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Bruxa Errante, a Jornada de Elaina – Vol. 08 – Cap. 05.1 – Bem-vindo ao Café Orelhas de Gato

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Cidade Mercante de Triones.

Edifícios de tijolos se alinhavam na avenida e multidões de pessoas transitavam sobre os paralelepípedos lisos. Havia pessoas entregando correspondências, donas de casa perambulando pelas barracas de rua fazendo suas compras, pessoas indo para o trabalho e comerciantes conduzindo carroças carregadas de mercadorias. Geralmente a avenida principal em uma tarde de dia útil era assim, cheia de gente seguindo o fluxo diário da vida.

Por outro lado, havia também uma pessoa que estava apenas andando sem rumo, sem emprego e sem responsabilidades para se preocupar.

Era uma jovem solteira, bem bonita, vestida como uma maga. Seu cabelo era cinza, seus olhos cor de lápis-lazúli e vestia um robe e um chapéu triangular. Ela era uma bruxa e uma viajante.

Se contrastando bastante dos moradores da cidade ocupados com suas rotinas diárias enquanto ela passeava ociosamente, olhando os prédios da avenida. Pelo que tudo indicava, ela parecia estar simplesmente vagando sem rumo, ou talvez procurando por algo.

— Heh-heh-heh… café gato…café…gato…

Em sua mão, segurava um panfleto escrito, CAFÉ GATO DA COCO. Esta bruxa realmente estava procurando por um café gato.

E esta bruxa que estava correndo e agindo de forma suspeita, quem diabos ela poderia ser?

Isso mesmo, sou eu.

— Heh-heh-heh-heh…

Soltei outra risada estranha.

Algum tempo antes, por acaso, fui curada da minha alergia a gatos. E hoje, estava me sentindo um pouco festiva. Não teria mais que evitar assiduamente toda e qualquer companhia felina. Ora, eu poderia até brincar com eles se quisesse.

E por acaso, me encontrei numa cidade dominada por uma moda muito peculiar — restaurantes temáticos peculiares. Dentre eles, um café com tema de gato tinha acabado de abrir.

Um café gato.

Cafeteria! Gato!

Em outras palavras, um lugar onde posso tomar café e brincar com gatos. Eu tenho que ir, certo? Não, não, não há necessidade de pensar mais nisso. Não tenho escolha a não ser ir.

E então, por essa sequência de eventos, eu estava indo para um café gato.

— Deveria ser aqui…

Parei abruptamente. Olhando para cima, vi uma placa espalhafatosa pendurada na entrada, onde se lia: CAFÉ GATO DA COCO.

Sem hesitar e sem nenhum senso de cautela, coloquei minha mão na porta. Neste ponto, meu coração estava batendo forte de emoção. Tinha certeza de que a loja estaria cheia de todos os tipos de gatos. Estava convencida de que passaria o dia relaxando, tomando café com um gato sentado no colo e que quando o acariciasse, ele ficaria extasiado e ronronaria.

De qualquer jeito, não pude deixar de ficar animada.

Meu dia incrível com gatinhos encantadores começa agora!

— Bem-vinda de volta, mestra! Obrigada por nos visitar aqui no Café Gato da Coco, miau!

Diante de mim estava uma empregada que tinha orelhas de gato.

Fechei a porta.

Olhei para a fachada.

Dizia, CAFÉ GATO DA COCO. Isso.

Olhei para o folheto.

Dizia, CAFÉ GATO DA COCO. Não tem erro.

Poderia ter sido uma alucinação? Posso estar sonhando?

Abri a porta novamente.

— Bem-vinda de volta, mestra! Obrigada por nos visitar aqui no Café Gato da Coco, miau!

— ……

Ah, não é… um sonho…

Não importa quantas vezes esfreguei os olhos, diante de mim estava uma jovem vestida como uma empregada francesa. Mas não era uma mulher comum, mesmo além de sua fantasia de empregada — um par de orelhas de gato brotava de sua cabeça e ela ostentava uma cauda felina. A princípio, pensei que fosse parte da fantasia, mas para minha surpresa, tanto as orelhas quanto o rabo se contraíram com entusiasmo, como se estivessem vivos.

Ohhh, um café gato, tipo…

— Meu Deus! Bem-vinda! Estávamos esperando! Você é a novata, certo?

Enquanto estava parada ali, estupefata e desesperada, outra empregada com orelhas de gato apareceu do fundo da loja.

Seus olhos estavam iluminados com entusiasmo.

— Ahh! Tãaaaoo fofaaaaa! Sem dúvida, você pode definitivamente se tornar a número um! — Enquanto falava, ela puxou meu braço.

Cabelos longos, lisos e acinzentados. Olhos azuis. Traços refinados. À primeira vista, ela era uma beleza óbvia, mas ainda assim, era uma empregada com orelhas de gato.

— Hmm…?

Fiquei perplexa com essa súbita reviravolta nos acontecimentos, mas a nova empregada disse:

— Ah, não me apresentei, não é? Eu sou a gerente, Coco! Prazer em conhecê-la! — Ao dizer isso, ela me acompanhou até o café.

— Huh? Hum, hum…

Agora, suponho que, de alguma forma, meu desejo estava sendo realizado. Estava passando um tempo com um gato… mas o gato em questão não era nada do que eu esperava. E ela era insistente também.

Sem me dar tempo para refutar, Coco me arrastou para dentro do restaurante.

Enquanto estava sendo arrastada para longe, continuava pensando sobre o que significava exatamente café gato quando Coco, como se estivesse lendo minha mente, começou a explicar.

— Sou meio-humana, meio-gato, sabe, então decidi tentar administrar um maid café. E é isso! — Ela divulgou os detalhes com uma atitude muito alegre. — Este café é uma maneira de eu e outras pessoas-gato ganharmos a vida. Pessoas-gato não são pessoas nem gatos; nós somos uma espécie intermediária, sabe?! Infelizmente, temos dificuldade em encontrar trabalho. É por isso que quero criar oportunidades para meus irmãos e irmãs, entende?

Este lugar chamado café gato parecia estar fazendo um negócio relativamente bom, pois lá dentro já havia alguns clientes lotando as mesas.

Todas as funcionárias que iam de mesa em mesa estavam vestidas com lindos trajes de empregada com babados, e todas, sem exceção, usavam orelhas e rabos de gato. Enquanto trabalhavam, chamavam seus clientes usando frases fofas e sem sentido como: “Por favor, aproveite, miau ♥”, e “Miau, miau ♥”, e “Oh, mestre, você não me visita há um tempo, eu estava solitária, miau ♥”.

— Coco, por que elas estão falando assim?

— É assim que tratamos nossos clientes aqui.

— Entendi, entendi.

Não entendi nada.

— No nosso café, adicionar “miau” ao final das frases é bastante popular.

— Entendi, entendi.

Realmente não entendi nada, miau.

— A propósito, aquela garota ali é nossa atual funcionária número um. O nome dela é Misty.

Coco apontava para uma criada com orelhas de gato e cabelos cor de areia que lhe desciam até aos ombros. Ela estava bem no meio do atendimento a um cliente, dizendo a ele: “Obrigada, miau ♥”, em um tom de voz sedutor. Quase fazendo meu estômago revirar.

Assistir àquilo era doloroso. Sem parar, atravessamos o salão, passamos pela cozinha e, finalmente, chegamos a um escritório nos fundos.

Pelo aspecto da cozinha, não há um único utensílio de cozinha no local… Como eles servem comida?

Igual antes, como se antecipasse minha pergunta, Coco me disse rapidamente:

— Todos os pratos que nosso café serve são pré-cozidos e só precisam ser aquecidos. — Ela orgulhosamente colocou uma omelete pré-cozida na mesa do escritório. — A propósito, um único prato custa uma moeda de ouro.

Enquanto falava, ela escrevia NOVATA ♥ na omelete com ketchup.

— Uau, isso é caro.

Isso não é um roubo?

— Aqui os funcionários escrevem na comida com ketchup, então o preço sobe.

— Isso não é uma fraude?

— Bem, com certeza vende, então… não vamos parar… — Coco sorriu levemente, com um olhar distante. Ela era obviamente obcecada por dinheiro.

Coco me contou todo tipo de coisa sobre seu café gato enquanto eu comia minha omelete. Por exemplo, me disse que quanto mais as empregadas com orelhas de gato flertavam com os clientes, mais movimentado ficava o café. Também me disse que recentemente estavam preocupadas com a falta de funcionárias. Elas realmente estavam com as patas cheias e procurando ajuda.

— E é por isso que coloco anúncios para funcionárias de meio período.

Foi o que ela disse.

Mas isso não deveria ser um lugar para pessoas-gato encontrarem trabalho?

Coco sorriu amplamente:

— Todo mundo que trabalha aqui é uma garota-gato. Então você pode relaxar — disse ela. — …Você deve ter tido uma vida difícil lá fora, para recorrer a se disfarçar de maga…

— ……

Me disfarçar? Eu sou uma maga. Na verdade, sou uma bruxa!

— Você tem orelhas de gato escondidas sob esse seu chapéu triangular, não tem? — Coco continuou. — O mundo pode ser um lugar assustador para pessoas como nós, hein? Já que temos que viver nossas vidas escondendo qualquer evidência de que somos pessoas-gato.

— Não… hmm…

A única coisa debaixo do meu chapéu é uma cabeça normal e um pouco de cabelo bagunçado…

— Não, está tudo bem! Não diga mais nada! Eu entendo…

— ……

Não, eu realmente acho que não entende…

— Está tudo bem… se trabalhar aqui neste café, tenho certeza que encontrará a felicidade…!

Coco sorriu ao colocar a mão no meu ombro.

— ……

Parece que isso é menos uma entrevista e mais uma convocação.

Na cabeça de Coco, eu provavelmente já estava pronta para começar a trabalhar aqui. Mas, é claro, eu não tinha nenhuma inclinação para fazer isso e, de qualquer maneira, eu não era uma pessoa-gato.

— Hmm…

Tinha toda a intenção de recusar educadamente a oferta generosa de Coco, quando de repente…

— Sinto muito! Estou atrasada!

Fui interrompida pela porta sendo escancarada.

Algo bastante importante me ocorreu naquele momento: Coco me confundiu com sua nova funcionária de meio período e me arrastou para os fundos do café. O que significava que ela esperava outra pessoa para uma entrevista.

E aqui estava ela agora.

A garota parada na porta era obviamente uma maga. Ela tinha cabelos brancos que caíam suavemente até os quadris. Seus olhos eram de uma linda cor verde jade, e provavelmente era um ou dois anos mais nova do que eu. Estava vestida com um manto e uma capa que eram quase toda branca.

Ela tinha um rosto muito familiar, mas também possuía algumas características desconhecidas. Tinha orelhas de gato no topo da cabeça e usava um rabo.

Talvez apenas se pareça com ela?

Não, não, sem chance.

— Sou Avelia, vim para minha entrevista de emprego de meio período! Obrigada por reservar um tempo para me ver, miau!

Embora falasse com a estranha afetação fofa que era característica deste café, não pude deixar de reconhecê-la pelo nome.

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Avelia.

A afetuosa irmãzinha que um dia esperou o retorno de sua irmã mais velha à Cidade Sagrada de Esto. Essa minha conhecida era agora uma viajante comum, viajando com sua irmã, Amnésia, em busca de uma nova cidade natal e, até onde sabia, ela não era uma garota-gato.

Tinha certeza que ela não tinha orelhas e rabo de gato antes, mas…

— Hmm, o que você está fazendo, Avelia?

Contudo, a garota na minha frente tinha orelhas e um rabo que eram inegavelmente felinos.

Nossa, como isso é estranho! O que está acontecendo aqui?

— ………………………………

Ela olhou para o meu rosto em silêncio por um momento. Então…

— …Pessoa errada.

Suas bochechas coraram quando disse isso e ela virou o rosto.

Pessoa errada?

— Espere aí, você é Avelia, não é?

— Você está enganada.

— Não acabou de se apresentar como…

— Eu não sou a Avelia que você conhece. Sou a nova funcionária Avelia, a garota-gato que veio trabalhar meio período neste café. Eu definitivamente não sou a maga Avelia.

— Você está esquecendo seus “miaus”.

— Eu sou uma pessoa-gato… miau.

— ……

De verdade, não entendi o que estava acontecendo, mas aparentemente, por algum motivo, Avelia decidiu se tornar um membro da espécie pessoa-gato.

O que aconteceu? Alguém tomou Amnésia como refém e disse que a mataria a menos que Avelia se tornasse uma pessoa-gato?

— Oh, oh, oh? Que estranho… Minha nova funcionária já está aqui… — Coco parecia bastante desconfiada da nova garota que acabara de invadir seu escritório. — Quem é Você? — Ela exigiu.

— Eu sou Avelia, sua mais nova funcionária, miau — afirmou. — Avelia, a gata, vindo trabalhar no seu café, miau.

Ela realmente quer que Coco acredite que ela é uma pessoa-gato…?

— Huh? — Coco franziu a testa para Avelia e inclinou a cabeça, então puxou um pedaço de papel e olhou sucessivamente para aquilo e para mim. Provavelmente era um currículo ou algo assim. — Mas minha nova garota de meio período não está bem aqui?

Coco forçou os olhos enquanto olhava para o papel.

— Seu cabelo é branco e ela é uma maga…

Claro, se isso é tudo que você tem para continuar, suponho que não somos totalmente diferentes, mas…

— Ela é a pessoa errada, miau.

Avelia correu para ficar ao meu lado.

— Veja você mesma, chefe. O cabelo desta garota não é nada branco. Veja, está todo desbotado, não é? — Então, do nada, ela estava acariciando meu cabelo.

— Você quer apanhar? — Eu dei um tapa na mão dela.

— ……

Agora que a distância física entre nós havia diminuído, Avelia finalmente parecia disposta a prestar muita atenção em mim. Esfregando a mão que eu havia esbofeteado, ela aproximou o rosto do meu. Coco ainda não parecia saber exatamente o que estava acontecendo. Ela observou confusa enquanto Avelia se inclinava para perto de mim e sussurrava:

— …Por que você está aqui?

Essa fala é minha!

— Eu que deveria estar te perguntando isso! O que está acontecendo? — cochichei. — Você está planejando se estabelecer aqui? Você deveria pensar em uma carreira diferente.

Avelia olhou para mim.

— Só precisava de um pouco de dinheiro… então vim aqui para trabalhar. Não tenho intenção de me estabelecer por aqui.

— Entendi. Mesmo assim, você realmente deveria escolher seus empregos com mais cuidado.

— Você entendeu errado — insistiu Avelia. — Não é como se eu realmente quisesse trabalhar em um lugar como este. Eu definitivamente não estou interessada nesse tipo de coisa…

— É mesmo? Mas combina tão bem com você — provoquei.

— Está me zoando? — Avelia rapidamente se virou, mas murmurou: — Ficaria mais feliz em ouvir minha irmã dizer isso…

Então você realmente não odeia isso tanto assim.

Enquanto eu lançava olhares de desaprovação para Avelia, Coco finalmente ergueu os olhos do currículo que ainda segurava.

— Ah, pensando bem, ainda não perguntei seu nome, perguntei? Qual o seu nome?

— Eu sou Elaina.

— Meu Deus… — Os ombros de Coco caíram. — Esse certamente é o nome errado… Meu Deus! Então eu trouxe uma completa estranha até aqui…

Bem, o mais importante é que resolvemos o mal-entendido.

— Isso mesmo! — Avelia interveio. — Em outras palavras, na verdade eu sou sua nova funcionária de meio período, Avelia! — Ela estufou o peito com imponência. Aparentemente, ela ainda estava confiante com suas chances.

……

Como eu suspeitava, você não odeia isso tanto quanto quer que eu acredite.

 

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Finalmente, fui liberada do confinamento do escritório de Coco. Como forma de se desculpar pela confusão, ela me disse: “Vá comer alguma coisa no café!”

Depois que sentei em uma das mesas do café, comi a omelete pré-cozida que tinha NOVATA ♥ escrito nela. No final das contas, o fato de ter sido dispensada significava que Avelia estava começando sua entrevista para o emprego de meio período.

Porém, ficou claro que o café estava realmente desesperado por novas funcionárias, e Avelia enfrentou uma entrevista apenas no nome. Demorou pouco para que ela saísse do escritório de Coco vestindo uma fantasia de empregada, o peito estufado com óbvio orgulho.

— Que tal? Consegui o emprego na hora.

Então, por algum motivo, ela veio até a minha mesa.

— Então, que tal fazer o seu trabalho? — olhei para ela.

— Eu estou. Cada empregada atende uma mesa neste café.

Entendo… Isso significa que Avelia estará responsável pela minha mesa.

Uh-huh. Certo…

— Quero uma nova empregada — insisti.

— Você é tão má…

— Não quero ver alguém que conheço vestida como uma empregada com orelhas de gato… tô falando sério, de verdade… E o que você está fazendo trabalhando em um lugar como este, afinal?

Tinha perdido minha chance de perguntar a ela antes, mas era óbvio que não estava aqui porque realmente queria trabalhar em um café enquanto fingia ser uma pessoa-gato. Eu tinha certeza que ela tinha algum motivo oculto.

— Para responder à sua pergunta, aqui está o meu motivo.

Enquanto falava, Avelia tirou um pedaço de papel do bolso e o estendeu para mim. Larguei a colher que havia usado para demolir minha omelete e peguei o papel de sua mão.

Era um panfleto.

CAMPANHA DE ERRADICAÇÃO DE EMPRESAS CRIMINOSAS JÁ EM ANDAMENTO!

De acordo com o panfleto, a Associação Unida da Magia recentemente começou a oferecer recompensas em dinheiro em troca de qualquer ajuda para descobrir e desmantelar o crime organizado. Eles deviam estar realizando operações clandestinas em cidades de todo o mundo. Enquanto estavam nisso, colocaram este mesmo pôster em todo o lugar. Aparentemente, estavam um pouco confusos sobre a definição de clandestino.

Além disso, não conseguia entender de forma nenhuma por que escolheram usar uma foto da Bruxa da Meia-Noite, Sheila, como o rosto desta Campanha de Erradicação de Empresas Criminosas ou algo assim, mas lá estava ela, bem na capa do panfleto.

— As recompensas também podem ser reivindicadas por magos comuns. Resumindo, se você capturar um criminoso e entregá-lo à Associação Unida da Magia, ganha dinheiro. Em outras palavras, posso obter fundos para minhas viagens dessa maneira. — Avelia me disse enquanto eu franzia a testa para ela.

Contudo, se este panfleto levou Avelia a esse café, se foi esse o caso, não pude deixar de me perguntar.

— Então você está dizendo que este café é administrado por um bando de criminosos…?

Inclinei minha cabeça em confusão. Pelo que tinha visto, este lugar parecia um comum, embora um tanto sedutor, maid café.

Avelia balançou a cabeça para mim.

— Este café em si não faz parte de nenhum empreendimento criminoso. Porém, há rumores de que certos frequentadores aqui estão trazendo drogas perigosas e tentando fisgar as garotas-gato.

— Oh?

— Chama-se erva de gato em pó e é uma droga bem perigosa. Eu não sei de onde eles estão conseguindo isso, mas… de qualquer forma, o boato diz que se pode comprá-lo por aqui em algum lugar… miau.

— Entendo, então você se infiltrou no café para procurar a fonte.

— Isso aí.

— E, se possível, você também vai tentar puxar o saco da Associação Unida da Magia.

— Miau, miau.

— Ok, então como é essa coisa?

— Miau, miau, miau.

— Entendi, entendi.

Você não tem ideia. Entendi.

— Bem, tirando o nome, acho que pode ser algo como uma poção do amor — especulou Avelia. — Já que é erva de gato e tudo mais.

— Então seus motivos são questionáveis e seus métodos são uma bagunça…

Estava cética, mas Avelia parecia bastante orgulhosa de si mesma por algum motivo.

— Apenas assista, Elaina. Vou usar os clientes que passam por este café para colocar minhas mãos na fonte do pó de erva de gatos. Hmph!

Ela estufou o peito novamente.

Eu não tinha nenhum desejo particular de bajular a Associação Unida da Magia como Avelia, então, por enquanto, apenas acenei para ela e disse:

— Que seja. Bem, boa sorte, eu acho.

Depois disso, só pelos sons eu conseguia saber como estava indo o trabalho de Avelia, sem nem precisar olhar.

— Aah! Tem um parfait na sua cara! Eu sinto muito! Não, espere! Sinto muito, miau!

Conseguia ouvir sua voz familiar gritando em algum lugar do café. Mantive minha cabeça baixa e comi minha omelete.

Não muito depois disso…

— Sinto muito por mais cedo! Aqui está uma torta de carne para compensar… aaaah! Eu sinto muito! Seu rosto está coberto de torta de carne!

Outro grito de algum lugar no café. Eu já tinha acabado de comer minha omelete, então abri o panfleto na minha frente e tentei ignorar todos os gritos.

— ……

Pude ver que, assim como Avelia havia explicado, a campanha descrita no panfleto era, de fato, aberta a usuários comuns de magia. E, aparentemente, a recompensa por derrubar uma dessas empresas criminosas pode ser bastante substancial.

— Obrigada por esperar! Aqui está sua omelete, nossa especialidade… aah! Eu sinto muito! Você está com rosto por toda a omelete!

Você misturou tudo.

Sem me importar com o andamento do trabalho de Avelia, continuei olhando para o panfleto.

Depois de virar várias páginas, minha mão parou.

As recompensas serão pagas não apenas pela erradicação de empreendimentos criminosos. Nos casos de apreensão de drogas ou medicamentos perigosos, a recompensa aumentará de acordo com a quantia recuperada. Isso é o que estava escrito lá.

Oh-hoh, o que é isso? Uma chance de ganhar muito dinheiro fácil, talvez? Se eu pudesse passar esse pó de erva de gato como uma “droga super perigosa” para a Associação Unida da Magia, eu poderia ganhar um bom dinheiro…

……

Não é hora de comer omeletes pré-cozidos…!

— Uuuggghhh… não sirvo para esse tipo de trabalho… não aguento mais… opa, quer dizer, não aguento de jeito nenhum, miau.

Depois de muitos erros repetidos, Avelia se trancou dentro de uma caixa próxima. Soluços vindos de dentro, e seu rabo estava para fora. Ela havia escondido a cabeça sem esconder o traseiro.

Aproximei-me e levantei o caixote de Avelia.

— Ah! — Ela estava com os olhos ainda mais marejados do que eu quando ainda sofria de alergia a gatos. — Ei, eu estava me escondendo aí!

Não acho que isso seja algo que você deva fazer enquanto está trabalhando…

Mas mesmo assim…

Joguei a caixa dela para o lado e toquei Avelia levemente no ombro.

Então sorri amplamente e disse:

— Avelia, você tem um par de orelhas e cauda sobrando?

Eu estava cheia de pensamentos sórdidos, atraídos pela perspectiva de dinheiro fácil.

Não tinha intenção de trabalhar por trocados, mas agora que havia dinheiro de verdade envolvido, de repente fiquei cheia de entusiasmo.

Então, tudo que tenho a fazer é reunir um pouco desse pó de erva de gato ou o que quer que esteja circulando neste café, e estarei indo a toda velocidade para riquezas fabulosas, certo? Como é bom ter uma perspectiva tão deliciosa diante de mim!

— Elaina, se você também começar a trabalhar aqui, minha parte nas gorjetas será menor… Tenho um par extra de orelhas e rabo de gato, mas, se possível, prefiro não emprestá-los a você.

Avelia expressou sua desaprovação à minha proposta. Ela estufou as bochechas e se virou, mas…

— Eu poderia avisar à gerente que você quase não está trabalhando…

— Vou buscá-los imediatamente.

Com certeza, assim como havia dito, Avelia providenciou as orelhas e o rabo na hora. Coloquei-os em segredo, para não ser descoberta por ninguém no café, depois me aproximei de Coco e disse:

— Nossa, que café super maravilhoso! Acho que adoraria trabalhar aqui também! — Se realmente fosse uma gata, provavelmente estaria ronronando.

— Meu Deus! Sério? Estou tão feliz! Temos conquistado tantos clientes novos, sabe, então fico feliz em ter alguém… contanto que seja uma pessoa-gato!

Felizmente, Coco estava com falta de pessoal e tão ocupada que aceitaria qualquer ajuda que pudesse conseguir. Então ela alegremente permitiu que eu me juntasse à sua equipe.

— Mas a cor das suas orelhas não está um pouco diferente…? — Coco apontou imediatamente.

Eu tinha um plano, claro.

— Na verdade, eu tenho um complexo com minhas orelhas… É por isso que uso o chapéu… — disse tristemente. Claro, isso era uma mentira. As orelhas eram falsas de qualquer maneira.

— Nossa… é mesmo…?

Coco pareceu aceitar que era um assunto delicado. Ela não mencionou minhas orelhas ou cauda novamente.

Depois disso, Coco me deu uma visão geral do meu trabalho, mas a experiência é o melhor professor de qualquer forma.

— Nosso trabalho é flertar com os clientes, mantê-los satisfeitos e depois tirar o dinheiro deles — disse ela, e meu treinamento terminou.

Avelia estufou o peito com orgulho.

— Se houver alguma coisa que não esteja claro, pode perguntar a mim, sua sênior.

— Hum… está tudo bem.

Depois de recusá-la categoricamente, amarrei meu cabelo comprido em um coque atrás da cabeça e vesti minha fantasia de empregada.

Pois bem, vamos dar uma olhada em como a promissora nova funcionária se saiu em seu trabalho.

— Eu quebrei outro prato… não posso fazer isso… Oh, opa. Quero dizer, eu… hum, não posso fazer isso, miau.

Bem, pelo menos eu não estava escondida em uma caixa.

A nova funcionária promissora tinha cabelos acinzentados e olhos cor de lápis-lazúli. E era uma viajante e uma bruxa, e também uma bela jovem. Ninguém jamais usara melhor a roupa de empregada.

— Heh-heh-heh… Tão fofa. Você deve ser a nova garota que começou aqui hoje, certo?

E aquela bela jovem estava atualmente parada na frente de um homem com um olhar extremamente lascivo em seu rosto.

A propósito, quem poderia ser ela?

— Isso mesmo.

Sou eu.

Os negócios no café estavam crescendo, então mesmo uma nova funcionária como eu estava recebendo muitos clientes.

— Bem-vindo de volta, mestre — recitei em um tom monótono enquanto curvava minha cabeça. — O que você gostaria de pedir?

— Deixe-me ver… acho que vou comer uma omelete por enquanto.

— Sim senhor.

Caminhei rapidamente para a cozinha. Aqueci uma omelete pré-cozida e voltei para o cliente com ela.

— Aqui está. Uma omelete caseira.

Joguei a omelete caseira (pré-cozida) na mesa com um estrondo.

O cliente ficou encantado.

— Diga, senhorita, poderia lançar um feitiço nesta omelete para mim?

— Hã?

Realmente não entendi o que você está pedindo

— Bem, quero dizer… tipo, diga algumas palavras mágicas enquanto escreve algo em ketchup e desenhe um coração ao redor…

— Que tipo de coisa devo escrever? Desculpe, mas sou nova aqui, então realmente não sei. Você acha que poderia escrevê-lo para mim?

Bang!

Bati a garrafa de ketchup na mesa.

— A-acho que não há o que se possa fazer… Tudo bem então, observe o trabalho de seu mestre com cuidado, agora! — O autoproclamado “mestre”, animado, apesar da minha atitude obviamente desdenhosa, desenhou um coração na omelete com o ketchup. — Por favor, aproveite, miau ♥! — Ele disse.

Eu balancei a cabeça.

Entendi, entendi. Então é isso que preciso fazer. Mm-hmm…

O cliente devolveu a omelete para mim e disse:

— Tudo bem, tente você… — No entanto…

— Ah, parece que não tem mais espaço aqui.

— ……

— Até a próxima vez!

 


 

Tradução: NERO_SL

Revisão: Lelouch D

 

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