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Império Tearmoon – Vol. 02 – Cap. 33 – Mia e Sion… Chegam à Mesma Conclusão!

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— Não vamos ficar parados aqui fora. Que tal entrarmos para esta conversa?

O trio de Mia seguiu Lambert para dentro da mansão.

— Entrem, entrem — convidou ele. — Bem-vindos a… bem, não exatamente meu humilde lar, mas vocês entendem a ideia.

Ele falou com um ar de displicência enquanto passeava com o passo elegante de um nobre pelo salão principal.

— Vejamos… Acredito que o escritório era por aqui…

Ele empurrou uma porta elaborada e os conduziu a uma sala imponente que definitivamente parecia o escritório de uma pessoa poderosa. Um lustre pendia do teto. Era de design simples, mas ainda era, sabe, um lustre. Bem limpo e transparente, seu brilho cristalino deslumbrava.

— Hah. Que audácia — disse Lambert, gesticulando obliquamente para o acessório caro antes de caminhar descaradamente em direção à mesa do escritório. — Eles nos roubam todos esses impostos, e é com isso que gastam?

Ele se largou na cadeira do prefeito e se encostou no espaldar.

— Hm. Aparência cara — observou ele com os lábios franzidos —, mas não particularmente confortável.

— Lambert! Já chega! Qual o sentido de tudo isso?! O que isso vai resolver?!

— Cale a boca, Lynsha. Isto é política, e você é uma mulher. Não tenho a intenção de falar sobre o primeiro com a segunda. É uma perda de tempo.

Ele se inclinou ainda mais para trás na cadeira, de modo que olhava para ela de cima.

Isso me lembra. Remno tem uma cultura de chauvinismo masculino generalizada, não é?

A opinião de Mia sobre Lambert despencou imediatamente. Bem, tanto quanto poderia despencar, considerando que já não era muito alta para começo de conversa.

— O que me interessa muito mais… são estes dois. — Lambert olhou de Mia para Sion antes que seu sorriso se tornasse cordial. — Mas, ah, parece que esqueci minhas maneiras. Onde estão o chá e os doces, vocês devem estar se perguntando. Sentem-se primeiro, e eu mandarei trazê-los para nós.

Nossa, chá e doces! Este homem sabe como receber um convidado!

A opinião de Mia sobre Lambert voltou a subir. Foi apenas uma pequena recuperação, mas o colocou acima de gente como o Príncipe… seja lá qual for o nome do irmão do Abel. Ele ainda estava abaixo dos Legionários de Diamante, no entanto; Mia era uma amante de homens grandes, e ele não se enquadrava nessa categoria.

— Agradeço a cordialidade, mas acredito que estamos todos com um pouco de pressa, então acho que devemos ir direto ao ponto.

Sion ignorou o sofá de visitas e permaneceu de pé, nunca tirando os olhos de Lambert. Não havia um pingo de relaxamento em seu olhar cauteloso. Quanto a Mia, ela já estava confortavelmente aninhada nas almofadas do sofá. Ela até se ajeitara um pouco para encontrar o local mais confortável possível para se recostar e afundar em seu abraço macio. Como Sion, não havia um pingo de relaxamento em seu olhar cauteloso. Exceto que o dela estava direcionado para a porta, aguardando a chegada de chá e doces com foco predatório.

— Bem, que intimidador, Alteza. Parece que os rumores são verdadeiros; Sion Sol Sunkland pode de fato infundir medo nos corações de seus oponentes com um único olhar.

Lambert bateu palmas em aplauso jocoso enquanto brincava. Os olhos de Lynsha se arregalaram com este comentário, mas o príncipe em questão não se abalou.

— Ainda assim, devo dizer — continuou ele —, para o príncipe de um reino marchar desprotegido para um lugar como este… O senhor certamente faz jus ao seu nome, Vossa Alteza Temerariamente Ousada.

— Você sabia, então.

— Claro que sim. Eu não teria deixado o senhor manter sua espada, caso contrário — disse ele, ainda esparramado em sua cadeira.

— Entendo. Eu supunha que o senhor nos tomara por meras crianças e nos considerara inofensivos. — Sion descansou a mão no punho de sua espada e estreitou os olhos para Lambert. — E então? Qual é o problema aqui? Por que o senhor deu as boas-vindas a um par de inimigos ostensivos, e até nos deixou manter nossas armas? Não somos um perigo para a revolução? O que o senhor ganha com isso?

— Tenho minhas razões. Para ser perfeitamente honesto com o senhor, ó Príncipe Herdeiro de Sunkland, eu contava com a ajuda de seu reino. Afinal, isto — ele gesticulou na direção da multidão do lado de fora —, é um tanto insuficiente para nossos propósitos.

— O que o senhor está pedindo é uma intervenção militar. Lembro-lhe gentilmente que mobilizar um exército não é tão simples quanto reunir uma turba.

— Hã. Que se dane. Agora, não é a coisa mais estranha de se ouvir dos lábios de Vossa Alteza Sion Sol Sunkland, defensor da justiça e campeão de tudo o que é certo e justo? O senhor não sente nada depois de testemunhar o estado deste reino? Um político sensato que se preocupa com o povo é jogado na cadeia e pesados impostos são impostos enquanto um tirano de um monarca corre à solta, e o senhor vai fechar os olhos?

Sion não vira de fato a miséria do povo por si mesmo. No entanto, se o Rei de fato jogara um súdito leal na prisão por ter a coragem de se manifestar contra uma política falha, então era verdade que ele não podia simplesmente ficar parado e assistir.

— Tudo bem. Suponha, então, que Sunkland lhe prometa seu apoio. No entanto, não consigo ver como o senhor pode garantir sua sobrevivência até que a ajuda chegue.

Isso trouxe um sorriso aos lábios de Lambert. Ele bateu na cabeça com o dedo.

— Pense em onde estamos. Este lugar fica a meio caminho entre a capital e o Condado de Donovan. O que significa…

Os olhos de Sion se estreitaram.

— …O senhor vai atrás de suas operações logísticas, não é? Planeja cortar a linha de suprimentos da Legião de Diamante e isolá-los da capital — disse ele enquanto cruzava os braços, pensativo.

Eles estavam, é claro, ainda dentro das fronteiras de Remno, então mesmo que sua estação de suprimentos fosse atacada, eles poderiam receber provisões de outros lugares do país. No entanto, redirecionar a logística levaria tempo, e a confusão resultante certamente impactaria o moral dos soldados. Se os revolucionários tivessem liderado uma revolta nesta cidade com a intenção específica de alavancar sua utilidade geográfica desta forma…

Eu estava sob a impressão de que eram uma turba desorganizada. Será que me enganei? Um alarme soou em sua cabeça. Testa de ferro e agitador, hein… Não posso dizer com certeza ainda, mas ele parece um homem que sabe o que está fazendo. Seria imprudente subestimá-lo.

Em sua mente, ele elevou o nível de cautela para Lambert um degrau.

Enquanto isso, o que se passava na de Mia…

Nossa! Biscoitos! Com desenhos fofinhos neles, ainda por cima!

…Era um aplauso mental à chegada de seus tão esperados doces. Ela colocou um na boca antes que alguém tivesse a chance de proferir uma palavra e imediatamente segurou as bochechas em deleite sensual enquanto ele derretia em pura e açucarada bondade em sua língua. Somente depois de saboreá-lo completamente ela se virou para o homem que lhe trouxera os biscoitos.

Este homem… sabe o que está fazendo. É melhor eu não subestimá-lo.

Estranhamente, os dois chegaram à mesma conclusão.

— Então, o que acha, Príncipe Sion? Minhas palavras são tolice ou discernimento? — perguntou Lambert, sorrindo presunçosamente enquanto estendia um mapa de Remno sobre a mesa. — Pessoalmente, acredito que sejam a segunda opção.

A capital de Remno ficava na região norte do reino. Olhando o mapa, a cidade de Senia ficava no canto inferior esquerdo, onde Mia e companhia residiam atualmente. Uma linha grossa podia ser vista ao lado da cidade, marcando uma estrada principal através do centro do reino que levava ao Condado de Donovan, no sul.

— Então esta é a rota de suprimentos que o senhor planeja cortar — murmurou Sion enquanto traçava seu dedo ao longo da linha. — Se esta estrada for bloqueada, há outra maneira de passar?

— Há, mas não será fácil. Provavelmente, levará um tempo para eles se prepararem.

Remno tinha uma coisa da qual deveria se orgulhar… e não era seu poderoso exército. Na verdade, era a ampla rede de estradas que abrangia seu reino.

O que Keithwood disse mesmo? Se a memória não me falha… Que a verdadeira força de Remno reside em suas estradas que conectam os domínios nobres uns aos outros, o que fornece a base para a extrema mobilidade da força de resposta rápida do exército.

Mesmo a infantaria, que normalmente tinha mobilidade limitada, podia ser carregada em carroças e transportada a grande velocidade, expandindo significativamente as opções estratégicas e táticas de Remno. Além disso, as estradas garantiam que as linhas de suprimentos pudessem ser mantidas de forma suave e eficiente. Essas qualidades liberavam sua unidade de elite — a força de resposta rápida central — para ser implantada com precisão concentrada. Tendo aperfeiçoado seu sistema defensivo, se eles se expandissem um pouco mais — para continuar aprimorando suas capacidades — então o vetor de sua atenção poderia se voltar de dentro para fora, e seu aparato militar mudaria de um escudo de ordem para uma arma de invasão.

Então é para isso que serve esta rodada de impostos pesados.

Vendo que Sion estava imerso em pensamentos, Lambert lhe deu outro empurrãozinho.

— Sabe, falar de método e tática é tudo muito bom, mas não há algo mais importante? O senhor certamente está ciente, Príncipe Sion, que o governo deste reino enviou a Legião de Diamante — uma força militar excessivamente poderosa — para reprimir seu próprio povo. Isso por si só não os desqualifica para servir como nossos líderes? Temos sorte de a luta ainda não ter começado, mas assim que começar…

Sion pressionou os lábios. As implicações eram graves, e isso por si só justificava as críticas dirigidas ao governo. Um massacre unilateral estava prestes a acontecer, e ele seria amaldiçoado se ficasse parado e deixasse acontecer.

A situação é, sem dúvida, complicada… mas o fato é que eles sobrecarregaram seu povo com impostos pesados, e depois prenderam seu próprio chanceler por ousar se manifestar em nome do povo. Isso por si só não é um ato suficientemente flagrante para declará-los inadequados para governar? Eu não esperava muito desta viagem além de fazer companhia a Mia, mas… Deveria eu realmente estar contando minhas bênçãos? Se eu não viesse, não teria aprendido sobre a realidade no terreno aqui, e não teria conhecido pessoalmente esses revolucionários. Talvez esta seja uma chance de…

Um tilintar de cerâmica tirou Sion de sua espiral de pensamentos. Sua cabeça se virou na direção do som, onde Mia acabara de pousar sua xícara de chá no pires. Ela inclinou a cabeça para trás e, com os olhos fechados em uma expressão de puro prazer, soltou um suspiro profundo e satisfeito, presumivelmente pelo sabor do chá que acabara de saborear. O sorriso em seu rosto formava covinhas suaves em suas bochechas, que eram acentuadas pelo brilho de um leve rubor. Havia um ar de displicência nela que era conspícuo e… quase deliberado. E imediatamente, ele entendeu.

Sol escaldante… Ele quase me pegou.

A névoa de calor em sua mente se dissipou, e uma clareza fria se instalou. Ele olhou para o homem à sua frente.

Testa de ferro e agitador, hein. Vejo que ele é particularmente talentoso neste último.

Lambert era um orador convincente e uma força a ser reconhecida. Ele empregava as palavras com a habilidade de um vigarista, imbuindo-as de um charme que se infiltrava no coração.

— O que eu quero — disse o agitador — é mudar este reino… para um onde a injustiça não mais reine.

— A propósito… — interrompeu Sion. Imaginando que não era sábio continuar ouvindo um vigarista falar, ele mudou de assunto. — Não éramos nós que deveríamos ser obstáculos para a revolução? Ouvi de alguns de seus amigos que um sujeito que atende pelo nome de Jem mencionara algo nesse sentido.

— Ah, certo. Isso me lembra… — Lambert sorriu e olhou para Mia. — Eu pretendia fazer algo a respeito disso também, Vossa Alteza Mia Luna Tearmoon.

— Quê?

Ela lhe deu um olhar de bicho assustado.

— É moralmente imperativo que nosso movimento de resistência tenha sucesso, e gostaria que vocês evitassem fazer qualquer coisa que impedisse isso.

Enquanto Lambert continuava a discursar, as palavras de Jem ecoavam em sua mente. O homem o informara que o Príncipe de Sunkland e a Princesa de Tearmoon entrariam secretamente no reino. O Príncipe Sion deveria ser convertido em um aliado, mas a Princesa Mia era uma ameaça potencial para a revolução. Portanto, ela precisava ser eliminada de uma maneira que não parecesse muito suspeita para Sion.

Mas graças à minha irmã estúpida, isso nunca vai acontecer agora.

Se ele avançasse e tentasse ferir a Princesa Mia à vista de todos, arruinaria qualquer chance que tivesse de conseguir a ajuda de Sion. Isso significava que ele tinha que recorrer ao próximo melhor plano.

Preciso que a Princesa Mia se junte ao nosso lado ou pelo menos fique de boca fechada.

Felizmente, ele estava lidando com uma garotinha. Ele ouvira todos os rumores, mas no final das contas, ela era apenas uma criancinha. Uma garotinha.

Não pode ser tão difícil convencê-la a nos ajudar.

Com esse pensamento em mente, ele se virou para ela com um sorriso.

— De qualquer forma, tenho certeza de que a senhorita está muito cansada de toda a viagem hoje. Se quiser, pode se sentir à vontade para passar a noite nesta mansão. Certamente não é um palácio, mas pelo menos desfrutará de um grande banho e cama.

— Nossa! Um banho?!

Vendo que os olhos de Mia haviam dobrado de tamanho com a menção de um banho, Lambert soube que tinha isso no papo.

A Princesa de Tearmoon é fã de banho, hein. Parece que os rumores estavam certos.

Parecia-lhe que não demoraria muito para tê-la na palma da mão. Sentindo-se certo de sua vitória, ele começou a planejar o que deveria fazer depois. Esse tipo de comportamento tinha um nome: contar com o ovo no fiofó da galinha.

 


 

Tradução: Gabriella

Revisão: Matface

 

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