De todas as Constelações que conheci até agora, a mais poderosa era, sem dúvida, Preta, O Rei Demônio da Chuva de Outono. A santa dos monstros podia empilhar uma montanha de cadáveres com um único golpe. Sob sua espada, o continente foi manchado com chuva vermelha. As cadeias montanhosas foram submersas em poças de sangue, e os riachos carregavam o forte cheiro de sangue.
Parecia que eu teria uma mudança de coração hoje. O punho de Uburka passou roçando meu nariz.
— Hahaha! Como esperado, Paizinho! Você simplesmente escapa de tudo!
Booooom!
Esse não era o som que o punho de alguém cortando o ar deveria fazer. Meu Deus. Graças a Deus eu estava concentrando minha força nas pernas, caso contrário, teria sido lançado voando pela rajada.
— F-Filho!
— Fale, Paizinho! — Uburka gargalhou.
— Isso é realmente necessário? — gritei, meu tom desesperado. — Faz um tempo desde a última vez que nos vimos, então podemos passar um tempo nos atualizando e tendo uma boa conversa como pai e filho…
— Não poderia estar mais feliz do que estou agora!
— Você está planejando matar seu Paizinho?
— Se você morrer sob meu punho, significa que esse foi o seu limite. Não me culpe, culpe sua própria fraqueza!
Uma explosão irrompeu. Quando olhei para trás, a montanha de neve estava desmoronando devido ao soco de aura que Uburka lançou.
— Que porra é essa? — murmurei.
Eu não ousaria comparar isso ao nível de cortar a montanha do mundo como a Mestra. Ainda assim, o soco era incrivelmente destrutivo. O que aconteceria se eu fosse atingido por aquele punho? Considerando o que era mais duro, o pico da montanha de neve ou meu crânio, não demorei muito para chegar a uma conclusão.
— Alguém me salve! — gritei. — Pessoal, um filho ingrato tentando explodir a cabeça do seu paizinho! Eu ensinei a ele meu método de utilização de aura e também as Artes do Céu Demoníaco, mas esse canalha ingrato está tentando matar seu paizinho!
— Meus punhos são minha piedade filial! — Uburka gritou o maior absurdo de todos os tempos para mim, assumindo sua postura. A posição era muito familiar para mim.
Artes do Céu Demoníaco,
Primeira Forma:
Morte por Fome.
Sua aura subiu de todos os lados e me envolveu. Meus olhos se arregalaram. Ele era incomparavelmente mais habilidoso em usar sua aura agora.
— Whoa — exclamou o Guardião.
Minha percepção do tempo desacelerou. A exclamação do Guardião soou mais como “Whoaaaa” para mim. Antes que sua exclamação fosse levada pelo vento nevado, eu liberei toda a minha aura.
Vou perder se lutar de frente.
Se eu baixasse a guarda por um segundo, seria derrotado instantaneamente. Uma ideia cruzou minha mente enquanto o tempo desacelerava ao meu redor.
Será que funciona?
Meu corpo respondeu mais rápido que minha mente. Dei um passo.
Vamos tentar.
Crunch!
A neve rangeu sob meus sapatos. Minha aura rapidamente se infiltrou nos flocos de neve finamente quebrados.
Artes do Céu Demoníaco,
Primeira Forma:
Morte por Fome.
Eu não contrariei o ataque de Uburka. Em vez disso, ia tomar conta de sua aura. Afinal, as Artes do Céu Demoníaco ardiam nas memórias e imagens na mente do usuário. Mesmo que um ataque tivesse dezenas de trajetórias, era possível distinguir qual acertaria com mais força. Isso seria suficiente para anular o ataque.
As direções variam dependendo de quanto o usuário entende sobre as Artes do Céu Demoníaco.
Olhei silenciosamente para o fogo de aura de Uburka, que se movia vividamente diante de mim. Ele tinha duas principais rotas de ataque.
Vamos lutar!
Na minha primeira respiração, fechei o caminho onde o fogo mais violento avançava, aquele que continha os gritos de crianças famintas.
Ele está seguindo o livro.
Executei rapidamente a forma, pensando em uma mãe que teve que ouvir seu pequeno filho gritando, sua dor multiplicada pelo sofrimento do próprio filho. Minha aura agarrou a de Uburka e a torceu, como se a estivesse estrangulando. Uma das principais trajetórias de ataque dele foi devolvida a ele.
Na minha segunda respiração, os olhos de Uburka ficaram ferozes. Ele percebeu que eu o questionaria sobre a profundidade de nosso entendimento das artes, em vez de usar força física para superá-lo.
— Você ainda não deixa de me irritar! — gritou Uburka, infundindo aura em sua voz.
Se uma pessoa comum estivesse ouvindo nossa conversa, as palavras de Uburka teriam soado apenas como ■, uma única sílaba sem significado. No entanto, sua aura se curvou e moldou o som de ■. Apenas em nossa pequena bolha de tempo desacelerado, ■ se espalhou uniformemente. Era uma arte sonora que exigia um nível consideravelmente alto de domínio de aura.
— Você está planejando me fazer parecer um javali ignorante que só sabe avançar?!
Eu sorri.
— Isso mesmo. Se você não quer perder, pode parar de usar as Artes do Céu Demoníaco.
Nós, a dupla de pai e filho, exibimos nossa elegância à nossa maneira.
— Nunca! Vou te derrotar com essas artes pelo menos uma vez! Paizinho, você sempre transforma tudo a seu favor usando essas artes. Portanto, vou te esmagar usando as mesmas artes que você valoriza, te mandar rolando para um abismo e depois fazer você me reconhecer do fundo do seu coração!
— Você não deveria ter passado trezentos anos aprendendo a usar sua aura melhor, em vez de cair numa espiral de delírios? Fique quieto e caia nas mãos das minhas artes demoníacas.
— Uger.
Na língua dos Terras, “Uger” tinha uma variedade de significados, como “Não”, “Ruim”, “Tem um problema”, “Suma daqui” e “Seu fudidin…”
— Esperei por mais de trezentos e sessenta anos. Não posso perder de novo!
— Seja trezentos anos, três mil anos ou trinta mil anos…
Na terceira respiração, comecei a tomar controle da aura de Uburka, como se estivesse colorindo seu esboço. Mais precisamente, era como se eu estivesse inserindo minha improvisação na música de Uburka.
— Seu Paizinho não tem intenção de entregar pacificamente a posição de líder do Culto Demoníaco.
Quando Uburka retratou a dor de uma criança, eu retratei a dos pais que se privaram de comida para alimentar seu filho. Qual fome era mais dolorosa? Qual era mais apropriada para representar os gritos de todas as pessoas? Duas Mortes por Fome da mesma arte se entrelaçaram.
— Filho!
— O que é? — retrucou Uburka.
— Agora que você alcançou esse nível, podemos ter conversas mais profundas.
Desviei o soco de Uburka com as costas da mão sem usar força alguma. Ao prever a trajetória de seu ataque, eu já estava pronto para desviar. O desvio foi apenas meu movimento final antes de esquivar seu ataque.
— Ugh!
Uburka ficou furioso e avançou.
— Um artista marcial é uma profissão, especialmente para um demônio do culto demoníaco. Se você só quer contemplar o sofrimento do mundo, pode se tornar um monge e se mudar para um templo. As Artes do Céu Demoníaco são a vontade de permanecer entre a dor e as pessoas.
Cada vez que Uburka lançava seu punho, um pedaço do pico nevado se partia, mas nenhum dos golpes me acertava.
Rumble…!
Avalanches irromperam do norte, sul, leste e oeste, com nós dois no centro. Uma flor de sangue floresceu da nossa luta.
— Meu Deus… — murmurou a Bruxa Negra, estando a vinte passos de nós. Estava surpresa com o poder incrível de Uburka? Ou talvez estivesse impressionada com minha habilidade requintada em lidar com ele.
Sem prestar muita atenção a ela, eu disse:
— Uburka, você tem que ser cuidadoso. A qualquer momento, nosso culto demoníaco pode facilmente ser reduzido a uma exibição que se vangloria da dor.
— Uma exibição que se vangloria da dor?
— Estou dizendo para não lutar sobre quem está mais machucado. Reflita sobre si mesmo repetidamente para que sua dor real não se torne seu poder. Sei que você não é assim, mas vou te dizer isso mesmo assim.
Na quarta respiração, consegui tomar controle de todas as trajetórias de ataque de Uburka. Embora ainda estivesse se movendo, restava apenas um pouco de espaço para sua aura se espalhar. Ele cerrou os dentes, sua aura vermelha ardendo ferozmente na tentativa de invadir meu próprio espaço, mas eu habilmente puxei a ponta de sua aura flamejante e a deixei fluir na direção que eu queria.
— Se você suportar a dor sozinho, as pessoas ao seu redor murcharão. Quanto mais alguém te estima, mais provável é que elas murchem. Elas quereriam que você parasse, mas o que podem dizer quando você está disposto a carregar a dor do mundo? Se a dor é prova de ser um indivíduo adequado, então você é o único assim.
Uburka estava acompanhando o que eu dizia? Não tinha certeza. Mesmo assim, continuei manejando o fogo. Talvez ele ainda não conseguisse entender meu conselho, mas, como a Bruxa Negra havia dito, era muito melhor ser cedo demais do que tarde demais.
— Não confunda suas prioridades e torne as pessoas ao seu redor miseráveis dizendo que está fazendo isso pelo bem do mundo. Encontre um companheiro. Convença as pessoas sobre sua determinação. Se você escalou a montanha e alcançou a iluminação, agora é hora de descer. Encontre pessoas a quem você confiará seu coração e que compartilharão seus ideais. Converse com elas. Muito. Se você quer se tornar um indivíduo adequado, tem que fazer isso ao lado delas.
— Essas pessoas…
— Elas já existem.
Na quinta respiração, enviei sua aura voando em todas as direções.
— Filho! — Meus olhos se refletiram nos de Uburka, como se fôssemos dois espelhos refletindo um ao outro infinitamente. — Por que você acha que te contei sobre minha determinação?
A aura explodiu, mas não a minha. Eu simplesmente controlei a torrente de aura que Uburka liberou.
— É para ambos estarmos sob o mesmo céu!
Desenhei a paisagem com a qual sonhei por muito tempo com meus traços de pincel vermelho. Uburka era uma tinta infinita, e eu era um pincel. Um feito que só poderia ser alcançado com o mesmo método de utilização de aura, as artes demoníacas, e a mesma imagem desceram sobre a crista branca.
Artes da Fórmula do Céu Demoníaco.
Primeira Forma:
Casa de Brincar em Chamas.
Após seis respirações, a área ao nosso redor mudou. A aura vermelha girava, tomando a forma de várias figuras. Candelabros. Velas acesas nos candelabros. Cera de vela derretendo das velas. Pisos e escadas magníficas. Todas as decorações possíveis na mansão.
A Bruxa Negra ficou chocada. Ela reconheceu este lugar.
— Espera um segundo. Isso é…
Centenas de velas estavam queimando, com sombras de aura escondidas entre cada candelabro.
— Hahahaha.
Uma risada familiar derreteu como cera de vela.
— Você é…
— Quem…
— Você pode…
Tudo desmoronou. A cena provavelmente durou apenas cerca de três segundos. Uburka tinha uma quantidade enorme de aura, mas não era infinita. Também havia um limite para meu domínio requintado de aura. Com apenas nós dois, era difícil sustentar tal memória com todas as pessoas e sons fielmente replicados.
No entanto, ainda assim conseguimos, mesmo que tenha durado apenas cerca de três segundos. Eu consegui recriar a Mansão Infernal.
Uburka olhou ao redor, atordoado. Estávamos de volta à montanha de neve, mas todos sabíamos que o que acabávamos de presenciar não era uma alucinação.
Reuni o pouco de aura que restava dentro de mim.
— Uburka, estas são as artes da fórmula que te contei há trezentos e sessenta e três anos. A técnica não é simplesmente sobre disparar sua aura com base nas imagens na sua mente. É sobre concretizar as imagens com sua aura.
Eu ensinei a Uburka as Artes do Céu Demoníaco e popularizei as peças de Fogo da Caverna entre os Terras para trazer nosso próprio reino ao mundo deles. Era impossível para mim alcançar isso sozinho.
— Não importa o quanto eu lute, não consigo fazer isso durar nem um segundo sozinho. Vou esgotar minha aura em um instante, e o reino perecerá antes que eu possa espalhá-lo por um raio de dez metros. Mesmo com nossas auras unidas, só consegui mantê-lo por três segundos. Mas e se tivéssemos mais doze guerreiros?
Uburka se juntou, seus olhos tremendo enquanto pensava sobre isso.
— O que aconteceria se vinte e quatro, centenas ou até mil guerreiros Terras se reunissem para usar as artes da fórmula?
— Fazer tudo isso pode ser simplesmente impossível, mas os Terras compartilharam e poliram as imagens ao longo dos últimos centenas de anos. Somos músicos que têm acesso às mesmas partituras. Somos os únicos no mundo que podem fazer isso.
— Nós… — Uburka hesitou. — Cantaremos sobre a dor, mas…
— Mas será bonito.
— Ugor, será bonito.
Que emocionante. Eu sorri.
— Vamos descer a montanha juntos comigo. Mesmo que cantemos sobre a dor, ainda estaremos felizes.
— Estranho. Como isso é possível?
— Seu Paizinho é um cara incrível, e você também é. Nós nos reconhecemos mutuamente. Como posso não estar feliz quando alguém como você, que chegou ao topo, me reconhece e gosta de mim? — estendi minha mão direita para Uburka. — Serei um pouco mais feliz por sua causa, e você sorrirá um pouco mais frequentemente por minha causa.
Sorri para ele novamente. Uburka olhou para minha mão antes de pegá-la.
— Vamos descer, meu filho imoral.
[Você criou uma nova Habilidade!]
[Criando uma Carta de Habilidade.]
Tradução: Rlc
Revisão: Pride
💖 Agradecimentos 💖
Agradecemos a todos que leram diretamente aqui no site da Tsun e em especial nossos apoiadores:
- decio
- Ulquiorra
- Merovíngio
- S_Eaker
- Foxxdie
- AbemiltonFH
- breno_8
- Chaveco
- comodoro snow
- Dix
- Dryon
- GGGG
- Guivi
- InuYasha
- Jaime
- Karaboz Nolm
- Leo Correia
- Lighizin
- MackTron
- MaltataxD
- Marcelo Melo
- Mickail
- Ogami Rei
- Osted
- pablosilva7952
- sopa
- Tio Sonado
- Wheyy
- WilliamRocha
- juanblnk
- kasuma4915
- mattjorgeto
- MegaHex
- Nathan
- Ruiz
- Tiago Tropico
📃 Outras Informações 📃
Apoie a scan para que ela continue lançando conteúdo, comente, divulgue, acesse e leia as obras diretamente em nosso site.
Acessem nosso Discord, receberemos vocês de braços abertos.
Que tal conhecer um pouco mais da staff da Tsun? Clique aqui e tenha acesso às informações da equipe!


Comentários