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O Caçador Imortal de Classe SSS – Cap. 75 – A Canção da Luz e da Sombra (1)

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— Existem nove formas de espada nas Artes do Céu Demoníaco. Morte por Fome é a primeira forma, como você certamente sabe.

— Eu sei.

— A próxima é Morte por Sede.

— Morte por Sede…

— Sim, criança do murim exterior. Você fez um trabalho decente ao demonstrar a Morte por Fome. Se você se dedicar ao treinamento, será um bom…

— Espere — levantei a mão. — Um momento, por favor.

Eu me senti mal por interrompê-la, mas precisava mesmo. Ela apenas ficou lá, tentando agir como se nada tivesse acontecido, mas eu não podia deixar passar algo tão importante.

— …O quê?

— O que você acabou de dizer? Um trabalho decente?

A Demônio Celestial franziu os lábios.

— Hã, que estranho. Pensei que tinha me saído muito bem, mas isso foi apenas decente para você…? Ah! Desculpe, meu orgulho e confiança sumiram de repente. Estou desanimado.

— Você… — As sobrancelhas da Demônio Celestial tremeram. — …Tudo bem, admito. Você executou a Morte por Fome muito bem. Só não saia por aí dizendo arrogantemente que dominou as Artes do Céu Demoníaco.

— O quê? “Muito bem”?

— Você está tentando me ridicularizar!? — gritou a Demônio Celestial. — Parece que você só ficará satisfeito se eu fizer as Nove Reverências. Você realmente não sabe o que é limite, não é? Tudo bem! Você pode ser o mestre! Eu serei sua discípula.

Eu a tinha na palma da mão. Agora, era só puxá-la com cuidado.

— Ah, então, você está dizendo que me aceita como seu discípulo, certo? — perguntei, despreocupadamente. — Não um discípulo externo, mas um discípulo interno. Seu discípulo autêntico, direto, interno, certo?

A Demônio Celestial não conseguiu responder. Um segundo. Dois segundos. Após uma breve pausa, ela disse: 

— Evite conversa fiada, criança. Vou começar minha aula, então preste atenção.

Então estou certo, pensei.

A Demônio Celestial se forçou a ignorar o que eu disse. Ela era teimosa, mas isso vinha de sua sinceridade. Eu podia ver por que ela hesitava tanto.

Ela nunca dirá que vai me fazer seu discípulo.

A Demônio Celestial já me considerava seu discípulo em seu coração, mas nunca o disse em voz alta. Embora eu nunca tivesse sentido isso com o Guardião por sempre discutirmos, parecia que se tornar mestre e discípulo era algo muito sério para ela e as pessoas do gangho.

Um relacionamento sério pode, às vezes, ser algo assustador.

Era por isso que a líder do Culto do Demônio Celestial não declarava que era minha mestra. Ela nem me conhecia antes disso, e eu nem era das Planícies Centrais. Ela não tinha certeza se poderia realmente se abrir para alguém como eu… não tinha certeza se poderia trazer um pouco de esperança de volta à sua vida.

Soh Baekhyang, a líder do Culto do Demônio Celestial, estava em uma encruzilhada.

— Escute com atenção. Se você consegue usar a Morte por Fome nesse nível, deve conseguir tirar algo do que vou te contar agora. Mas…

Mostrar a janela de personagem.

Nome: Soh Baekhyang

Afeição: 51

Gênero favorito: Murim

Gênero não favorito: Clássicos, lendas, história, contos de fadas

Personagem favorito: Pessoas comuns, rivais

Personagens não favoritos: Opressores, hipócritas, vagabundos

Ponto de trama favorito: Luta com força total

Pontos de trama não favoritos: Fuga, esquecimento, morte sem sentido

Estado de espírito: Meu discípulo? É hora de escolher… Não, não! Isso está errado! Eu deveria estar satisfeita em lutar contra Namgung Woon. Estou perto do fim da minha vida, então aceitar um discípulo é ganância demais. Devo agir de acordo com minha idade e evitar essa ganância desagradável.

Seu coração era o oposto de sua aparência calma.

Reprimi um sorriso. Sim, por favor, agonize.

Eu tinha o sinal verde.

Por favor, fique mais conflituosa.

Fui eu quem a colocou nessa encruzilhada. Ela continuaria a desesperada Grande Guerra do Bem e do Mal com o líder da Aliança Murim? Ou aceitaria um discípulo e garantiria que as doutrinas do Culto do Demônio Celestial fossem passadas para a próxima geração? Qual escolha evitaria uma morte sem sentido?

Por favor, não desista da sua vida assim.

Palavras não tinham peso. Elas só podiam ser usadas para cuidar de pessoas sem fardos. Não, eram o mesmo que se recusar a assumir responsabilidade.

Por favor, viva.

Eram palavras muito vazias.

Mesmo que o mundo esteja condenado e você esteja sozinha no murim, espero que ainda viva.

Nenhuma quantidade de palavras poderia ter peso.

Espero que eu possa ser sua razão para viver um pouco mais.

Não disse essas palavras inúteis e sem sentido em voz alta. A Demônio Celestial não declarou que era minha mestra, provavelmente pelo mesmo motivo. Palavras devem estar ligadas a ações para terem sinceridade, ou desaparecerão sem significado. Nem a Demônio Celestial nem eu tínhamos nos esforçado o suficiente para dizer o que queríamos ainda.

Não é hora de me decidir, pensou a Demônio Celestial.

Não posso fazê-la escolher ainda, pensei.

A Demônio Celestial e eu nos olhamos.

— Criança, você não parece estar prestando atenção. Está ouvindo?

Eu a observava.

— Sim, estou focado. Do que você está falando? — sorri gentilmente.

— Você está falando sério, não está brincando?

— Sim. Juro pelo Imperador de Jade, Yama e todos os outros.

Trocamos olhares. Diferente de como mãos às vezes se encontram, olhares se cruzam mesmo após se encontrarem. De certa forma, os olhares eram um pouco como o coração de uma pessoa. Após nossos olhares se cruzarem várias vezes, a Demônio Celestial disse: 

— Tudo bem. Já que você parece tão confiante, acho que posso começar sua próxima provação agora.

Ela sacudiu a neve de si e caminhou.

— Não me siga. Tenho muito trabalho a fazer.

Foi tudo o que disse antes de partir. Ela atravessou o campo de neve, mas não deixou pegadas. Era a Neve Sem Rastros, uma demonstração do que ela mencionou no primeiro dia em que caí neste mundo.

— Quero lutar com ela, — disse o Guardião de repente. — Quero muito lutar com ela, só uma vez.

Me virei distraidamente. 

O quê?

— Você enfiou algo nos ouvidos? Quero ter um duelo com ela.

Era a primeira vez que via tal expressão no rosto do Guardião.

— Droga! Droga! Droga! — O Guardião estava genuinamente furioso. — Sabe, Zumbi? O culto demoníaco do murim onde nasci era extremamente fraco! A única alegria que eu tinha era espancar aqueles lacaios do culto demoníaco! Havia um cara que se dizia Demônio Celestial, mas no momento em que o joguei no chão, ele teve que mudar seu título para Demônio Terrestre! Droga! Centenas daqueles chamados “grandes mestres” tiveram que mudar de sobrenome por minha causa! Argh! Merda!

Era diferente da expressão que ele tinha quando perdeu nossa aposta. Ele estava bravo, sim, e teve um chilique naquela vez também, sim, mas… sua raiva agora era muito mais intensa.

— Estou com ciúmes do líder da Aliança Murim deste mundo! Se eu fosse aquele cara, diria: “Vamos ver quem sai vivo daqui. Você ou eu?” E então bam! Depois disso, subiria qualquer pico nevado! Lá em cima, tomaria uma tigela de licor e um pedaço de porco agridoce enquanto olhava para o gangho! Isso é prazer de verdade!

Seu desejo de vencer era tão cru quanto carne recém-abatida.

— Sério! Só se eu não fosse um fantasma!

Fechei a boca e me vi mergulhando em pensamentos profundos. Olhei fixamente para o chão, com o queixo apoiado na palma da mão. Minha cabeça estava cheia de pensamentos. Eu precisava de ajuda.

— Hã? Zumbi, por que você tá parecendo um zumbi de novo? Tá preocupado que alguém não te chame mais de zumbi? Ah, entendi. Você está chateado porque te chamei de passarinho.

— …É isso.

— O quê?

— É isso — levantei a cabeça. — A senhorita Química faz a cura para a praga, e eu sou oficialmente reconhecido como discípulo da Demônio Celestial. Esses objetivos são bons… mas sentia que faltava algo. Isso deveria ser o final, mas você acabou de me dar a ideia perfeita.

— Uh…

— Bom trabalho, senhor Imperador da Espada — sorri.

Por algum motivo, o Guardião se afastou de mim.

— Qual o problema?

— Não… É que… Sempre que você sorri assim, eu fico desastrosamente azarado. Acontece algo que mancha minha reputação.

— Eu te respeito muito, senhor Imperador da Espada. Você sabe disso, né?

— Obrigado. É a minha vez de vomitar na sua cara?

Olhei para o céu distante, com as mãos cruzadas atrás de mim. 

— Existe uma dívida não resolvida entre nós.

O Guardião congelou.

— …Dívida? Que dívida? Nunca estive em dívida na minha vida inteira. Qual foi, não comece com essa conversa, Gong-Ja. Não faça isso. Sabe, pode voltar pra te morder!

— “Vamos apostar quantas vezes eu morrerei até conquistar o décimo nono andar” — citei. — E você apostou que eu morreria menos de 100 vezes. Minha aposta foi que eu morreria menos de 99 vezes.

— Espera…

— Não é? — Sorri, a própria imagem de um santo.

— Espera, isso foi há séculos…

— A menos que minha memória esteja falhando, levei 97 mortes. E 97 é mais próximo de 99 do que de 100, se minha matemática não está errada. Certo?

—…

— Senhor Imperador da Espada.

— Por que você sempre faz isso comigo…

— Me faça um favor.

— Beleza, seu desgraçado. Atire em mim. Me morde. Faça o que quiser comigo. — O Guardião parecia que ia chorar.

Eu havia recebido uma rendição inegável.

 

Separador Tsun

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A Demônio Celestial retornou. Ela estava sozinha quando foi para o campo de neve, mas voltou com companhia. Um zumbi estava em suas costas. Assim como o zumbi do Vento da Palma, este usava um uniforme de treino preto.

— Meu culto tem um grupo de elite chamado Unidade do Demônio de Sangue. São meus melhores assassinos e existem apenas para cumprir minhas ordens.

Em outras palavras, lutar contra esse zumbi seria meu segundo duelo.

Segurei minha Espada Sagrada e assumi uma postura. 

— Um mestre promissor de Nível Pico da última vez, e agora seu melhor assassino? O nível de dificuldade realmente aumentou.

— Não se preocupe. Trouxe um oponente no nível certo para você.

Ela deve ter vasculhado o campo de neve e examinado centenas de zumbis um a um. Deve ter dado muito trabalho e era algo profundamente atencioso. Aceitei isso com gratidão como seu jeito de me elogiar.

— O que você precisa demonstrar não é diferente do que fez esta manhã. Lute contra o soldado jiangshi 

— …E apenas a sede e a dor da sede devem estar na minha mente — completei.

A Demônio Celestial sorriu. 

— Exatamente. Proíbo qualquer outra emoção ou pensamento em sua mente!

— Entendido! — avancei. — Vou te mostrar dessa vez também…

[Você morreu.]

[Retrocedendo vinte e quatro horas.]

— …É forte pra caralho! Droga!

Eu mostrei a ela a morte mais rápida do universo. Porra.

— Senhorita Química e senhor Rei da Medicina, por que não avançam com a pesquisa da cura para o vírus zumbi como…

— Wow! É exatamente como minha pesquisa! Não, é como se minha pesquisa fosse decorada tão lindamente que é praticamente realeza!

— O que é isso? Você… Rei da Morte ou sei lá o quê. Você também é do Vale do Silício? Isso parece exatamente como eu organizaria algo…

Primeiro, atualizei a pesquisa da cura, como sempre.

Reencarnação da Legião de Monstros! — decidi me isolar e treinar na neve novamente. Como antes, convoquei Preta e os esqueletos para coletar os mortos. Embora dessa vez eu tenha dito para encontrarem cadáveres sedentos em vez de famintos, a ordem não era muito diferente de antes.

— Vão. Vão e coletem os cadáveres sedentos.

— Sim, Mestre — respondeu Preta.

Aqui era onde as coisas mudavam.

— Tenho mais um trabalho para todos vocês.

Preta inclinou a cabeça. 

— Mais um trabalho? Quer dizer…

— Existem jiangshi artistas marciais espalhados pela área.

Eu não estava falando da floresta de cadáveres que testemunhei quando caí neste mundo. Nos últimos três anos, a Demônio Celestial e o líder da Aliança Murim foram os únicos a lutar na Grande Guerra do Bem e do Mal. Durante a guerra, eles perderam os corpos de seus subordinados um a um. A cada nevasca furiosa ou noites longas, as forças do Culto da Demônio Celestial e da Facção Justa diminuíam pouco a pouco.

Esses corpos desaparecidos eram os jiangshi de que eu falava agora.

— Encontrem os demônios em uniformes de treino pretos e os guerreiros de branco — disse. — Não importa se estão a cem ou trezentos metros de distância, enviem os esqueletos e encontrem os  jiangshi. Não, na verdade, façam um mapa e marquem suas localizações.

Preta parecia confusa. 

— Por que você está tentando salvar essas pessoas, Mestre…?

— Duas pessoas ainda estão lutando em um mundo condenado, e elas querem um final adequado para sua batalha. Infelizmente, aos meus olhos, é apenas uma guerra de faz de conta — olhei para o céu noturno onde a lua pairava. — Já que elas querem um final adequado, devo dar uma guerra de verdade.

— Uma guerra de verdade?

— Sim. — Não consegui suprimir meu sorriso. Eu me sentia como o Papai Noel preparando os presentes de Natal. — Vou preparar uma verdadeira Grande Guerra do Bem e do Mal.

 


 

Tradução: Rlc

Revisão: Pride

 

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