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O Começo Depois do Fim – Cap. 230.5 – Túneis escuros IV

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POV MICA EARTHBORN

Meus sentidos voltaram para mim em etapas. Minha audição voltou primeiro quando os sons de detritos caindo e água borbulhando encontraram meus ouvidos. Então o cheiro pesado de poeira e pedra queimada encheu meu nariz e meus pulmões, fazendo com que eu tivesse um acesso de tosse. Enquanto tremia de tosse, senti os escombros me pressionando, me segurando tão firme quanto o Invólucro de Diamante Negro.

Foi também quando senti a dor. A dor é boa, eu disse a mim mesma. Dor significa que ainda não estou morta.

Minha boca estava cheia do gosto metálico do meu próprio sangue. Não tinha certeza se meus olhos estavam abertos ou não, então eu os fechei. Abrindo-os novamente, encontrei o mundo ao meu redor ainda inteiramente negro. Reunindo minha mana, fiquei agradavelmente surpresa ao descobrir que estava esgotada, mas não completamente.

Meu núcleo de mana doeu quando conjurei Gravidade Nula. Levou um momento para que os efeitos fossem sentidos, mas pouco a pouco, o espaço se abriu ao meu redor e eu pude me mover um pouco, enquanto as pedras flutuavam, não mais presas pela força da gravidade.

À medida que o espaço foi criado dentro do monte de rocha demolida, senti a sensação fresca de água escorrendo pelo meu braço. Uma luz verde fraca iluminou um pequeno pedaço de detritos flutuantes, quando um cogumelo brilhante se tornou visível.

Empurrei o chão abaixo de mim, forçando meu caminho até a nuvem de pedras. Elas ainda estavam muito densas para que eu pudesse manuseá-las facilmente, mas à medida que continuavam a se espalhar, afastando-se cada vez mais uma da outra, consegui redirecioná-las e criar uma espécie de caminho.

Como não sabia qual direção seguir, segui o som da água. A cratera cheia de rocha pulverizada era inacreditavelmente grande, mas eventualmente cheguei à sua borda e encontrei uma pedra sólida. Deve ter sido perto de onde o riacho corria originalmente, porque havia uma pequena cachoeira caindo pela parede escarpada e entrando na cratera.

Empurrei o chão, deixando-me flutuar para cima, sob os efeitos da Gravidade Nula, finalmente me libertando do nimbo de detritos. O suficiente dos cogumelos brilhantes sobreviveu à explosão para eu conseguir enxergar. A explosão havia rasgado o Invólucro de Diamante Negro e as paredes do túnel, deixando um buraco aproximadamente esférico com quase dez metros de diâmetro. Do outro lado da cratera mal conseguia distinguir a fissura que descia para o acampamento Alacryano.

Eu liberei o feitiço e estremeci com o estrondo cacofônico causado pela avalanche de pedras caindo de volta na cratera.

Que legal, Mica. Vamos apenas anunciar ao mundo que sobrevivemos, que tal?

Voando para uma saliência de pedra, pensei que deveria ser o túnel pelo qual havíamos chegado, pousei em pé e tentei suportar todo o meu peso. Imediatamente tive que reforçar minhas pernas e costas com mana para não desmoronar em uma pilha trêmula. Inclinando-me contra a parede fria do túnel, deslizei para o meu traseiro e liberei a mana de reforço.

— Então — disse em voz alta com uma voz tão grave quanto o poço ao meu lado, — Mica deveria fazer um balanço, sim. — levantei um dedo e olhei para ele. Minha mão inteira estava preta de poeira e sangue.

— Mica está viva. — levantei um segundo dedo. — Oberle certamente está morto, coitado. O grupo de Mica também não pode ser contabilizado. Uma quantidade desconhecida de tempo se passou, embora com base na sensação de desidratação já tenha passado algum tempo. É improvável que o inimigo não tenha notado nossa aproximação. — Levantei um terceiro, quarto e quinto dedo enquanto recitava cada item.

O que diabos aconteceu? Eu me perguntei.

Esse era um tópico interessante para minha mente cansada, então fiquei sentada por um longo tempo e considerei as últimas palavras de Oberle, a explosão e o que a havia desencadeado. As Lanças foram todas informadas sobre o interrogatório daquela mulher, Goodsky, e a maldição sob a qual ela foi colocada, então sabia que os Alacryanos possuíam tais capacidades.

A luz corruptora, no entanto, era diferente de tudo que eu já havia experienciado antes. O que poderia ser forte o suficiente para demolir o Invólucro de Diamante Negro com um único feitiço? Balancei minha cabeça, imediatamente me arrependendo quando a dor irrompeu atrás dos meus olhos.

Me empurrei para uma posição sentada de pernas cruzadas, forçando minhas costas retas, e comecei a refinar mana dentro do meu núcleo. Me senti melhor imediatamente, quando a atividade familiar acalmou meus nervos e tirou minha mente da minha situação atual.

 

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— O que é isso? — uma voz feminina fria perguntou em um sussurro, me tirando da minha meditação.

— Isso é uma pessoa? Um guarda, talvez… — uma voz masculina rouca respondeu.

— Bem — disse, abrindo meus olhos e me levantando, — você estaria em apuros se Mica fosse um vigia Alacryano, não estaria? Você ainda não foi apresentado ao conceito tático de uma abordagem furtiva?

— Olha só quem fala. — respondeu Hornfels, sorrindo para mim. — Aquele barulho que você fez ecoou por uma milha no túnel. Esperávamos encontrar todos os Alacryanos restantes em Darv esperando por nós.

Olhando para o grupo, percebi o quão cansados ​​e desgastados pela batalha eles pareciam. Todos estavam cobertos de sujeira, seus rostos pálidos com anéis grossos e escuros sob os olhos. Dois estavam faltando. Oberle, é claro, deve ter se desintegrado na explosão, mas o silencioso Jasper também estava ausente.

Percebendo meu olhar, Tetra balançou a cabeça.

— Todos nós sobrevivemos à explosão, graças a você. Apenas saímos rolando pela caverna. — Ela encontrou meus olhos e sorriu tristemente. — Obrigada, de verdade.

— O que aconteceu então? — perguntei, querendo preencher a lacuna enquanto estava inconsciente sob várias toneladas de pedra explodida.

Skarn falou, sua voz mais profunda do que o habitual, quase como se estivesse chorando.

— Levamos um minuto para nos recompor, então corremos de volta para ver se poderíamos encontrá-la. Nós nem tivemos tempo de começar a remover os escombros, antes que os primeiros Alacryanos aparecessem. Devia ter guardas no fundo da fissura. Caímos de volta nos túneis, lutando enquanto avançávamos, nos movendo para não sermos mortos.

— Esses grupos de batalha em que lutam são difíceis de quebrar. — acrescentou Hornfels, — mas tivemos a vantagem de estar em casa nos túneis. Alguns de seus feitiços não pareciam ser feitos para lutar aqui e nós os estávamos eliminando um por um.

— Um de seus feiticeiros estava lançando esses ciscos de energia elétrica azul em nós. — disse Tetra, olhando para trás no túnel. — que voavam pelo ar como beija-flores, evitando os obstáculos que estávamos conjurando para desacelerar a perseguição. Jasper estava sendo atingido por eles, um deve ter quebrado sua mana protetora, e ele caiu.

— Mas eu peguei o maldito. — gritou Kobel. — Derrubou meia montanha em toda a sua maldita equipe.

— Quanto tempo desde a explosão? — perguntei quando os outros ficaram em silêncio.

— Quase dois dias. — respondeu Skarn.

Dois dias! Muito tempo para os Alacryanos terem feito as malas e saído, ou eles podem ter passado o tempo fortalecendo sua posição e se preparando para nós. Não saberíamos se não descêssemos até a gruta.

— Quantos soldados deles vocês mataram?

— Pelo menos doze. — respondeu Tetra. — Talvez quinze. Então pararam de perseguir e recuaram.

— Do ponto de vista de Mica, pode haver outros quinze ou mais magos esperando por nós no fundo daquela fissura, apontei para trás, através da cratera para a fenda na parede, claramente delineada agora pelo brilho verde-azulado lá dentro. — Talvez apoiados por uma Foice. Supondo que o inimigo não tenha recuado desta posição, certamente estarão esperando por nós. Pessoalmente, Mica acabou de tirar uma soneca de dois dias e se sente maravilhosamente preparada, mas vocês…

— Estamos prontos. — disseram Hornfels e Skarn juntos.

— Sim. — acrescentou Kobel. Tetra apenas assentiu, sua expressão era de determinação.

Ah, isso que é uma verdadeira coragem de anão, pensei com um sorriso.

Sem perder tempo, atravessamos a zona de explosão e rastejamos de volta para o outro lado e para a rachadura na parede, tomando cuidado para evitar os fungos luminosos crescendo por toda parte. Como Oberle havia dito, era cerca de trezentos metros até o fundo.

No final da fissura, encontramos uma posição fortificada como um posto de guarda, mas não havia ninguém cuidando dela. Saímos do túnel com cuidado, usando o posto de guarda e as colunas naturais que sustentavam o teto alto como cobertura.

A caverna tinha quase cem metros de comprimento e talvez oitenta metros de largura. Uma lagoa preenchia quase um terço desse espaço, no entanto. Barracas e fogueiras foram montadas do outro lado da caverna, enquanto a extremidade mais próxima de nós continha fileiras de caixotes e barris. O teto da caverna tinha quinze metros de altura e era inteiramente coberto por estalactites.

Trinta soldados Alacryanos estavam em posição de sentido perto do centro da caverna, claramente organizados em grupos de batalha de três. Ficaram parados como estátuas, de frente para o nosso lado da caverna. No entanto, não deram nenhum sinal de que nos viram entrar.

Olhando para o teto de novo, em particular as centenas de estalactites que o cobriam, pensei em enviar um tremor pela gruta para derrubá-las, derramando uma chuva de pedras sobre os soldados desatentos. Porém, algo segurou minha mão.

Por que eles desistiram de sua busca? Por que eles não me tiraram dos escombros e acabaram comigo? Senti que estava faltando algo importante.

— Qual é o plano aqui, Mica? — Skarn sussurrou em meu ouvido. Os outros estavam todos olhando para mim com expectativa.

— Fiquem aqui. Se alguém atacar, matem todos. Se a Foice aparecer, deixe-a comigo.

Rastejei para frente o mais perto que pude, mantendo a cobertura, então saí para o campo aberto. No momento em que fiz isso, os soldados entraram em movimento. Um mago em cada grupo conjurou um grande escudo retangular, separando-me da linha de soldados. Os outros prepararam seus feitiços, mas os seguraram, sem atacar.

— Aplaudo sua contenção, — a voz de uma mulher soou de algum lugar nas sombras à minha direita.

A pessoa que falava era uma garota com longos cabelos cor de ametista e dois chifres negros em espiral saindo de seu crânio, afastou-se da parede da caverna e caminhou calmamente para ficar diante da fileira de magos.

— Dada sua recente experiência de quase morte, não posso dizer que ficaria tão calma se estivesse no seu lugar. Agora. — disse, seu rosto vazio tornando-se sério. — Você está interrompendo uma operação essencial. Como ainda não causou nenhum dano de consequência real, estou disposta a deixá-la simplesmente sair. Vou realocar minhas forças e continuaremos nossos trabalhos.

— Quase-morte? — disse, fingindo uma leve surpresa. — Mica aprecia o aquecimento, mas garante que ela está em perfeita forma de luta, e ao contrário de você, seja lá quem diabos você seja, Mica não está preparada para ser tão magnânima.

A garota inclinou a cabeça ligeiramente para o lado, olhando para mim com interesse.

— A guerra está acontecendo longe daqui, general. Você não deveria estar em Etistin, repelindo o ataque lá ao lado das outras Lanças?

Dando um sorriso alegre para a criatura com chifres de demônio, eu disse:

— Mica vai lutar contra vocês, magos Alacryanos, onde quer que estejam. As outras Lanças cuidarão de sua invasão em Etistin.

— Ah, temo que isso não seja provável. Mas vejo que você está determinada a lutar. — Uma lâmina negra de mana pura cresceu de sua mão, irradiando uma luz roxa escura. — Vou deixar você escolher as regras da batalha. Devemos pedir às nossas tropas, do jeito que estão, que se retirem e nós prosseguiremos com um duelo, ou você prefere uma batalha grupal? A vantagem dos números está comigo, acredito.

— Enquanto Mica adoraria lutar contra você em um duelo, seus companheiros nunca a perdoariam por excluí-los do que certamente será uma batalha gloriosa. — Quando terminei de falar, concentrei-me nas estalactites acima da linha inimiga, aumentando seu peso até que começaram a rachar e se libertar do teto da caverna, caindo sobre os Alacryanos como flechas de balista.

Uma esfera de energia translúcida apareceu ao redor da Foice. As estalactites que atingiram a barreira se desintegraram ao contato.

Os magos reposicionaram seus escudos, em alguns casos colocando vários escudos um sobre o outro. Os mísseis de pedra perfuraram alguns dos escudos, espetando vários soldados, mas o resto resistiu.

Com um movimento do meu pulso, três grandes paredes de pedra cresceram do chão da caverna para me proteger da chuva de feitiços que voou em minha direção um momento depois. À medida que os ataques dos inimigos impactavam as paredes, senti feitiços começarem a voar por trás de mim em direção aos Alacryanos; meus aliados lançaram uma saraivada própria.

Um feixe de luz negra atravessou a pedra e me abaixei bem a tempo de evitá-lo, enquanto a cortava da esquerda para a direita, passando logo acima da minha cabeça. As paredes de pedra se separaram e caíram no chão com um estrondo. Um instante depois, os três blocos pesados avançaram em direção à Foice enquanto mudava a gravidade em torno deles.

O primeiro atingiu sua barreira protetora diretamente e foi quase inteiramente desintegrado, mas o segundo e o terceiro apenas resvalaram na esfera, passando por ela para atravessar a linha de soldados, achatando dois grupos de batalha.

Um orbe de mana pura estava se formando na ponta da espada da Foice, mas ela parecia estar mirando além de mim e em direção ao meu time. Sabendo que não tinha muito tempo, comecei a condensar a gravidade em um pequeno ponto três metros à frente dela. O suor escorria na minha testa e havia uma pontada de dor no meu núcleo de mana, enquanto lutava para conter a força crescendo dentro daquele espaço. Assim que ela lançou o orbe destrutivo, eu completei a conjuração da Singularidade.

Um poço de gravidade maciça apareceu no ar na forma de um buraco negro no tecido da realidade. O orbe passou pela Singularidade, mas o efeito gravitacional foi forte o suficiente para tirá-lo significativamente do alvo, então, quando colidiu contra a parede mais distante da caverna, florescendo em um campo de desintegração de três metros de largura, estava longe de Hornfels e os outros.

Várias das tendas se soltaram de suas amarras e foram arrastadas para o poço de gravidade. A água começou a subir da superfície do lago e rodopiar em torno do feitiço, enquanto atrás de mim caixotes deslizavam pelo chão em direção ao buraco negro.

A Foice parecia estar resistindo amplamente ao efeito. Atrás dela, os magos lutaram para se manter no lugar. Três falharam e seus pés cederam, então foram puxados para a Singularidade, onde foram esmagados.

O campo translúcido de mana ao redor da Foice deslizou dela, movendo-se para conter o buraco negro. O escudo se contraiu até ficar do mesmo tamanho e formato do meu feitiço, então desapareceu, levando a Singularidade com ele. Ela de alguma forma anulou minha magia.

Passos estrondosos atrás de mim chamaram minha atenção para uma investida de meus aliados. Dois golens, cada um com três metros de altura e empunhando um enorme machado de pedra, avançavam em direção à linha inimiga. Entre eles, uma cobra de seis metros de comprimento feita inteiramente de lava, ondulava para frente e para trás para se impulsionar a uma velocidade surpreendente.

Minúsculo ao lado dos golens imponentes, Kobel seguiu o ataque. Ele havia se envolto inteiramente em placas brilhantes de vidro vulcânico, e ao seu redor havia uma nuvem rodopiante de lâminas finas e afiadas.

Uma lança de gelo estilhaçou-se contra um golem, enquanto uma bola de relâmpagos crepitantes colidiu inofensivamente contra o outro. Várias balas de mana negra perfuraram a cobra de magma, mas a lava simplesmente fluiu de volta ao lugar enquanto avançava.

Vários dos Alacryanos restantes, todos com feitiços de combate físico semelhantes aos de um ampliador, avançaram para enfrentar nosso avanço. Me preparei para deixá-los de joelhos com o Martelo Gravitacional, mas fui forçada a desviar de uma flecha negra de mana projetada pela espada da Foice.

As duas forças colidiram. A cobra de magma atingiu, engolfando um mago Alacryano. Outro Alacryano, cuja pele adquirira um brilho vermelho como o ferro retirado da forja, usou as mãos nuas para perfurar a perna de um golem. A pedra derreteu onde a tocou e o golem desmoronou. O segundo golem se jogou contra a foice, mas sua lâmina de mana o cortou sem esforço.

Três magos inimigos cercaram Kobel, rosnando e silvando como bestas. O ampliador nem sequer diminuiu a velocidade passando por eles, suas facas girando cortando-os em tiras. Quatro escudos translúcidos apareceram ao seu redor como uma jaula, impedindo-o de alcançar a retaguarda inimiga.

Vendo a Foice se virar para ele, conjurei duas mãos gigantes de pedra, uma do chão sob seus pés, a outra do teto. Ela foi erguida no ar, mas antes que as mãos pudessem esmagá-la entre elas, sua barreira esférica reapareceu e as mãos se desintegraram onde as tocou, deixando-a flutuando no ar.

O Alacryano de pele brilhante se jogou contra a cobra de magma. Ele parecia imune ao calor da lava, mas não podia causar nenhum dano real ao construto de Tetra, pois ela fluía de volta mais rápido do que ele conseguia separá-la.

Kobel estava martelando os escudos que o seguravam no lugar, Skarn e Hornfels estavam tentando reconstruir seus golens, podia ver as peças se encaixando enquanto os golens se esforçavam para se levantar, e Tetra estava atacando a Foice com sua cobra de magma, que ficou menor a cada ataque, à medida que a barreira destrutiva desintegrava o construto pouco a pouco.

A espada de mana da Foice cresceu, alongando-se e dividindo-se em vários feixes individuais e se transformando em um chicote de muitas caudas de energia negra. Ela atacou o construto, que se dissipou onde o chicote o tocou. No mesmo movimento, ela balançou o chicote em um arco em direção ao nosso lado da caverna.

Cada cauda do chicote se endireitou e se tornou uma lança. As lanças, cada uma um raio brilhante de luz negra viva com fogo roxo, voaram para longe dela em um padrão de hélice, perfurando qualquer obstrução, até mesmo as paredes da caverna.

Rolei para fora do caminho de uma lança e conjurei uma cortina de gravidade aumentada entre a Foice e minha equipe, esperando forçar as lanças para fora do curso. Observei com horror enquanto elas passavam pela cortina sem diminuir a velocidade, depois os perdi de vista perfurando os caixotes e colunas onde os outros haviam se abrigado.

Diante de mim, a cobra de magma, agora com apenas metade de seu tamanho original, perdeu sua forma, tornando-se nada mais do que uma poça de lava esfriando. O Alacryano brilhante uivou em vitória.

Girando a gravidade em torno dele, virei a sala de lado. Seus pés escorregaram e ele deslizou pelo chão áspero, procurando um apoio para as mãos, até mergulhar no lago. A água assobiou e estalou quando sua carne superaquecida foi submersa.

Os golens de Hornfels e Skarn avançaram em direção aos Alacryanos restantes. Um esmagou o lançador de raios com um punho enorme e chutou um segundo. A mulher caiu e um dos escudos que seguravam Kobel se desmaterializou. O segundo golem balançou seu machado no mago atirando balas de energia negra, mas um escudo apareceu sobre ele, desviando o ataque.

O golem deslizou seu machado ao longo do painel de mana, transformando o golpe aéreo em um corte cruzado que dividiu o conjurador de escudos. Várias balas negras perfuraram o golem enquanto o mago sobrevivente se arrastava para trás, mas não foi suficiente para impedir que o machado caísse sobre ele uma segunda vez. Nenhum escudo apareceu para salvá-lo.

Embora não a tenha visto fazer isso, a Foice havia reformado sua espada de mana. Apontou para cada golem e lançou dois raios de luz negra. Onde os raios impactaram os golens, eles explodiram em esferas de um metro e meio de energia roxa escura que desintegrou tudo o que eles tocaram, obliterando ambas as construções.

Vendo seu terceiro alvo, gritei:

— Kobel! Abaixa! — voei em direção à Foice, formando um enorme martelo de granito em uma das mãos. Kobel, que acabara de despachar o mago da lança de gelo, pulou para o lado, mas era tarde demais.

O raio negro o atingiu bem no peito, mas, ao contrário dos golens, o raio resvalou, explodindo a três metros de distância e matando os dois últimos soldados Alacryanos.

Mal tive tempo de registrar a sobrevivência de Kobel quando me aproximei da Foice, enfiando meu martelo de granito, que eu tinha envolto em mana, em sua barreira protetora. Senti o escudo brilhante corroendo minha mana. Ainda assim, ataquei de novo e de novo e de novo, cada vez sentindo meu núcleo de mana sendo drenado.

Kobel apareceu atrás dela, jogando suas lâminas de vidro vulcânico em suas costas. Elas se desintegraram em contato com a barreira. Skarn e Hornfels atacaram com construções de pedra semelhantes a javalis gigantes e entraram na barreira com lanças de granito.

A foice nos deu tempo suficiente para deixar claro que nossos ataques eram ineficazes, então acenou com a mão. Seu escudo se partiu em dezenas de partículas de energia negra e roxa. Os ciscos caíram sobre Kobel, Hornfels e Skarn como neve, depois flutuaram dentro de cada um deles. Todos os três desmoronaram, sua magia se transformando em pó, deixando-os inteiramente expostos.

O demônio com chifres sorriu para mim e sua arma desapareceu. Incerta, voei vários metros para trás, pairando no ar. Ela acenou em direção ao chão e então flutuou para baixo até que estava novamente no chão. Fiz o mesmo, embora não tivesse abaixado minha arma.

— Basta. — disse a Foice com naturalidade. — Nós terminamos aqui por enquanto. Você ficou sem tempo.

— O que você fez com os outros? — exigi, recusando-me a morder sua isca.

— A batalha em Etistin está indo mal. Mesmo agora pode ser tarde demais para você intervir. — Ela me olhou com tristeza. — Essa luta acabou.

— Mica pode fazer isso o dia todo, senhora. O que você fez com eles?

A Foice franziu a testa para mim, a maior emoção que eu vi em seu rosto desde que a batalha começou.

— Amaldiçoei eles, como eu amaldiçoei o garoto que trouxe vocês aqui.

Gritando como uma besta de mana, pulei para frente, mirando meu martelo em seu crânio. Sua lâmina de mana brilhou, cortando o cabo do meu martelo. Usando o Martelo Gravitacional, tentei esmagá-la no chão, mas conjurou uma névoa de energia escura ao seu redor, anulando meu feitiço novamente.

Desesperada, segui com um soco direto em seu nariz. Talvez ela não estivesse preparada para um ataque tão mundano, porque o soco acertou, jogando sua cabeça para trás. Reclamando, empurrou e a névoa ferveu através de mim, minando minhas forças.

Com meu peito arfando, caí de joelhos.

— Trapaceira.

Limpando um fio fino de sangue de seu nariz, a Foice me olhou, mais uma vez calma.

— Deixei mana suficiente para você e seus amigos voarem para fora daqui. Se eles não estiverem a mais de trinta quilômetros de distância na próxima hora, a maldição será ativada e eles explodirão. Se eles chegarem a trinta quilômetros deste lugar na próxima semana, a maldição será ativada e eles explodirão. Depois de uma semana, a maldição desaparecerá. Agora vá. Seus amigos precisam de você.

Sem outra escolha, arrastei as formas caídas de meus companheiros para uma das paredes de pedra que conjurei antes, amarrei-os com cordas de uma das tendas destruídas e levantei a maca improvisada usando uma pequena quantidade de mana para aliviar o fardo.

— Por quê? — perguntei simplesmente.

A foice, que tinha visto isso acontecer com um ar de leve curiosidade, balançou a cabeça, seu longo cabelo cor de ametista fluindo ao redor dela.

— Cada um de nós tem sua parte a desempenhar no conflito que está por vir, mesmo que ainda não saibamos qual será.

Franzindo a testa, virei-me e voei para a fissura, passando pela forma caída de Tetra. Então usei uma parte da minha mana restante para criar um sarcófago de pedra ao redor dela. Sinto muito, Tetra, Jasper, Oberle. Falhei com vocês.

 


 

Tradução: Reapers Scans

Revisão: Reapers Scans

QC: Bravo

 

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