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Super Minion – Cap. 29 – Fermentação

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Excluindo memória #4f7563687468617468757274 data.sense;

Reiniciando Humano.exe;

É, bem melhor agora.

O poder de Poena é realmente desagradável. De alguma forma, causava dor à “psique” humana diretamente, contornando inteiramente o meio físico, desde que ela cumprisse o requisito de bater em seu oponente (eu tive que procurar a palavra psique. Humanos têm palavras para tudo). O resultado era que causava danos à mente e deixava o corpo físico intacto. Ainda assim, um ferimento era um ferimento. Uma pesquisa na Internet por “dor prejudica a mente humana?” obteve todos os tipos de resultados, o mais notável foi algo chamado Transtorno de Estresse Pós-Traumático. Eu não tinha ideia de como alguém curava aquilo, então decidi pelo seguro e apenas apaguei os dados sensoriais da memória.

Quanto a combater o poder de Poena no futuro… difícil. Os primeiros estágios de seu poder não me incomodaram muito, mas o último travou Humano.exe. Ifrit tinha sido nocauteada pela “javelin” verde que Poena materializou, e Buzzer, Maz e até Pebbles também foram todos nocauteados por seu poder, de acordo com Maz. Isso significava que o poder de Poena tinha uma taxa de sucesso muito alta, então eu precisaria estar ciente de que ela poderia teoricamente remover alvos de um cenário crítico à vontade e por um longo período de tempo. Mesmo agora, Ifrit e Maz caíram contra as paredes do elevador em que estávamos, não completamente recuperadas.

Normalmente, eu apenas removeria Poena, mas tanto Ifrit quanto Trebla me alertaram contra matar ou mesmo danificar permanentemente os ajudantes. Talvez porque eles eram jovens? Humanos de todas as facções pareciam defender descendentes excessivamente. Ou talvez fosse apenas o status de ajudante; eu precisaria perguntar a Sandra quais eram as “regras não escritas” a respeito deles. Eu não gostava de ter alguém por perto que pudesse desativar  Humano.exe, mas parecia que eu apenas precisaria evitar Poena por enquanto…

… a menos que ela tenha um “acidente” em um futuro próximo. Os ajudantes definitivamente não eram tão experientes quanto os heróis; erros acontecem, nossa luta com os ajudantes foi prova disso. Mais um erro inexperiente em um momento crítico e nossa luta poderia facilmente ter se tornado mortal. Era praticamente mais perigoso do que uma luta com um herói. Eu não tinha apreciado o esforço que os heróis colocavam para não ferir as pessoas de forma crítica durante uma luta. Coisas como empurrar em vez de abertamente bater, ou mirar em áreas blindadas ou musculosas quando poderiam facilmente ter acertado uma têmpora ou outro ponto crítico. A remoção de Poena teria que ser feita com cuidado; eu não queria intensificar os confrontos com os heróis ainda mais.

E talvez devesse parar de mirar nos olhos deles com tanta frequência. Eles não pareciam gostar disso.

Quanto ao outro ajudante, Morph… não era uma grande ameaça como Poena, apesar de sua transformação instantânea… que funcionava sem respeitar as regras da química… ou física. Seus designs de combate também eram desleixados e amadores, então ele obviamente não se saiu muito bem em qualquer “treinamento” que completou. Se eu tivesse seu poder de shifter, poderia usá-lo setenta e dois… não, oitenta e nove por cento mais eficientemente do que ele. Transformando sua pele em pedra e metal! O quê, ele não podia usar quitina como qualquer organismo sensato? Provavelmente apenas se exibindo. Eu duvidava que ele soubesse como alinhar seus nucleotídeos para mitose rápida. Uma ameaça de nível médio, na melhor das hipóteses.

…Talvez ele também devesse sofrer um acidente.

Cof

— A propósito, obrigada por me resgatarem lá, vocês dois — disse Maz, quebrando o silêncio no elevador.

— Ah, não se preocupe Maz, não foi problema nenhum — respondeu Ifrit.

— Sim, foi. Foi taticamente perigoso… Ifrit, você está pisando no meu pé.

Maz riu — Bem, obrigada de qualquer maneira, Tofu. Tenho filhos pequenos em casa e odeio deixá-los com minha avó.

— Sim, era por isso que Ifrit queria resgatá-la… Ifrit, meu pé.

— Aww, ela disse isso? Obrigada, querida, devo uma a vocês dois.

Ah, certo! Agora ela me deve um almoço!

— Hmm, tá tudo bem Maz. Apenas parte do trabalho — disse Ifrit — Como estão os gêmeos ultimamente?

Aww, faz parte do trabalho? Pois bem…

Ifrit e Maz conversaram um pouco sobre os gêmeos. Maz era de fato a “mãe” dos dois gêmeos mutantes que encontrei no apartamento. Achei curioso, pois todos os três tinham a mesma mutação de escamas marrons. Pesquisando no meu celular por “Podem humanos ter a mesma mutação?” e “Descendentes têm mutações semelhantes?” apresentou muitos resultados conflitantes. Alguns alegavam que, uma vez que mutavus afetava alguém, era mais fácil para o vírus se transferir para os membros da família, citando o caso “Família Donnar”. Outros diziam que mutações semelhantes surgiam apenas de ferimentos semelhantes e que as semelhanças eram superficiais, mas havia evidências tanto a favor quanto contra essa teoria. Frustrante. Os humanos tinham bons registros de outros assuntos, mas no momento em que chegava ao mutavus, as informações ficavam confusas. Decidi apenas perguntar a Maz.

— Maz, tenho uma pergunta.

— O que é?

— Eu queria perguntar como você e seus filhos têm a mesma mutação? Todos vocês tiveram um ferimento semelhante?

— Tofu! — disse Ifrit, ao pisar novamente no meu pé.

Oops. Acho que este era outro tópico “rude”? Na verdade eu não entendia por que os humanos eram tão sensíveis com as mutações. Pebbles, pelo menos, não era.

— Ah. Desculpe, Maz.

— Está tudo bem, tudo bem. Não fico ofendida com perguntas, desde que você seja educado. Quanto à sua resposta, eu já havia sofrido mutação quando engravidei dos gêmeos, eles herdaram de mim.

— Ah, eu não sabia que o mutavus podia fazer isso.

— Eu também não. Só descobri depois que nasceram, imagine minha surpresa!

Conversamos um pouco mais, principalmente Maz sobre seus filhos, e aprendi um pouco mais sobre a dinâmica de “família”. Era uma coisa interessante; aparentemente, os gêmeos podiam ser “pequenos terrores”, e eles a faziam “querer matá-los às vezes”, mas ela ainda não tinha chegado a tal ponto. Parece que ser uma “mãe” exige um bom autocontrole.

Nossa conversa foi interrompida quando o elevador finalmente chegou ao seu destino. Tinha sido uma viagem mais longa do que o normal, já que o elevador fez todo o caminho desde a fronteira E12/E13. As portas apitaram e se abriram.

Meu bebê!

De repente, uma mulher humana com armadura vermelha correu e agarrou Ifrit, esmagando-a em um abraço. Quase ataquei antes de reconhecê-la como Hellion.

Oh meu Deus, eu estava tão preocupada! Você se machucou? Você está bem? Lia enviou o vídeo, e eu vi você sendo esfaqueada, e eu coloquei fogo na minha mesa, mas Trebla disse que você estava bem, e–

Meu Deus, MÃE! Me solta! Eu to bem!

Huh. Eu nunca havia estado tão perto de minha chefe antes. Pequenas faíscas e chamas estavam saindo de seu traje em sua agitação, e Maz e eu contornamos as duas para sair do elevador. Imp e alguns outros estavam no corredor, e nos juntamos à multidão de curiosos que se formava.

— Aquela vadiazinha machucando minha garota. Eu deveria ir lá e dar a qualquer que seja seu nome, uma lição!

Meu Deus, por favor, pare de me envergonhar! — disse Ifrit, enquanto tentava se soltar de Hellion.

— O nome da ajudante era Poena — acrescentei prestativamente.

— O nome dela será carvão quando eu terminar com ela! — declarou Hellion.

MÃE!

Decidi fugir enquanto todos estavam distraídos com a exibição de Hellion. Foi um exemplo interessante de interação familiar, mas parecia bastante problemático e até um pouco perigoso com a forma como as faíscas e chamas estavam saindo de Hellion (churrascos…). Essas “famílias” pareciam bastante benéficas se isso significasse que alguém como Hellion iria retaliar por você, mas ao mesmo tempo um pouco… assustador. Estou feliz por não fazer parte de uma.

Agora, eu só tinha que sair antes que alguém questionasse meu desempenho neste trabalho. Eu não queria ter que explicar por que deixei Pebbles e Buzzer para trás para Hellion, ou pior, para Sandra.

— E onde você pensa que vai?

— Ah, hmm, oi Adder.

Eu não a havia notado entre os minions. Ela se aproximou de mim e me cutucou no peito.

— O que diabos foi aquilo?

— Hmm, o que foi o quê?

— Lia nos enviou as primeiras imagens dos ajudantes para dar uma olhada. Não pude deixar de notar a terrível falta de meu treinamento que você usou para lutar contra Morph.

— Mas ele tinha um poder… — (e Ifrit disse que eu não poderia simplesmente esfaqueá-lo).

— E? E aquela chave de braço foi patética! Poena se levantou em menos de um minuto.

— Bem, eu… (estava meio que com defeito na hora).

— Me siga. Obviamente eu preciso ensinar a você um mata leão adequado.

— Mas eu estava– (indo fazer testes com a planta).

— Desculpas, desculpas.

— Mas–

— Marchando!

 

Separador Tsun

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Heróis

A sala de conferências do Departamento de Heróis de E13 não era exatamente “boa” como as salas de conferência deveriam ser, mas era prática. As cadeiras eram reforçadas, a grande mesa estava se aguentando bem (apesar dos muitos amassados em sua superfície metálica) e havia uma grande TV de tela plana pendurada na parede. Normalmente a tv estaria exibindo as notícias, mas atualmente estava exibindo um vídeo da luta contra Trebla fora do banco. Ao contrário do usual celular trêmulo ou filmagem da câmera de notícias Brick estava acostumado a assistir depois de uma briga, este vídeo foi cortado usando filmagens nítidas de alta resolução e editado por alguém com óbvio talento para coreografar sequências de ação dramática. O resultado foi uma montagem de trinta e cinco minutos do vilão Trebla enfrentando quatro heróis e depois escapando dramaticamente, que o vilão postou em seu maldito blog.

Brick suspirou e se virou para as outras seis pessoas na sala. Magenta, Turbo, o contato da equipe, Jerry, um homem e uma mulher responsáveis pelos ajudantes (ele deveria aprender seus nomes, ele supôs) e um oficial de relações públicas (cujo nome Brick definitivamente não ligava). Ele pediu supers e, de alguma forma, conseguiu burocratas em seu lugar.

— Jerry, exatamente quem é esse cara mesmo?

— Bem, como você viu nos, hmm, créditos iniciais, ele atende por Trebla o Terrível. Ele é um vilão de alto perfil que opera principalmente nos setores do sul, mas tende a aparecer em outros setores aleatoriamente. A inteligência da Central não determinou nenhum objetivo geral além de busca por adrenalina.

— Entendo. Posso presumir que foi um caso isolado, então?

— Er, talvez. A área geral de operação de Trebla tem se movido constantemente para o leste, provavelmente devido à presença dos Capangas de Hellion. Ele se tornou um cliente frequente deles, aparentemente.

— Maravilhoso. Então, qual é o dano?

— Bem, o banco foi basicamente limpo. Eles não determinaram um total, mas parece algo próximo a um milhão de dólares roubados, mais o que for necessário para substituir outros itens diversos, como computadores. A verdadeira preocupação são os arquivos de conta, o banco está trabalhando para bloquear tudo afetado antes que Trebla possa usá-los, mas a investigação está–

— Jerry, pule o resto, por favor. Qual é o relatório de vítimas?

— Oh, boas notícias na verdade: zero vítimas. E houve apenas alguns ferimentos leves, na maior parte apenas pessoas que não tiveram cuidado na pressa de sair.

— Eu dificilmente chamaria o que aconteceu com Morph e Poena de ferimentos leves — disse um dos responsáveis pelos ajudantes. Micah, Marrie… Mackenzie? Brick simplesmente não conseguia se lembrar do nome dela. — Morph teve uma concussão, queimaduras de segundo grau e várias lacerações em seus braços e pernas de onde os ferimentos permaneceram após seu poder desativar. Poena teve uma traqueia ferida, clavícula quebrada e quatro costelas quebradas. Os quais poderiam ter sido evitados se seus supervisores seniors tivessem permanecido com eles.

— Os reféns tinham prioridade — respondeu Magenta.

— E tenho certeza de que uma briga com Trebla foi a melhor maneira de cuidar disso.

— Como é?

— Ela tem razão — disse o oficial PR — você não fez exatamente muito para convencer o conselho de liberdade condicional de que não é mais do que uma bandida com coleira. Não que eu te culpe, você está se encaixando bem. Francamente, só falta um membro suspeito para essa equipe ser considerada uma gangue…

— O q–, eu, você–

— Ei, no meio do seu, camarada! — disse Turbo — Se acha que pode fazer melhor vá em frente!

— Um macaco com poderes poderia fazer um trabalho melhor. Deus sabe que isso tornaria o meu mais fácil.

— Quer tentar?! Te deixo na frente da base da Hellion em cinco minutos! Vamos ver como você se sai, macaco!

— Turbo, já chega. E você está fora da linha — disse Brick, apontando para o oficial de relações em vez de dizer um nome. Ele esperou alguns momentos para ter certeza de que a discussão não recomeçaria.

— Em relação aos ajudantes; eles estão vivos, e isso é o que importa — continuou Brick, dirigindo-se aos responsáveis pelos ajudantes — Vamos enviar um pedido à Central para enviar um super médico se eles puderem dispensar um. Morph e Poena podem decidir a partir daí se querem continuar como capas. Sei que foi um tanto difícil como primeira missão, mas é melhor que eles entendam o que estão enfrentando agora do que mais tarde. Vou ter uma conversa com eles sobre isso. Quanto à minha equipe, concordo com seu plano de combate. Quando um vilão como Trebla aparece e faz tantos reféns quanto fez, é uma situação que requer toda a ajuda possível. Priorizar os reféns foi a escolha certa, e deixar o ajudante com os civis enquanto o herói lida com o vilão é o procedimento padrão durante mentoria.

— Ainda assim, todo aquele prédio estava repleto de supers hostis, não teria sido prudente que pelo menos um de vocês tivesse ficado com eles? — perguntou o outro responsável pelos ajudantes. O nome Collin ficou vindo à mente de Brick, mas ele sabia que estava errado.

— Na verdade, os minions de Hellion com poderes  são compostos principalmente de mutantes — disse Jerry — Eles têm status de super apenas porque trabalham como um grupo, e eu sinceramente duvido que a organização de Hellion realmente tenha mais do que um punhado de supers reais entre seus ranks. Com os poderes de Morph e Poena, não havia razão para pensar que eles não conseguiriam lidar com isso.

— Mesmo assim…

— Cara, você quer ser babá para sempre? — reclamou Turbo — Eles capturaram alguns punks e tomaram uma surra, a vida segue.

— Como eu disse, vou falar com eles quando estiverem se sentindo bem — Brick interrompeu, antes que o tom insensível de Turbo pudesse desencadear outro argumento — Mas, francamente, se os ferimentos de Morph e Poena são a pior parte, então eu gostaria de seguir em frente. Temos prioridades mais altas que precisam ser atendidas, começando com–

— Sinto muito, mas tenho que discordar — interrompeu o funcionário de PR. Brick suprimiu um suspiro. — Embora você possa não estar preocupado com os eventos recentes, todo mundo está, e isso está se tornando um pesadelo para relações públicas. Por mais engraçado que seja assistir quatro heróis profissionais sendo espancados por um número de circo, posso garantir que ninguém está rindo.

Brick gesticulou para que Jerry lhe passasse uma das pastas em uma pilha sobre a mesa. A vermelha.

— O pior é que esse negócio com Trebla apenas pontua uma tendência crescente. Uma que vem crescendo e se manifestando desde que Kandor morreu e você assumiu a liderança da equipe de E13.

A têmpora de Brick pulsou com a menção de Kandor, mas ele abriu a pasta e folheou até a seção que queria.

— Felizmente, esse negócio com Trebla aconteceu em E12, e a responsabilidade recai principalmente sobre eles desta vez, mas os advogados do banco estão respirando no meu pescoço e estou tendo–

Brick tirou uma foto da pasta vermelha e a jogou sobre a mesa para que caísse na frente do oficial.

— …dificuldade em argumentar que todos vocês não são de alguma forma culpad–, culpa… quê? O que é…

A foto era de uma jovem mulher, ou mais precisamente, o que havia sido uma jovem mulher. Várias linhas vermelhas cruzavam seu corpo onde fios de metal cortaram sua pele e, finalmente, a mataram. Mantida esticada pelos fios, seu cadáver ficou preso (ou mais exatamente, pendurado) em um beco, em uma paródia macabra de uma pessoa gesticulando pedindo ajuda.

Brick mostrou outra foto, esta de um homem amarrado em uma teia de fios semelhante no mesmo beco.

— Pelo que os policiais no local puderam dizer, a mulher morreu primeiro, o homem algum tempo depois. Provavelmente depois de notar a “dama em perigo” e ingenuamente tentar ajudar, fazendo com que ele próprio fosse pego na armadilha. A próxima pessoa foi esperta e correu primeiro e chamou a polícia depois.

— E-entendo. Mas o que isso–

Brick pegou outra foto. Esta, de um cadáver humano quase todo devorado em um telhado.

— Uma infeliz vítima da banshee que Magenta matou no início desta semana.

Ele pegou outra foto: vários cadáveres em uma lixeira.

— Eles foram encontrados em uma lixeira, um dia depois do ataque da banshee. Os policiais pensaram que o pássaro o fez por causa do estado dos cadáveres, mas a autópsia revelou que faltavam órgãos importantes, em particular fígados, medula óssea, tecido adiposo e partes do cérebro. Os ferimentos eram estranhos, e o legista não conseguiu compará-los a nenhum tipo de monstro conhecido, então, por enquanto, é oficialmente um assassinato com suspeita de canibalismo.

Outra foto; um homem com um ferimento distinto no pescoço, seu cadáver uma casca vazia.

— Este é obviamente um vamp, então eu já enviei um pedido para uma equipe de extermínio. Eu também estou fazendo deste uma prioridade — disse Brick, direcionando seu comentário para Magenta e Turbo — Eu gostaria de passar um Verão sem uma infestação.

— E-eu entendo seu ponto–

— Este é um projeto de arte interessante — disse Brick, ignorando o oficial de RP de aparência um tanto nauseante.

Mais uma imagem deslizou sobre a mesa. Este era talvez o pior até agora, já que este cadáver era na verdade vários. Diferentes partes de animais foram costuradas para criar um pesadelo quimérico, que só poderia ter sido mais assustador se estivesse vivo.

Entre as várias partes, algumas podiam ser identificadas como humanas.

O oficial de RP cobriu a boca e se afastou da mesa, respirando mais devagar enquanto tentava manter o estômago sob controle. Turbo riu sem entusiasmo de sua angústia, mas todos ao redor da mesa estavam pálidos, exceto Brick e Jerry, que já haviam examinado os relatórios.

— Eu entendo suas preocupações; não facilitamos o seu trabalho exatamente — continuou Brick — Mas, francamente, sim, temos prioridades mais altas. Essa variedade de homicídios compartilha apenas dois fatores comuns: todos estavam dentro de E13 e todos foram na última semana. Você ainda não esteve conosco em um Verão Bizarro. Não sei como funciona nos setores internos, mas aqui esse tipo de contagem de corpos é normal e só vai piorar à medida que nos aprofundamos no Verão Bizarro. Você vai ter que me perdoar se não estou nem aí para um banco sem dúvida com seguro. Ok?

O oficial de RP se recuperou um pouco (ajudado pelo fato de Jerry reunir as fotos e guardá-las), mas acenou com a cabeça na direção de Brick em confirmação e guardou quaisquer comentários adicionais.

— Agora, alguém tem alguma ideia de como começar a abordar esses assassinatos? Eu gostaria de estar à frente da curva enquanto as coisas ainda estão relativamente calmas.

Sugestões foram feitas, uma das melhores vindo de Jerry. Um dos dois minions a serem presos era Buzzer, cujo poder seria incrivelmente útil para encontrar os vampiros. Os advogados do minion estavam bastante dispostos a fazer um acordo se incluísse a liberdade de Buzzer e Pebbles. Brick detestava a ideia de apenas soltá-los, mas um ninho de vampiros realmente precisava ser destruído o mais rápido possível, antes que ficasse muito grande e se dividisse em novas ramificações. Eles estavam prestes a passar para o próximo caso quando o celular de Jerry vibrou. Ele verificou e murmurou um xingamento.

— O que foi, Jerry?

— Trebla postou outro vídeo em seu blog.

— Como é que ele…? Foda-se. Apenas dê play.

Jerry projetou o vídeo na tela plana. Assim como no primeiro vídeo, uma cena de título de abertura anunciava o conteúdo em uma fonte irritantemente alta.

Super Ajudantes VS Mega Minions

Os responsáveis pelos ajudantes imediatamente resmungaram, enquanto o oficial de RP praguejou. Turbo saiu zunindo da sala e voltou com lanches, ganhando olhares sujos dos agentes da Central. Ele deu de ombros; era divertido, desde que não estivesse acontecendo com ele.

Trebla deve ter hackeado ou trazido seus próprios drones de filmagem para obter algumas dessas gravações, já que a maior parte era de fora do prédio, à distância. No entanto, a qualidade do vídeo e a edição eram excelentes, assim como o primeiro. Tudo começou com um dos minions de Hellion entrando sorrateiramente na sala, e Brick sentiu um arrepio quando percebeu que os ajudantes haviam se distraído com a luta do lado de fora, negligenciando a guarda da porta depois de nocautear Pebbles e Buzzer. Maldito erro novato! A luta não acabava até você deixar o campo, e às vezes nem mesmo aí. Talvez ele tivesse que se envolver mais em seu treinamento, afinal.

— Ei! Essa é a barata que quebrou minha perna! — disse Turbo com a boca cheia de biscoitos.

— Turbo, cuidado com a gíria  — disse Jerry automaticamente. Turbo revirou os olhos, mas não discutiu.

Brick voltou a se concentrar no vídeo, onde o minion em questão estava sendo avistado pelo momento de sorte (ou azar) da gerente da filial. Realmente, a furtividade do minion parecia um pouco de inseto, mas rapidamente se tornou aparente que o minion era um metamorfo e não um mutante. Provavelmente o mesmo que escapou de Magenta; eles não eram exatamente comuns. As coisas rapidamente se transformaram em uma super briga típica, e Brick começou a anotar coisas para rever com os ajudantes mais tarde.

O grupo assistiu em relativo silêncio, interrompido apenas por suspiros silenciosos quando um ajudante tomava um golpe, ou Turbo mastigava seu lanche maldito. Então Poena foi pega e Brick se preocupou que os ferimentos reais tivessem começado após a luta (alguns capuzes tendiam a ficar vingativos depois de ganhar), mas Poena o surpreendeu com sua tentativa de incapacitar o pyro. Infelizmente, deu merda e houve respirações profundas enquanto Morph mal evitou a explosão seguinte e saiu voando pela janela. Magenta murmurou um xingo nessa parte; ela era um dos heróis na cena que poderia ter salvado Morph, mas aparentemente não tinha visto isso acontecer.

A próxima surpresa foi o minion que agarrou e salvou Morph. Houve alguns murmúrios confusos ao redor da mesa, mas isso foi rapidamente esquecido quando Poena esfaqueou o metamorfo. O oficial de RP cobriu os olhos e começou a xingar em silêncio.

É… Brick não invejava seu trabalho no momento. Foi o movimento certo da parte de Poena; melhor incapacitar a ameaça primeiro e descobrir o que estava acontecendo depois, mas realmente, não pareceu bom depois daquele resgate. E caramba, ela tinha sido avisada sobre o uso daquela lança, era basicamente um ataque cardíaco garantido se–

Na tela, o metamorfo agarrou Poena e metodicamente a sufocou enquanto a batia contra o chão; a lança que deveria tê-lo deixado inconsciente, pelo menos, atravessada em seu peito o tempo todo.

A sala ficou em silêncio quando o vídeo terminou. O minion entrou no escritório por um momento, agarrou a gerente da filial e, ao sair, chutou Poena para a mesa enquanto ela recuperava a consciência (provavelmente a causa das costelas quebradas). Em seguida, o vídeo ainda tinha créditos finais rolando. Brick não tinha certeza do porquê, todos os papéis normais como edição ou efeitos especiais estavam listados apenas sob o nome “Lia”, exceto para os atores listados como Poena, Morph, Ifrit e ???.

— Bem, isso é um problema — disse Brick, quebrando o silêncio.

— E que eufemismo — disse o funcionário de RP — Poena e Morph obviamente não estavam prontos para missões.

— Hm? Ah, não eles. Achei que eles se saíram um tanto bem, na verdade.

— Assistimos o mesmo vídeo? O que exatamente eles fizeram bem?

— Bom, eles fizeram a coisa certa mais importante: eles não fugiram. Não me entenda mal, eles vão precisar de polimento, mas estou muito mais interessado em mantê-los. Parece que você estava certo sobre eles, Jerry.

— Te disse.

— Heh, não comemore ainda. Isso ainda destaca o que eu estava falando; estamos em menor número e Hellion está sempre contratando. Alguma chance de identificar o metamorfo? — perguntou Brick.

— Hmm, na verdade sim, o traje parece familiar. Deve estar por… aha — Jerry puxou uma foto do minion (ou pelo menos um usando um traje semelhante) sentado em uma sala de interrogatório — Ele foi pego com um bando de outros criminosos alguns dias atrás. Eles não conseguiram fazer nenhuma apreensão, mas identificaram todos eles. Aparentemente ele se chama Tofu, por volta de dezoito anos, e ele… gosta de objetos retangulares? O interrogador anotou que ele mencionou muito isso.

— Então basicamente não temos nada — disse Turbo — Info é uma merda completa, de jeito nenhum é um novato. — Os dedos de Turbo borraram nos controles e a imagem de “Tofu” sufocando Poena apareceu na tela.

— Talvez o poder dele apenas o torne imune? — disse o responsável por Poena.

— Talvez. Mas ele manteve muito a calma, considerando que havia explosões em sua cara. Além disso, ele estava dando um olé em Ferrosa mais cedo, e conseguiu escapulir de Magenta. Marque minhas palavras, ele é um pro em se fingir de morto.

Brick refletiu sobre isso. Turbo pode ter exagerado um pouco (provavelmente furioso por causa da perna), mas quem quer que fosse o metamorfo, ele era competente. Mas que sorte, eles conseguiram dois bons poderes com Morph e Poena, mas Hellion os igualou imediatamente com Ifrit e… Tofu.

Brick alcançou os controles e avançou o vídeo para os créditos antes de deixar dar play.

— O que foi, Brick? — perguntou Magenta.

— O nome dele está ausente nos créditos. Parece um pouco estranho.

— Acha que significa alguma coisa?

— Talvez. Trebla não parece o tipo de deixar algo passar, o que significa que foi de propósito.

— Provavelmente não quer que seu nome seja associado a tal bobeira — murmurou o oficial de RP.

Brick arqueou uma sobrancelha para aquilo — …Talvez seja só isso. Jerry, acha que pode me encontrar alguém com um conjunto de poderes específico? Algo um pouco mais sutil?

— O que você tem em mente?

— Alguém que pode começar a descobrir a sujeira de caras como nosso amigo metamorfo aqui. No momento, não podemos igualar sua força de trabalho, e os advogados de Hellion usam todos os truques possíveis para nós quando tentamos tirar jogadores do tabuleiro. É hora de parar de tentar vencer uma corrida armamentista; vamos ver como eles gostam quando jogamos sujo.

A reunião continuou por um pouco mais de tempo. Os responsáveis acabaram saindo para verificar os ajudantes, e o oficial de RP e Jerry partiram logo em seguida para controle de danos e fazer a bola rolar com a ideia de Brick, respectivamente. Magenta e Turbo ficaram para revisar o vídeo junto com Brick novamente; traçar planos para combate como uma equipe era fundamental.

O vídeo alcançou a parte onde o metamorfo foi esfaqueado pela quinta vez. Havia uma chance de que seu poder o tornasse imune, mas mesmo assim…

— Turbo, Magenta… quanto tempo vocês duraram quando eles estavam testando o poder de Poena? — perguntou Brick.

— Verde escuro — respondeu Turbo.

— Hmm, amarelo — disse Magenta com vergonha. Fazia sentido, seu campo de força significava que ela não tinha muita experiência com ferimentos.

— Quão longe você chegou, chefia? — perguntou Turbo.

— Azul.

 

Separador Tsun

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Voltei para o meu apartamento algumas horas depois. Adder me manteve por um longo tempo para me mostrar vários métodos de incapacitamento não letais. Eu não tinha certeza de como um “mata leão” teria ajudado contra alguém que poderia mudar de forma, mas também, Morph não havia transformado sua cabeça ou torso. Talvez tivesse funcionado?

Fui até a janela e me sentei, colocando o vaso de planta ao meu lado junto com alguns dos espinhos descartados por Spikes. Este tinha sido um trabalho mais problemático do que eu esperava, mas pelo menos eu tinha tirado muito proveito dele.

O primeiro foi, claro, o MRE. Eu precisaria fazer alguns testes sobre como aplicar seu empacotamento calórico ao tecido orgânico. Seria útil se eu pudesse reduzir meu peso, mas manter os mesmos níveis de armazenamento de energia.

O segundo era os espinhos descartados por Spikes. A composição dos espinhos não era nada especial, mas o design era distinto. Eles eram na verdade ocos por dentro, de uma forma que sugeria que era para ajudar a manter os espinhos apontados na direção certa durante o voo. Mais ou menos como “penas” em uma flecha, exceto que, neste caso, serviu ao duplo propósito de fazer com que qualquer coisa empalada sangrasse mais rápido se atingisse um bom ponto. O mecanismo de lançamento era mais difícil de entender apenas com o projétil, mas suspeitei que usasse uma ruptura de tendão? Torcer demais de propósito e, em seguida, deixá-lo romper para fornecer a força de lançamento. Não tão poderoso quanto meu design de estilingue, mas a mecânica de sangramento acima mencionada era provavelmente o objetivo da arma. Salvei para mais tarde, talvez encontre um uso para isso.

O último prêmio foi o vaso de planta. Eu já havia começado a pesquisar plantas no meu celular e havia perguntado a outros minions se havia algo que eu deveria saber sobre o assunto. Aparentemente, tudo o que precisava era água e luz do sol para a manutenção do dia a dia e uma licença cara da cidade que normalmente não estava disponível para a maioria dos civis. Eu perguntei se a exigência de autorização era porque havia algum tipo de perigo em possuir uma planta, e fiquei feliz em ter certeza de que era apenas porque as plantas podiam fornecer um ponto de apoio para animais sobreviverem. Quando qualquer animal era um desastre potencial, era compreensivelmente importante regular a atividade orgânica na cidade.

Claro, eles então me disseram que o departamento jurídico da Sandra poderia forjar uma licença para mim se eu quisesse ficar com a planta e não pagar taxas. Parece que o tráfico ilegal de organismos orgânicos era uma porcentagem decente do crime organizado. Um pouco contraprodutivo para a integridade defensiva da cidade, mas suponho que diferentes facções tivessem ideias diferentes sobre o que era risco aceitável.

Os outros minions me garantiram que não poderia despertar (alguns até riram quando eu perguntei), então (com muito cuidado) arranquei uma folha e um caule da planta antes de comê-los. Era um pouco o que eu esperava depois de comer a folha de morango, embora revirei os olhos ao ver quantas células retangulares havia (provavelmente o motivo pela qual o banco considerou que valia a pena ter uma). Algumas coisas seriam úteis; as paredes celulares incomuns tinham aplicações estruturais e seu método de coleta de energia certamente seria útil. Não é tão bom quanto comer, mas em uma emergência pode ser útil. Até agora, não precisei realizar um despejo de memória, mas se isso acontecesse, talvez pudesse usar essa “fotossíntese” para me recuperar dele.

Me recostei e observei a planta. Ela realmente apenas… ficou lá. Foi só isso que fez, reunir nutrientes e crescer. Contando com o fato de que não era uma ameaça e escassamente nutritiva para mantê-la segura. Era tão diferente dos outros organismos da cidade que lutavam por sobrevivência. Até mesmo a terra em que ficava era macia e marrom, cheia de nutrientes, tão diferente do resto da cidade, que era toda feita de cimento e metal. O mais próximo que encontrei de uma terra ou solo assim foi nos esgotos, onde ninhos de ratos ou canos quebrados às vezes permitiam o acúmulo de lixo orgânico.

Era um organismo que sobrevivia e nada mais.

Eu provavelmente poderia sobreviver desta maneira. Sentar em um local afastado. Fazer fotossíntese.

Pode ser mais seguro do que o que eu estava fazendo no momento.

Hum…

Meu celular vibrou. Peguei para verificar o identificador de chamadas e fiquei surpreso ao descobrir que era Tim me ligando. Eu atendi.

— Olá, Tim.

— Ei, Tofu. Você e Mikey já terminaram o trabalho? O celular dele está desligado, então não consigo falar com ele.

— Eu terminei, mas não sei se ele terminou.

— Bem, encontre-o se puder. Um novo VRcade foi inaugurado no shopping, temos que experimentá-lo.

— Oh, hum, direi a Mikey, mas na verdade eu ia para casa. — Tinha que iniciar meus algoritmos de prioridade e, na verdade, também meio que queria hibernar. Mesmo depois de apagar a memória da dor, percebi que meu pensamento estava um pouco lento; este trabalho tinha sido estressante.

— Ah, qual é, vaaamos lá, viva um pouco.

— Eu não sei, eu meio que tenho coisas para fazer…

— Pleeeeease? Tenho uma ideia de despertares que realmente quero tentar. Vou te comprar um cinnabon.

— Um cinnabon?

— É, cara, ou qualquer outra coisa que eles tenham na praça de alimentação.

O quê de alimentação?!

— Estou a caminho.

Novo Amanhecer Inc.

— Ei, Brett? Eles querem você na sala de reuniões dois.

Brett ergueu os olhos da tela do computador com o olhar sem foco — Para quê?

— Sei lá, mas eu iria logo. Chefia disse que era prioridade.

— É sempre prioridade.

— Ei, é isso o que eles me disseram, cara.

Brett resmungou e se virou para o computador para começar a bloquear sua work station. Ele odiava ser chamado para longe de seu trabalho. Não porque fosse interessante, mas porque ele tinha que bloquear toda vez que ia mijar. Seu cubículo ficava em uma sala aberta com dezenas de outros funcionários e, apesar de todos terem passado por cerca de cinco verificações de antecedentes, protocolos de segurança tinham que ser seguidos. Do contrário, seu supervisor lhe daria uma conversa insuportavelmente longa sobre “a importância de manter um ambiente de trabalho amigável e seguro”.

Ele terminou de bloquear seu terminal e se dirigiu para o elevador. Pelo menos ele foi capaz de evitar os colegas de trabalho mais tagarelas, dizendo que tinha uma reunião prioritária. Droga, ele odiava estar em uma área de escritório geral. Todos queriam bater um papo, fofocar ou falar sobre o relatório semanal. Pela bilionésima vez ele amaldiçoou o Verão Bizarro por arruinar seu projeto. Ele sentia falta de conversar com cientistas de verdade, especialistas em suas áreas que queriam realmente trabalhar em seus projetos. Quando Dr. Mason lhe ofereceu uma vaga em seu projeto, dois anos atrás, parecia que um sonho se tornou realidade, e se tornou por algum tempo. Uma cura para Mutavus. Mudaria o mundo para melhor se eles pudessem decifrá-lo, e entre o conhecimento de microbiologia do Dr. Mason e o poder tinker de Brett, parecia estar ao alcance.

Verdade, o objetivo do projeto mudou para fazer uma arma autônoma para o Novo Amanhecer Inc. assim que eles começaram a pagar as contas, mas isso era um pequeno obstáculo. A empresa de armas executava muitos trabalhos de supressão de vida selvagem nas florestas além das muralhas da Cidade Fortaleza, e em uma das incursões havia obtido uma amostra de animal mutante bem única. É claro que a primeira ideia de Novo Amanhecer foi fazer uma arma com ela (trogloditas estúpidos!), mas tentar tornar a amostra em uma arma havia avançado a pesquisa de nanite de Brett aos trancos e barrancos. Havia desvantagens, isto é, os nanites eram vistos como objetos estranhos pelo benedicci, e os dois não funcionavam bem juntos, mas ele estava cada vez mais perto de resolver esse problema. O protótipo se provou inesperadamente útil a esse respeito; ser capaz de ver como seu código afetava o controle dos nanites sobre as células em tempo real tinha sido uma dádiva, e ele começou a se ressentir de trabalhar na arma cada vez menos, e a vê-la mais como uma ferramenta.

No final, ele havia feito algo que era uma verdadeira maravilha da engenharia, e não apenas um dispositivo ou engenhoca que quebraria no momento em que seu criador seguisse em frente ou morresse. Ele ficou muito orgulhoso de seu trabalho no protótipo, apesar de tudo ter começado como uma arma.

Até que escapou…

Isso manteve Brett acordado algumas noites. Ele examinou os despejos de dados centenas de vezes desde o acidente, mas não encontrou nenhuma explicação para seu comportamento anômalo. Apenas um ligeiro aumento de seu foco em combate por mais ou menos duas semanas e então BAM! O puma estúpido despertou e arruinou tudo de alguma forma. Era a única explicação que ele conseguia pensar.

O elevador apitou quando as portas se abriram e ele entrou. No caminho, seus pensamentos foram puxados repetidamente de volta para o protótipo. Ele havia projetado o código para permitir que o protótipo operasse de forma autônoma indefinidamente, mas isso era tudo o que tinha! Não havia nenhum botão de desligar, nenhum interruptor, nenhuma razão para pensar que algum dia iria simplesmente parar sem um comando, e agora estava lá fora. O único consolo de Brett era que a autodestruição à prova de falhas do nanite não poderia ser contornada, não importa o quão danificada a unidade central ficasse.

Ele ainda se lembrava de puxar o receptor de comando danificado dos restos…

Ele marchou para fora do elevador e pelo corredor, para a sala de reuniões onde uma palestra ou reunião, sem dúvida chata, o esperava. Talvez esse fosse seu castigo divino, condenado a trivialidades de escritório pelo pecado de não implementar obsolescência planejada em um protótipo.

Ele parou diante da porta da sala de conferências e respirou fundo, se recompondo. Talvez não fosse tão ruim assim? Talvez eles queiram discutir os pontos mais delicados do revestimento molecular de kevlar? Não o relatório que ele deveria ter preenchido na quinta-feira passada? Não, provavelmente não. Eles provavelmente iriam querer um relatório sobre sua situação de relatório. Ele abriu a porta.

— Dr. Mason?

— Olá, Brett.

Para a surpresa completa de Brett, Dr. Mason estava sentado à mesa de conferências em sua frente, bem como…

— Sr. Savvy! Por favor, por favor entre. Sente-se, temos muito o que discutir — disse Sr. Slick. O homem era exatamente como Brett se lembrava. Terno passado, cabelo com gel, seu laptop aberto ao seu lado, ele poderia muito bem ter pulado no tempo.

Brett foi até a mesa, atordoado. O que estava acontecendo? O projeto foi aprovado para continuar quando o Verão Bizarro terminar? Foi completamente cancelado? Ele se sentou ao lado do Dr. Mason, que sorriu e acenou com a cabeça para ele. Ele ousou a ter esperança.

— Deixe-me começar com as boas notícias. Encontramos seu protótipo! — anunciou Sr. Slick.

A boca de Brett caiu aberta.

— S-s-sério? Oh meu Deus! V-você o recuperou? Onde estava? Alguém… alguém se machucou? Oh Deus, deve ter, certo? O que aconteceu?!

— Acalme-se Sr. Savvy. Não estou exagerando quando digo que tenho boas notícias. Ainda não o recuperamos, mas a situação não é o que esperávamos, ou mesmo poderíamos ter previsto. Aqui, já mostrei ao Dr. Mason, mas acredito que este vídeo pode detalhar o que está acontecendo melhor do que palavras jamais poderiam.

Sr. Slick ajustou o laptop para que Brett pudesse vê-lo melhor e apertou play. Brett não estava certo do que esperava. Talvez um repórter assustado detalhando um ataque de monstro ou uma filmagem granulada da câmera de segurança do protótipo matando um pobre funcionário de um posto de gasolina.

Mas isso? Não. À medida que a filmagem passava, ele passou de confusão à dúvida e à total perplexidade. Nunca em seus sonhos mais loucos poderia ter antecipado isso. O vídeo terminou, e Brett olhou de um lado para outro entre Dr. Mason e Sr. Slick, esperando que lhe dissessem que era uma brincadeira elaborada às suas custas. Mas o confete e a equipe de filmagem nunca apareceram.

— Esse… esse é o protótipo.

— De fato é, Sr. Savvy. Parece que a Novo Amanhecer Inc. deve a você e ao Dr. Mason um pedido de desculpas. Obviamente, o protótipo estava mais avançado do que pensávamos.

— Mas não estava. Eu sabia seu código de cabo a rabo. Não há nenhuma maneira de ter progredido tão longe por conta própria… — ele se virou para o Dr. Mason — … certo?

— Eu esperava que você tivesse a resposta para isso — disse Dr. Mason — Esta não é exatamente a minha área de especialização.

— Não acredito que essa seja a área de especialização de ninguém — disse Sr. Slick — e é por isso que a Novo Amanhecer Inc. está reiniciando o projeto, efeito imediato. Em nome da Novo Amanhecer Inc. Estou oferecendo a vocês dois–

— Reiniciando o projeto? — interrompeu Brett — Agora? O protótipo ainda está lá fora! Deveríamos estar focados em limpar esse desastre e você quer fazer outro?! E você parou o projeto por causa do Verão Bizarro para início de conversa! Não tenho certeza do que exatamente vi naquele vídeo, mas o Verão Bizarro está definitivamente envolvido nisso de alguma forma. Um novo technomancer provavelmente o roubou, ou alterou ele, ou… porra, talvez computadores possam despertar agora, pelo que eu saiba.

— Acalme-se, Sr. Savvy — disse Sr. Slick. Seu tom era gelo.

A boca de Brett se fechou; ele de repente se lembrou com quem estava falando.

— …Brett tem razão, Sr. Slick — disse Dr. Mason — Não sabemos exatamente o que aconteceu e pode haver perigos que não estamos vendo.

— Já temos um exemplo do pior cenário, Dr. Mason; a super arma escapou, foi solta na população em geral, e o pior que aconteceu foi que ela conseguiu um emprego. Admito que a escolha da vocação não é ideal, mas dificilmente é o monstro assassino que o Sr. Savvy parece estar imaginando. Os heróis vão prendê-la, assim como fazem com centenas de outros criminosos todos os dias, vamos coletá-la após o fato e, então, problema resolvido.

— Mas o risco… — disse Brett, menos confiante.

— Cavalheiros, eu entendo. Vocês começaram este projeto com a intenção de curar Mutavus e melhorar o mundo. A Novo Amanhecer Inc. concorda que é um objetivo que vale a pena, e se isso significa garantir sua cooperação, está disposta a financiar sua pesquisa para uma cura Mutavus indefinidamente.

Com isso os olhos de Brett e Mason se arregalaram.

— Mas eu acredito que vocês não estão vendo o quadro geral. O fato é que já atingiram a meta de design que originalmente estabelecemos para vocês. Vocês criaram uma arma autônoma, que pode operar sem guia, se reparar, crescer e se adaptar a qualquer situação! Ela pode diferenciar amigo de inimigo, aplicar força não letal a um alvo e pode rivalizar supers! Podem imaginar se tivéssemos isso ajudando todos os times heróis na cidade? Varrendo os túneis subterrâneos de monstros, realizando buscas e resgates, ajudando heróis a cuidar de despertares perigosos e vilões? Chega de colocar a vida de policiais em perigo, chega de esperar que o poder certo caia nas mãos da pessoa certa. Vocês querem melhorar o mundo? Este é o tipo de descoberta que pode fazer isso, pode repelir os horrores do Verão Bizarro, e tudo depende de uma simples questão:

— Vocês podem criar mais?

 


 

Tradução: Lodis

Revisão: Morisan

 

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