— Mestre… — Preta ergueu os olhos com cautela. — 112 mortos são demais. Você já emagreceu muito em poucos dias. Quase não o reconheci…
— Por quê? Ficou tão leal que agora está preocupada com minha saúde?
Preta hesitou, incerta se deveria me bajular ou ser honesta.
— …Se você desaparecer, eu também desaparecerei — disse ela. — Isso significa que meu pequeno paraíso deixará de existir. Minha vida, minhas memórias e meus valores… tudo sumirá. Eu dependo completamente de você, Mestre. Como me preocupo comigo mesma, também me preocupo com sua saúde.
— Gosto da sua honestidade. — Um sorriso se formou nos cantos da minha boca. — Como está sua vida hoje em dia?
— Perdão…?
— Você está vivendo na aldeia da Estelle, e as pessoas que você valoriza mais que sua própria vida voltaram. Como está sendo?
Após ganhar os direitos exclusivos do vigésimo andar, deixei Preta livre na aldeia. Planejava mantê-la lá de agora em diante, exceto quando tivesse um trabalho para ela, como agora.
— Estou… bem — respondeu ela, nervosa.
— Tudo certo?
— …Ah. — Preta piscou. — Algumas pessoas que se diziam Caçadores invadiram uma vez. Disseram que o segredo de como o Rei da Morte ficou forte de repente deveria estar lá, e que as Cinco Guildas esconderam um tesouro… Mas a mulher que você trouxe, a Bruxa, e os Caçadores sob seu comando os detiveram, então não virou uma grande briga.
O serviço da Guilda do Dragão Negro era confiável, como prometido.
— Nenhum dos lordes dos reinos vizinhos vem mais nos incomodar. Eles estão tendo problemas com os nômades que trouxeram para nos atacar… Além disso, tanto o Império quanto o Templo declararam minha aldeia como terra sagrada. Homens-lagarto e elfos vêm de vez em quando nos trazer presentes.
Parecia que as coisas no outro mundo estavam indo bem.
— Uhm… Mas… eu perdi minhas habilidades — continuou Preta, hesitante.
Assenti.
— Pessoas doentes ouvem rumores sobre mim e vêm para a aldeia… E, como a aldeia foi declarada terra sagrada, peregrinos chegam em busca de milagres, então não sei o que fazer com eles… Por enquanto, os Caçadores sacerdotes que seguem o Inquisidor que você apresentou estão cuidando deles…
Assenti, tranquilizando-a.
— Não se preocupe. Tenho um plano.
Eu planejava construir a nova loja da Química no vigésimo andar. Ela disse que só aceitaria clientes que eu indicasse. Assim que esta expedição terminasse, ela poderia construir uma reputação sólida por conta própria.
Para isso, eu precisava organizar tudo. Como pacientes chegariam constantemente, ela ganharia experiência com várias doenças. A Química não conseguiria lidar com a carga de trabalho sozinha, então precisaria de funcionários. Fazer de Preta sua assistente seria uma boa ideia. Também seria bom aceitar Caçadores que aspirassem a se tornar alquimistas como seus aprendizes. A loja cresceria naturalmente…
Não demoraria muito para que a nova loja fosse reconhecida como uma filial do Escritório de Alquimia, e depois elevada a sede.
Eu precisava cuidar do meu povo.
Sorri.
— O que mais?
— Não há nada em particular… Ah, Dajenna. Ela é uma das crianças da aldeia. Parece que gostou do tteokbokki que os Caçadores trouxeram. E Garcorp, um homem idoso que cuida do pomar, deu suas frutas aos Caçadores da Guilda do Dragão Negro que protegem a aldeia. Em troca, os Caçadores trouxeram mais frutas do seu mundo…
O vento levantava pequenos redemoinhos de neve que dançavam sob os suaves feixes de luar. A voz de Preta ecoava como a neve. Escutei sua história até o fim.
Ela se curvou.
— …É assim que está por agora.
— Você está dizendo que está bom.
— Sim, está — respondeu ela, cautelosa.
Assenti.
— É disso que as pessoas deste mundo também precisam. Vá e colete os cadáveres.
Preta se curvou ainda mais, seus cabelos dourados ondulando sobre os ombros, e disse:
— Sim, Mestre.

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Dizem que existe a pessoa certa para cada tarefa. Invocar Preta e deixá-la responsável por coletar os cadáveres foi uma escolha excelente. Afinal, a Constelação caída, outrora chamada de Rei Demônio da Chuva de Outono, destruiu um mundo inteiro. Ela sabia como coletar a morte.
— Vou começar procurando aldeias ou cidades onde havia escritórios do governo — disse Preta, sinalizando para o exército de esqueletos avançar.
— Como são locais de trabalho de funcionários do governo, deve haver mapas — acrescentou. — Serão rudimentares, mas serão úteis quando eu os juntar. Vou usá-los para procurar aldeias agrícolas e de pesca remotas.
Três dias após o início da busca, Preta e os esqueletos trouxeram os zumbis. Não eram artistas marciais – os zumbis que ela entregou eram apenas fazendeiros e plebeus comuns.
— Esta é uma mãe que enforcou seus filhos e a si mesma porque não suportava vê-los passarem fome.
O grupo de esqueletos brancos trouxe um cadáver após o outro para o campo de neve. Era difícil distinguir os esqueletos da neve. De longe, parecia que os cadáveres caminhavam sozinhos em minha direção.
— Estas crianças acordaram uma manhã e viram o corpo da mãe. Choraram ao lado dela e definharam até a morte, como flores silvestres.
A fila de cadáveres – de morte – continuava.
— Estes são aldeões que amaldiçoaram as mães mortas por falharem em seu dever como pais.
— Estas pessoas se esconderam no fundo do poço para escapar da praga, mas nunca conseguiram sair novamente.
— São prisioneiros que morreram de fome em suas celas sem chance de escapar.
Preta apresentava os pobres com o cuidado de um vassalo oferecendo o melhor tributo ao seu rei. Quando uma semana se passou, ela se ajoelhou diante de mim novamente.
— Trouxe todos, Mestre.
Olhei para o campo de neve.
Os cadáveres ambulantes lutavam para se libertar das garras dos esqueletos. Alguns eram velhos, outros jovens. A fome não fazia distinção.
— …Bom — tirei minha gravata, o terno e a roupa íntima, expondo minha pele nua ao céu noturno. — Solte-os.
Assim que os esqueletos os liberaram, todos os 112 zumbis avançaram sobre mim. Instintivamente, foram para onde o cheiro de carne era mais forte… onde eu estava.
Sorri.
— Tudo bem. Venham!
Um zumbi jovem mergulhou e arrancou um pedaço da minha panturrilha. A dor terrível parecia queimar meus nervos, mas foi interrompida na coxa quando um zumbi velho arrancou minha perna. A dor parou por um momento, mas voltou multiplicada.
Provavelmente gritei, mas não ouvi, porque um zumbi arrancou minha orelha. Meus lábios foram devorados, seguidos logo pela minha língua. Não podia ouvir nem falar, então só me restava observar incontáveis sombras rastejando sobre mim.
[Você morreu.]
Olhei para o céu noturno. A lua era branca como a neve intocada.
[Recriando o trauma do seu assassino.]
Era como o céu noturno quando um velho olhou para cima pela última vez. Ele era um pescador que passou a vida inteira no rio.
Quando um jiangshi mordeu seu dedo, ele não entrou em pânico. Calmamente, subiu no barco e o afastou.
— Se eu morrer neste barco, pelo menos não causarei problemas para o resto do mundo.
Ao deitar no barco, que balançava suavemente pelo rio, ele podia ver sua aldeia. Era confortável, como se estivesse deitado em um caixão. Ele estava bem com as ondas virando o barco e o matando. Morrer dormindo não seria tão ruim… O velho estava feliz por ter nascido e morrido no rio.
A lua que ele olhou pela última vez era serena.
[Recriando o trauma do seu assassino.]
O jovem governador se perguntava como o mundo chegou àquele ponto enquanto caminhava pelas muralhas do castelo à noite. Ele nem era um oficial antes, foi um estudioso que memorizava algumas linhas e administrava uma pequena escola.
No entanto, o governador original morreu, junto com seus oficiais. Depois, seus subordinados os seguiram. A morte vinha como se estivessem em busca uns dos outros. No final da busca, encontrariam o novo governador jovem.
— Senhor — disse um soldado.
Ele também não era originalmente um soldado, mas o marido desempregado de uma dona de taverna. Embora tivesse tendência a encontrar defeitos em tudo, era inteligente, então era útil.
— O que foi?
— O celeiro está vazio. Não haverá nem uma colher de milho depois de duas semanas. Os pescadores conseguem pegar peixes de vez em quando, mas não é suficiente. O que devemos fazer…?
— Comece reduzindo a ração de grãos dos idosos — disse o jovem governador. — Tem incontáveis jiangshi. Devemos valorizar aqueles que ainda podem lutar. Reduza a comida dada aos idosos e às crianças para um terço do que recebem agora.
[Recriando o trauma do seu assassino.]
O governador era frio, às vezes, parecia até mais frio que os jiangshi. Até se tornar governador, tudo o que fazia era recitar os clássicos confucionistas na aldeia. O soldado às vezes se perguntava de onde o governador tirava tamanha determinação.
— A oposição será forte…
— Corte também as rações dos adultos pela metade. Algumas pessoas terão rações mais reduzidas que outras, mas, se reduzirmos todas, eles aguentarão.
— As pessoas não vão reclamar mesmo assim?
— Vou cortar minhas rações primeiro — respondeu o governador, seco. — Na verdade, não vou comer nada. Sou o líder, então, se eu não comer, aqueles que reclamarem não vão durar muito.
— …O senhor está bem?
— Este lugar não vai durar muito mesmo. Que diferença faz se eu passar fome por alguns dias?
A lua acima da muralha do castelo era serena.
[Recriando o trauma do seu assassino.]
— Vamos todos morrer de fome desse jeito! — gritou uma garota.
Ela era uma mendiga que fazia parte da Gangue dos Mendigos, mas ricos e pobres já não se distinguiam mais. Agora, era apenas a líder de seus pares.
A garota bateu o pé.
— O governador disse para as crianças não comerem. Ele está basicamente nos mandando morrer!
— Então o que devemos fazer, Irmã…?
— Mesmo que a gente morra, ao menos deveria ser com algo na barriga. É assim que se torna um jiangshi. — A garota bufou. — Tem uma receita que aprendi na Gangue dos Mendigos chamada biscoito de terra. É literalmente um biscoito de lama.
— Biscoito de lama…?
— Você pode fazer quantos biscoitos quiser, desde que tenha lama.
Os olhos do menino brilharam.
— Escutem! Quem sabe nadar, continue pegando peixes. Não deem mais para os adultos, vamos dividir entre nós. E os outros vão ao rio e peguem lama macia.
— O que você está tentando fazer?
— Vou mostrar. — A garota sorriu.
[Recriando o trauma do seu assassino.]
As crianças cavaram lama na margem do rio. Areia e cascalho estavam misturados, então elas tiveram que peneirar a lama várias vezes para filtrar as pedrinhas.
— Pegue uma colher de lama, faça uma bola e coloque em uma esteira. — A jovem líder jogou uma bola de lama na esteira e a espalhou como se fosse gesso. — Pronto, é isso!
— …É só isso?
— Agora é só deixar secar ao sol. É assim que se faz biscoitos de lama.
As crianças ficaram perplexas.
— É só lama assada ao sol!
— Isso não são biscoitos!
— Fiquem quietos. Esta é a receita suprema passada dentro da Gangue dos Mendigos. Só observem.
A jovem líder tirou um saco de sal. O sal sempre foi caro, mas agora que o racionamento foi cortado, cada grão valia seu peso em ouro. Ela misturou o sal com muito cuidado nos biscoitos de lama na esteira.
Após meio dia, os biscoitos de lama estavam completamente secos.
— Tudo bem! Estão prontos! Peguem um cada! Mas cuidado ao comer. Se morderem de uma vez, não vai ser gostoso! Comam devagar!
Meio desconfiadas, as crianças morderam os biscoitos de lama.
[Recriando o trauma do seu assassino.]
— …Na verdade, não é tão ruim. — O menino mordiscou seu biscoito de lama como um hamster.
[Recriando o trauma do seu assassino.]
Os olhos de outro menino se arregalaram enquanto lambia seu biscoito de lama como se fosse sorvete. Isso deixou a borda do biscoito úmida.
— Gosto de sal.
[Recriando o trauma do seu assassino.]
— É ruim… — Uma garota fez uma careta.
A jovem líder riu.
— Tudo bem, desde que possamos comer. De agora em diante, temos que conseguir nossa própria comida. Vamos comer biscoitos de lama nos dias normais, mas também comeremos peixe quando conseguirmos um. Que tal?
— Tudo bem, Irmã…
As crianças controlavam a fome com lama.
Para engolir a lama, as crianças tinham que enganar a língua com o salgado. Por isso, lambiam os biscoitos de lama em vez de morder.
— Não lambam muito, ou não vai ter gosto de nada! Tem que lamber e mastigar ao mesmo tempo.
As crianças amassavam a lama na margem do rio todos os dias.
— Hã? Olha, tem um cadáver ali.
Estavam no mesmo rio onde o velho fez sua última jornada. O velho nasceu no rio e considerava uma bênção morrer no mesmo rio. Ele achava que transformar seu barco em caixão era uma forma de não causar problemas ao resto do mundo.
Corpos de afogados às vezes apareciam na margem. Morrer no rio era a última alegria do velho, mas ele teve o azar de não chegar à outra margem. Na verdade, todos foram desafortunados nesse caso.
— Parece que um velho se afogou.
— Sinto pena…
— Será que ele era pescador?
As crianças se aproximaram do corpo do velho com medo e curiosidade. Era o amanhecer, então ainda estava escuro.
— Hã?
— E-espera um pouco!
— Por quê?
— Isso não é um cadáver! É um jiangshi!
O cadáver começou a se mexer após sentir o cheiro das crianças.
— Fujam!
Algumas crianças conseguiram.
— Ah…
Mas havia aquelas que não conseguiram.
[Recriando o trauma do seu assassino.]
Foi isso.
[Recriando o trauma do seu assassino.]
Foi assim que a fortaleza na margem do rio caiu, isolada da capital imperial e das aldeias ao redor. O velho morreu. O último governador morreu lutando. O soldado tentou escapar pelos portões, mas morreu. A jovem líder protegeu seu irmão menor até morrer.
[Recriando o trauma do seu assassino.]
Eles tentaram viver.
[Recriando o trauma do seu assassino.]
Lutaram muito.
[Recriando o trauma do seu assassino.]
Porque queriam viver, suportaram a fome.
[Recriando o trauma do seu assassino.]
As crianças procuraram terra úmida e cavaram lama. Espalharam a massa de lama na esteira. Quando os biscoitos de lama secaram, as crianças os seguraram…
[Recriando o trauma do seu assassino.]
…Cada movimento dos 112 mortos era movido pela fome.
[A recriação do trauma foi concluída.]
[Foi confirmado que o ego do alvo da penalidade da Habilidade está intacto.]
[Encerrando a penalidade da Habilidade.]
Abri os olhos lentamente.
— Eu só estava tentando aprender a ferver casca de árvore… — sussurrei.
A realidade era diferente de qualquer coisa que eu poderia ter imaginado. O mundo em colapso nem considerava a casca de árvore do fazendeiro como um trauma. Quando os humanos eram encurralados, podiam até comer lama.
— Sim, acho que é possível.
Levantei e cavei a neve, envolvendo minha mão com aura. Após cavar um pouco da neve aparentemente infinita, alcancei o chão congelado. Era a primeira vez que o via desde que cheguei a este mundo.
— Vamos ver…
O chão estava congelado há anos, então não era fácil cavar, o que me forçou a usar minha aura para raspar um pouco de terra e neve e fervê-los como sopa. Após um tempo, a terra ficou pastosa.
Era literalmente água lamacenta. Fiz como vi no sonho: separei os grãos de areia e pedrinhas um a um, e então amassei a lama em um círculo. Tirei meu casaco e terno e os usei como esteiras para colocar a lama amassada.
O tempo passou. A manhã chegou, seguida do meio-dia. Assei os biscoitos de lama sob a luz do sol. Depois, peguei-os com cuidado e os segurei nas mãos. Pareciam exatamente com dalgona1Doces coreanos feitos de açúcar derretido e bicarbonato de sódio..
— …Obrigado pela refeição.
Mordisquei. Eles rangeram suavemente entre meus dentes. Lambi a borda do biscoito de lama. Ficou um pouco mais macio, mas só na ponta da língua. Quando segurei um pedaço do biscoito de lama na boca, os grãos de terra grudaram no céu da boca.
Depois de um tempo, peguei o jeito de comer. Esse biscoito não era algo que eu mastigava com os molares, eu tinha que roer com os dentes da frente e engolir em pedacinhos minúsculos. Comi o biscoito lentamente, refletindo sobre o sabor simples do calor do sol e o cheiro da terra.
— …Não é gostoso.
Mordi.
— É ruim.
Mastiguei lentamente.
— É realmente ruim.
Engoli. Meus ombros tremiam. Meu coração também. Uma emoção indescritível me invadiu. Era raiva? Tristeza? Talvez fosse repulsa. Os humanos vieram da terra, então por que não podiam se alimentar dela? Por que o cheiro e a textura da terra eram tão miseráveis? Por quê?
Nem percebi que minha mão direita estava fortemente fechada. Podia ser raiva, tristeza ou repulsa.
Naquele momento, percebi que deveria agarrar as emoções que não podiam ser expressas em palavras. Essas emoções eram feitas para serem empunhadas… sim, as artes marciais eram sobre empunhar um punhado de emoção na mão.
É hora de voltar.
Saquei minha Espada Sagrada e a apontei para meu pescoço. Eu precisava voltar e mostrar à Demônio Celestial minha espada. Não, não minha – pertencia ao velho, ao soldado, ao governador e às crianças que morreram sem nome.
Nunca li uma novel de murim, então não conhecia o princípio requintado do yin e yang. Se minhas artes marciais tinham algo assim, eram apenas os movimentos daqueles abandonados pelos céus. Seu ressentimento e rancores trouxeram demônios a este mundo2Demônios internos no budismo que atrapalham o cultivo espiritual. O exemplo mais conhecido é o demônio do coração (ou “coração demoníaco”), que representa os desejos, traumas e perturbações emocionais que impedem a iluminação. Alguns textos também descrevem demônios nascidos do ressentimento e rancor das pessoas, entidades criadas a partir de emoções negativas profundas.. Restando apenas sua mágoa e amargura, eles olharam para o céu… daí, o Céu Demoníaco.
Perfurei meu pescoço. Voltei com as mortes de 112 pessoas em meu coração. O que eu precisava fazer não era diferente da última vez – pedi à Demônio Celestial que me aceitasse como discípulo. Como antes, a Demônio Celestial passou uma noite ponderando. Depois disso, ela me deu uma provação.
— Qual é a provação?
A Demônio Celestial apontou para o poço.
— Joguei um soldado jiangshi lá embaixo. Ele costumava ser um membro promissor do meu culto e um mestre de Nível Pico. Bastante renomado no gangho. Derrote esse jiangshi, então, aceitarei você como meu discípulo. Mas sinta fome enquanto luta. Você deve sentir apenas fome e a dor da fome enquanto luta com esse jiangshi. Nenhuma outra emoção ou pensamento pode atrapalhar sua mente. Você consegue?
Não respondi. Não era algo que pudesse ser expresso em palavras, então não havia necessidade de tentar formular uma resposta. Em vez disso, pulei no poço.
O jiangshi avançou sobre mim. Olhei para ele com indiferença.
Em meu coração, apenas o cheiro de lama na boca, a sensação de um pedaço de terra na mão e a fome das crianças residiam.
Artes do Céu Demoníaco,
Primeira Forma:
Morte por Fome.
Brandi minha espada uma vez, cortando as pernas do jiangshi. No segundo golpe, decepei seus braços. No terceiro, sua cabeça caiu. Cada ataque era faminto.
Aquele que costumava ser um mestre de Nível Pico do Culto do Demônio Celestial agora estava em silêncio no fundo do poço.
Olhei para cima e vi a boca da Demônio Celestial entreaberta. Era como na primeira vez que ela viu os Caçadores. Talvez estivesse ainda mais chocada do que naquela vez.
Quando seus lábios parassem de tremer, seu coração rugiria de volta à vida. Ela pensava que a vida havia perdido quase todo o sentido para ela, mas um novo começo florescia diante de seus olhos.
Abri a boca lentamente.
— Senhora Demônio Celestial, que tipo de morte devo demonstrar agora?
Tradução: Rlc
Revisão: Pride
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