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Como um Herói Realista Reconstruiu o Reino – Vol. 09 – Cap. 07 – A Situação de Vários Países

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Um dia no 1º mês, ano 1.547, Calendário Continental, no Nordeste do Reino.

 

Aconteceu enquanto Souma estava na União das Nações Orientais.

No leste do reino, a Força Nacional de Defesa Naval sob o comando de Castor estava ocupada com seus deveres de patrulha. Enquanto avançavam em cinco dos tradicionais navios de guerra de ferro puxados por Serpente do Mar, não no porta-aviões tipo ilha supersecreto, o navio de Castor recebeu um relatório.

A mensagem, entregue por um mensageiro kui treinado especialmente para uso naval, informou-o de um conflito entre pescadores do reino e da União do Arquipélago do Dragão de Nove Cabeças, pescando ilegalmente nas águas do reino.

Além disso, tinha navios armados no lado da União, e seus ataques forçava os pescadores do reino a recuarem.

Ao receber o relatório, Castor seguiu imediatamente para o ponto onde o conflito supostamente ocorreu.

Sentado na cadeira do capitão, ele olhou irritado para o mar à frente.

Esses conflitos têm se tornado mais frequentes ultimamente. Até agora, tivemos a sorte de ter apenas pessoas feridas, porém mais cedo ou mais tarde, alguém vai acabar morrendo. Quando isso acontecer, não terá ninguém que irá recuar. É um ciclo de ódio. Será que essa gente do Arquipélago do Dragão de Nove Cabeças planeja começar uma guerra?

Mesmo que aconteça, Castor acreditava que o reino venceria.

Era fato que um conflito naval favoreceria um estado marítimo como a União do Arquipélago do Dragão de Nove Cabeças, mas o reino tinha sua arma secreta, o porta-aviões tipo ilha com wyverns, Hiryuu.

A União muito provavelmente não seria capaz de responder imediatamente a uma arma contrariando o senso comum deste mundo, afirmando que a cavalaria de wyverns não podia ser usada no mar porque os eles temiam ir tão longe onde não pudessem ver terra.

Além de que, naquela ilha secretamente transformada em um porta-aviões, seus antigos vassalos agora compunham a cavalaria de wyverns e estavam envolvidos até hoje em um treinamento intenso para se aprimorarem. Ele não conseguia imaginá-los perdendo para ninguém.

Ainda assim, se pudermos evitar uma luta, é melhor.

Mesmo que estivesse confiante de que poderiam vencer, não existia certeza na guerra. O inesperado poderia acontecer.

E depois, eles acabaram de lutar uma guerra com os nobres corruptos e com o Principado da Amidônia no ano passado e estavam enviando reforços para a União das Nações Orientais agora. Campanhas militares frequentes esgotariam o país.

Bem, não que eu esteja em posição de falar…

Embora fosse o resultado de muitas intenções diferentes e situações se entrelaçando, Castor sentia um forte senso de responsabilidade por ter se oposto a Souma no ano passado. Ele resolvera trabalhar incansavelmente pelo país desta vez.

Imaginou como seria uma guerra com o Arquipélago do Dragão de Nove Cabeças. No mar seriam diferentes de em terra.

Na guerra com Amidônia, o objetivo era apenas tomar uma cidade, o que tornou possível encerrá-la em um curto período de tempo. Uma guerra total com o Arquipélago seria muito mais problemática.

Pode haver rotas no mar, mas não há terra. Com uma única batalha naval, podemos ganhar superioridade no comércio marítimo, mas a menos que tomemos a terra onde estão seus portos e docas, a frota inimiga pode se recuperar quantas vezes for necessário. Dito isso, seria difícil fazer uma junta de países insulares, como o Arquipélago do Dragão de Nove Cabeças, se submeter completamente.

Mesmo que conquistassem uma ilha, mantê-la seria difícil. Estavam separadas do Reino da Friedônia pelo mar e ele ouviu que os estilos de vida em cada uma delas era drasticamente diferente do reino, claro, mas principalmente umas das outras. Seria difícil colocar um magistrado para administrá-las.

Apenas vencer não será suficiente, não é? Honestamente… Quando eu estava lutando no ar, a força bruta era tudo, existem problemas demais em terra.

Castor soltou um suspiro exasperado.

No passado, ele teria se animado só por ter a chance de lutar, mas agora se preocupava com o que aconteceria quando a luta acabasse também.

Isso era prova do seu crescimento desde que perdeu para Souma e ser devidamente reeducado por Excel, ainda que ele mesmo não tenha percebido isso.

— Capitão, chegamos no nosso destino.

Quando seu segundo em comando disse isso, Castor franziu o cenho.

Ele avistou uma frota de cerca de dez embarcações de pesca e navios armados de tamanho médio posicionados como se estivessem protegendo-os. Como se para se motivar, Castor ajustou seu chapéu de capitão.

— Está bem. Hoje é o dia em que descobriremos o que eles estão planejando. Envie uma mensagem para todos os navios: “Ignorem as embarcações de pesca; concentrem-se em capturar os navios armados.”

Se as coisas seguissem o padrão usual, a frota ilegal de pesca fugiria assim que a Força Nacional de Defesa Naval aparecesse. Para permitir que eles escapassem, os navios armados mais rápidos se aproximariam para um ataque estilo “bater e correr” com o intuito de confundir a Força de Defesa Naval antes de repelir qualquer ataque que os perseguisse.

Os navios armados do Arquipélago do Dragão de Nove Cabeças eram feitos de madeira, e em vez de Serpente do Mar, eram puxados por Unicórnios Marinhos, criaturas que pareciam golfinhos com um chifre como o de um unicórnio.

Eles podem não ter a mesma força de tração, mas sua velocidade na água e manobrabilidade superavam em muito as Serpentes do Mar.

Por esse motivo, em uma batalha em movimento, a Força Nacional de Defesa Naval não conseguiria capturar os navios armados.

Castor estava bem ciente desse fato.

— Já me acostumei com a forma como se movem — anunciou Castor —, não há necessidade de competir com a velocidade deles! Não mudem de direção e mantenham-se fixos na rota em que os navios pesqueiros fugiram! Preparar para bombardeio!

— Mas Capitão! — protestou seu segundo em comando. — Se simplesmente atirarmos enquanto perseguimos outro alvo, vai ser difícil acertar um inimigo com aquela manobrabilidade!

Castor balançou a cabeça.

— Não precisamos acertá-los. Vamos observar para onde se movem e atirar nas direções prováveis. Tenho certeza de que não irão para onde já está sendo bombardeados. Quando naturalmente restringirmos o curso, poderemos anular a mobilidade deles.

— Entendi. Afirmativo.

Como esperado, os três navios armados se moveram para proteger as embarcações de pesca, aproximando da frota de Castor. A frota da Força Nacional de Defesa Naval seguiu as ordens de seu capitão, deliberadamente não mirando nos navios armados e sim atirando em suas rotas prováveis.

Boom… Splash! Boom… Splash!

O som repetido de tiros de canhão e do impacto na superfície do mar, que levantava uma coluna de água.

Apesar de os navios armados tentarem usar sua manobrabilidade para lhes enganar, os tiros de canhão e as colunas de água bloquearam seus cursos, os impedindo de se mover com facilidade.

Castor assistiu calmamente de baixo da aba de seu chapéu de capitão.

— Eu tenho um plano mais ou menos preparado.

— Hã?

— Artilharia! Direção: duas horas! Distância: oitenta!

Quando Castor gritou no tubo de comunicação, o fogo da artilharia começou conforme ordenado.

Boom… Crunch!

A proa de um dos navios armados que estava tentando virar enquanto evitava os tiros de canhão e as colunas de água foi atingida.

Arrancando a frente do barco e rompendo as rédeas que o prendiam ao Uniórnio Marinho, que ao se ver livre nadou para o leste.

— Alvo atingido! Dano médio ao navio inimigo! — Vendo o incrível acerto, o segundo no comando de Castor olhou para ele surpreso. — I-Isso foi extraordinário. Estou impressionado que você conseguiu acertar…

— Quando eu estava na Força Aérea, tínhamos que calcular as correntes de vento para que os barris explosivos que soltávamos atingissem seus alvos. Isso é fácil para mim.

Castor fez parecer fácil, mas era óbvio que isso era uma habilidade incrivelmente avançada. O produto de sua experiência como General da Força Aérea e seu treinamento na marinha.

Enquanto o segundo em comando estava desorientado, os dois navios restantes desistiram de qualquer outra tentativa de distração, certos de que seria muito difícil e se puseram em retirada.

O navio com a proa danificada estava inclinado pesadamente e dava sinais de começar a afundar, mas eles devem ter decidido que resgatá-lo era perigoso demais com a Força de Defesa Nacional ali.

Apenas soltaram alguns botes salva-vidas no mar e seguiram para o leste.

A tripulação abandonou o navio afundando, nadando desesperadamente para os botes salva-vidas que foram deixados para trás.

Confiante de que seus oponentes não tinham vontade de resistir, Castor deu uma ordem para todo o navio.

— Cessem as hostilidades. Agora vamos salvar aqueles que foram jogados ao mar. Cada um deles é uma valiosa fonte de informações. Para descobrir o que está acontecendo no Arquipélago do Dragão de Nove Cabeças, salvem o máximo de vidas que puderem!

— Sim, senhor! — Todos responderam em uníssono.

Dessa forma a frota de Castor resgatou toda a tripulação do navio armado, embarcando-os e retornando à Cidade Lagoon.

Os prisioneiros provavelmente seriam interrogados pela Força Nacional de Defesa Naval, e Souma ou Hakuya decidiriam o que fazer com eles.

Espero que possamos aprender algo com isso… pensou Castor, sentado na cadeira do Capitão em um navio que retornava ao porto.

 

Separador Herói Realista

 

Ao mesmo tempo, no noroeste do reino.

No bairro mercantil de uma cidade fortificada próxima à fronteira com o Estado Papal Ortodoxo Lunariano, uma mulher imponente na faixa dos trinta anos, vestindo armadura, caminhava ao lado de um homem desleixado que usava de forma casual o traje de padre.

Eles eram a general do antigo Principado da Amidônia, a quem Souma confiou os preparativos contra o Estado Papal Ortodoxo Lunariano, e o Bispo corrupto Souji Lester, vindo desse mesmo Estado Papal.

Enquanto percorriam a cidade, eram frequentemente abordados por pessoas.

— Senhora Margarita, por favor, aceite um aperto de mão.

— Sempre a ouço cantar. Sua voz é encantadora e poderosa.

— Posso pedir que acaricie a cabeça do meu filho?

As palavras que Margarita recebia das jovens eram todas repletas de respeito e elogios.

Já as que Souji recebia…

— Ei, Bispo. Por que não se junta a nós para uma bebida?

— Ei, clérigo defeituoso, vem aqui ouvir minha confissão bêbada.

— Ei você, quando vai pagar pelas bebidas da última vez? Não vou colocar mais nada na sua conta.

Como você pode imaginar, muitas dessas interações eram com bêbados ou com a velha senhora que gerenciava o bar.

Margarita olhou para Souji com um sorriso irônico.

— Você é bastante popular, não é mesmo, Sr. Souji?

— Uou, isso não soa como nada além de sarcasmo. Só sou abordado por velhas e bêbados. Preferiria ser popular com as jovens, como você.

— Isso não é porque você aparece no bar para beber toda noite?

— Não tenho mais nada para fazer. Então qual o problema? Meu antigo reduto parece estar calmo.

— …De fato. Não vimos nenhum sinal de atividade.

Embora tivessem sido enviados para se preparar contra o Estado Papal Ortodoxo Lunariano, não havia sinais de ação, e a fronteira estava estranhamente quieta.

Neste momento, além de que quase metade do exército fora enviada como reforço para a União das Nações Orientais, o rei provisório Souma estava ausente.

Seria uma excelente oportunidade para tentar alguma coisa, mas o Estado Papal Ortodoxo não mostrava sinais de qualquer movimento. Isso era, na verdade, mais perturbador.

— Não houve relatos de suas forças se aproximando da fronteira, no fim das contas… — Margarita cruzou os braços e inclinou a cabeça para o lado.

Souji soltou uma gargalhada.

— Bem, conhecendo aquele país, eles instigarão os fiéis daqui antes de moverem as tropas. É por isso que você, que é adorado pelo povo da Região da Amidônia, e eu, que sou um obstáculo à instigação deles, fomos mandados para cá, mas… Não ouvi falar de nenhuma ordem dada aos fiéis.

Margarita o encarou com olhos estreitos.

— É possível que você simplesmente não esteja sabendo do que está acontecendo?

Souji deu de ombros.

— Perguntei aos adeptos bêbados em todos os bares que frequento, mas não deu em nada. Os bêbados costumam falar demais sobre qualquer coisa, sabe. Se nada do gênero saiu de suas bocas, isso deve significar que não houve nenhum comando no que diz respeito aos fiéis.

— Eu pensei que você estava apenas saindo para encher a cara, mas parece que estava realmente fazendo a sua obrigação.

Margarita parecia impressionada, mas Souji apenas riu.

— Sim, estou fazendo meu trabalho. Talvez eu consiga que o rei pague minha conta, hein?

— …E parece que você fez isso mais por vontade de beber, afinal.

— Nada a declarar. Que tal se você me acompanhar hoje à noite? Por sorte, gosto de garotas glamourosas como você.

Ele queria seduzi-la, mas Margarita não estava dando a menor bola.

— Infelizmente, você vai ter que tentar com outra pessoa. Eu sou casada, sabe.

— Hã?! Você é casada?!

— Isso é tão surpreendente assim? Já tenho idade o suficiente.

— Não, mas… Nunca ouvi falar disso…

A valente general Margarita, que não temia nenhum homem, tinha um. Souji tentou imaginar que tipo de herói deveria ser, e Margarita coçou a bochecha timidamente.

— Bem, não vou discordar que meu marido não tem muita presença. Ele era um burocrata, e é um pouco fraco. Agora ele administra meu domínio na Amidônia e cuida das crianças.

— Um burocrata?! Espera, você tem filhos também?!

— Por isso que eu não queria usar aquele vestido para a Competição Musical Vermelha-e-Branca do Kouhaku1Tradicional programa televisivo japonês, realizado na véspera do ano novo, com apresentações de artistas de enka e j-pop que competem divididos em equipes masculina e feminina. As equipes são divididas em roupas brancas e vermelhas representando a cor de seu time..

Aparentemente, seu marido e filhos a viram cantar usando aquele vestido chamativo de dezoito metros que Roroa fez pela transmissão. Quando ela voltou, eles disseram gentilmente: “Você foi ótima.” E o rosto de Margarita só faltava entrar em combustão espontânea.

Ela tossiu para esconder seu constrangimento.

— E quanto a você, Sr. Souji? Já tem idade suficiente; não deveria estar se estabelecendo também? A Ortodoxia Lunariana não proíbe seus pregadores de se casarem, não é?

— Ser mulherengo é um tabu, no entanto.

— Você já quebrou esse, tenho certeza. Até ouvi dizer que você estava vivendo com uma garota com orelhas de elfo.

— Você quer dizer a Merula? Quando se trata dela… Ela é mais como meu animal de estimação.

— Isso soa ainda mais indecente, sabia?

— É como alimentar um gato de rua. Aquele camarão sem curvas não faz meu tipo… Hm?

No meio da conversa, Souji parou e olhou para frente.

Pelo que parecia, alguém estava vindo na direção deles. Uma mulher de meia-idade usando as vestes de uma freira ortodoxa lunariana.

A freira parou na frente de Souji, ofegante.

— Sr. Souji… N-Nós temos um problema…

— O que aconteceu? Por que a pressa?

— D-Do Estado Papal Ortodoxo Lunariano…

Então, parando para recuperar o fôlego, ela aproximou o rosto do ouvido de Souji e sussurrou para ele.

— A santa veio escondida do Estado Papal Ortodoxo. Ela diz que quer falar com você.

Souji e Margarita visitaram uma igreja ortodoxa lunariana na borda da cidade.

Com Margarita esperando do lado de fora caso algo acontecesse, Souji abriu a porta e entrou no salão sagrado.

Ele viu alguém usando uma capa com capuz que cobria todo o corpo sentado junto ao altar.

Quando contornou na frente daquela pessoa, seus olhos se arregalaram.

— Bom, estou de queixo caído. É realmente a garota santa.

— Faz tempo, Bispo Lester.

Quando aquela pessoa se levantou, duas tranças caíram de dentro de seu capuz.

A forma do rosto dela era bonita, mas pálida e sem vida. Essa garota que mais parecia uma boneca era a santa da Ortodoxia Lunariana, Mary Valenti.

Souji não deixou a desconfiança que sentiu transparecer em seu rosto quando perguntou casualmente:

— O que uma grande santa está fazendo vindo ao reino sem aviso prévio? Se você não tiver cuidado, eles vão te pegar.

No entanto, o rosto de Mary não se moveu nem um pouco.

— Se acontecer, aconteceu. Simplesmente solicitarei uma audiência com seu Sr. Souma da prisão. Essa é a única razão pela qual vim até aqui, de qualquer maneira.

— Você veio até aqui só para me ver? Eu imaginei que vocês, crentes fanáticos, odiariam um bispo irresponsável como eu.

— Se me permite dizer minha opinião pessoal, você está correto.

— Bem direta você…

— Sr. Souji, você deveria estar mais ciente de seu papel como bispo da Ortodoxia Lunariana e se comportar de maneira condizente com a posição. — Mary começou o sermão com uma expressão séria. — Embora você seja um homem do clero, que deveria viver uma vida de pobreza honrada, você é infame no Estado Papal por sua predileção por vinho e mulheres. E isso não mudou mesmo quando você veio para cá, não é? Isso é imperdoável para a pessoa que deve unir os adeptos da ortodoxia no reino.

— Sim, sim. Obrigado pelo sermão. — Souji disse limpando a cera do ouvido.

Ele simplesmente não estava preparado para se arrepender depois de receber uma pregação de uma garota muito mais jovem que ele.

— Você veio até o reino só para me dar uma lição?

— …Não. Digo isso estritamente como minha própria opinião pessoal.

— Nesse caso, podemos ir direto ao ponto? — ele perguntou irritado.

O rosto de Mary ficou triste quando ela disse:

— O Lunólito emitiu uma nova profecia.

— Uma profecia? Já?

O Estado Papal Ortodoxo Lunariano baseava sua fé em torno de um monolito chamado Lunólito.

As profecias eram entregues formando textos no Lunólito.

O governo e políticas externas do país eram baseados nas profecias que apareciam neste monolito. No entanto, essas profecias só deveriam aparecer uma vez a cada cinco anos ou mais.

Dizia-se que ele havia profetizado o surgimento do Domínio do Lorde Demônio cerca de dez anos atrás.

Então, há cerca de um ano, uma profecia desceu dizendo: “Envie um santo para Souma que foi convocado de outro mundo e coloque-o sob a influência do seu país.”

Esse plano foi inteligentemente frustrado por Souma, e embora tenham conseguido tornar a Ortodoxia Lunariana a religião do estado, era uma posição compartilhada com outras religiões, e a santa foi enviada de volta para que não pudessem colocá-la sob sua influência. Era um sucesso meio a meio.

Depois de uma ter descido tão recentemente, já tinham recebido uma nova profecia?

— O período não está um pouco curto? — perguntou Souji.

— Houve precedentes no passado. Embora digam que quando o período entre profecias é curto, os tempos estão mudando rapidamente.

— Então, qual é a profecia?

— “Nordeste”, “sol nascente”, “luz que cobre o mundo”… E “países em chamas”.

— Hã? Isso é bem fragmentado.

— Me disseram que é assim que as profecias do Lunólito são — Mary disse a um Souji duvidoso. — Isso é algo que apenas os que estão nos escalões superiores da Ortodoxia Lunariana sabem, mas não deciframos todas as profecias do Lunólito com precisão. No entanto, conseguimos entender partes delas, então as juntamos e inferimos seu significado.

— O quê?! As profecias são tão vagas assim?! — Até para Souji, isso foi uma revelação chocante.

As profecias eram o segredo dos segredos no Estado Papal Ortodoxo. Diziam que o país era governado sob a orientação do Lunólito, mas a verdade era que só conseguiam ler partes dela. Isso significava que estavam movendo os fiéis com base num tipo de entendimento incompleto.

Um suor frio escorreu pelas costas de Souji.

— …Está tudo bem me contar algo que apenas os superiores sabem?

— Normalmente, esta é uma informação que nem você nem eu teríamos acesso… No entanto, a situação que está se desenrolando dentro do Estado torna impossível impor isso. — Mary baixou os olhos com tristeza. — Havia algumas palavras desconcertantes na profecia.

— “Países em chamas”, você diz?

— Sim. Os superiores estão divididos sobre o significado dessas palavras. Para “nordeste”, “sol nascente” e “luz que cobre o mundo”, todos acreditam que provavelmente significa “um grande homem com influência que cobrirá o mundo aparecerá no nordeste”. No entanto, estão divididos sobre quais são os “países em chamas” que aparentemente serão queimados por suas mãos.

Mary ergueu o indicador da mão direita para que Souji visse.

— Primeiro, há o grupo que vê esse grande homem como uma ameaça. Eles acham que o Estado Papal Ortodoxo Lunariano pode ser um dos países queimados, e propõem que contramedidas sejam preparadas. A principal sendo formar uma aliança com o Reino da Friedônia. Talvez não tenhamos conseguido tornar o Rei Souma o rei santo, mas as atividades dos fiéis no país são protegidas. Se ele fosse nosso aliado, teríamos um apoiador confiável. Esse grupo é o dos moderados, relativamente falando.

— Hmm…

Nesse caso, Souji pensou que Souma poderia aceitar. Isso seria um fardo para ele, mas não ter que se preocupar com o Estado Papal quando lidasse com a facção ascendente seria ótimo. A preocupação de incitarem os fiéis dentro do país desapareceria. Se fossem lidar com eles não como o centro de uma religião, mas como outro aliado igual, o reino se beneficiaria de relações cordiais também.

Mary levantou o indicador da mão esquerda.

— O outro grupo são aqueles que têm grandes esperanças nesse grande homem. Eles dizem que se alguém com um poder tão massivo vai aparecer, devemos enviar uma santa, conceder autoridade a ele e trazê-lo para o grupo. Assim como… Quando eu fui enviada para Souma. Esse grupo está ativamente se opondo a outros países, então estão sendo chamados de facção radical.

— Radical… Estão mais para extremistas, certo?

— Não posso negar.

Bem… eu acho que é esperado que haja um grupo assim, pensou Souji com um suspiro.

O Estado Papal Ortodoxo concedeu autoridade à Lunaria aos detentores de poder da era e recebeu proteção em troca. Foi assim que o país manteve sua influência sobre seus cidadãos e fiéis até hoje.

Visto como estratégia de sobrevivência de uma nação, não havia muito a ser dito, mas como era sua antiga terra natal, Souji achava que eram uns caras-de-pau.

— E então? Qual grupo está com a vantagem?

— Os radicais — disse Mary. — Acredito que o fracasso em tornar Souma um rei santo teve grande influência nisso. O Império Gran Caos a oeste tem sua própria santa, e eles falharam em formar laços fortes com o Reino da Friedônia a oeste, então os superiores estavam percebendo um senso de crise.

A Imperatriz Maria nunca se declarou uma santa e não tinha o respaldo de ninguém como tal, mas deve ter sido assim que parecia para o Estado Papal Ortodoxo.

Mary continuou:

— Para os radicais, se uma nova facção que possa se opor a esses dois países vai se formar, eles veem como imperativo que formemos laços fortes com eles desta vez.

Porque Souma habilmente evitou acabar sob a influência da Ortodoxia Lunariana, ele acabou empurrando os superiores do Estado Papal Ortodoxo para um canto, notou Souji.

E ele carregava uma parte da responsabilidade por isso também.

Com um bispo podre como Souji entre eles, os fiéis dentro do reino não precisaram ouvir ordens do Estado Papal Ortodoxo. Não havia preocupação com a igreja incitando-os a tumultos também.

Isso teve o resultado de fazer as camadas mais altas do Estado Papal Ortodoxo entrarem em pânico, e ironicamente alimentou a criação de uma facção radical que estava ansiosa para se unir a um grande homem cuja identidade ainda era desconhecida para contrapor-se ao reino e ao Império.

— Os moderados já estão começando a ser purgados pelos radicais — Mary prosseguiu. — O Cardeal Gold, de quem você gostava tanto, foi acusado de adultério e aquisição corrupta de riqueza.

— Bem, o velho mereceu.

O Cardeal Gold subiu na hierarquia com o poder do dinheiro. Ele era um homem corpulento que não poderia estar mais distante de qualquer ideal de pobreza nobre.

Souji havia subornado o homem para ter carta branca para fazer o que quisesse enquanto estivesse dentro do Estado Papal Ortodoxo, mas não tinha absolutamente nenhum respeito por ele como ser humano.

Acho que era hora dele pagar o pato” foi tudo o que ele pensou sobre a notícia de que o homem tinha sido punido.

— Então, de que lado você está, mocinha? — Souji perguntou.

— O cardeal que cuida de mim pertence ao primeiro grupo.

— Eu estava perguntando sobre sua decisão pessoal, sabe?

— Eu… Não sei. Não, talvez “eu não saiba mais” seja a resposta mais correta.

Mary se levantou e olhou para o mosaico de vitrais que retratava a deusa Lunaria descendo dos céus.

— Quando ouvi o Rei Souma dizer que reconheceria não apenas a Ortodoxia Lunariana, mas outras religiões como a religião do estado, pensei que ele estava agindo de forma desleixada. Isso porque eu achava que diferentes religiões, diferentes seitas, não poderiam coexistir sem conflitos. Sentia pena dos fiéis neste país que eram obrigados a viver sob um rei desses.

Souji ficou quieto.

— No entanto… Não houve grandes conflitos, os fiéis dentro do reino não estão restritos em suas atividades e praticam sua fé com tranquilidade. Mais do que isso… Sr. Souji, você realizou o Festival da Anunciação da Primavera dentro do reino, não foi?

— Sim, foi ideia da Jovem Senhorita Roroa.

Mary deu um leve sorriso irônico.

— Deve haver algum problema em chamar uma mulher que vai se tornar rainha de “jovem senhorita”, não é?

— Ela me chama de “velho”, então diria que estamos quites.

— Como vocês são próximos… Bem, deixando isso de lado, ouvi dizer que muitos pagãos participaram desse Festival da Anunciação da Primavera. É um festival que anuncia o fim do inverno e louva a glória da Senhora Lunaria, e ainda assim pagãos que se recusam a se converter e acreditar na Senhora Lunaria participaram e se divertiram no festival com os fiéis. Quando ouvi sobre isso, fiquei muito surpresa.

— Tudo tem dois lados, no entanto. Até os fiéis ortodoxos estão participando dos festivais do Culto à Mãe Dragão.

— Sim. Teve aqueles no Estado Papal que estavam furiosos, dizendo: “Isso é ultrajante”. Mas eu não conseguia ver como algo ruim. É estranho. Enquanto temos discórdia surgindo entre membros da mesma fé em nosso país, um país que é uma mistura de muitas religiões é preenchido por respeito mútuo pelas crenças uns dos outros.

— Senhorita, você…

…realmente mudou, pensou Souji.

As pessoas chamadas de santas na Ortodoxia Lunariana eram belas bonecas absolutamente leais aos superiores no Estado Papal Ortodoxo. Elas não tinham pensamentos próprios, nunca duvidavam de ordens, e eram oferecidas a homens poderosos e influentes, independentemente de como se sentissem. Era assim que as santas eram destinadas a ser.

No entanto, Mary estava incerta. Uma prova de que estava pensando por si mesma.

Ela se virou para Souji e inclinou a cabeça.

— Eu vim com um pedido para você hoje.

— Um pedido?

— Sim. Para ser mais precisa, tenho um pedido que quero que você transmita ao Sr. Souma.

Vendo a sinceridade em seus olhos, Souji coçou a cabeça.

— Isso é fácil para você dizer, mas fui enviado aqui pelo Estado Papal Ortodoxo. Não posso dizer nada sobre o que o rei faz aqui. Não tenho nenhum direito, sabe?

Mary assentiu como se isso fosse óbvio.

— Eu sei. Mas não é algo muito difícil. Estou pedindo que ele proteja as pessoas. Estou pedindo que ele proteja aqueles que perderão seu lugar no Estado Papal Ortodoxo caso os radicais avancem ainda mais… Ou minhas irmãs, pelo menos.

— Irmãs? — Souji repetiu.

— As cem ou mais candidatas a santidade.

Para colocar os governantes da época sob sua influência, a Ortodoxia Lunariana enviava santas a eles como uma forma de lhes dar autoridade.

Essas santas, é claro, tinham que ser atraentes para aqueles no poder, então a Ortodoxia Lunariana sempre mantinha um celeiro com cem ou mais “candidatas a santas” para que pudessem atender a todo tipo de demanda.

Mary havia sido escolhida para Souma entre essas candidatas.

— Se os radicais enviarem uma santa ao grande homem que dizem que aparecerá no nordeste, e esse grande homem aceitá-la, o restante das candidatas se tornará um obstáculo. Para monopolizar a autoridade da Ortodoxia Lunariana, tenho certeza de que todas serão purgadas. Se esse grande homem tiver um temperamento tão feroz que resulte em “países em chamas”, isso é mais ou menos uma certeza.

— Bem, você deve estar certa… — Souji admitiu. — É você quem será enviada?

— Eu sou a santa preparada para Sr. Souma. Tenho certeza de que, para outro grande homem, é necessária uma santa adequada a esse grande homem.

— Então, você também será um obstáculo… — Souji cruzou os braços e gemeu.

Ele sabia que a Ortodoxia Lunariana tinha várias candidatas a santas. Enquanto essas garotas não fossem escolhidas, eram tratadas bem como freiras individuais, então ele nunca pensou muito sobre isso antes.

No entanto, conflitos internos e fatores externos poderiam facilmente interferir em seus destinos. Essa era a posição frágil em que essas garotas se encontravam.

Pessoalmente, Souji também queria salvar essas inocentes.

— Entendi. Pelo menos passarei a mensagem para Souma. Vou persuadi-lo se ele hesitar, e vou me ajoelhar e implorar para ele pelo menos proteger as candidatas a santas.

— Você tem minha gratidão, Sr. Souji.

— Então, se sentir uma ameaça à sua segurança, fuja também. Você pode ser uma santa, mas ainda é jovem. Não há necessidade de carregar tantos fardos.

— …Sim. — Com lágrimas nos olhos, Mary inclinou a cabeça para Souji.

Uma vez que as lágrimas secaram, Mary colocou o capuz novamente e se voltou para oferecer uma oração ao vitral antes de sair silenciosamente da igreja.

Depois que Souji viu Mary partir, Margarita entrou como se estivesse assumindo seu lugar.

— Esse é um pedido bastante problemático que ela trouxe para você — disse Margarita com um sorriso irônico.

— Bem, sim. Nada poderia ser mais incômodo, mas eu sou, pelo menos no papel, um bispo. Sei que isso não é típico do meu personagem, mas se há donzelas que perderam o rumo, tenho que estender uma mão amiga. Felizmente, posso me mover mais facilmente do que qualquer clérigo preso no país central.

Ao dizer isso, ele focou os olhos no vitral de Lunaria.

— Foi sua orientação que me trouxe a este país? — perguntou.

A imagem do vitral não deu uma resposta para sua pergunta.

 

Separador Herói Realista

 

Ao mesmo tempo, perto da fronteira oeste do reino.

Perto da fronteira com o Estado Mercenário de Zem.

Cercado por montanhas, tornando-o um estado de paisagem natural, com dificuldade para invadir outros países, mas facilidade para se defender contra invasões. Havia poucas estradas até Zem, e apenas uma estrada conectando ao Reino da Friedônia que fosse adequada para enviar tropas.

No topo dos muros de uma cidade perto da fronteira e da estrada estavam dois velhos, um deles era o instrutor de artes marciais e conselheiro de Souma, Owen, e o outro era o avô de Roroa, que era o Lorde de Nelva, Herman. Eles olhavam para o oeste.

Esses dois haviam sido encarregados de lidar com o Estado Mercenário de Zem, mas ele não havia feito grandes movimentos, então tudo o que podiam fazer era permanecer em alerta. Ainda assim, não é como se não houvesse movimento algum.

Os espiões trouxeram um relatório dizendo que soldados estavam sendo reunidos perto da fronteira. No entanto, essas forças não mostraram sinais de cruzar a borda para invadir.

— Hmm… — Brincando com seu bigode de “Kaiser”, Owen murmurou.

— Parece que Zem está determinado a esperar e observar. Se o Estado Papal Ortodoxo Lunariano ou a República de Turgis se movimentarem, tenho certeza de que eles também agirão…

— Esse país sempre intervém nas guerras de outros países e ganha terras como recompensa — disse Herman. — Eles raramente lutam em uma guerra sozinhos. Senhor Gouran tem a república sob controle agora, e o Estado Papal está quieto por enquanto. Parece que eles vão continuar apenas observando.

Owen girou seus braços grossos em um círculo.

— Que chato. E eu achei que foi uma sorte quando Sua Majestade nos confiou esta terra para defender.

— Você deveria estar feliz de não ter problemas. Esses velhos cabeças-duras do reino os homens do reino são sanguinários demais para seu próprio bem.

— Hmph, eu diria que somos muito melhores do que os velhos cabeças-duras do principado.

Quando seus olhos se encontraram, faíscas voaram.

Eles eram guerreiros, velhos comandantes, ambos determinados a não perder para os mais jovens. Essa semelhança os fazia ver um ao outro como um tipo de rival.

Especialmente por terem passado um grande período de tempo livre sem invasão das forças de Zem, e sem ninguém como Souma ou Roroa para acalmá-los, eles estavam competindo um com o outro por qualquer coisa.

— Acho que teremos que resolver isso com outra batalha amistosa — disse Herman. — Vou fazer você se aposentar do serviço hoje.

— Não aceitaria de outra maneira. Vou dar a você tempo para ser um avô babão para a Princesa Roroa.

Os dois, com tempo livre demais nas mãos, transformaram batalhas amistosas em um evento diário. Eles não ouviriam mesmo se alguém tentasse impedi-los, então os guardas por perto fingiam não ver nada.

Quando esses dois comandantes ferozes lutavam, embora com armas amortecidas, o som ecoava pela cidade, causando reclamações dos moradores.

Os guardas que teriam que lidar com essas reclamações enviaram olhares ressentidos na direção dos dois velhos enérgicos.

No entanto, a batalha não começou hoje. Isso porque…

— Relatório. Parece haver um único cavaleiro se aproximando do oeste.

Um mensageiro veio relatar essa informação.

Eles se inclinaram sobre a borda do muro, olhando para o oeste, e havia de fato um único cavaleiro correndo na direção da cidade.

Conforme se aproximava, notaram que ele usava uma impressionante armadura e carregava duas espadas longas cruzadas sobre as costas.

Como o capacete tinha uma viseira completa, era impossível ver seu rosto.

— Hoh… Sua habilidade de cavalgar é espetacular — comentou Herman. — É um belo cavaleiro.

Herman parecia impressionado, mas Owen não disse nada, apenas encarou o estranho.

Essa aparência, eu já vi isso antes…

Então o cavaleiro chegou ao portão e elevou a voz.

— Eu falo aos guardiões dessa cidade! Trago uma mensagem do Rei Kimbal do Zem de Zem para o Rei Souma Kazuya de Friedônia! Por favor, aceitem e entreguem ao Rei Souma!

Sua voz era alta, clara e digna, porém o tom ligeiramente mais agudo deixava claro que pertencia a uma mulher.

Owen arregalou os olhos ao ouvi-la.

— A voz da mulher… Não pode ser?!

— Owen?!

Antes que Herman pudesse detê-lo, Owen pulou sobre a borda externa do muro.

Mesmo que o muro tivesse mais de dez metros de altura, Owen foi capaz de frear seu impulso com magia de vento e pousar em segurança antes de correr em direção à cavaleira.

Olhando-a de perto, ela tinha um rabo longo e fino que se estendia de sua traseira e envolvia sua cintura, o que significava que era uma mulher-gato.

— Poderia ser…

— Certifique-se de que esta carta chegue ao Rei Souma.

Antes que Owen pudesse terminar sua pergunta, a cavaleira empurrou a carta em suas mãos.

E, imediatamente virando seu cavalo, cavalgou na direção de onde tinha vindo.

— E-Espera! Você não é a Lady Mio?! — Owen gritou atrás dela, mas o cavalo continuou sem olhar para trás e eventualmente desapareceu de vista.

Herman desceu do muro e se aproximou de Owen que estava apenas parado ali.

— Por que essa cara…? Quem é essa cavaleira?

— Essa pessoa provavelmente era… A Senhora Mio — disse Owen, parecendo atordoado.

Herman inclinou a cabeça para o lado.

— Senhora Mio? Acho que nunca ouvi esse nome antes…

— Você estava no Principado da Amidônia, então suponho que não teria ouvido mesmo — sussurrou Owen, com uma expressão dolorida enquanto olhava na direção que a cavaleira tinha partido. — Mio Carmine. A filha de Georg Carmine, o ex-General do Exército.

 


 

Tradução: Shinpei

Revisão: Merovíngio

 

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