especialista em sua profissão. Mas para os demônios, já é um dado adquirido que podem usar magia e apenas aqueles tipos de pesquisadores que a estudam profundamente se sentem profissionais.

— Bem, estudá-la não é perda de tempo. Vai precisar de um conhecimento teórico sólido se quiser usar magia de alto nível. Você também faz parte dos humanos, as pessoas que são boas em fazer teorias detalhadas e memorizá-las, creio que se o fizer será capaz de criar ferramentas mágicas…

— Hmmm. Porém, há uma parte de mim que mal pode esperar para tentar minha sorte na magia.

Sei que a teoria é importante, só que estou em um mundo diferente e tenho um forte desejo de usar magia. A menos que esteja pensando em fazer uma ferramenta mágica, quando ouvi que seria capaz de usar magia simples em pouco tempo, não pude deixar de me inclinar a possibilidade.

Enquanto considerava, Kuro sugeriu com um sorriso no rosto.

— Então, quer que eu te ensine?

— Hein?

— Pode continuar estudando as teorias das coisas com aquele livro enquanto te ensino sobre as partes intuitivas. Embora não pareça, acho que consigo usar magia muito bem.

— Tem certeza?

Para ser honesto, essa é uma oferta que aprecio, contudo há uma parte de mim que sente medo ao mesmo tempo. Kuro deve ser… Não, tenho certeza de que é alguém que sabe muito sobre magia. Ou pelo menos é uma das mais notáveis ​​entre as pessoas que conheço neste outro mundo.

Tirando várias coisas de seu casaco, criando algo como aquela ferramenta mágica que procura por pessoas, até mesmo voando alto no céu, ela parece estar em um nível onde não há nada que não possa fazer.

— Está tudo bem! Gosto do Kaito, então se houver algo que possa te ensinar, te ensino.

— O-Obrigado.

Um sorriso cheio de boa vontade sincera, sem ocultar nada. Não sei o que há em mim que a fez se apegar tanto, no entanto tenho sido tratado muito bem. Claro, sinto como se estivesse sendo levado pelo fluxo na maior parte do tempo, mas há uma parte minha que se sente à vontade ao falar com Kuro, por mais estranho que seja.

Bem, como devo dizer, também sou um cara… Embora sua idade real seja muito maior do que sua aparência transpareça, ainda fico envergonhado quando uma linda beldade direciona uma boa vontade tão óbvia para mim.

Entretanto, ao mesmo tempo, comecei a me questionar, se na verdade sou um lolicon, um medo estranho surgiu. Nã-Não, não é isso! Não sou um lolicon, ok? Estou apenas confuso porque sempre estive sozinho e nunca experimentei ter alguém emocionalmente ligado a mim assim antes!

Kuro, sem ter como saber sobre meu dilema moral, começa a me instruir com o sorriso de sempre no rosto.

— Agora, o primeiro passo é o básico do básico. É como lidar com o poder mágico. Você sabe como é o poder mágico, Kaito?

— Não, não sei.

— Hmm, bom, você viveu em um mundo que nunca teve nada a ver com magia antes, então não é estranho. Certo, aqui…kuro

— !?

Com sua exclamação, Kuro girou o dedo na minha frente. Meu corpo de repente foi envolvido por uma luz fraca e senti um calor suave emanando ao redor do meu corpo.

— Envolvi o seu corpo com meu poder mágico que tornei visível… Como é a sensação?

— Hmmm. Parece como estar de molho em água morna… Quente?

Unnn. Esse sentimento é importante. Esse é o estado básico do uso da magia. Hoje, vamos apenas sentir um pouco e tentar lembrar exatamente como é o poder mágico!

Vamos voltar um pouco no tempo, para um certo edifício no Reino Demoníaco.

Enquanto Kuromueina observava calmamente os demônios celebrando o Ano Novo, um demônio usando uma máscara cerimonial feita de ossos e penas se aproximou dela.

— Kuromu, você recebeu um convite do Reino Symphonia.

— Unnn? Convite… Para quê?

Jogando um bolinho castella na boca, seu olhar se voltou para trás com uma curiosidade sincera.

— Pelo visto é um convite para uma festa celebrando o Ano Novo. Talvez também sirva como uma introdução à pessoa que desempenha o papel de Herói este ano…

— Ano Novo? Por que eles só me enviaram este ano? Quando foi a última vez que saí?

— Não, não acho que seja isso. Talvez seja porque Kuromu visitou o Rei há pouco tempo.

Kuromueina é um demônio, dessa forma, ela costuma passar seu Ano Novo seguindo a cultura do Reino Demoníaco. Como resultado, nunca participou de nenhuma das festas que os humanos realizam no quarto dia do Ano Novo em vários países, e até mesmo o Reino Humano, entendendo a situação, nunca enviou um convite.

Todavia, este ano, eles enviaram um convite incomum, e o demônio mascarado disse que o motivo provavelmente foi devido à sua visita ao castelo outro dia a pedido do Rei de Symphonia.

— Só fui lá porque estava na vizinhança por acaso…

— Ah, a propósito, você foi comprar geleia, não é? Comprou uma boa?

Unn, é muito doce e combina bem com os bolinhos castella.

— Hohou… É bom saber.

Ouvindo a felicidade das palavras de Kuromueina, o demônio mascarado assentiu uma e outra vez como se o próprio estivesse satisfeito.

— Assim sendo, como devemos responder?

— Não estou interessada, pode responder que não vou!

— Hahaha, eu deveria ter imaginado.

Então, enviando apenas um olhar para o convite extravagante carimbado com o selo do Rei de Symphonia que enviaram, Kuromueina apenas declarou que não estava interessada. Parece que o demônio mascarado sabia que essa seria a resposta, se limitando a fazer um aceno sem formular mais perguntas.

— Contudo, só por precaução, não está interessada em ver a pessoa que está fazendo o papel do Herói este ano?

— Não estou interessada em quem está fazendo o papel do Herói este ano! Também já encontrei minha criança “favorita”…

Oya, oya, minha nossa… Parece que Kuromu tem muita sorte por ter encontrado essa pessoa.

— Sim, é verdade! Realmente faz muito tempo! Senti aquela faísca logo à primeira vista! Sinto como se fosse o destino!

A expressão de desinteresse em seu rosto mudou agora, e um grande sorriso se formou em seu rosto. Como se gostasse muito da pessoa na sua frente, o demônio mascarado devolveu um olhar repleto de alegria para Kuromueina, que estava em um excelente bom humor.

— Sendo assim, vou responder que Kuromu não estará presente.

Unnn, unnn. Estou absorta com essa criança agora, então não estou interessada em mais nada.

— Como Kuromu desejar…

— Ah, outra coisa… Poderia escrever uma carta para Shiro?

— Para Shallow Vernal, é? Entendido. O que gostaria que eu escrevesse?

Ouvindo o nome que Kuromueina mencionou, o demônio mascarado reagiu um pouco surpreso. Só havia uma pessoa que Kuromueina chamaria por esse apelido. Ela é uma existência que chama especialmente com um apelido, no entanto para o demônio mascarado, é pelo menos uma existência mais alta que as nuvens.

— Apenas escreva… Se for Shiro, acho que entenderia mesmo se só dissesse “Por favor, dê suas bênçãos ao Kaito…”.

— Entendido.

O demônio mascarado assentiu com a cabeça, mas sua mente ficou chocada com o conteúdo que acabou de ouvir.

Ao mesmo tempo, o ser que passou a mensagem, que estava deitada em um sofá luxuoso, se levantou vigorosamente.

— Hah! Sinto que Kaito está me chamando! Vou sair um pouco!

— Hã? Ah, sim. Tenha um bom dia…

Dizendo um rápido adeus, Kuromueina foi engolfada por um profundo brilho negro e desapareceu, deixando o demônio mascarado, que está um tanto confuso, naquele lugar.

Um pouco depois, um cavaleiro vestindo uma armadura preta como azeviche se aproximou do demônio mascarado.

Oya? Onde está Kuromu?

— Oh, Neun-dono… Segundo a própria, ela sentiu que o sujeito Kaito a estava chamando…

— Kaito? Ah, a pessoa do outro mundo que se tornou o favorito de Kuromu.

Ouvindo as palavras estupefatas do demônio mascarado, o cavaleiro de armadura preta como azeviche chamado Neun assentiu em compreensão.

— Meu Deus, ela parece gostar muito dele… Está até pedindo as bênçãos de Shallow Vernal…

— As bênçãos de Shallow Vernal? Essa é outra ótima pessoa para se fazer pedidos. Não sei se devo dizer que é esperado de Kuromu…

— Também se tornará extremamente difícil para a pessoa do outro mundo…

— Bom, quando Kuromu gosta de você seu destino de ser levado pelo seu fluxo já foi decidido… Isto é o mesmo que aconteceu comigo, afinal…

Sem o conhecimento da própria pessoa, seu fosso externo já estava sendo preenchido de maneiras absurdas, enquanto o demônio mascarado e Neun soltavam um suspiro de simpatia pelo humano favorecido… Ele será empurrado por seu Rei que tem usado e abusado das palavras “liberdade irrestrita”, e só puderam imaginar qual seria seu futuro…


 

Tradução: Shuraragi

Revisão: Pride

 

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