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O Caçador Imortal de Classe SSS – Cap. 143 – A Queda (2)

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Quem é?

Eu não entendia.

Quem está atrás de mim por causa do Kim Yul?

Kim Yul praticamente não tinha parentes. As pessoas começaram a intimidá-lo antes que ele tivesse qualquer chance de fazer amigos, então ninguém tinha motivo para ajudá-lo. Eu o escolhi como bode expiatório por uma razão muito boa!

De qualquer forma, preciso interrogá-lo. Ele deve saber de algo. Qualquer coisa.

Corri rapidamente para os fundos da escola. A essa hora do dia, Kim Yul estaria cuidando dos animais na fazenda da escola. Eu conhecia a agenda dele como a palma da minha mão.

Como esperado, ele estava lá, distribuindo ração para as galinhas.

Sim, é aí que você pertence.

Ele alimentava seu ego dando comida a animais mais fracos que ele. Certamente era por isso que Kim Yul era tão obcecado pela fazenda da escola. Afinal, humanos eram feras. Feras fracas não tinham escolha senão servir às mais fortes.

[Seu nível de imersão é 100%.]

A escola era como aquela fazenda, só que um pouco maior. Eu era uma fera mais forte que Kim Yul.

— Ei, Kim Yul! — rosnei. — O que você fez?

Ele não olhou para trás nem reagiu de nenhuma outra forma. Em vez disso, continuou distribuindo a ração como se não pudesse me ouvir.

Ha, não me diga que ele acabou de me ignorar.

Eu não podia acreditar. Caminhei até ele e agarrei seu ombro com força. 

— Ei, seu desgraçado. Quando alguém chama, você responde…!

No momento em que Kim Yul olhou para trás, algo caiu de seus ouvidos. Fones de ouvido. Percebi tarde demais que ele estava usando fones. Música clássica ecoava de onde eles estavam pendurados em seu pescoço.

Quando nossos olhos se encontraram, estremeci de choque. Lágrimas brotavam nos olhos negros como breu de Kim Yul.

— O quê…?

Foi só por um momento, mas fiquei sem palavras. Não conseguia dizer por quê. Era porque essa era a primeira vez que via Kim Yul chorar? Talvez. Não importava o quão persistentemente eu o atormentasse, ele nunca derramava lágrimas, o que provocava ainda mais o sadismo dos clientes.

Mas não era só isso.

Quem é este?

Eu não reconhecia seus olhos.

Quem é ele? 

Os olhos de Kim Yul eram extremamente desconhecidos. Seu olhar era distante, olhando para algo além de mim. Ele continuava chorando, sem dizer uma palavra. Até mesmo aquelas lágrimas pareciam que cairiam em um lugar distante, não no chão ao nosso lado.

— Você…

— É lindo — disse Kim Yul.

— O quê?

— Estou falando da música que estou ouvindo. Um compositor surdo a fez.

A música fluía dos fones de ouvido. Eu já tinha ouvido a música muitas vezes antes, mas agora achava muito suspeito que esse mendigo de alguma forma conseguiu um MP3.

— Estava pensando nas humilhações e xingamentos que o compositor deve ter sofrido em sua vida. Alguém provavelmente o insultou chamando-o de surdo mudo. Rindo, provavelmente disseram a todos para olhar para aquele surdo mudo.

— Do que caralhos você está falando…?

— Acho isso triste. Feridas têm longas histórias, e até mesmo alguém de centenas de anos atrás deve ter suportado humilhações prolongadas. Isso vem acontecendo há milhares de anos e continuará acontecendo por milhares de anos no futuro também.

Ele enlouqueceu?

— Não tem nada no mundo que seja belo por si só. A beleza é visível apenas para os feridos. Apenas aqueles cujas vidas foram arruinadas têm a sorte de apreciar uma vida não manchada pela ruína. Eles derramam lágrimas por aqueles que continuam suportando mesmo depois de não terem mais nada.

Kim Yul ainda olhava para algum lugar distante.

— Se alguém vê o mundo como belo, o mundo deve ter arruinado tudo o que eles tinham. Apenas aqueles que vivem no inferno veem o mundo como digno de elogio. O homem surdo que compôs esta música deve ter sido humilhado muitas vezes em sua vida.

— Onde você aprendeu todas essas coisas sem sentido… — agarrei Kim Yul pela gola e o sacudi. — Tanto faz. Isso não importa. O que você fez?

Ele perdeu o controle da bolsa que segurava. Ração amarela se derramou dela, espalhando-se por todo o chão.

— O que você fez com meus clientes, seu reciclador inútil!

Só então Kim Yul olhou para mim. 

— Não fiz nada, Rei da Morte.

— Morte… O quê?

— Estou apenas olhando para o que joguei fora.

Ele agarrou meu pulso.

Como ele ousa?

Atônito, tentei me livrar do aperto de Kim Yul, mas ele não se mexeu.

Hã?

Em uma fração de segundo, ele se soltou do meu aperto com facilidade. Desconcertado, estendi a mão novamente, mas ele bateu no meu pulso. Não consegui segurá-lo, então acabei apenas agarrando o ar.

Olhei para Kim Yul sem expressão. 

Ele calmamente pegou a bolsa no chão. 

— Que pena. Kim Yul está com raiva. O que ele quer não é violência física. É muito mais profundo que isso. Mais precisamente, quer vingança. E… acho que quero realizar o desejo de Kim Yul.

— V-v-você. O que você fez? Que tipo de brincadeira é essa?

— Kim Yul quer que você passe por tudo o que ele suportou. Isso é vingança. É sobre arrastar alguém para as profundezas do inferno com você. É assim que Kim Yul vê.

Esse não era Kim Yul. Era outra pessoa.

Ele continuou falando. 

— E eu concordo com ele. Apenas espere, assassino de Kim Yul. O dia está chegando ao fim, e há um longo caminho a percorrer. Muito longo. Nos veremos novamente depois que tudo estiver dito e feito.

Kim Yul se afastou tranquilamente enquanto segurava a bolsa de ração.

— Ei! Ei! Você pare aí mesmo! Pare…!

Meu celular vibrou no bolso, indicando que recebi uma mensagem de texto. Talvez um dos clientes tenha visto minhas chamadas perdidas e decidido responder. Olhando na direção em que Kim Yul estava caminhando, verifiquei rapidamente meu celular.

Nunca mais entre em contato comigo. Se o fizer, vou te matar.

Fiquei perplexo. Sem acreditar, liguei para o cliente que enviou a mensagem. No entanto, não importa quantas vezes eu ligasse, eles não respondiam. Não pude deixar de tremer.

O quê…?

No dia seguinte, as coisas não melhoraram.

O que está acontecendo? 

As coisas ficaram muito, muito piores.

— E-Eun-Seo.

Quando cheguei na classe, um dos meus amigos se aproximou hesitante. Ele tinha participado do Jogo do Kim Yul dezenas de vezes e era bastante popular entre os clientes graças ao seu talento para bater nas pessoas. Sempre pensei que ele gostava de participar do jogo porque estava aproveitando a popularidade.

Mas, agora, meu amigo parecia aterrorizado.

— O quê?

— E-eu tenho um bilhete pra te dar.

— O que é?

— É… D-desculpe.

Meu amigo deixou um bilhete na minha carteira e fugiu. Franzi a testa e abri. Algo estava de fato escrito nela, mas a caligrafia era horrível.

“Hwang Eun-Seo vive em um lixão. Todos os seus uniformes escolares e sapatos internos são reciclados. Há apenas um pedaço de lixo que não pode ser reciclado, e esse é Hwang Eun-Seo.”

O absurdo disso me fez encarar o bilhete sem expressão. Ri com desdém e olhei para meu amigo. 

— O que é isso… Você está brincando comigo?

Meu amigo, que estava atrás dos outros alunos, se encolheu. Eu já tinha passado a noite inteira estressado porque meus clientes estavam me tratando como lixo, e ver meu amigo se comportar assim me deixou com raiva.

— O Cara do Reciclável te mandou fazer isso? Ei, ei. Olhe para mim. Olhe para mim! Mesmo sendo amigos, há coisas que você deve e não deve fazer. Foi o Kim Yul que te mandou me dar esta nota?

Meu amigo não conseguia dizer nada, ainda aterrorizado. Eu estava tão atônito que estava prestes a me aproximar dele.

Naquele momento, outro colega de classe se aproximou da minha carteira. 

— Hwang Eun-Seo…

— O quê?

— Sinto muito. Pegue isso.

O que meu colega praticamente jogou na minha carteira foi outro bilhete. Eu peguei por reflexo e li.

“Sinto muito pelos juniores na minha escola T.T Por quê? Porque eles precisam te chamar de sunbae, Hwang Eun-Seo. Você já pensou em como eles se sentem? Como você dorme à noite?”

Fiquei tonto. Aproveitando essa oportunidade, mais três colegas deixaram bilhetes na carteira novamente. Como os dois anteriores, esses caras também participaram ativamente do Jogo do Kim Yul.

“Hwang Eun-Seo… Você é realmente sujo. Como você pode ser mais sujo que o professor de matemática? KKKKKK. Não achava que isso fosse possível.”

O quê?

“Notícia chocante! Há um aluno que não lava seu uniforme escolar!”

Por que eles estavam fazendo isso comigo?

“Você cheira muito mal. Sério, você é muuuuito nojento.”

Algo aconteceu ontem, mas eu era o único que não sabia. Alguém tinha virado todos os meus clientes contra mim. Não só isso, meus amigos foram ameaçados e forçados a encenar esse show ridículo.

Meu coração batia freneticamente.

Acalme-se. Fique calmo. Foi o Kim Yul quem fez isso? Não, não pode ser. Ontem ele estava agindo um pouco estranho, mas não, ele não poderia ter feito isso. Quem é? Quem fez isso?

A porta se abriu, e o professor titular enfiou a cabeça para fora. 

— Hwang Eun-Seo!

Os alunos se viraram para olhar para ele enquanto ele observava a sala de aula. Quando me encontrou, ele fez um sinal. 

— Venha comigo por um momento.

— Eu…?

— Tem dois Hwang Eun-Seo na classe? Não é grande coisa, então venha logo aqui. Ah, sim. Presidente da classe, recolha os celulares de todos e traga para mim.

Hesitantemente, segui meu professor titular para fora da classe. Todos estavam estranhamente quietos. Não parecia certo. Eles não pareciam surpresos que nosso professor titular estivesse me procurando especificamente. Meus colegas pareciam saber por que eu estava sendo chamado. Apenas os alunos exemplares estavam ocupados olhando suas anotações, estudando antes do início da aula.

No escritório dos professores, o professor titular disse: 

— Hwang Eun-Seo.

— Sim…?

— Você andou fazendo algo de errado ultimamente? Não andou, certo? — perguntou o professor titular calmamente, fazendo parecer que o que estava acontecendo não era grande coisa, realmente.

Alunos de uniforme andavam por aí coletando os papéis que sobraram. Os professores estavam organizando seus materiais impressos antes da aula do primeiro período.

— O quê? — respondi.

— Você andou fazendo coisas ruins por aí ultimamente? Alguma coisa?

Meu coração estava acelerado. 

— Não… Acho que não.

O professor titular coçou a cabeça. 

— Ei, não fale sobre o que vou te contar para ninguém, tá?

— Tá.

— Escute isso.

O professor titular entregou fones de ouvido, então eu os peguei. Eles estavam conectados ao computador dele.

Click.

Depois que ele clicou no mouse, eu podia ouvir algumas vozes gravadas.

「Ei, ei. Não bata nele ainda! Só faça ele se ajoelhar!」

「Agora, muitas pessoas enviaram suas sugestões. Vamos sortear entre as cinco que recebemos e decidir o tema do episódio de hoje.」

Senti um calafrio.

「Ah, a sugestão de hoje pertence à Rainha. Parabéns, Rainha. O que vocês estão fazendo? Batam palmas.」

Whoaaaaaa!

As vozes pertenciam a mim e aos amigos que acabaram de me dar aqueles bilhetes.

「Quanto ao pedido da Rainha, vamos ver. Ei, eles até nos deram uma doação de cem mil won. Nos disseram para não passar fome e usar esse dinheiro para comprar comida. Quanto ao nosso astro, eles querem dar a ele uma mistura de jjajangmyeon1Prato de macarrão coreano coberto com um molho feito de chunjang, carne de porco picada e vegetais. Originou do Zhajiangmian, o prato de macarrão chinês. e jjambbong2Prato de macarrão coreano de estilo chinês. É picante. Carne de porco ou frutos do mar são usados para o caldo. O prato é conhecido por ser semelhante ao chaomamian, o prato chinês, mas a origem em si é incerta..」

Click.

O professor titular parou a gravação. 

— Você ouviu essas vozes agora?

— Sim, ouvi.

— Recebi esta gravação no meu e-mail ontem. A qualidade do som não é tão boa, mas quando escuto, parece você e alguns outros alunos. Então, estou perguntando por precaução. Hwang Eun-Seo, é você?

— Não. — Tentei colocar minha melhor expressão de choque. — Quem seria a rainha aqui? Isso é algum tipo de peça ou algo assim?

— Também não tenho certeza. Escutei do começo ao fim, e acho estranho. Muito desagradável, também. O e-mail disse para mostrar isso ao Hwang Eun-Seo do Segundo Ano, Classe 5. Estava pensando se isso é uma brincadeira entre vocês…

Merda. Era isso. Era assim que as crianças estavam sendo chantageadas.

Felizmente, o professor titular era um idiota. Ele suspeitava que isso era uma brincadeira de aluno mesmo depois de ouvir a gravação. Bem, provavelmente era por isso que ele nem sabia o que estava acontecendo na sua classe. Que sorte para mim.

Uma gravação como essa não pode fazer nada comigo. É apenas uma bala de festim.

Talvez um dos meus amigos ou clientes tenha copiado os vídeos e estivesse brincando comigo usando uma das cópias. Se quem estava por trás disso tivesse evidências mais concretas do que esta gravação, não haveria motivo para não enviá-las ao professor titular…

O problema é que a bala de festim assustou meus amigos. Droga.

O professor titular olhou para mim. 

— Isso realmente não é uma brincadeira que vocês fizeram, certo?

— Não, não é. Uh, não devo contar isso aos outros?

— Não diga uma palavra. De qualquer forma, é isso. Você disse que não é você. Volte para a sala de aula.

— Tudo bem.

Saí da mesa do meu professor titular com passos silenciosos.

Merda, merda, merda. 

No momento em que abri a porta do escritório dos professores, vi o presidente da classe parado do outro lado. Ele segurava uma caixa de plástico azul, que continha os celulares coletados da sala de aula.

— Ah, desculpe — disse o presidente da classe em seu tom habitual, parecendo seu eu usual. Ele se moveu ligeiramente para o lado.

Normalmente, eu teria dito obrigado, mas não tinha tempo. Apenas acenei para ele e saí para o corredor.

Não sei qual desgraçado vazou meus vídeos, mas com certeza vou pegar esse filho da puta hoje! Esse desgraçado do caralho está mexendo comigo com muita força… me subestimando… Isso não é apenas uma brincadeira inofensiva. Como eles podem fazer algo assim com um colega de classe?

A porta atrás de mim fechou silenciosamente.

 


 

Tradução: Rlc

Revisão: Pride

 

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