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O Começo Depois do Fim – Cap. 245 – O nome dele

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Frustração, ansiedade, dúvida e medo, todas essas emoções desapareceram quando uma mortalha de raios negros rachou ao meu redor. Me deixei afundar mais fundo no abraço frio do Realmheart. O sentimento me lembrou de quando falei com Lorde Indrath, avô de Sylvie. Ele tinha aquele ar elevado e desapegado ao seu redor como se não fosse parte deste mundo, mas superior a ele. Comecei a perceber o porquê.

Enquanto Éter continuava a se unir ao meu redor, tecendo seus tendões etéreos em meu corpo, pude ver as runas se espalhando e se conectando umas com as outras ao redor do meu corpo. Senti-me insensível, entorpecido conforme o poder do dragão de Sylvia fluía livremente. Era uma sensação intoxicante.

Eu era um rei na minha vida anterior, e era um dos auges da força em todo um continente nesta vida, mas o que eu sentia agora era o verdadeiro “divino” poder.

— Arthur! Pare! Você está se machucando. — Sylvie implorou em minha mente, mas deixei isso de lado. Estava cansado de perder batalha após batalha. Uto, Cylrit, a Foice que tinha tomado Sylvia, tinha perdido para todos eles.

Não hoje, especialmente contra essa fraude que possuía o corpo do meu amigo mais próximo.

Os tendões dos raios mudaram de cor se enrolando ao redor do meu corpo. Podia ver o Éter sendo atraído para mim e o relâmpago preto logo tinha um tom fraco de roxo misturado dentro.

— Arthur! — Sylvie disse, sua voz mais para trás agora.

Confiante e pronto, dei um passo. Aquele passo que despedaça o chão conseguiu me levar através de Elijah rápido o suficiente para que ainda estivesse olhando para onde eu estava antes.

Estendi um braço e o raio etérico disparou como um chicote. Elijah mal conseguiu deslocar seus espinhos negros no caminho do meu ataque, voou para trás com o impacto, caindo no chão amassado a algumas dezenas de metros de distância para onde os outros Alacryanos estavam.

Dei mais um passo, encurtei a distância e fiquei pendurado no ar. A mortalha de raios ao meu redor atacou em todas as direções, arqueando e bifurcando em direção aos Alacryanos mais próximos de mim e perfurando através de suas armaduras e corpos como se fossem feitos de papel.

Alguns que conseguiram manter seu juízo retaliaram com feitiços próprios, mas era inútil. Ignorei as explosões de fogo e deixei os cacos de gelo e pedra se quebrarem contra os raios que estavam me protegendo.

Olhava para as centenas de Alacryanos que olhavam de volta para mim como um deus.

— Machucando… pare—

Minhas sobrancelhas franziram em aborrecimento.

De repente, um inferno negro rugiu para fora, envolvendo-me em um vórtice sombrio.

A mortalha de raios e Éter ao meu redor cresceu, atingindo a escuridão girando ao meu redor. Brasas se agarraram a alguns dos tentáculos de relâmpago e ao meu corpo, mas não me incomodaram.

Com outro pensamento, a mortalha de raios foi substituída por uma nimbus de fogo branco tingido com Éter. O fogo negro desta vez não foi capaz de queimar e se apagou ao toque do fogo gelado.

Balançando meus braços, uma onda de chamas brancas ondulou para fora, congelando e quebrando tudo em seu caminho.

Com outro movimento de meu punho, um pulso de fogo etérico branco explodiu, atingindo Elijah e esmagando-o de volta no chão congelado. À medida que a névoa e a poeira diminuíam, Elijah ficou à vista, roupas e cabelos desgrenhados, braços cruzados enquanto os restos de espinhos negros congelados estavam espalhados ao seu redor.

Olhou para mim, sobrancelhas franzidas, suando… mordendo o lábio inferior em uma careta.

Estremeci com a visão familiar. Tentei descobrir por que Elijah parecia tão familiar, mas tão desconhecido ao mesmo tempo.

Mas o véu da apatia que me envolveu se agarrou a mim, afastando a vontade de questionar meu oponente e focar apenas em matá-lo.

À medida que mais e mais da vontade do dragão de Sylvia bombeava para fora do meu núcleo e através das minhas veias, mais forte ouvia a voz do velho dragão. Memórias do meu tempo com ela naquela caverna, depois de cair do penhasco começaram a aparecer, e comecei a confiar nessa voz cada vez mais.

Deixei o poder de outro mundo tomar o controle sobre meu corpo e minha mente para matar Elijah e deixar Tess e Sylvie em segurança.

Tinha atravessado o estágio do núcleo branco? Essa era a mensagem da Sylvia para mim, destruir tudo e todos pelo bem daqueles preciosos para mim?

Tinha que ser isso. Não havia outra razão para eu ouvir a voz da Sylvia agora. Não havia outra explicação para este súbito fluxo de poder.

— Arthu… por fav… destruind… seu corp…

Afastei a voz do meu vínculo. Não entendia. Não sabia. Não sabia da promessa de Sylvia para mim, que tinha uma mensagem para mim, uma vez que eu tivesse passado além do estágio do núcleo branco.

Minha visão nadou em um tom de lavanda enquanto o éter se reunia ao meu redor. As partículas roxas dançavam como se celebrassem minha ascensão ao trono.

Realmente me senti como uma deidade… como um Asura.

Voltando minha atenção para Elijah, notei seu olhar voando para o lado como se estivesse esperando por algo… ou alguém.

Soltei um suspiro e as partículas de éter tremularam na minha frente. Levantando um braço completamente envolto em uma aura dourada, eu apertei meu pulso.

Éter atendeu ao meu chamado, moldando em torno da lâmina do vento que eu tinha atirado em Elijah.

Meu oponente, com as pernas machucadas do meu ataque anterior, escolheu bloquear meu ataque. Fileiras de espinhos negros, acesas naquele fogo infernal capaz de comer até mesmo água e mana, irromperam do chão à sua frente, mas o crescente prateado tingido de roxo que eu tinha lançado cortou através das fileiras de espinhos negros como se fossem feitos de manteiga.

Elijah, percebendo que suas defesas eram inúteis, mal conseguiu se jogar para fora do caminho, mas não a tempo de sair ileso.

Soltou um uivo de dor segurando o que sobrou de seu braço decepado. Mesmo assim, ele ousou lançar outro ataque contra mim.

Um sorriso subiu dos meus lábios ao dar um passo no ar. Com o controle de spatium, as partículas de Éter convergiram como uma ponte na minha frente, e aquele único passo limpou as dezenas de metros instantaneamente e sem usar a força. Foi o mundo que se cedeu na minha frente.

Elijah só conseguiu ampliar os olhos em choque antes que eu estendesse a mão. Éter convergiu em torno do pedaço de seu braço direito onde seu fogo infernal estava atualmente regenerando o membro perdido.

Sob minha influência, no entanto, o fogo negro ficou roxo e ao invés de curá-lo, estava corroendo-o.

— Não sou páreo pra você, você diz? — zombei, minha voz tingida com um timbre etéreo.

Elijah mordeu o lábio inferior com mais força, sufocando um grito.

Com sangue escorrendo pelo canto da boca, Elijah zombou de mim.

— Sabia que você mostraria seu verdadeiro rosto. Não importa o nome e a aparência que você assume, você sempre será o mesmo, Grey.

Meus olhos se estreitaram, mas o cobertor frio da apatia diminuiu a mensagem de suas palavras. O único pensamento que passou em minha mente foi, como essa pessoa, Elijah, meu amigo próximo, estava tentando prejudicar Tess.

— Adeus. — murmurei, levantando a mão para terminar o trabalho.

— Arthur! Desvie! — A voz da Sylvie de repente gritou na minha cabeça.

O puro instinto tomou conta e chutei o chão, empurrando-me para trás assim que um pilar ardente preto irrompeu do chão onde estava de pé.

Eu me repreendi por hiperfocar em Elijah ao ponto de não ter notado a flutuação da magia mesmo através de Realmheart.

A chama negra mal conseguiu arranhar meu pé esquerdo, mas a diferença de poder era evidente. Mesmo com a proteção do Éter atualmente ao redor do meu corpo, senti uma dor escaldante irradiando do meu pé.

A intensidade e a velocidade da conjuração estavam em um nível diferente das chamas negras de Elijah.

Seguindo a trilha da flutuação de mana, mudei meu olhar para a direita e para cima, no céu. Assim que confirmei quem era, não pude deixar de sorrir.

Podia sentir Sylvia tremer de raiva e expectativa dentro de mim, como se até mesmo sua vontade soubesse quem foi o responsável por sua morte.

Meu corpo, banhando-se em uma luz dourada, brilhava mais e mais forte. Desta vez seria diferente do Castelo.

A Foice chegou ao lado de Elijah, seu rosto uma máscara de indiferença e equilíbrio.

Colocou a mão na chama roxa onde seu braço costumava estar e ela foi substituída por uma chama negra ardente que começou lentamente, mas visivelmente, regenerar o braço de Elijah.

Em vez de correr para lutar, mantive distância curando meu pé, usando o vivum. Também podia sentir o toque curativo de Sylvie enquanto ela continuava mantendo os Alacryanos à distância, junto de Tess. Eles estavam parados, ambos os lados não sabiam o que fazer na presença de Elijah, da Foice, e de mim.

— Você deixou claro para mim que ganharia contra seu amigo. — disse a Foice.

— Eu posso, podia, até que ele entrou nessa forma. — disse Elijah.

— Não importa. A culpa é minha. Deixei-o viver em troca de manter o Castelo inteiro como Lorde Agrona havia ordenado.

A indiferença que a Foice demonstrou quando desconsiderou minha presença apodreceu como uma ferida que coça, até que eu não fosse capaz de segurá-la por mais tempo.

O Éter ao meu redor se formou em uma ponte mais uma vez, me conectando até onde Elijah e a Foice estavam.

Dei um passo à frente e o mundo se dobrou na minha frente, carregando-me até eles.

Um raio etérico piscou e soquei a Foice no estômago.

Uma onda de choque explodiu para fora do impacto, soprando Elijah de volta, bem como muitos dos outros Alacryanos nas proximidades.

Rachaduras saíram de onde meu punho se agarrou à armadura da Foice, mas nem precisava dar um passo atrás.

— Não estamos mais no Castelo, então é aceitável que eu seja um pouco excessivo. — afirmou ele, um sorriso desenhado em seu rosto.

Um frio correu pela minha espinha quando ele balançou a mão. Uma onda sombria de fogo irrompeu de sua mão, engolindo-me e tudo atrás de mim.

Éter rodou ao meu redor, protegendo-me do fogo infernal que incendiou até mesmo o ar e o solo pavimentado.

Apesar da devastação em forma de cone, que matou todos os Alacryanos, ainda estava de pé. No entanto, a Foice não era meu único oponente.

Vi Elijah voando em direção a Tess.

Ver Elijah se aproximando de Tess clareou meus pensamentos. O cobertor frio da apatia que cobria minha mente se despedaçou e o pensamento de matar a Foice e, ganhar, desapareceu até que consegui pensar mais claramente.

Visão e mente renovadas, estava profundamente ciente de tudo o que estava acontecendo ao meu redor, desde Alacryanos queimando, até cinzas ao meu redor, até Tess, Sylvie, Nyphia, e Madame Astera lutando por segurança em vez de vitória, e finalmente eu mesmo. Estava ciente da mudança no meu corpo, e também do estado atual do meu corpo. Escolhi não temer o inevitável, em vez disso, usá-lo para alimentar minha motivação para levar o resto deles de volta para o abrigo. Protegi minha mente para que Sylvie não descobrisse, e soltei um suspiro afiado.

Tinha a mente clara e tinha controle sobre todo o poder, sem restrições, de Realmheart. Podia fazer isso. Eu tinha que fazer isso.

Fui imediatamente atrás dele. Spatium me levou até onde estava em outro único passo. Meu punho o atingiu de lado e pude sentir suas costelas se despedaçando sob a força, apesar da onda de fogo defumado que tentou bloquear alguns dos danos.

Elijah caiu do ar, seu corpo girando fora de controle antes de criar uma cratera na lateral de um prédio.

As flutuações de Mana ondularam no ar ao meu redor, e sabia o que estava por vir.

Afastando-me com uma explosão de fogo comprimido, me esquivei por pouco de uma série de combustões súbitas no ar.

Mal conseguia desviar, esquivando-me enquanto bombas infernais floresciam no ar como flores negras mortais.

As conflagrações negras de repente pararam quando Sylvie lançou uma onda de choque de mana pura de sua mandíbula serpentina na Foice.

Deixando de lado minhas preocupações e confiando no meu vínculo, sobrevoei onde Tess ainda lutava contra os Alacryanos.

Mesmo cercados, as videiras verdes translúcidas ao seu redor agiram como se tivessem mentes próprias. Chicoteando, golpeando, perfurando seus inimigos, era difícil dizer quem estava realmente em desvantagem.

Decidindo que ela ficaria bem por enquanto, fui até onde o portão de teletransporte foi enterrado sob uma maré de espinhos negros.

Lá, eu vi Nyphia lentamente cortando os espinhos negros enquanto Madame Astera segurava várias dúzias de magos Alacryanos sozinha.

Imediatamente, fechei a distância e desencadeei uma explosão de fogo gelado nos Alacryanos, congelando metade deles em um único feitiço.

Ignorei o resto, deixando a Madame Astera cuidar disso, enquanto trabalhava nos espinhos negros.

Estando meio tentado a soltar uma torrente de raios, estava com muito medo que o portão fosse danificado, então vesti meus punhos em raios e ataquei adiante.

— Nyphia! — Ajude Tess e traga-a aqui! — ordenei.

— E-entendido! — Nyphia saiu do caminho enquanto eu socava as dezenas de espinhos negros saindo do chão e bloqueando o portão de teletransporte.

Meus punhos vestidos de relâmpago rasgaram as camadas, ainda mantinha meus sentidos claros no caso de Elijah ou a Foice estarem por perto.

Um grito penetrante de repente invadiu meus pensamentos.

— Sylvie! — chamei enquanto sua mente se obscureceu em um mar de dor que mesmo eu poderia sentir com nossas mentes compartilhadas.

— Apenas continue…! — enviou com o que quer que tivesse restado de sua sanidade.

Conseguia sentir a terra tremer com cada explosão das chamas negras e da mana pura à distância, mas continuei adiante, até que eu pudesse ver o brilho fraco do portal de teletransporte.

Quase lá!

De repente o céu escureceu e uma sombra apareceu bem acima de mim. Realmheart continuou a circular através de mim, queimando meu próprio corpo, mas confiei nele mais uma vez, enquanto cobria o fogo congelado ao redor de minhas mãos com Éter.

— Eu consegui — emitindo para fora uma onda de choque do gelo etérico direto no fogo do inferno negro caindo tanto na minha direção quanto na do portal de teletransporte bem do meu lado.

Conforme as duas forças se chocaram, uma onda de choque ondulou, quebrando alguns dos espinhos negros. O portão de teletransporte também tremeu e soltou ruídos, ameaçando quebrar e nos deixar encalhados aqui.

Ainda assim, o antigo portal se manteve forte e agora havia um caminho diretamente para ele. Tess, Nyphia e Madame Astera estavam correndo em minha direção também.

Elas seriam capazes de voltar.

— Apressem-se! Passem pelo portal! — gritei quando as três passaram por mim.

Tess olhou para trás, encarando-me enquanto continuava correndo para o portal.

— Mas, e quanto a você?

— Eu tenho meu próprio medalhão. — vou encontrá-la de volta no abrigo com Sylvie. Agora vá!

— Grey! Você não pode fazer isso comigo, não de novo! — Elijah gritou de cima, desesperadamente tentando chegar no portal a tempo. — Não depois do que você fez comigo e Cecilia!

As palavras de Elijah bateram como um trovão, e eu quase o deixei chegar ao portal.

Com Éter sob meu comando, fechei a distância, bem quando estava prestes a disparar um espinho negro no portal o interceptei.

Ferido e cansado, Elijah não era mais páreo para mim, enquanto estava neste estado.

Agarrei o pescoço dele e apertei o suficiente para que ele mal pudesse falar.

— Como você sabe meu nome? — vociferei.

— Parece que você está finalmente… sóbrio. chiou. — Se você não estivesse… sob a influência desse poder que está… matando você agora, você já poderia ter descoberto isso.

Apertei mais forte, fazendo-o engasgar, antes de afrouxar meu aperto.

— Quem é você?

Elijah cuspiu na minha cara antes de sorrir, revelando seus dentes manchados de sangue.

— Eu era o seu melhor… amigo, e aquele cuja noiva você matou na frente.

Meu aperto se soltou e senti meu coração tenso se apertar. Minha mente ficou dispersa e meu corpo inteiro parecia que estava submerso em piche. Minha garganta apertou e engasgou quando tentei me impedir de murmurar a única palavra que pressionava contra meu cérebro como uma marca ardente.

— Nico?

 


 

Tradução: Reapers Scans

Revisão: Reapers Scans

QC: Bravo

 

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