Dark?

Como um Herói Realista Reconstruiu o Reino – Vol. 07 – Cap. 04 – Para Conhecer uma Pessoa

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Terminadas as negociações, ficou decidido que uma reunião seria realizada daqui a dez dias, com o maior sigilo, na pousada onde estávamos hospedados em Noblebeppu.

As razões para o sigilo eram a questão da segurança e o fato de que para realizar negociações abertas seria necessário o aval do Conselho dos Chefes. Se esperássemos, essa permissão provavelmente seria concedida, mas não queríamos nos incomodar.

Independentemente disso, uma data foi marcada, e o pai de Kuu e Hakuya discutiriam o resto dos detalhes entre eles.

Quanto a nós, não tínhamos nada em particular que precisássemos fazer até lá, então decidimos explorar o país conforme planejado; afinal, Kuu já tinha se oferecido como guia.

Foi por isso que hoje viemos a Moran, um porto de pesca perto de Noblebeppu.

Os sete membros do grupo incluíam Aisha, Juna, Roroa, Tomoe, Kuu, Leporina e eu.

Hal e Kaede disseram que estariam na oficina de Taru, procurando uma arma para Hal usar, e partiram por conta própria.

Agora que ele havia se tornado um cavaleiro dragão, Hal era o ás da Força de Defesa. Como havia um grande significado em ter uma arma que o permitisse exercer seu valor ao máximo, fiquei feliz em dar permissão para se separar do grupo.

— Uau…

 Tomoe gritou enquanto caminhava pela cidade de Morlan.

— Irmão mais velho! É uma pessoa muito grande!

Era verdade. Enquanto caminhávamos pela cidade, ocasionalmente víamos pessoas extremamente grandes. Eles poderiam ter mais de dois metros de altura.

Além de terem uma altura que faria com que suas cabeças atravessassem os telhados de uma casa comum, todos eles tinham um físico rechonchudo, como se fossem lutadores de sumô pesos pesados.

De qualquer forma, mesmo andando por aí, eles causaram uma forte impressão. Isso me deixou preocupado, pois poderiam esmagar a pequena Tomoe sob seus pés.

Vendo como pareciamos assustados, Kuu riu divertidamente.

— Oookyakya! É uma surpresa vê-los pela primeira vez, né? Eles são membros da raça morsa.

A raça das morsas, hein…

Agora que ele mencionou isso, as pessoas grandes, que por acaso eram homens, tinham duas presas crescendo em suas bocas. Com as mulheres, só acabei pensando: Com certeza os caninos delas são compridos.

— Os membros da raça das morsas ganham a vida na indústria pesqueira. — disse Kuu.

— Os membros da raça dos ursos da neve, como Taru, também são bons nadadores, mas eles não são páreos para a raça das morsas. São pessoas que, quando a água congela no inverno e não podem sair com os barcos, quebram o gelo para mergulhar e pescar.

Mergulhar no mar gelado?! Isso é incrível. Ninguém tem roupas isolantes neste mundo, então era incrível que eles não morram congelados…

Oh, espere, eu entendo. É por isso que eles são desse jeito.

A gordura sob sua pele fornecia maior isolamento, tornando-os uma raça especializada em agir na água congelada. Isso foi resultado da evolução para se adaptar ao ambiente ou apenas as raças adaptadas ao ambiente conseguiram avançar? A pergunta me fascinou.

Quando seguimos Kuu até a praia, pudemos ver um grupo de pessoas da raça morsa reunidas em torno de uma fogueira.

Kuu se aproximou e chamou por eles.

— Ei vocês! Está tendo um churrasco na praia?

— Oh! Jovem mestre! — disse um homem.

— Sim. Hoje trouxemos uma grande quantidade de mariscos, camarões e coisas do tipo, então estamos apenas conversando sobre como vamos nos divertir e festejar o dia todo.

Ao olhar mais de perto, havia uma rede estendida sobre a fogueira do acampamento dos homens-morsa, onde diversos frutos do mar estavam sendo grelhados. Havia mariscos semelhantes a mexilhões que estavam abertos, e bolhas escapando das válvulas de uma variedade de moluscos com conchas em espiral que se assemelhavam a turbantes. Combinado com o aroma do mar, eles pareciam incrivelmente apetitosos.

Olhando para eles, Kuu riu alegremente.

— Oookyakya! Muito legal! Na verdade, estou mostrando nosso país para alguns convidados do exterior agora. Nós forneceremos a bebida, então deixe-nos acompanhá-los.

Os homens comemoraram quando ouviram a proposta!

— Oh, o que você quer dizer isso?

— Tudo bem! Podemos beber muito agora!

Kuu se virou, tirou uma pequena bolsa de seu bolso e jogou para Leporina. Aparentemente, era a carteira dele.

— Leporina, nos traga um barril de vodca de batata com isso.

— O queeeeee?! — disse Leporina ao piscar com a ordem que recebera. — Um barril…!? Isso é demais! Vai ser muito pesado para carregar sozinha!

— Se for muito pesado, role ele.

— Não é juuusto…

Leporina ficou à mercê das ideias repentinas de Kuu.

Fiquei embaraçado ao vê-la sendo maltratada por seu chefe, então decidi oferecer um pouco de ajuda.

— Aisha, desculpe, mas você poderia ir com Leporina e carregar o barril para ela?

Me senti mal por dar essa tarefa a outra pessoa, mas Aisha provavelmente poderia levantar um barril ou dois com facilidade.

Ela bateu em seu peitoral com orgulho.

— Deixe comigo. Agora vamos, Madame Leporina.

— O quê?!

Aisha arrastou a ainda espantada Leporina.

Observando-os partir, Kuu riu.

— Sim, tenho certeza que aquela garota elfa negra pode carregar um ou dois barris de bebida sem nenhum problema.

— Acredita mesmo nisso? — perguntei.

— Bem, sim. Acho que até eu poderia lutar bem contra seu amigo ruivo, mas… aquela garota parece estar em uma dimensão diferente.

Kuu girou o braço em círculos.

— No mínimo, esse não é um nível de poder que um aventureiro comum possui. Ela é uma comandante militar no reino ou algo assim?

— Sem comentários.

— Eu mesmo a quero como vassala…

— Você não pode tê-la.

— Oookyakya! Ah é?

Enquanto conversávamos, as conchas iam assando. Um dos pescadores de morsas tirou algo que era de uma cor branca leitosa de uma jarra e colocou sobre as conchas.

— O que é isso? — perguntei.

— Manteiga feita com o mesmo leite de iaque usado para fazer leite fermentado. — disse o homem.

— Quando comemos frutos do mar por aqui, despejamos álcool enquanto cozinha e colocamos isso por cima quando está pronto.

Isso fazia sentido. Manteiga, hein. Igual a moluscos do tipo vieiras ou amêijoas, combinados com manteiga davam uma excelente harmonia.O pescador passou a picar alguns moluscos que provavelmente eram vieiras com manteiga. Ele os ofereceu para Kuu e para mim.

— Vá em frente, jovem mestre.

— Vocês visitantes também. — disse outro homem.

— Não se segurem. Comam bastante.

— Pode deixar! — Kuu chorou.

—Obrigado! — acrescentei.

Aceitamos e agradecemos aos pescadores. Imediatamente, o cheiro do mar e o aroma da manteiga fizeram cócegas em minhas narinas.

Ah, eu não consigo nem descrever… foi uma experiência tão nostálgica. Me fez lembrar daqueles espetinhos de búzios que vendiam nas barraquinhas das festas. Nunca imaginei que teria vontade de comer aquilo regularmente, mas quando passava por aquelas barraquinhas e sentia aquele aroma, não conseguia resistir e tinha que parar. É exatamente essa sensação que estou sentindo agora.

Usei o garfo que me deram para comê-los. Sim, eram vieiras com manteiga. Seus sabores d estavam intactos, e eram as melhores vieiras de manteiga que já comi.

Deixei escapar um gemido involuntário de apreciação.

— Eles são bons…

— Pois é! — Kuu concordou alegremente.

— Fritá-los na praia e depois comê-los com manteiga é uma parte que nos orgulha de nossa cultura alimentar.

— Entendo.

Cultura alimentar, né? Bem, eu não ia deixá-lo me superar.

Chamei Roroa, que observava com grande interesse um dos pescadores enfiar um espeto de metal em uma concha em espiral, torcendo-a para extrair a carne e os órgãos.

—Ei, Roroa!

—Hum? O que você precisa? — respondeu enquanto trotava em nossa direção.

— Você tem isso com você agora? Você sabe, aquela coisa que colocamos em um recipiente de metal e trouxemos de casa?

— Ohh, acredito que deve tá na bagagem que trouxe comigo.

Ela vasculhou a bolsa de equipamento de viagem que trouxera da carruagem. Mostrando um recipiente de metal do tamanho de uma lancheira, perguntou ela ao me oferecer:

— É isso?

Kuu olhou para o recipiente com curiosidade.

— Oookya? O que é essa caixa?

— Nela contém um tempero que trouxemos conosco do nosso país.

Quando abri o recipiente de metal, estava cheio de uma pasta espessa de cor marrom-amarelada.

— Tempero?

— Sim. Chama-se missô.

O recipiente continha o missô que mandei os lobos místicos fazerem em casa.

Como os japoneses querem trazer ramen instantâneo, ou sopa de missô com eles quando vão para o exterior, eu trouxe missô e konbu para produzir caldo nesta viagem. Com um pouco de água e quaisquer vegetais à mão, eu poderia fazer sopa de missô em qualquer lugar. Se tivesse carne, poderia acrescentar também.

Sendo assim, peguei uma colher de missô e coloquei uma pequena quantidade em minhas vieiras de manteiga. As vieiras de manteiga agora evoluíram para vieiras de missô e manteiga.

Eu os agitei um pouco e os ofereci a Kuu.

— Dê-me o benefício da dúvida e experimente, ok?

— C-Claro.

Ele receosamentesamente pegou um dos pedaços de vieira e ocolocou na boca. No momento seguinte, os olhos de Kuu se abriram em choque.

— O que é isto? O sabor é super complexo agora! Não, é delicioso! É delicioso, mas não posso deixar de querer beber com ele!

— Heh heh heh.

Eu sorri.

— Como assim? O que você acha da cultura alimentar do meu país?

Disse isso com confiança e, após um momento de surpresa, Kuu soltou uma risada divertida.

— Oookyakya! Entendi! Você estava se sentindo competitivo porque mencionei a cultura alimentar antes! Você me pegou dessa vez!

— Eu diria que apenas igualei o placar.

— Acho que fritá-los na praia é uma boa cultura de se ter.

— Oookyakya! Não há dúvida disso! Ohh, quando a bebida vai chegar aqui?

Enquanto conversávamos, Leporina, que carregava um pequeno barril, e Aisha, que carregava dois grandes, voltaram.

Depois disso, Hal, Kaede e Taru se juntaram a nós e fizemos uma grande festa na praia.

A vodca de batata que Kuu forneceu era aparentemente forte e, quando o sol se pôs, todos estavam muito animados e até começaram a se soltar um pouco demais.

Os homens-morsa começaram a dançar e entoar algo que parecia ser uma melodia descompassada ou uma exclamação de entusiasmo, era difícil dizer ao certo. A maneira como se contorciam e se movimentavam lembrava até mesmo as dançarinas do ventre.

— Como é que um homem-morsa dança no fundo do mar?

— Ah! Ele dança bamboleando!

Em outro lugar, Hal, sem dúvida, bêbado, estava realizando algum tipo de dança do fogo com dois pedaços de madeira envoltos em chamas.

— Tudo bem! Estou todo empolgado! — Ele balbuciou.

Uma Kaede igualmente bêbada cacarejava e rolava de rir enquanto o observava.

— Isso é ótimo, sabe, Hal!

Enquanto isso, Kuu Estava com  Tomoe completamente alterada em seus ombros.

— Oookyakya! Venha cá.

— Ahahaha! Estou tão animada!

Pelo alto astral em que estava, Tomoe poderia estar bêbada também. Naturalmente, não a deixei tomar um gole de álcool, mas talvez ela tenha se embriagado com o cheiro ou o álcool usado no marisco não tenha evaporado totalmente. Seja qual fosse o caso,  falhei em meu papel como seu guardião. Se a Líscia soubesse disso, iria receber um sermão.

Ao lado deles, possivelmente incitada por Kuu, Aisha, que estava bêbada, carregava Juna em seus ombros.

— Ha ha ha! Que diversão estamos tendo, Madame Juna!

— E-espere, Aisha! Ponha-me no chão, por favor!

Juna não parecia tão embriagada, mas seu rosto estava vermelho de vergonha com toda a atenção que estava recebendo.

Eu me servi de outra bebida, e meio que observei enquanto o caos se desenrolava gradualmente na praia.

— Mweheheh, querido.

Roroa se colocou sobre mim por trás. Descansando o queixo no meu ombro, ela esfregou a bochecha contra mim. Foi um gesto fofo de gato, mas ela cheirava um pouco a álcool.

— Você está bebendo como deveria, querido?

— Estou bebendo, sim — respondi. — Mas você, Roroa… tem certeza que não bebeu demais?

— Mweheheh.

Ela tinha um copo em uma mão e uma concha na outra. Ambos já estavam vazios, então o fato de que ela não estava prestes a deixar nenhum deles ir era prova de que  já estava bastante bêbada.

— Ei, Roroa… — comecei.

Zzzz…

— Espere, isso foi rápido! Estávamos no meio de uma conversa!

Ela estava roncando baixinho com o queixo apoiado no meu ombro.

Saiu um pouco de baba da boca dela, mas… Resolvi fingir que não vi. Sem outra escolha, a tirei do meu ombro e deixei ela usar minhas pernas cruzadas como travesseiro.

Purr…

— …

Honestamente… Ela parecia tão feliz dormindo. Enquanto acariciava sua cabeça, olhei para o tumulto. Kuu e os outros ainda estavam tomando todas, comendo e festejando juntos.

Tendo compartilhado aquele tempo divertido juntos, uma certa coisa começou a se enraizar em mim.

Refleti sobre isso silenciosamente.

Então, para esvaziá-lo, virei o copo que estava segurando. Não percebi, neste momento, que haviam olhos fixados em mim com preocupação.

A festa em Moran continuou até tarde da noite, e acabamos pernoitando lá porque quase todo mundo estava totalmente bêbado e, embora fosse próximo, ainda era longe o suficiente para que tivéssemos que usar carruagens para voltar a Noblebeppu.

No final, todos nós acabamos dormindo no chão de um grande salão de uma pousada, que Kuu usou sua reputação para nos colocar.

Tirando essas dificuldades, chegou o dia seguinte.

Kuu, Juna e eu saímos para uma caminhada e visitamos o porto de pesca perto da praia onde havíamos feito o churrasco. O resto do grupo estava de ressaca e fora de serviço.

Roroa, Hal e Kaede ficaram realmente ruins, já Tomoe estava trabalhando com Aisha e Leporina, cujos sintomas eram menos graves, para cuidar deles. Parecia que a vodca de batata de Kuu havia causado uma terrível ressaca naqueles que não a beberam.

Mas por que eu estava bem?

Eu podia entender porque Kuu, que estava acostumado com aquilo, estava bem e pude ver porquê Juna, que começou a se conter em algum momento, estava bem, mas, por algum motivo, eu também não estava de ressaca.

Eu só bebia quando participava dos banquetes dos nobres, na casa do Poncho e nos dias em que o trabalho me ocupava até altas horas da noite e perdia o jantar, mencionei isso para os dois em perplexidade.

— Talvez você apenas seja resistente a álcool?

Kuu sugeriu.

Sou resistente ao álcool, né? É uma coisa genética?

Pensando bem, lembrei que meu avô era um bêbado muito ruim. Eu me lembro das várias vezes em que meu avô tomou bronca da minha avó por beber demais com os em festas e não conseguir chegar em casa porque foi preso pela polícia.

— É realmente algo natural na maneira como meu corpo funciona? — murmurei.

— Ah…

Juna rapidamente desviou o olhar.

O que foi aquilo?

— Juna?

— O que é isso?

Juna me mostrou seu sorriso calmo de sempre, no entanto, suas bochechas pareciam estar se contraindo um pouco.

Olhei para o rosto dela.

— Há algo de errado?

Ela desviou os olhos descaradamente. Tendo em vista que Juna, raramente deixava transparecer suas emoções, ela parecia extraordinariamente mal-humorada.

Suspeito.

— Você sabe de alguma coisa? — provoquei

— O que você quer dizer?

Eu encarei Juna, que estava tentando se esquivar da pergunta.

— Deve ser por causa do uwabami.

Ela disse finalmente, desviando os olhos.

Um uwabami… Isso significava um bebedor pesado, certo? Talvez tenha a ver com a minha composição genética… Espere, hein? Ela disse que era por causa do uwabami, não que eu fosse um uwabami, certo? Uwabami era uma palavra que também significava uma grande serpente, não é?

Hmm, havia algo me incomodando sobre isso.

Por um tempo, jogamos um jogo de pega-pega em que eu tentava olhar Juna nos olhos e ela desviava o olhar, mas então Kuu apontou para o mar e começou a falar.

— Ei, Kazuma. Você consegue ver aquilo?

— Aquilo?

Olhei para o mar para ver o que ele queria dizer, e havia um objeto branco espalhado no horizonte.

Era gelo? Este país estava no extremo sul do continente. Sendo esse o caso, pode ser o gelo do pólo sul deste mundo. Como os mapas eram vagos, não havia como ter certeza se havia um continente sob o gelo.

Kuu olhou diretamente abaixo do gelo enquanto falava.

— Essas são as ilhas de gelo. Elas gradualmente se aproximam deste país no final do verão. Quando chega o inverno, aquele gelo e esta praia estão conectados e, quando neva, não dá para saber o que é terra e o que não é. Este mar fica coberto de gelo tão espesso que você poderia andar de carruagem sobre ele e não quebraria.

Kuu sentou-se na praia e cruzou as pernas, colocou os cotovelos no colo, apoiou o rosto nas mãos e olhou ressentido para o mar.

— Grandes criaturas marinhas odeiam este mar gelado. É por isso que os peixes médios e pequenos se juntam, e também a razão para o nosso país ter uma riqueza de lugares para pescar, mas isso também significa que grandes navios de transporte não podem entrar.

— É difícil, hein.

Eu balancei a cabeça.

Os grandes navios deste mundo tinham enormes criaturas marinhas,  os dragões marinhos, puxando-os da mesma forma que cavalos puxam carruagens. Se aqueles dragões marinhos odiavam este mar, isso era bom porque não seriam invadidos por marinhas estrangeiras, mas também era ruim porque grandes navios de transporte também não podiam vir aqui. Eles podiam negociar por métodos que não dependiam de criaturas marinhas ou do ar, mas isso só era uma opção durante o verão. Este mundo não tinha navios quebra-gelo que pudessem atravessar os mares gelados do inverno.

— Existem limites para o que o transporte terrestre pode fazer — disse Kuu.

— Comerciantes viajantes só vêm no verão, e com a terra presa no gelo durante o inverno, até andar por aí fica difícil. Se usarmos criaturas como o numoth, podemos transportar coisas mesmo no inverno, mas não são muitas. A grande maioria que temos também foi criada para uso militar.

— Você não pode transferi-los para trabalhos na expedição? — perguntei.

— Eles são nosso único meio de locomoção durante o inverno. Se alguns monstros saem de uma masmorra, bandidos estão atacando uma vila, ou uma pequena vila foi isolada por uma avalanche,precisamos de suas pernas para nos carregar até lá em momentos como esse, certo?

— Entendo…

Eles já estavam os usando o máximo que podiam, então provavelmente não poderiam aproveitá-los para envio.

Kuu estava coçando a cabeça vigorosamente.

— Bem, não é como se eu não pudesse ver por que os velhos iriam querer avançar para o norte. Se pudéssemos receber grandes navios de transporte também no inverno, isso ajudaria muito a tornar esta terra mais próspera, mas mesmo que invadíssemos e tomássemos um porto de água quente, o que aconteceria? Enquanto as dificuldades de navegação não mudarem, apenas a área ao redor deste porto se beneficiaria do comércio. Invadir uma terra que vai ser difícil de sustentar parece o equivalente a cortejar uma linda mulher em seus sonhos.

Cortejar uma linda mulher em seus sonhos. Isso parecia ser um ditado local, equivalente a chamar algo de imagem de bolos de arroz em japonês. Basicamente, não importa o quanto você trabalhasse para seduzir uma linda mulher que conheceu em seus sonhos, isso não fazia sentido e só o deixaria com uma sensação de vazio.

Hmm… métodos de envio de inverno, hein…

Quebrei meu cérebro.

Essa questão era um problema para o nosso país, que também queria negociar com este país. Se o período de negociação fosse limitado, isso colocaria entraves nos bens comerciais em potencial. Legumes pareciam ser uma boa coisa para exportar para este país, mas muitos alimentos frescos não duravam muito.

Temos o Pequeno Susumu Mark V (dispositivo de propulsão do tipo Maxwell), para que possamos enviar grandes navios mesmo durante o inverno, refleti. No entanto, não nos deixará quebrar o gelo espesso. Tenho gente estudando, mas quem sabe quanto tempo levará para produzir um quebra-gelo como o Garinko-go…

Poderíamos nos virar com o que tínhamos agora de alguma forma? Que tal colocar um mago no navio e fazer com que abram um caminho?

Não, seria difícil usar magia no mar, não seria? A área congelada era muito grande, então não importa quantos magos tivéssemos a bordo, eles acabariam perdendo o fôlego. Enquanto isso, se tentássemos o transporte aéreo, as correntes de ar seriam muito violentas, então as montarias voadoras não seriam utilizáveis. Além disso, como a terra estava coberta de neve, se não usássemos criaturas como o numoth, o transporte terrestre seria difícil.

Também não há limpa-neves. Se houvesse algo como trenós, poderíamos deslizar por cima da neve… Espere, não precisaríamos de numoths para puxar esses trenós? …Hm? Deslizar por cima da neve?

Foi quando me lembrei da existência de uma determinada coisa.

Anteriormente, ao pensar em usos para o Little Susumu Mark V, havia algo que desenvolvi quase inteiramente como uma piada.

Talvez com isso… ponderei. Acho que vou tentar entrar em contato com Genia.

Eu ainda não sabia como seria, então, em vez de dar a ele falsas esperanças, decidi não contar a Kuu e entrar em contato com o castelo real em segredo.

Quando a tarde chegou, os membros do grupo com ressaca começaram a se sentir muito melhores, então decidimos voltar para a cidade de Noblebeppu. Já era noite quando o passeio de carruagem chegou ao fim.

Kuu estava dizendo que teríamos outra festa hoje à noite, mas como a maioria de nós não havia eliminado totalmente o álcool da noite anterior, recusamos educadamente e decidimos deixar nossos estômagos e fígados descansarem durante a noite.

O tremor da carruagem havia agravado as ressacas de Roroa, Hal e Kaede, então eles foram para seus quartos assim que chegamos à pousada e foram dormir sem jantar.

Aisha levou Tomoe para passear pela cidade à noite. Aparentemente, elas iriam procurar lembranças.

Deixados para trás, Juna e eu conversamos sobre nada de importante e relaxamos.

Eventualmente, enquanto eu pensava que tudo o que restava a fazer era tomar um banho nas fontes termais e dormir, de repente Juna disse:

— Ah, acabei de me lembrar de uma coisa que preciso fazer. Com licença. —  saiu da sala.

Ela tinha negócios para fazer a esta hora? Talvez tenha ido procurar por Aisha e Tomoe?

Tendo ficado para trás sozinho, não tinha nada para fazer, então decidi tomar um banho. Esta pousada tinha apenas um grande banho ao ar livre, alimentado com água corrente, que era dividido em lados masculinos e femininos.

Enxaguei-me com água quente e imediatamente mergulhei na banheira.

Normalmente, eu gostaria de me lavar primeiro, mas as noites eram frias aqui, e sendo um banho ao ar livre, se eu não entrasse rapidamente, pegaria um resfriado e coisas ruins aconteceriam.

Enquanto afundava na água fumegante do ar frio, do lado de fora, meu corpo parecia estar derretendo agradavelmente.

Nós éramos os únicos hóspedes da estalagem agora, e Hal era praticamente a única outra pessoa que poderia entrar no lado masculino, então pude relaxar sem ter que ser atencioso com mais ninguém.

Nossa, que calor.

A água passou através do meu corpo, lavando a fadiga que eu construí enquanto me movia.

Apoiado na beira da banheira, eu estava cantarolando a música das fontes termais de Noboribetsu quando ouvi alguém andando atrás de mim.

Essa não era a direção do banho feminino. Nesse caso, Hal acordou e veio para o banho?

Eu estava pensando nisso enquanto me virava, mas…

O quê?!

Lá estava Juna, nua.

Em sua mão direita ela tinha uma bandeja e na esquerda ela segurava uma toalha que mal a cobria. Sua pele levemente corada e sua figura redonda e feminina queimaram-se em minha mente.

 

 

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Eu ainda estava perplexo com essa ocorrência repentina, quando Juna deixou a bandeja e começou a derramar água quente sobre si mesma.

— Desculpe-me enquanto entro ao seu lado. — Ela disse enquanto entrava no banho.

Ela se sentou tão perto de mim que nossos ombros se tocaram. Sua pele macia e branca estava bem ao meu lado.

Uma vez que ela tinha encharcado até os ombros, ela soltou um suspiro.

— Uau!

Aquele suspiro sexy finalmente me trouxe de volta aos meus sentidos.

— U-Um… Juna? Este é o banheiro masculino, você percebeu?

— Pedi ao estalajadeiro para reservá-lo para nós por mais ou menos uma hora, então está tudo bem.

Agora que ela mencionou isso, Roroa estava dizendo que havia um sistema assim.

— Não, mas ainda é embaraçoso…

— Hee hee! Onde está o mal nisso? Afinal, somos um casal.

Com isso dito, ela se encostou em mim.

— Então, por favor, sinta-se à vontade para me chamar por um nome de animal de estimação agora, querido. Estamos sozinhos, então não quero que você seja tão formal.

— Contudo, com você, ser educado é algo natural —Eu objetei.  Ainda assim, tentei me soltar, como ela queria. Hmm, sim, isso foi embaraçoso.

— Na verdade, tenho que tentar falar menos formalmente.

— Acho que, em termos de nossas posições, é natural que você fale informalmente. — Ela me disse.

— Eu sei que você disse que fica tenso com mulheres mais velhas, mas você chama minha avó de Excel, não é?

— Isso porque tenho uma sensação mais forte de que Excel é minha vassala. Preciso deixar claro quem é o mestre o tempo todo, ou aquela mulher vai me deixar maltrapilho, mas com você, eu só quero ser extremamente educado. Naturalmente, isso não é uma tentativa de separar você de minhas outras noivas ou algo assim. Você é como minha confiável esposa mais velha.

— Hee hee! Eu sou?

Juna me observou com um sorriso calmo enquanto eu fazia o possível para me explicar.

Juna puxou a bandeja que trouxera. A bandeja tinha dois copos pequenos e uma garrafa amarela clara.

Ela me passou um dos copos e ergueu a garrafa para eu pudesse ver.

— Primeiro, uma bebida.

— É alcoólico.

— Não. Considerando a noite passada, decidi pelo suco. Este suco é feito quase exatamente pelo mesmo processo de um vinho de cereja que Leporina disse que gosta. Parece que a única diferença é se você adiciona água ou álcool ao xarope produzido.

Com essa explicação, ela me serviu um copo.

Embora fosse suco, parecia álcool, então servi a bebida de Juna para ela em troca, como era uma cortesia comum.

Por fim, comigo tendo me acostumado com a visão da pele branca de Juna… bom, não cansei de ver, claro, só consegui me controlar um pouco melhor… fizemos um brinde.

Após fazermos um brinde mergulhamos um pouco, e bebemos o suco substituindo o vinho.

Durante esse tempo, não pude deixar de olhar para aquelas protuberâncias maiores que os de Líscia. Sua pele molhada tinha um brilho resplandecente.

Juna notou, é claro.

— Hee hee! Você pode ir em frente e olhar.

— Por favor… poupe-me — murmurei.

O suco não deveria conter álcool, mas estava me sentindo tonto. Eu não ficaria tonto com o calor em nenhum momento. Por causa disso houve uma batalha épica entre a luxúria e a razão sendo travada dentro da minha cabeça.

— Tem algo em sua mente te incomodando? — perguntou Juna de forma repentina.

Eu estava no limite, pensando que ela tinha percebido o quão cheia de pensamentos lascivos minha cabeça estava agora, mas Juna tinha um olhar sério em seus olhos.

— Desde o churrasco na praia, você tem algo em mente. Hoje também… sua mente parecia estar em outro lugar.

— Você notou isso, hein?

Era verdade, havia algo que eu tinha em mente desde o churrasco. Não, talvez seja mais apropriado dizer que fiquei confuso sobre isso.

Então ela encostou a cabeça em meu ombro e falou comigo com os olhos baixos.

— Pode não adiantar nada me dizer o que é. Ainda assim, se contar a alguém diminuirá suas preocupações. Por favor, querido, não carregue o fardo sozinho. Você tem companheiros, inclusive eu, com quem pode compartilhar qualquer coisa.

— Juna…

Dentre todas as minhas noivas, Juna era aquela que sempre dava um passo  atrás para olhar o quadro geral. Era justo dizer que ela era a melhor de todas quando se tratava de mostrar uma preocupação cuidadosa. É por isso que ela percebe facilmente as preocupações que pensei estar escondendo.

Então, Juna assumiu um tom de menina taciturna.

— Eu pensei que você me contaria quando estivéssemos sozinhos, sabe… Apesar disso, você não disse nada. É por isso que providenciei para que ficássemos juntos assim. Em um lugar onde nada está escondido, pensei que você também poderia revelar seu coração para mim.

— Você fez tudo com isso em mente, hein? — comentei. — Realmente não sou páreo pra você…

— Hee hee.

Ela parecia fofa quando estava de mau humor, então acariciei seu rosto e ela me deu um sorriso feliz. Ela tinha visto tudo, mas ver o sorriso de Juna enxugou qualquer frustração que eu tinha sobre isso. Foi por isso que revelei o que me dizia respeito.

— Juna… o que você acha do Kuu?

— Senhor Kuu? Ele parece um pouco turbulento, mas acho que ele é um jovem amável.

— Sim. — balancei a cabeça.

— Ele também tem uma habilidade misteriosa de atrair pessoas. Ele será um bom governante algum dia, tenho certeza. Se ele fosse um expansionista, seria um inimigo que não poderíamos subestimar, mas Kuu está satisfeito com o desenvolvimento interno. É o tipo de governante que eu gostaria de ver em um vizinho.

— Nada disso parece ruim, no entanto… — Juna inclinou a cabeça para o lado.

Era verdade, não era ruim.

— Se ele se tornar meu amigo jurado, não há ninguém mais confiável — Eu disse.

— Tendo em vista o problema da pesca ilegal com a União do Arquipélago do Dragão de Nove Cabeças ao nosso leste, a União das Nações Orientais lutando contra o Domínio do Lorde Demônio ao nosso norte, o imprevisível Estado Mercenário Zem e o teocrático Estado Papal Lunariano Ortodoxo ao nosso oeste, tornaria as coisas muito mais fáceis se pudéssemos ter relações amigáveis ​​com a República de Turgis, a nosso sudoeste, pelo menos. Também nos daria uma conexão terrestre com nosso aliado secreto, o Império Gran Caos.

Ela ouviu em silêncio.

— No entanto, ainda não formamos uma aliança. Eu aprendi muito sobre Kuu antes que isso acontecesse.

Olhei para o copo na minha mão.

— Quando estávamos bebendo com Kuu, Taru, Leporina e as outras pessoas deste país, e agindo como idiotas, foi divertido, mas também tive outro pensamento. Se fosse necessário, eu poderia fazer dessas pessoas meus inimigos?

— Inimigos…? — A expressão de Juna ficou nublada.

Por que isso surgiria? seu rosto parecia perguntar.

— Acho que Kuu é um cara simpático… — Eu disse.

— Mas além de ser eu mesmo, sou o representante de uma nação. Tenho que pensar nas minhas preferências como pessoa e nas minhas preferências como país separadamente.

— Porque ainda não estabelecemos relações cordiais com a República de Turgis?

— Sim. Se a República de Turgis se tornasse hostil no futuro, eu poderia lutar contra o país onde Kuu e seu povo vivem…? Foi isso o que pensei.

Essa era a vaga preocupação que vinha sentindo.

— Quando resolvi abrir hostilidades com a Amidônia, os planos do inimigo já estavam em andamento e era uma situação de matar ou morrer. Foi por isso que decidi ir para a guerra, mas se eu soubesse que havia pessoas como Roroa, Colbert e Margarita lá. antes do início da guerra, eu teria sido capaz de tomar essa decisão, mesmo quando isso significa perder Roroa e os outros?

Ela ficou em silêncio.

— É a mesma coisa desta vez — Eu disse.

— Se a república se opõe a mim, são meus vassalos e meu povo que sofrerão, caso eu seja muito lento para decidir. Sabendo disso, ainda posso fazê-lo? Posso ter me apegado demais a Kuu e seus amigos. Fiquei preocupado, pensando nisso.

Agora que eu havia revelado meus sentimentos, Juna colocou a mão na minha bochecha.

— Juna?

— Tenho certeza de que você fará a coisa certa, querido. — Sua voz era infinitamente calma e gentil.

Então Juna passou o braço em volta do meu pescoço e me abraçou. Surpreso com a rapidez disso, deixei cair meu copo na banheira. Meu braço esquerdo estava envolto em uma sensação suave.

— Ei, Juna?!

— Tenho certeza que você tomará uma decisão. Você pode até se arrepender depois. — Juna sussurrou suavemente em meu ouvido. — No entanto, mesmo com hesitação e arrependimento, você é o tipo de homem que faz o que precisa fazer. Eu tenho observado você todo esse tempo. Conheço seus pontos fortes e fracos. Não importa o quanto seu coração grite que não quer lutar, você é o tipo de pessoa que luta quando é necessário.

Eu estava em silêncio.

— Se a escolha partir seu coração em pedaços, conte-nos. Levaremos suas hesitações, arrependimentos e pecados juntos como uma família. Hee hee! Você tem cinco futuras esposas, então vamos dividir em seis partes iguais?

Juna disse a última parte provocativamente.

Eu senti que meu coração estava um pouco mais leve agora.

— Obrigado, Juna.

— Hee hee! Além disso, pensar em lutar contra a República de Turgis agora é como se preocupar se uma pedra pode rolar montanha abaixo. Se você fizer isso, pode tropeçar nas pedras aos seus pés, sabia?

— Ahahaha, verdade.

Ao olhar para longe, eu tropeçaria no que estava aos meus pés, hein?! Ela estava tão certa…

Em vez de considerar o que fazer caso eles se tornassem hostis comigo, era melhor pensar em como evitar que isso acontecesse. Se eu não queria lutar contra eles, isso era ainda mais necessário Sim… eu tinha uma direção agora.

— Para forjar uma aliança formal, preciso mostrar um ”ganho” ao estabelecer relações amigáveis ​​conosco e uma ”ameaça” para fazê-los hesitar em se opor a nós — eu disse. — Tenho que convencer o velho de Kuu de que nosso país pode ser um aliado valioso, mas um inimigo terrível.

— Ganho e ameaça, não é? — Ela disse. — Mas como você vai fazer isso? Você não pode estar planejando trazer nossos militares para a reunião, certo?

— Não se preocupe. Tenho várias ideias.

Ao contrário de antes, minha mente estava funcionando corretamente agora.

Foi bom que, em vez de temer que eles se tornassem hostis, eu pudesse agora decidir fazer tudo o que fosse necessário para evitar que eles se tornassem assim. Graças a Juna.

— Obrigado, Juna. Graças a você, acho que o caminho… hein?

De repente minha visão ficou turva. O mundo estava girando. Oh, caramba, isso é ruim.

— Q-Querido?

Parecia que eu tinha ficado tonto com o calor. Agora que pensei sobre isso, estava no banho desde antes da chegada de Juna.

A última coisa que vi no “mundo giratório” foi a pele branca de Juna, e então perdi a consciência.

Quando acordei, estava em cima da cama do quarto em que estava hospedado.

Aah… Eu desmaiei nas fontes termais, certo?

Eu estava… não nu agora.

Juna tinha me carregado de volta e me vestido?

Senti uma brisa suave em meu rosto. Olhando ao meu lado, Juna estava sentada na beira da cama e me abanando.

— Juna?

— Oh, você voltou a si? — Juna disse com um olhar de alívio. — Você desmaiou na fonte termal, então pedi ao pessoal da pousada para me ajudar a carregá-lo de volta para o seu quarto; afinal, o ar lá fora estava muito frio para tirá-lo da fonte e tratá-lo lá.

— Desculpa. Isso é embaraçoso para mim…

— Não se preocupe. Isso me deu a chance de examinar seu corpo. Juna levou a mão ao rosto e sorriu maliciosamente.

Urkh… Mesmo que fosse na primavera quente, eu estava realmente envergonhado de pensar que ela tinha visto tanto de mim enquanto eu estava inconsciente.

Como se ela visse meus sentimentos mais íntimos.

Juna riu.

— A propósito, já voltamos a você ser tão educado comigo?

— Ahh… Sim, isso parece mais natural.

— Entendo— disse ela. — Então vamos deixar você relaxar comigo quando estivermos apenas nós dois sozinhos.

— É embaraçoso que você coloque dessa forma, mas… vamos fazer isso.

Falando de forma diferente quando estávamos sozinhos. Eu pensei que poderia estar tudo bem.

— A propósito, Aisha e os outros já voltaram? — perguntei.

— Não, ainda não. Você só ficou inconsciente por cerca de dez minutos.

— Eu fiquei…?

— Sim. Então pudemos fazer coisas assim.

Juna se inclinou, jogando para trás seu lindo cabelo azul e pressionou seus lábios contra os meus. Então ela puxou o rosto para trás e riu.

— Devemos manter o fato de tomarmos banho juntos nosso segredinho por um tempo?

— Huh?

— Se Aisha e Roroa ouvirem, tenho certeza que ficarão com ciúmes e querer se juntar a você também. Quero que você possa descansar, querido.

Eu entendi o que ela quis dizer. Então, pelo menos por enquanto, que seja nosso segredo.

 


 

Tradução: Takeshi

Revisão: Akira

QC: Pride

 

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Vol. 07 – Cap. 04