Uma atmosfera descontraída preenchia o apartamento. Uma jovem se jogou na cama, e sua expressão facial mudava constantemente.
— Por quê…? Mas…
A garota murmurava consigo mesma enquanto suas emoções complicadas se refletiam em seu rosto. Era Alisa Mikhailovna Kujou. Ela havia tirado seu blazer escolar e parecia não se importar em amassar sua camisa, enquanto rolava inquieta na cama. Não era típico dela ser tão desleixada, mas Alisa não tinha cabeça para se preocupar com isso naquele momento.
Ela estava relembrando o que havia acontecido cerca de trinta minutos antes, voltando da escola para casa. Ela refletia sobre aqueles olhos que olhavam diretamente para os seus, a mão estendida para ela e as palavras que escaparam de sua língua.
— Amor? Eu? O quê?
Ela havia feito isso sem perceber. Os sentimentos poderosos em seu coração haviam se inflamado até escaparem de sua boca.
— Estou apaixonada por Kuze? E–Eu?!
Ela se questionou mais uma vez, antes de mergulhar imediatamente no travesseiro, enterrando suas bochechas coradas.
— Não! Não há… jeito… Eu…!
A negação impulsiva preenchia o travesseiro cobrindo sua boca.
Eu amo Kuze? Eu? Isso é impossível! Não há como eu me apaixonar por alguém como ele!
Я люблю Кудзе? Я? Это невозможно! Никак я бы не могла быть влюблена в такого, как он!
Eu nunca poderia amar um preguiçoso como ele. Talvez eu tenha dito algumas coisas em russo que podem ter dado a entender que eu tinha sentimentos por ele, mas eu estava apenas o provocando. Não quis dizer o que disse. Estava apenas rindo de como ele parecia bobo com aquele aparentemente permanente olhar presunçoso no rosto, sem perceber que eu o estava elogiando.
… Mas será mesmo?
Uma ponta de dúvida surgiu repentinamente da mente de Alisa, e ela apertou os punhos com força.
— Realmente. Eu realmente não tenho sentimentos por Kuze. Eu… só fui levada pelo momento. Foi só isso!
Depois de se convencer, ela se sentou rapidamente e foi em direção ao armário.
Além disso… mesmo que eu tenha sentimentos por Kuze, e isso é um grande se… há coisas mais importantes com que eu preciso me preocupar agora.
Enquanto trocava de roupa, Alisa lembrava a si mesma do que era mais importante. Ela não precisava de tempo para pensar – tornar-se presidente do conselho estudantil estava se tornando o objetivo principal. Ela não permitiria perder de vista esse objetivo apenas porque estava apaixonada por um garoto. Isso seria trair Masachika, que disse que ajudaria a realizar esse sonho também.
Sim… Eu preciso corresponder às expectativas dele agora que concordou em me ajudar. Quero dizer, como ele se sentiria se eu desistisse da corrida e dissesse a ele que tenho sentimentos por ele? Por exemplo, é claro.
Ela imaginou como Masachika responderia.
“O quê? Você gosta de mim? Oh, desculpe. Não foi isso que quis dizer quando disse que estaria ao seu lado e apoiaria seu sonho. Você sempre sentiu assim por mim? Vamos lá… Ew. Esqueça que eu já ofereci ajuda a você.”
Ela o imaginou ficando enojado.
— Ack…!
O próprio cenário imaginado por Alisa a machucou, e ela cambaleou para trás. Ela voltou para a cama antes de desabar sobre as cobertas. Depois de ficar deitada em espanto por alguns momentos, ela franziu as sobrancelhas e começou a bater nas cobertas implacavelmente.
— Ah é mesmo?! Eu também não gosto de você! Que tal isso?!
Respirando pesadamente, ela batia com o punho na cama a cada palavra.
Além disso, estamos falando do Kuze. Ele vai relaxar na escola amanhã e me incomodar como sempre faz.
Mesmo depois de eu ter feito isso.
— …!
Só de pensar nisso irritava Alisa, então ela saiu da cama e bateu a porta do armário… bem na hora em que a porta da frente do apartamento bateu. Ela colocou as mãos nas bochechas para verificar se ainda estavam coradas, depois seguiu para o corredor.
— Oi, Masha.
— Oi, Alya.
— …?
Normalmente, Maria cumprimentaria sua irmã com um sorriso radiante e um abraço com um beijo em cada bochecha, mas hoje ela parecia meio distraída.
— Masha… aconteceu alguma coisa?
— Hein? Por que você pergunta?
— Por que pergunto…?
Alisa queria contar a ela, mas não sabia como explicar e ficou em silêncio. O olhar de Maria ainda parecia um pouco diferente do usual, até que ela colocou um grande sorriso e pegou um bicho de pelúcia da sacola plástica em suas mãos.
— Ah, é verdade! Quase esqueci! Conheci alguém maravilhoso que eu acho que você gostaria.
— Hein?
A voz alegre e repentina de Maria, junto com o bichinho de pelúcia de gato que ela estava segurando, deixou Alisa perplexa.
— Tchã! É a Miaulisa!
— M-Miaulisa…? O quê?
— Olha só! Ela não é a sua cara?
— … De que jeito? — A expressão de Alisa não estava animada enquanto ela dava um passo para trás.
— Uh… Tipo… os olhos
— São dois pontinhos pretos. Não tem nada a ver comigo.
— Vamos lá! Olhe mais de perto. Viu?
— Sim, sim. Como você quiser… Só quero que você chame isso de outra coisa. Ok?
— Mas…
— Pareceria que alguém estava me chamando toda vez que você falasse sobre isso. Eu não conseguiria relaxar.
— Hmm… Então que tal Miaulya?
— Acho que isso funcionaria…
— Hurra! ♪ Agora, deixe-me apresentar sua nova casa, Miaulya.
Maria começou a se dirigir ao seu mundo encantado e abraçou o bicho de pelúcia com um sorriso alegre. Alisa revirou os olhos com a cena até que Maria parou abruptamente na frente de seu quarto e olhou para trás, para Alisa, por cima do ombro.
— Aliás, Alya, sobre Kuze…
— O que tem ele? — Alisa respondeu defensivamente ao ouvir subitamente o nome do rapaz em quem acabara de pensar.
— Ah, não é nada importante. Só queria dizer que acho que ele é um cara legal. Entendo por que você gosta dele —, Maria respondeu alegremente, sem perceber, ou se importar, que a guarda de Alisa estava levantada.
— Pela última vez, não gosto dele.
— Sério?
— Chega! — Alisa gritou frustrada e desconfortável, mas quase imediatamente recuou ao ver o olhar nos olhos de Maria. Contrariando o tom jovial de Maria, seus olhos estavam sérios, quase assustadoramente. No entanto, aquele olhar sério foi escondido quase instantaneamente por trás de seu sorriso característico.
— Ohhh. Entendi.
— Hein?
— Você é tão fofa, mesmo quando não está sendo honesta consigo mesma.
— O quê?!
— Mas você deveria se apressar e dizer a ele que gosta dele antes que outra pessoa o roube de você.
— O que você está falando?!
— Ufufu. Ah, ser jovem novamente. ♪
Maria então se retirou para o quarto como se soubesse de algo que sua irmã não sabia, sem se importar com o desconforto de Alisa.
— Hmpf… O que foi tudo isso?
Alisa se resignou a parar de tentar entender sua irmã, então se retirou para o próprio quarto. Ela tentou não se importar ou especular, mas…
— …
… ela não conseguia parar de pensar no olhar sério nos olhos de Maria por um tempo depois disso.
Tradução/Revisão: MahouScan
Revisão/QC: Matface
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