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O Caçador Imortal de Classe SSS – Cap. 109 – A Maneira Como Ela Ama (1)

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Lady Lírio de Prata estava parada no corredor à meia-noite. Atrás dela, havia um enorme espelho. Era um espelho de corpo inteiro, liso e limpo, que brilhava suavemente com a luz do luar. O reflexo mostrava apenas suas costas retas, um raio de luar e seu rabo de cavalo. Ela parecia uma ilha solitária flutuando em um mar escuro.

— Você está quieto e parece perturbado. Você é um livro aberto. Posso te ler mesmo à noite – é por isso que sei que esta é a sua primeira vez.

Primeira vez?

Meu coração palpitava de ansiedade. Por que Lady Lírio de Prata estava agindo de forma tão amigável? Uma espada fria e indiferente para todos. A lua da família Ivansia. Ela… não tinha motivo para ser gentil comigo, o mordomo de Lady Taça Dourada. Não deveria haver motivo.

— …Mantive meu silêncio porque não sabia o que dizer. Se fui rude, por favor, me perdoe. Minha senhora, estou… sonhando? Você apareceu no meu sonho?

Minha pergunta arrancou um sorriso de Lady Lírio de Prata, mas era estranho – parecia uma cicatriz.

— Essa é uma pergunta interessante — respondeu ela. — Sim, seu sonho engoliu minha vida. Agora percebo que amor é dedicar sua vida ao sonho de outra pessoa.

Do que ela estava falando?

— Agora sou seu sonho, e você é minha vida. Chamamos essa troca de nossos sonhos e vidas de amor.

Do que ela estava falando? Eu realmente não entendia. Havia muitas outras coisas que eu não sabia.

Lady Lírio de Prata me ofereceu aquele sorriso cicatrizado novamente. 

— Mas não acho que você quis dizer isso de uma forma tão romântica, então vou te dar uma resposta séria. Se está se perguntando porque os servos não estão aqui, não se preocupe. Eu os mandei embora.

— Por que…

— E eu te aviso, nunca mais me chame de “minha senhora” com essa boca. — Lady Lírio de Prata sorriu. — Vou arrancar seu coração.

Eu não conseguia entender nada. Lady Lírio de Prata acabou de expressar hostilidade contra mim. Sua ameaça de me matar não era absolutamente vazia, se eu a chamasse de “minha lady” mais uma vez, sua rapieira certamente perfuraria meu coração. Sim, era isso que aconteceria, mas… por que sua ameaça parecia tão quente, não fria? Uma ameaça de morte poderia ser tão reconfortante?

— Venha aqui. — Ela usou apenas sua voz, mas eu não conseguia resistir, como se ela estivesse me puxando em sua direção. Ao me aproximar de Lady Lírio de Prata, ela apontou para o espelho de corpo inteiro. — O que você vê?

— …Vejo você ao meu lado.

— E?

— O luar… mal alcança o corredor escuro, então não consigo ver nada além de você e eu. Tudo está escuro.

— E? — perguntou Lady Lírio de Prata.

Era estranho – ela esperava outra resposta, como se ainda houvesse algo para eu ver no espelho. Mas o que mais o espelho poderia refletir?

— E o que mais você vê? Não esconda nada. Me diga.

Decidi olhar para o espelho com mais atenção. Aproximei os olhos e franzi as sobrancelhas, mas mesmo assim, nada mudou.

Como esperado, tudo o que vejo é escuridão. E seus olhos vermelhos incomumente…

Naquele momento, uma dor de cabeça lancinante me atingiu, e palavras incompreensíveis brilharam diante dos meus olhos.

■■: ■■■

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■■ ■■: ■■, ■■■, ■■, ■■

■■ ■■: ■■

■■ ■■■: ■ra, ama■, ■■■ ■■, ■■■, ■■■, ■■■■, ■■, ■■■ ■■■ ■ ■■ ■, ■■■■ ■■■■ ■, ■■ ■■■■ ■

Senti náuseas.

—Kim■Ja ■■! Po■ ■ ■■ ■p!

[■■■■ ■■■ v■■■■■ ■■■■!]

Reflexivamente, envolvi minha mão ao redor do pescoço. No momento em que fiz isso, senti ele doer. Não sabia por quê. Ainda assim, não tinha escolha senão deixar o que não sabia sem resposta por enquanto e desviar minha atenção para outro lugar.

Graças a Deus não comi nada. Não precisei vomitar. Vomitar na frente da herdeira da Família Ducal de Ivansia era horrível demais para sequer imaginar. Reprimi desesperadamente minha náusea.

Lady Lírio de Prata estava calma.

— Perguntei o que você pode ver.

Ela era uma pessoa fria.

Um gosto amargo encheu minha boca. 

— Letras… vejo letras estranhas. E vozes… vozes estranhas… não entendo realmente.

— Vozes, é? — Lady Lírio de Prata sorriu levemente. Desta vez, era mais um sorriso verdadeiro do que o anterior. — Você é amado.

— Do que você está falando…

— Me fale sobre essas letras — pediu ela, ignorando meu pedido por uma explicação.

Eu apenas a encarei sem expressão.

Seu sorriso secou. Ela não me pressionou, apenas repetiu calmamente: 

— Você disse que vê letras estranhas. Me fale sobre elas.

— …Não consigo realmente lê-las. Não é como se eu pudesse ver palavras completas… tudo o que vejo são pedaços…

— Me fale sobre esses pedaços, então.

— ‘Ra’… E ‘ama’… Além disso… Não vejo nada…

Lady Lírio de Prata acariciou o queixo. Por algum motivo, suas sobrancelhas estavam franzidas. 

— Entendo. “Ra” vem de “mestra”, e “ama” vem de “amada”. É muito típico de você deixar esses para trás até o final. Mas “mestra” está na frente de “amada”? Entendo o porquê, mas não gosto.

— Há muitas coisas que não entendo. Você disse que isso não é um sonho, mas o que você quer de mim, então?

— Eu quero você. 

— Desculpe. Ainda não entendo…

Lady Lírio de Prata simplesmente me interrompeu. 

— Sobre o que você sonhou?

Mesmo sendo a herdeira dos Ivansias… eu ainda sou o único mordomo de Lady Taça Dourada… e Sua Alteza estima Lady Taça Dourada. Esse tipo de tratamento é…

Inúmeros pensamentos se entrelaçaram na minha cabeça, mas nenhum deles alcançou meu coração ou passou pelos meus lábios. Eles apenas tremiam e depois desmoronavam como uma música que perdeu seu ritmo.

No final, as palavras que minha boca formou foram uma resposta obediente à sua pergunta.

— Não me lembro realmente, mas no meu sonho… no meu sonho… você estava me olhando, chorando. Eu estava amarrado a uma cadeira em um quarto sofisticado… Estava preso da cabeça aos pés, por algum motivo. Você era a única lá, olhando para mim.

Isso foi o que vi pouco antes de acordar.

— Você perfurou meu peito com sua rapieira… e meu coração doeu, mas acho que não foi só isso. No meu sonho, eu…

— Você estava…?

— …Lembro de me sentir muito culpado.

— Sim. — Lady Lírio de Prata sorriu novamente. Meu estômago revirou, apenas ver aquele sorriso me fazia querer chorar.

— É bom que você pelo menos saiba o que fez — murmurou ela. — Você sabe por que teve esse sonho?

— Não, não entendo nada…

— É porque esse é o meu trauma.

Trauma.

— Não te contei isso antes, mas minha mãe cometeu suicídio.

O quê? Minha cabeça ficou completamente em branco.

— Aconteceu quando eu era muito jovem, então não sei o motivo por trás do suicídio dela. Ela era uma duquesa e a lua de Ivansia, então permanece um mistério por que alguém com tanto poder e riqueza acabaria com sua própria vida. Não sei por quê, mas lembro claramente o que minha mãe sussurrou para mim na sua última noite e como todos cremavam seu corpo em silêncio.

Isso… isso era… algo que eu não deveria saber. Não era para eu ouvir isso. Um incidente tão terrível estava escondido dentro dos Ivansias? Era um segredo trágico que eu nem poderia usar para manobras políticas.

— Mas… — Lady Lírio de Prata olhou para mim. — …mesmo essa memória não é mais meu trauma. Ouvi dizer que Sua Alteza deu a Taça Dourada um anel de coral azul hoje.

Lady Lírio de Prata deu um passo em minha direção.

— No passado, essa notícia me fazia desesperar. Você poderia dizer que eu estava com raiva e ciúmes. Todas essas emoções enchiam meu coração. Amaldiçoando o mundo, peguei minha espada e apunhalei meu reflexo no coração.

Seus passos não faziam som. Só então percebi que ela estava descalça.

— Mas mesmo isso não é mais meu trauma.  

Ela pisou no meu sapato, provavelmente estava colocando metade do seu peso, mas ainda era leve. Eu poderia ter recuado ou escapado quando quisesse, e ainda assim, apenas metade do seu peso me segurava completamente.

— Os dez dias eternos. — Ela estendeu as mãos em minha direção. — A visão do meu mundo encharcado de sangue enquanto terminava, os demônios zombeteiros que imitavam minha boca – todas essas coisas que costumavam marcar meu coração não são mais meu trauma.

O aperto.

— Só você tem o direito de ferir meu coração agora.

Suas mãos envolveram levemente meu pescoço.

— Mesmo que a língua mais maligna do mundo me amaldiçoasse por dois dias, não seria tão ruim quanto o suspiro que você me dá sem perceber.

Do dedo mindinho ao indicador – do mais fino ao mais grosso – eu podia sentir cada pedaço da pressão que ela colocava no meu pescoço.

— Seria mais fácil suportar a pessoa mais cruel do mundo me batendo e chicoteando do que suportar um sorriso de escárnio de seus lábios. Embora inúmeras pessoas possam matar meu corpo, você é o único que pode ferir minha alma.

Eu não conseguia respirar. 

— Então meu trauma já está decidido.

Minha respiração foi sufocada.

— Minha lady…

— Seu idiota, eu te avisei.

— Vou te matar se você ferir meu coração.

— Você me feriu. — Seus olhos vermelhos sorriram para mim, quentes de fúria. — Não quebrei uma promessa desde que tinha quatro anos. Morra. Morra para que possa me amar novamente.

Por algum motivo, eu não conseguia revidar.

[Você morreu.]

[Recriando o trauma do seu assassino.]

[A intensidade da penalidade é nível intermediário.]

[O tema da penalidade é Reino Preta.]

Um sonho dentro de um sonho começou.

 

Separador Tsun

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Não quero matá-lo, pensou Raviel Ivansia enquanto olhava para o homem à sua frente.

Ela não queria perdê-lo, ao mesmo tempo em que achava divertido o quão possessiva estava sendo.

— Pense nisso. Você conseguirá entender exatamente o que estou pensando agora, já que é uma regressora como eu.

Ele era um homem perigoso. Raviel rapidamente percebeu o que ele estava planejando – ele estava tentando se imergir completamente no papel do mordomo para poder voltar um dia da perspectiva dele. Então o mundo retornaria ao tempo antes de ela ter oferecido seu coração ao espelho, derrubando o próprio.

Que ideia brilhante.

O plano poderia realmente explorar o ponto fraco da Torre.

Ele tem um rosto tão inocente, como ele inventa um plano desses?

Era bom saber que o homem por quem ela se apaixonou não era estúpido. Sim, era muito bom. Mas mesmo assim, ela se opôs.

— Mas, Gong-Ja, é perigoso.

Sua razão era clara.

— Não poderei me lembrar de você.

Ela, Raviel Ivansia, não poderia se lembrar de Kim Gong-Ja. Talvez ele pudesse voltar vinte e quatro horas antes daquele dia, impedir que ela apunhalasse o reflexo de seu coração, prevenindo a tragédia de estar eternamente presa àqueles dez dias. Mas tudo seria sem sentido se ela não pudesse se lembrar dele.

Não quero que minha vida continue. Meu desejo é passar minha vida com você.

Os dias que ela passou com ele, as primeiras férias que ela teve permissão para tirar por quinze dias. Todas essas memórias formavam quem ela era agora. Sem elas, não poderia mais ser Raviel Ivansia.

Será que o homem à sua frente não sabia que ela não ficaria nem um pouco grata se escapasse do labirinto desses dez dias assim?

— Tudo bem. Eu resolvo, custe o que custar.

Ele provavelmente sabia, a julgar por sua segurança irritante.

— Por favor, confie em mim.

Raviel ficou momentaneamente paralisada pela crueldade dessas palavras. Ela tinha que confiar cegamente em alguém. Era tarde demais, mas ela se arrependeu de ter feito a promessa dias atrás de confiar nele. No entanto, ela estava ficando sem tempo para se lamentar em arrependimento.

Confiar…

Ela tinha que confiar no homem que amava e acreditar em sua competência. Ele era o homem que ela havia escolhido para ser dela. Certamente, ele persuadiria a Torre de alguma forma e conseguiria retornar vinte e quatro horas antes daquele dia. O verdadeiro problema era o que acontecia depois.

Como ele iria diminuir seu nível de imersão depois que tivesse subido acima de 90%? Uma vez que conseguisse, ele definitivamente não se lembraria de si mesmo. Mesmo que lembrasse, suas memórias seriam, na melhor das hipóteses, nebulosas. Seria impossível recordar os dias que passou com ela em detalhes.

Não, espere um minuto. 

Havia um caminho. Raviel gemeu por um tempo com o método que passou por sua cabeça. O rumor de que todo o veneno do Império vinha de seu coração passou por sua mente. Não demorou muito para ela perceber que usaria esse método.

Eu…

Então, ela gravou seu plano em seu coração, garantindo que seria executado.

Vou matar este homem.

Trauma. Ao revelar quase tudo sobre si mesmo para ela, ele havia dito que sua habilidade tinha o efeito colateral de forçá-lo a vislumbrar as memórias de seu assassino.

Se eu pudesse fazer deste momento meu trauma.

Ele poderia vislumbrar este momento que Raviel estava vivendo, não seu passado. Se isso fosse possível, ela poderia dizer a ele o que queria dizer, as memórias que desejava entregar. Ele seria capaz de lembrar de tudo através dela.

— Eu me tornei seu primeiro babaca, então você será meu último babaca também.

Raviel tinha certeza de que o plano funcionaria. 

— Acabei com um verdadeiro menino mau como amado.

Gong-Ja, você está ouvindo? Estou feliz por sua causa. Não quero te perder nem o tempo que passei com você.

Você me disse que começaria a escrever um diário para me mostrar seu dia inteiro. Isso foi mentira? Você disse que aprenderia música porque queria que eu passasse uma noite tranquila ouvindo suas canções. Esse desejo era falso?

Quero conhecer seu dia e passar a noite com você. Seu dia certamente me fará sorrir, e a noite com você será feliz. Quero que meu sorriso e sua felicidade estejam juntos. Não quero te matar nem te perder.

— Você está bem?

— Sim… está bem… Por agora… Mais.

— Está me pedindo para te beijar mais? Meu amado é um bebê.

Olhe para mim. Olhe para você ao meu lado. Você é um tolo inocente. Às vezes me pergunto como você sobreviverá neste mundo com tanta inocência, mas minha pergunta é logo respondida quando lembro das suas milhares de mortes. Há muitas, muitas razões para abandonar a inocência, mas apenas algumas para mantê-la. É por isso que te chamo de inocente. Apesar de suas muitas razões, você não abandonou sua inocência. Em vez disso, você a protege por essas poucas razões. Eu amo sua inocência. 

— E agora? Você está bem?

— Raviel…

Você está com medo de se perder? Isso te assusta?

— Eu te amo. Eu te amo, Raviel…

— Eu sei.

Está tudo bem. 

— Mesmo quando nascer de novo, vou te amar. Nunca vou te esquecer. Mesmo que morra…

— Eu sei disso também. 

Estou aqui. Confie em mim como eu confio em você. Apoie-se em mim. Você sozinho não pode se proteger, e eu não posso proteger o mundo sozinha. Mas você e eu podemos fazer qualquer coisa juntos. Estou com medo também. Tenho medo de te matar. Estou aterrorizada com a dor que sei que sentirei quando me aproximar de você. Mas meu medo não me impede de estar com você.

— Meu Deus. Minha lady, você me sequestrou? 

Olhe. Isso é o que você me disse depois de afundar no papel do mordomo.

Isso feriu meu coração. Meu coração dói quando você me trata como uma estranha. Você me olha com descrença e dúvida. Isso me machuca. É doloroso ver você reagir como se estivesse me conhecendo pela primeira vez na sua vida.

— Isso é demais. Estou ciente de que o Duque é tão poderoso que pode cegar os olhos do céu, mas isso é longe demais. Você odeia tanto a Lady Taça Dourada? É por isso que está me ameaçando, seu mordomo?

Ouça. Esta é a cicatriz que você me deixou.

— Gong-Ja.

Não se esqueça. 

— …Quem você está procurando?

— Meu amado. Ele é o homem que me ofereceu seu coração e aquele a quem darei o meu.

Nunca esqueça isso, mesmo após sua morte. Você está aqui no meu coração.

— Vá. Estarei esperando por você.

Você está ouvindo? Consegue me ouvir, Gong-Ja? Estou apaixonada por você.

 


 

Tradução: Rlc

Revisão: Pride

 

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