Lorde dos Mistérios – Vol. 02 – Cap. 270 – Repórter

Bang! Bang! Bang!

Segurando um revólver que alugou do Clube Quelaag com uma mão, Klein puxou o gatilho repetidamente, acertando o alvo com precisão, o pior tiro atingindo o oitavo anel.

Ao alimentar sua prática com balas reais, junto com o controle sobre-humano que adquiriu depois de se tornar um Palhaço, sua pontaria era considerada excelente.

Se eu continuar praticando por alguns meses, poderia até ser considerado um atirador de elite… Klein descarregou o revólver com satisfação e liberou os cartuchos vazios. Caíram no chão ao som do impacto enquanto Klein olhava para Talim Dumont com um sorriso.

— Está satisfeito?

— Muito bom. — O professor equestre, Talim, já havia tirado seu sobretudo preto de tweed e suéter cinza claro e adotado uma postura de boxe. — Vamos lá, deixe-me ver o padrão de suas habilidades de luta. Posso dizer-lhe francamente que recebi treinamento como cavaleiro aprendiz desde que era jovem, e nunca deixei que fosse desperdiçado.

Como um Beyonder, se não posso nem mesmo vencer um homem comum que só recebeu treinamento, então eu poderia muito bem morrer! Klein amaldiçoou em silêncio. Sem tirar o casaco trespassado, ele largou o revólver. Klein deu dois passos laterais e gesticulou para Talim que poderia começar.

No início queria provocá-lo para criar uma atmosfera, mas quando pensou na força da outra parte, não se incomodou em perder tempo.

Talim parecia estar um pouco animado quando começou a saltar. De repente, avançou e desferiu um soco para a direita.

Klein bloqueou e agarrou sua mão esquerda, inclinou-se para baixo e torceu a cintura antes de estender a palma da mão direita, e dar uma cambalhota fluida.

Baque. Talim voou, caindo de costas. Klein não exerceu nenhuma força, apenas o arremessou a partir de seus pés através do uso da inércia.

— Impressionante! — Talim rapidamente se levantou e deu um polegar para cima. — Como esperado de um detetive famoso. Sua pontaria e habilidades de luta são excelentes.

Eu só venci um frangote como você, como pode dizer que minhas habilidades de luta são elevadas? Klein secretamente satirizou e perguntou com um sorriso. — Agora que você tem uma noção melhor, pode me dizer que tipo de pedido seu amigo tem?

— Heh heh, ele virá para o clube mais tarde. Vocês podem conversar. — Talim massageou suas costas enquanto dizia. — Como o que o pedido implica exatamente, também não tenho certeza. Ah, certo, ele é um repórter do Observador Diário, Mike Joseph. Ele provavelmente está esperando por alguma proteção a curto prazo.

— Tudo bem. — Klein não fez mais perguntas. Continuou praticando tiro, mas não se limitou a um revólver. Também praticou com um rifle de caça, um rifle de tiro único e um rifle de repetição. Esperava que, se encontrasse algum problema no futuro, seria capaz de usar qualquer arma de fogo ao seu redor.

Pouco antes do meio-dia, retornou ao primeiro andar, entrou na cafeteria do buffet e recebeu uma porção de frango assado e um pedaço de bife frito, bem como a oferta limitada do clube de lagosta com cream cheese.

Depois de terminar sua refeição, Klein pegou um pouco de arroz de frutos do mar Feynapotter, salada de frutas, caldo de ostras e chá preto marquês.

Diante desse suntuoso almoço, não pôde deixar de engolir um bocado de saliva enquanto louvava a Deusa em seu coração.

Se fosse comer isso por fora, provavelmente custaria 3 soli… Klein alternou entre usar facas de prata, garfos e colheres enquanto comia contente.

Quando estava quase terminando com a comida na mesa, Talim Dumont trouxe um homem, com um casaco pesado e meia cartola.

— Detetive Moriarty, este é o amigo que eu estava falando, Mike Joseph. Mike, este é o famoso detetive, Sr. Sherlock Moriarty. — Talim sorriu e os apresentou.

— Prazer em conhecê-lo.— Mike tirou o chapéu e se curvou.

Ele parecia estar em seus vinte e poucos anos, com sobrancelhas bastante esparsas e pele áspera. Seus poros eram extraordinariamente proeminentes.

No entanto, suas características faciais não eram ruins. Seus olhos azuis em especial eram encantadores. As duas linhas finas do escasso bigode davam-lhe um charme um tanto maduro.

Klein não pôde deixar de acariciar a barba que se tornara grossa em torno de seus lábios. Se levantou e convidou a outra parte para se sentar, então sorriu e disse. — A lagosta com cream cheese de hoje é muito boa. Pode experimentar.

— Tudo bem. — Mike Joseph não recusou. Pegou um prato, fez um círculo e pegou bastante comida.

— Ele veio com pressa, então ainda não almoçou. — Talim sorriu enquanto explicava para seu amigo e colocava uma pilha de jornais na mesa.

— Eu vejo. — Klein colocou a faca e o garfo, limpou a boca com um guardanapo e bebeu seu chá preto de forma vagarosa.

Ele estava muito satisfeito com a refeição.

Naquele momento, Mike Joseph voltou com dois pratos de comida. Deu algumas mordidas rápidas para encher o estômago antes de olhar para Klein.

— Detetive Moriarty, você já ouviu falar sobre os recentes assassinatos em série?

— Os que envolviam remoção de órgãos? — O coração de Klein pulou uma batida quando perguntou.

Talim assentiu e disse melancolicamente. — Como esperado, todo detetive está prestando atenção a esse assassino em série.

Mike pegou um dos papéis e empurrou-o para Klein. — Esta é a história mais recente.

Klein o pegou e descobriu que era no Observador Diário onde Mike trabalhava. Na primeira página estavam as palavras.

“11! Outra dama foi morta! Sivellaus Yard está desamparada!”

A sede do Departamento de Polícia de Backlund estava localizada na Rua Sivellaus na borda do Bairro Imperatriz, então também eram conhecidos como Sivellaus Yard.

11? Já é o décimo primeiro caso? Klein resistiu ao impulso de franzir a testa e continuou lendo. Descobriu que era de fato o mesmo que o caso que havia encontrado antes. A vítima era uma mulher vestida com uma linda saia longa e teve seus intestinos removidos.

Este é claramente um caso com sinais de adoração ao diabo por toda parte. A polícia deve ter entregado o caso aos Falcões Noturnos, aos Punidores a Mandatado ou aos esquadrões da Consciência Coletiva das Máquinas. Eles têm pessoas com capacidade de advinhação, mediunidade e todos os tipos de métodos Beyonder mágicos e eficazes. Como é que o caso não foi desvendado. Por que o criminoso ainda não foi preso? Ele tem fortes poderes de “anti-investigação” e é capaz de destruir as almas do falecido? Ou será que a alma falecida, em conjunto com suas entranhas, foram extraídas para cumprir os requisitos do ritual de adoração ao diabo? Sim, ele é com certeza capaz de interferir na advinhação… De fato, se os Beyonders do caminho Diabo não tivessem tais poderes, como ousariam cometer assassinatos em série… Klein pensou enquanto dizia a Mike Joseph. — Você quer fazer uma investigação privada?

— Sinto muito, não posso aceitar este caso. Sem o convite da polícia, não posso aceitá-lo. Tenho que manter um bom relacionamento com eles.

O chamado “bom relacionamento” é do tipo em que me convidam para tomar um café na delegacia… Klein satirizou uma autocrítica.

A verdadeira razão para sua recusa foi porque era fácil encontrar Beyonders oficiais envolvidos na investigação dos assassinatos em série, talvez incluindo os Falcões Noturnos da diocese de Backlund.

— Não, não uma investigação. A descrição precisa é que não é uma investigação para procurar o assassino. Eu só quero terminar a minha reportagem. — Mike Joseph engoliu um pouco de camarão e explicou.

— Reportagem? — Klein abaixou seu copo, cruzou as mãos e perguntou vagarosamente a Mike Joseph.

Mike Joseph disse. — Se você comprar o Observador Diário amanhã ou no dia seguinte, verá minha cobertura aprofundada sobre os assassinatos em série. A parte mais importante é a minha revelação do que as vítimas têm em comum, de modo a alertar as pessoas que se enquadram neste grupo.

— Oh, o que elas têm em comum? — Klein perguntou curioso.

Mike tomou um gole de seu café e disse, — Além de serem mulheres e trajarem um vestido colorido, há um outro fator importante que elas têm em comum. Realizei uma investigação minuciosa do carro da vítima e encontrei uma pista interessante.

— Algumas delas são empregadas domésticas, outras trabalhadoras têxteis, alfaiates e até professoras. Na superfície, não parece haver qualquer sobreposição, mas, na realidade, todas foram garotas de programa.

— Garotas de programa? Uma professora? — Klein perguntou surpreso.

No Reino de Loen, os professores faziam parte da classe média e recebiam pelo menos duas libras por semana. Isso era o suficiente para permitir que uma mulher tivesse uma vida muito boa, então não havia necessidade de ser uma garota de rua.

O canto da boca de Mike se contorceu quando suspirou e disse. — Sim, no passado. Podem ter tido momentos muito difíceis antes de encontrar um emprego que pudesse sustentá-las.

— Já fiz uma pesquisa anteriormente. Em Backlund, uma em cada seis mulheres com idades compreendidas entre 15 e 55 anos é ou já foi uma garota de programa. Heh, este é o nosso país. Os estrangeiros que vêm para cá ficam surpresos que um país tão conservador, em uma metrópole movimentada, seja na verdade repleta de cortesãs.

Este número é um pouco exagerado… Se fosse verdade, só se poderia dizer que a realidade pode ser mais exagerada do que a ficção… Este maldito mundo… Klein ficou sem palavras. Depois de pensar um pouco, ele disse de forma deliberada. — Uma pergunta, como o assassino sabe que a vítima tinha sido uma garota de rua? Não têm rótulos nelas, e até mesmo você precisou de uma investigação completa para descobrir.

— Como esperado de um grande detetive, esta pode ser a pista. — Respondeu Mike Joseph sem se sentir surpreso.

Não, se fosse um Beyonder do caminho Diabo, então o padrão que escolheria seria alguém que parece estar se perdendo, mas que ainda não se degenerou completamente. Além disso, devem ter uma intuição aguçada em direção a esse fator, e podem ser capazes de ver a “cor” correspondente que é profunda. Com o vestido colorido como gatilho, basicamente seriam um alvo fácil… Klein respondeu a si mesmo e perguntou. — Então, o que mais você deseja investigar?

Mike assentiu e disse. — Desses 11 casos, dez das senhoras já foram garotas de rua, exceto uma. Ela ainda é uma prostituta no momento. Sim, ela é a mais nova, Siber de dezesseis anos de idade. Isso faz com que seja muito, muito estranho. Desejo visitar a Rosa Dourada, que é a sua, uh – o lugar onde ela trabalha para uma investigação mais aprofundada. Quero ver se consigo descobrir alguma coisa.

— Estou preocupado que minhas perguntas irritem as pessoas, então planejo pedir que você me proteja de forma temporária. Não precisa ensinar-lhes uma lição, apenas me proteger no momento mais crítico e permitir a minha fuga.

— Se nada acontecer, te pagarei uma libra, e se houver uma briga, aumentarei para cinco. O que me diz?

Klein riu e respondeu. — Deixe-me lavar as mãos antes de responder.

Ele se curvou educadamente e se aproximou do banheiro, onde jogou uma moeda e obteve uma resposta positiva.