O mundo há alguns anos.
Lux estava olhando para a continuação disso.
A memória de quando ele era criança. A continuação do dia em que ele ajudou Philuffy e eles se reconheceram como amigos pela primeira vez.
Depois disso, não demorou muito até que os dois ficassem próximos um do outro.
Por causa das circunstâncias do trabalho do pai da Philuffy, até agora ela nunca tinha ficado por muito tempo no mesmo lugar, e Lux também não tinha alguém da mesma idade que ele para quem pudesse abrir o coração.
Enquanto o pai da Philuffy estava hospedado na Capital por causa das condições de negócios da época, Lux estava passando muito tempo com Philuffy dentro e fora da Corte Imperial. Ele também foi brincar na casa dela.
Foi apenas um período de cerca de dois meses, mas para Lux, que não tinha amigos até então, esse tempo pareceu um sonho interminável.
No castelo, exploraram vários locais onde podiam entrar, consequentemente se perdendo e sendo repreendidos pelos seus pais.
Eles fizeram brinquedos em uma oficina fora do castelo, presentearam um ao outro e exploraram a vasta floresta próxima.
Lux foi tratado com a culinária especial da Philuffy, que eram bolos quentes, e por Lux ter dito que eram deliciosos, Philuffy fez muitos e parecia que seu estômago iria explodir.
Quando ficaram totalmente cobertos de lama em um dia chuvoso, tomaram banho juntos.
Lux estava acostumado a ver o corpo nu de sua irmãzinha, mas ainda se sentia um pouco envergonhado.
Mas, aquela vida cotidiana feliz de repente encontrou o seu fim.
O dia em que o avô de Lux, Wade, teve uma audiência com o Imperador.
Por ter criticado o Imperador e dado conselhos que feriram seu ego, ele conquistou o rancor do Imperador. O avô de Lux foi preso devido ao crime de difamação e a família de Lux também foi expulsa da Corte Imperial.
O que esperava por Lux e os outros que deixaram o castelo era o ódio e a fúria das pessoas oprimidas pelo Império.
Os olhares de ressentimento que sentiu ao sair de sua residência nos arredores da Capital Imperial.
Lux nunca tinha ouvido nada do que eles disseram, mas mesmo de longe pôde perceber que estavam falando maliciosamente sobre ele.
Quando ele vivia na Corte Imperial, seus nervos estavam à flor da pele como um membro da família imperial que estava mais distante dos direitos de sucessão do trono, mas a conclusão foi a pior.
Lux e sua família, que eram reconhecidos como enfeites da Capital Imperial, foram usados apenas como exemplo para servir de alerta.
Aqueles que voltassem sua espada para o Imperador, ou seja, pessoas cuja vontade se desviava da família imperial, perderiam a proteção.
O que aconteceria com aqueles que perdessem essa proteção? Lux experimentou intensamente o terror e a repulsa disso.
Ele também se tornou incapaz de encontrar Philuffy com frequência.
Pensando bem, o pai da Philuffy deve ter considerado perigoso encontrá-lo abertamente.
Mesmo assim, nas vezes em que ele podia encontrar Philuffy, era como no passado. Apoiava muito Lux.
E então – naquele dia, sete anos atrás.
Sob a colina chuvosa, naquele dia, a carruagem que Lux e sua mãe estavam viajando caiu.
Lux pediu ajuda. Mas as pessoas que seu avô tentava proteger os enchiam de vaias e pedras, eles estavam assistindo sua mãe gravemente ferida morrer sem ajudar.
Até Lux, que naquela época ainda era criança, entendeu logicamente por que tudo acabou assim.
Além de uma parte da nobreza e da família imperial, ninguém mais sabia o que o avô de Lux disse ao Imperador, que o fez ser jogado na prisão.
O povo se ressentia da família imperial, que estava impondo um governo tirânico e vivia no vício enquanto os atormentava.
Como punição por desafiar o Imperador, ele deliberadamente enviou Lux e sua família para tal ambiente.
A carruagem, que caiu de um penhasco naquela época, foi apenas um incidente trágico que aconteceu em tempos infelizes.
Mas, isso era sobre sua única mãe.
Além disso, ela era a única mãe que protegia Lux. Para ele, que a perdeu, tal lógica não se tornou nenhum consolo.
Seu pai, o Imperador, a família imperial, as facções – e até mesmo o povo eram seus inimigos.
Lux, que foi atingido pelo ódio e ressentimento ao seu redor, sentiu algo como resíduos se acumulando dia após dia em seu peito.
— ……Eu não quero te encontrar de novo, vá para casa.
Após a morte de sua mãe, quando seu modesto funeral terminou, Lux disse isso a Philuffy na frente do túmulo de sua mãe.
Ele sabia que estava apenas descontando sua raiva na pessoa errada.
No entanto, por causa de algo preto enlameado girando dentro de seu peito, não conseguia olhar para o rosto de sua amiga de infância como de costume.
E então, se até Philuffy e sua família mudassem a forma como olhavam para Lux, então—
Esse pensamento era tão assustador que ele não conseguia evitar distanciar Philuffy de si mesmo.
— Vou vir de novo.
— …………
Lux fingiu não ouvir o murmúrio atrás dele por causa da chuva.
Mas, em algum lugar dentro de seu coração, seu lado infantil estava esperando.
A família imperial, os nobres que os obedeciam, e então o povo também eram os inimigos da família de Lux.
Mesmo assim, talvez apenas Philuffy continuasse como sua aliada. Ele tinha muita esperança.
Depois disso, uma semana se passou.
Mas desde aquele dia, Philuffy nunca mais visitou a residência do Lux.
Ele pensou que era inevitável.
Sua família já era uma existência evitada na Capital Imperial.
Se alguém se aproximasse de sua família, poderia encontrar o infortúnio. Não havia dúvida de que o pai da Philuffy também a impediu de vir.
Mesmo que ele entendesse isso logicamente, era doloroso.
Naquele dia, Lux também veio ao túmulo em frente à igreja.
Ele visitava o túmulo uma vez por dia, mas toda vez que vinha, sempre havia uma única flor colocada diante do túmulo.
Pensando que devia ser o padre quem colocava aquela flor, Lux se sentiu salvo por um momento.
Mas, naquele dia não havia nenhuma flor, quando Lux voltou para sua residência, ouviu o som de uma porta sendo batida.
— Lux!? É um desastre! Philuffy desapareceu de casa—
A mente de Lux ficou branca por um momento ao ouvir as palavras de Relie, e então, ele percebeu.
Quem trouxe flores todos os dias para o túmulo de sua mãe, foi Philuffy.
De acordo com Relie, Philuffy foi proibida de ir para a residência de Lux por um tempo por ordem de seu pai.
Em primeiro lugar, como havia uma grande distância de sua mansão até esta residência, ela não poderia vir sem usar uma carruagem.
Mas, Philuffy se esgueirou pelas costas dos servos e saiu da mansão, caminhou por longas distâncias e veio até a residência de Lux nas proximidades.
Desde então, Philuffy vinha todos os dias para onde Lux estava.
Quando Lux se separou da Relie para procurar Philuffy, encontrou-a colocando uma flor na frente do túmulo de sua Mãe.
Suas roupas estavam cobertas de lama por toda parte e sangue escorria de seu joelho e testa. Talvez ela tivesse caído na floresta.
— Por quê……?
Ao ouvir as palavras que Lux disse, Philuffy se virou e respondeu.
— Eu pensei que se eu viesse aqui, poderia te encontrar.
— Por que você saiu escondida e veio aqui!? Embora eu tenha dito que não quero mais te encontrar, por que você veio todos os dias!? Mesmo assim, encontrar alguém como eu, que não é mais desejado por ninguém, não tem sentido—
— Porque sou ruim com palavras.
Quando Lux gritou isso com uma voz triste, Philuffy olhou para baixo com seu rosto inexpressivo de sempre, parecendo um pouco triste e murmurou.
— Eu não entendo o que devo dizer ao Lu neste tipo de momento, mas…
Philuffy falava enquanto caminhava lentamente sob a chuva em sua direção.
E então, ela abraçou com força o corpo de Lux e sussurrou.
— Phi……?
— No passado, minha falecida mãe me disse. Faça isso com sua pessoa importante.
A sensação da pele fria que estava exposta à chuva.
Mesmo assim, um leve calor abalou o coração de Lux.
— Lu, você não está sozinho.
O corpo de Lux começou a tremer ao ouvir as palavras gentilmente sussurradas.
Ele abraçou o corpo dela com uma mão trêmula. Ergueu a voz e continuou a chorar.
As lágrimas que ele nunca havia deixado escapar, desde aquele dia em que sua mãe morreu, a represa estourou e transbordou.
Philuffy continuou a dar tapinhas nas costas do Lux.
O ódio e o ressentimento que encheram o peito de Lux até agora pareciam ter desaparecido.
Depois disso, o pai, que foi derrotado pela persistência da Philuffy, juntou Relie, servos e guardas ao seu lado para levá-la para a residência do Lux todos os dias.
Pouco tempo depois, parecia que teriam que deixar a Capital por causa das circunstâncias de trabalho e o dia da separação finalmente chegou.
— Muito obrigado, por tudo. Phi.
Lux, que havia recuperado completamente o equilíbrio, estava calmo mesmo depois de se separar da Philuffy.
Ele estaria mentindo se dissesse que não estava se sentindo sozinho, mas graças a ela, poderia continuar vivendo daqui em diante também.
Ele pensou que não iria mais se perder de vista.
Por outro lado, Philuffy estava em silêncio como de costume, Lux estava falando várias coisas com vários adultos, incluindo Relie e Dalt.
E então, quando chegou a hora de se separar, Lux gritou naquela direção.
— Isso… Eu com certeza vou criar! Um país onde até meninas como Phi podem se sentir seguras, eu vou criá-lo! Eu juro que vou mudar totalmente esse Império! É por isso que—
Lux olhou para baixo, suas palavras ficaram presas na garganta. Philuffy se virou para ele.
E então, ela caminhou lentamente em direção a Lux e suavemente pressionou seus lábios nos dele.
— Eh?
Uma sensação suave tocando seus lábios.
Uma doce fragrância fez cócegas em seu nariz antes de ir embora.
— Amuleto de boa sorte. Minha irmã me ensinou. Para que um dia possamos nos encontrar de novo com certeza, ela disse.
— …………
Lux não conseguia pronunciar as palavras.
Não era apenas por se sentir envergonhado por ser beijado, ele estava completamente atordoado com a persistência de um calor misterioso enchendo seu peito.
— Tchau, Lu.
— Tchau……
O pequeno sorriso da Philuffy que ele viu no final derreteu na memória de Lux e desapareceu.
E então – Lux acordou.
Tradução: Ouroboros
Revisão: Flash
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