Dark?

Mushoku Tensei: Reencarnação do Desempregado – Vol. 18 – Cap. 02 – Gato Emprestado

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E com isso, consegui concluir mais um trabalho sem problemas.

Meu objetivo era salvar a caçadora Pham Haindora da sua morte naquela floresta profunda. Parecia uma tarefa bastante simples quando ouvi pela primeira vez o resumo: use magia de desintoxicação para salvar o filho do chefe da aldeia e mate o dragão maligno (ou lagarto, eu acho) que reside nas profundezas da floresta. O que poderia ser mais fácil?

Infelizmente, quando cheguei, Pham já havia partido para a floresta. Entrei em pânico e corri atrás da garota o mais rápido que pude, mas Pham já estava à beira da morte quando cheguei. Foi por pouco. Eu estava suando em bicas o tempo todo que ela estava inconsciente, e murmurei vários encantamentos de cura sob minha respiração enquanto a carregava.

Pham também não estava sozinha. Ela estava com sua amiga apotecária Angie, e essa amiga era mais perigosa do que eu imaginava. Ela era sexy demais. Super sedutora. Se eu não tivesse voltado a si, poderia ter cedido ali mesmo e feito o que queria com ela. Felizmente, evitei a tentação apenas graças à réplica do meu ídolo sagrado. Normalmente, tais rituais divinos nunca deveriam ser realizados à vista de outras pessoas, mas eu não tinha outra escolha. Tive que me controlar e convencer a mulher a abandonar seus avanços.

— Ufa.

Agora que tudo isso estava fora do caminho, era hora de correr para casa, afagar a cabeça dos meus filhos, saborear o excelente jantar de arroz de Aisha, e depois me entregar a alguns prazeres carnais com uma de minhas esposas. Essa era basicamente toda a minha razão de viver. Você poderia dizer que era minha única motivação para passar por cada missão vivo.

Cheguei em casa, ainda preocupado com esses pensamentos. Ao me aproximar da entrada da frente, Ente, que estava contorcido na entrada como uma glória-da-manhã1É um tipo de flor, clique aqui para ver imagens., abriu a porta para mim. Quando ele se tornou nosso porteiro automático? Não que isso importasse, já que era conveniente.

Vi que Tu, nosso tatu, não estava em sua casinha de cachorro, o que significava que Roxy ainda estava trabalhando. Zenith estava vagando pelo jardim enquanto Lilia pendurava a roupa, então acenei para elas. Lilia curvou a cabeça em saudação, e eu adentrei em casa.

— Cheguei!

— Oh, essa é a voz do Grande Irmão! Bem-vindo ao lar, bem-vindo ao lar! Infelizmente, sua irmãzinha está um pouco ocupada agora, mas estou dizendo ‘bem-vindo ao lar’! — A voz de Aisha ecoou do porão.

Sim, posso ouvi-la! — Me pergunto o que ela está fazendo. Talvez separando o fertilizante?

— Bem-vindo ao lar, Rudy — disse Sylphie, saindo apressada da sala de estar. Lucie seguiu logo atrás, como um patinho.

— Fico feliz por estar em casa, Sylphie. Estou exausto.

— Certifique-se de descansar depois então. — Sylphie gentilmente tirou meu robe, limpando-o antes de pendurá-lo. Eu já tinha tirado a armadura mágica que usava por baixo e a deixei no escritório.

Eu estava próximo do grande espelho perto da entrada e a figura que me olhava de volta era um homem comum que poderia encontrar em qualquer lugar do mundo. Exceto que hoje em particular eu parecia totalmente cansado, como um assalariado eternamente exausto.

— Papai! Bam-vindo ao lar!

Enquanto eu estava ocupado estudando meu reflexo, Lucie veio e me cumprimentou. Ela tinha cabelos castanhos claros e feições estóicas, mas dignas. Ela tinha apenas três anos, mas parecia um lindo menino elfo. Suas orelhas eram reconhecidamente mais curtas que as de Sylphie, mas fora isso ela se parecia exatamente com sua mãe nessa idade. E aqui estava ela, parada em silêncio na minha frente, me recebendo em casa.

Aaah! Você ouviu isso?! “Papai! Bem-vindo ao lar!” Aaaah!

— Isso mesmo! Estou em casa, Lucie! — Cheio de emoção, me abaixei para pegá-la, mas Lucie prontamente recuou para trás de Sylphie e se escondeu da minha vista. Ela olhou para mim com cautela quando ficou segura fora do meu alcance.

O choque me atingiu como um soco no estômago. Ah, não. E agora? Acho que vou chorar.

— Ei, Lucie! — Sylphie repreendeu.

— Nããão!

Sylphie agarrou sua filha e a segurou em minha direção. Não perdi tempo em pegá-la. Ela era tão leve e quente. O mesmo poderia ser dito sobre Sylphie; tanto ela quanto Lucie tinham temperatura corporal muito mais alta do que eu. Talvez fosse por causa de sua baixa gordura corporal? Ou era uma característica especial de sua raça? Bem, seja qual for o caso…

— Lucie-Luce! Haah haah… Muitos beijos e carícias nas bochechas, ah sim, mocinha! Mwahaha!

— Nããão! Espeta! — Lucie expressou suas queixas enquanto eu a enchia de beijos.

Pensando sobre isso, eu não tinha me barbeado durante o trabalho. Bigodes ou não, se ela não gostava, era melhor parar. Não era certo fazer algo contra o consentimento dela. Eu não queria que ela me odiasse. Eu a coloquei no chão e ela correu em direção à sala de jantar para escapar de mim.

Ela realmente me odeia tanto assim? Meus ombros caíram em desânimo.

— Oh, honestamente, Lucie — Sylphie resmungou, com as mãos nos quadris enquanto suspirava.

Pelo menos Lucie gostava muito mais de mim agora do que costumava ser. Ela me chamou de “papai” e não olhou mais para mim como se não tivesse ideia de quem eu era. Ainda havia alguma distância entre nós, com certeza, mas… isso não podia ser evitado.

— Ah!

Para repor o calor que eu tinha acabado de perder, envolvi meus braços ao redor de Sylphie. Me certifiquei de dar uma boa olhada em sua bunda enquanto eu plantava um beijo nela.

— Sério, Rudy…

Oh cara, agora estou começando a ficar com calor e incomodado. Talvez eu deva carregá-la para o quarto? Mas as crianças ainda estão acordadas…

— Absolutamente não. Guarde para mais tarde — disse Sylphie.

— Sim, senhora. — Eu a soltei obedientemente. Na verdade, enquanto eu tivesse o amor dela, não seria influenciado por nenhuma outra mulher.

— Onde estão Roxy e Lara? — perguntei.

— Roxy ainda está na escola. Lara está na sala de estar.

Com essa informação em mãos, acompanhei Sylphie até a referida sala de estar. Minha segunda filha, Lara Greyrat, dormia profundamente em seu berço. Ela tinha lindos cabelos azuis e ainda apresentava um olhar descarado em seu rosto, como se estivesse examinando os arredores de sua cama com a maior convicção. Não ajudava que Leo estivesse enrolado na base de seu berço, fazendo-a parecer ainda mais importante.

— Lara, estou em casa.

— Aauuh — ela balbuciou de volta. Ela era capaz de responder mesmo nessa tenra idade. Ela ainda não tinha um ano de idade. Será que minha filha é um gênio? Ou talvez, como eu, reencarnou aqui de outro mundo. Dito isso, ela não respondeu às minhas tentativas de usar inglês ou japonês.

Talvez fosse a expressão atrevida que ela usava, mas senti como se pudesse ouvi-la dizer: “Fez um trabalho esplêndido lá fora. Peço-lhe que tire algum tempo para si mesmo e descanse agora”. Isso me fez pensar que ela realmente cresceria para soar tão impertinente quanto aparentava.

— Lara certamente não chora muito. E também não sorri. Isso meio que me preocupa — Sylphie murmurou. Aparentemente ela estava preocupada por um motivo muito diferente do meu.

Eu não vi o grande problema, pessoalmente. Quero dizer, olhe para ela, ela parece super convencida. Você poderia dizer ao olhar seu rosto que ela seria uma figurona algum dia. Não há dúvida sobre isso.

Ainda assim, pude entender onde Sylphie queria chegar. Existiam tantas doenças diferentes no mundo, e ser um pouco diferente era munição mais do que suficiente para outras crianças intimidarem você.

— Bem, mesmo supondo que haja algo errado, como família, estaremos lá para apoiá-la — falei.

Sylphie assentiu com a cabeça.

— Concordo com você, mas temo que Roxy se sinta responsável por qualquer coisa que aconteça.

— Bem, se isso acontecer, terei que envolvê-la em meus braços e enchê-la de amor.

Mas Sylphie tinha razão. Roxy era do tipo que se sentia pessoalmente responsável. Estou feliz em criar um filho junto com ela, mas ela tinha o hábito de ser um pouco perfeccionista.

— Hm?

De repente, percebi que um membro da nossa família estava visivelmente ausente. Ou seja, nossa ogiva nuclear residente que normalmente me cumprimentava com uma velocidade tão impressionante que rivalizava com Aisha. Ela também normalmente oferecia para me deixar tocar sua barriga, como se para mostrar o quanto tinha crescido, e eu aproveitava a oportunidade para apalpar seus seios, me fazendo ganhar um soco instantâneo. Era assim que as coisas costumavam acontecer, mas ela estava estranhamente ausente hoje. Qual poderia ser o problema?

— Onde está Eris?

— Oh. — Sylphie franziu as sobrancelhas, preocupada. — Ela está tendo uma briga com Aisha desde esta manhã.

— Huh? Quer dizer que as duas estão brigando?

— Eu não iria tão longe a ponto de dizer isso… mas, hm… — Sylphie estava sendo muito vaga. Em casos como esse, era melhor ver por mim mesmo.

— Tudo bem — falei. — Vou falar com ela então.

— Certo.

Afaguei a cabeça de Lara e saí da sala. Percebi Lucie me espiando por uma fresta na porta, mas no momento em que nossos olhos se encontraram, ela recuou e cambaleou escada acima. Parte de mim queria persegui-la, mas forcei minhas pernas a me levarem para o porão.

Assim que desci as escadas, ouvi Aisha batendo com o punho na porta do porão.

— Senhora Eris! Já temos Leo, Tu e Ente!

— Sim, sei disso! — Eris vociferou de volta pela porta.

— O que está acontecendo?

Aisha se virou para me encarar.

— Ah, grande irmão. Você tem que ouvir isso! A senhora Eris parece ter trazido para casa um gato e tem sido um incômodo miar a manhã toda.

— Um gato?

Um gato, hm? Não é de surpreender, já que Eris gostava de animais. Eu não me importava muito com eles, já que eles nunca pareciam gostar de mim. Leo era uma história diferente, então acho que poderia me chamar de amante de cães. Qualquer pessoa que receba tal afeição não pode deixar de querer retribuí-la.

— Não é como se eu odiasse gatos, sabe, mas nós já temos três outros animais de estimação, certo? Eu disse a ela para pelo menos obter sua permissão antes de decidir mantê-la, mas ela não me ouve — explicou Aisha.

Então ela sentiu que minha permissão era necessária, hein? Bem, acho que sou o chefe da família.

— Não vejo problema dela ficar com o gato — falei.

— Sério?! — Uma voz feliz, embora abafada, gritou por trás da porta.

Não é saudável satisfazer todos os desejos, mas como Eris estava grávida, ela provavelmente estava lidando com muito estresse. Deixá-la manter um gato ou dois era um pequeno preço a pagar se ajudasse a aliviar um pouco disso.

— Mas — falei —, nós temos crianças em casa e não posso voltar para casa com tanta frequência. Você vai ter que ser a única a treiná-lo.

— Eu sei! Posso fazer isso! — Eris concordou ansiosamente.

Aisha ficou mal-humorada.

— Hmph. No final, serei eu que irá comprar sua comida.

Certo. Pensando bem, isso provavelmente aumentaria as responsabilidades da Aisha. Também havia uma boa chance de Eris se cansar de cuidar do animal em algum momento.

— Desculpe, Aisha.

— Está tudo bem. Esta foi sua decisão.

— Eu realmente sinto muito. Vou encontrar uma maneira de lhe recompensar — prometi.

— Bem, eu acho…

Seu humor melhorou um pouco depois que baguncei seu cabelo, embora ela não parecesse muito satisfeita por eu ter estragado o penteado.

— De qualquer forma, Eris, abra a porta — ordenei.

— Certo.

Lentamente, a porta se abriu. Eris apareceu na soleira, franzindo a testa. Ela parecia formidável, mesmo grávida, como o rei das mulheres grávidas, ou algo assim. O silêncio caiu quando olhei para trás dela. Engoli em seco quando vi o gato, com a coleira em volta do pescoço, descansando dentro do quarto. Não havia dúvida sobre sua natureza felina: coberta de sujeira como estava, suas orelhas erguidas com o som da porta se abrindo, e sacudindo o rabo graciosamente.

Infelizmente, essa não foi a única coisa que notei. A primeira coisa que capturou minha atenção foram seus seios. Enormes buzinas do tamanho dos de Eris. Embora as roupas que usava estivessem em farrapos, pelo menos cobriam seus seios e virilha. Aquelas coxas grossas e musculosas não estavam cobertas de pelo, mas de carne beijada pelo sol, lisa como a casca de uma pêra.

— Ah! Chefe, faz tanto tempo! Você realmente salvou meu rabo. Prometo que não vou esquecer essa dívida pelo resto da minha vida!

— Encontrei-a durante minha caminhada matinal e a trouxe para casa, — explicou Eris. — O nome dela é Linia!

Linia Dedoldia. Anteriormente uma veterana, esta mulher-fera se formou na Universidade de Magia há vários anos com as melhores notas. Ah sim, eu definitivamente me lembrava dela. Mmhmm. Bem, isso resolve tudo.

— Coloque-a para fora — falei.

— De jeito nenhum! — Eris bateu a porta na minha cara.

 

Separador Tsun

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Levou quase uma hora para persuadir Eris a abrir novamente. Nós nos dirigimos a sala de estar para discutir a situação. Acontece que Eris havia descoberto Linia durante sua caminhada de rotina com Leo. Grávida de cinco meses, seu enjôo matinal finalmente desapareceu, então ela voltou a sair com Leo.

Então seu retorno ao exercício começou com uma caminhada, hein? Suspeitava que tinha a ver com um forte senso de território. Seja qual for o caso, um grau moderado de exercício era bom para uma gravidez.

De qualquer forma, foi durante essa caminhada que ela passou pelo mercado de escravos e ocorreu um incidente. Linia surgiu das sombras, com alguns homens de aparência sombria em sua perseguição. Tragicamente, eles a agarraram pelo rabo e a capturaram. Eris, tendo testemunhado tudo isso, tomou uma decisão em uma fração de segundo: ela sacou sua espada, cortou os desgraçados, fugiu com seu prêmio (Linia) e fez seu retorno triunfante para casa.

— Eu a salvei, então ela é minha! Nós vamos mantê-la! — Eris insistiu, soando mais como um bandido do que uma dama.

— C-Certo. Agora sou a gatinha da Senhora Eris, miau — disse Linia do colo de Eris, onde esta brincava com suas orelhas. Seu corpo inteiro tremia de medo o tempo todo. Entre os animais, a regra tácita era rolar para quem fosse mais forte.

Certo, tudo bem, mas…

— Quero saber o que você está fazendo na cidade, Linia. E por que você está nesses trapos? — Lembrei-me de que ela saiu da escola vestida com roupas finas, saiu da cidade alegando que iria se tornar comerciante. Agora, usava trapos puídos cobertos de sujeira. E, para ser franco, ela fedia.

— Que bom que você perguntou, miau. Pensando bem, foi uma história tão longa, cansativa e trágica, que certamente trará lágrimas…

— Dê-me a versão curta — falei, interrompendo.

— Miau…

De acordo com Linia, depois de se formar e deixar Sharia, ela tentou realizar exatamente o que disse que faria, tornar-se uma comerciante. Ela reuniu alguns bens no Reino Asura e os trouxe para os Territórios do Norte para vender. Então, traria coisas dos Territórios do Norte para vender no Reino Asura. Em suma, estava agindo como um mercador viajante.

Para conseguir esse feito, comprou uma carroça puxada por cavalos, o que a colocou em dívidas. Ela se endividou ainda mais ao obter fundos para comprar mercadorias. Pessoalmente, achei que fazia mais sentido viajar entre vilarejos vizinhos no início para ter uma ideia do trabalho, mas Linia estava tentando ganhar dinheiro rapidamente. Isso acabou com sua dívida explodindo devido às taxas de juros, para surpresa de ninguém, tenho certeza.

Ela passava seus dias na miséria e, embora supostamente tentasse pagar seus empréstimos pouco a pouco, só conseguia pagar em parcelas tão triviais que não sabia quando conseguiria devolver tudo.

Sua vida continuou assim por um tempo, até que um dia ela encontrou uma luz no fim do túnel: um dos comerciantes associados à empresa a quem ela devia lhe fez uma oferta.

— Percebo que você está tentando desesperadamente pagar o que nos deve, mas pelo que parece, suas vendas não estão indo muito bem. É doloroso de ver. Não posso saldar todas as suas dívidas, mas se você se tornar um membro da empresa, a taxa de juros cairá um pouco, e será muito mais fácil para você pagar pelo menos. Custa vinte moedas de ouro para se tornar um membro, mas não se preocupe, eu vou pagar esse valor para você. Você pode devolver o dinheiro para mim mais tarde. Vou precisar que você me escreva uma nota promissória só por segurança, mas confio em você!

Linia concordou com o acordo. Achei que a coisa toda parecia suspeita, mas acho que a bajulação te leva a todos os lugares, até mesmo conquistar a confiança de uma gatinha. Linia comprou um dos crachás de membro da empresa por vinte moedas de ouro. Infelizmente, esse crachá era falso. Quando mostrou para a empresa, eles olharam para ela como se ela fosse louca. Foi quando percebeu que o homem a havia enganado.

Embora a identificação fosse falsa, a nota promissória que ela escreveu era real. Em vez de reduzir o que devia, ela tinha mais vinte moedas de ouro em dívida. E a moeda de ouro Asurana é a moeda mais valiosa do mundo. Um empréstimo de vinte moedas significava juros exorbitantes. Linia já estava em apuros por causa de todos os juros de seus outros empréstimos, então não havia como pagar esse também. Eles confiscaram sua carroça e seus bens antes de prendê-la também.

— Eles me levaram para um passeio e depois me transformaram em uma escrava, miau.

Creio que seria mais lucrativo ter alguém pagando os juros para sempre, então tive que assumir que essa pessoa havia bolado alguma maneira de ganhar um bom dinheiro transformando-a em escrava.

Bem, vamos deixar isso de lado por enquanto.

Honestamente, foi em parte sua própria culpa ter se tornado uma escrava. Claro, um golpe era um golpe, o que significava que a pessoa responsável era horrível pelo que havia feito, mas metade da responsabilidade por sua situação ainda era dela.

— Hum.

No entanto, desejei que Eris não tivesse matado um dos traficantes de escravos. Tínhamos duas meninas menores de idade em nossa casa e bebês também. Não podíamos ter um bando de canalhas atrás de nós.

— Agora o que vamos fazer… — murmurei.

— Chefe, você tem que, miau, salvar. Farei qualquer coisa, miau. Eu não quero ser uma escrava, miau! — Linia juntou as mãos e defendeu seu caso. Vê-la vestida com aquelas roupas surradas com uma coleira no pescoço era meio… erótico.

— Linia, você…

— Miau?

— Eles fizeram o que queriam com você?

— Miau!

Antes que ela pudesse ficar de pé, eu já estava de costas, olhando para o teto. Um violento soco Boreas me derrubou, e a cadeira em que eu estava sentado, no chão.

— Rudeus! Como se atreve a perguntar algo assim! — Eris vociferou.

— Ela tem razão, Rudy — Sylphie concordou. — Isso foi uma coisa muito insensível de se dizer.

Aisha olhou para mim.

— Grande Irmão, você é um grande idiota.

Após essa crítica sem dó das mulheres presentes, falei rapidamente:

— Sinto muito. — Melhor me desculpar sinceramente. Sim, essa foi a melhor decisão. Elas estavam certas; isso foi grosseiro da minha parte.

— Isso com certeza foi rude, miau! Eu quero que você saiba, eu sou uma virgem intocada, miau! Não sei porque, mas eles disseram que eu seria mais valiosa assim, então não se incomodaram, miau!

— Ah, sim? Isso é um alívio.

Por que eu fiz essa pergunta para começar? Apenas me ocorreu e quis verificar. Não considerei que a pergunta só a faria reviver o trauma se ela tivesse sido agredida. Eu precisava ser mais atencioso.

De qualquer forma, disseram que seria mais valiosa assim, hein? Acho que até este mundo valoriza a virgindade. Quero dizer, há até um unicórnio na Grande Floresta que é totalmente obcecado pela “pureza” das meninas. Eu me levantei. Meu nariz doía por causa do soco e, quando pressionei os dedos na narina, saíram cobertos de sangue. Sylphie rapidamente usou um pouco de sua magia de cura em mim.

— Bem, de qualquer forma, isso é preocupante — falei novamente.

Eris já havia matado alguns dos traficantes de escravos. Eles provavelmente já sabiam como ela era e poderiam voltar para se vingar. Tínhamos que fazer algo para impedir isso. Devemos devolver Linia e tentar suavizar as coisas? Ou devemos transformar esses traficantes de escravos em inimigos e destruí-los completamente? Se escolhêssemos esse caminho e eles de alguma forma sequestrassem Norn, eu ficaria incrivelmente infeliz.

Embora eu também não fosse capaz de dormir profundamente à noite se abandonasse Linia. Ela era uma amiga, afinal. Hmm.

— Com licença! — gritou uma voz da entrada da frente, interrompendo meus pensamentos. Não a reconheci, mas Linia se encolheu no momento em que ouviu e pulou, esforçando-se para se esconder atrás do sofá.

— S-São eles!

Eram os traficantes de escravos, aparentemente. Fui até a porta da frente.

— Você tem nossa escrava aí, não é? Já sabemos que ela está aqui.

— Receio não saber a que você está se referindo — disse Lilia. Ela interveio para lidar com eles antes que eu chegasse. — Por favor, saia.

Três pessoas estavam na porta. O da frente era baixo e robusto, talvez um anão. Atrás dele estavam dois homens musculosos, um careca e o outro com um moicano. Um ar de violência emanava dos dois como uma colônia sufocante. Eles pareciam como Adon e Sansão de Cho Aniki.

— Não seja assim. Não há outra casa na cidade com um cachorro branco gigantesco e uma grávida ruiva capaz de cortar um homem em dois.

— Senhora Eris tende a recorrer à violência desenfreada, então talvez o que você está dizendo a esse respeito seja verdade. No entanto, não temos escravos em casa. Como eu disse, por favor, vá embora.

O careca estalou a língua em aborrecimento com a refutação destemida de Lilia. Ele empurrou o líder para o lado e deu um passo à frente, estendendo a mão para Lilia.

— Escute aqui, sua velha, se você continuar tendo essa atitude conosco…

Lilia se encolheu quando a mão dele desceu violentamente sobre…

— Uau! Espere, espere!

… nada, porque o homem mais baixo agarrou seu braço e o parou.

— Não coloque as mãos nela. Não se atreva! Essa é a única coisa que não posso permitir!

— Chefe, qual é o problema? Nós sempre fazemos isso meio que…

— Você é um imbecil?! Aquela empregada ali é a ama de leite do Rudeus Greyrat e a mãe de uma de suas irmãs! Se você deixar uma marca nela, toda a sua família será aniquilada por isso, eu te aviso!

O rosto do careca se contorceu de medo quando olhou para Lilia.

— Então por que nós viemos juntos?

— Obviamente, porque se as coisas derem errado e a Rei da Espada Berserker aparecer de repente, espero que você seja meu escudo…

— Isso é cruel da sua parte.

Nesse ponto, o baixinho finalmente me notou, todo seu rosto relaxando em um sorriso enquanto esfregava as mãos.

— Ah, que surpresa inesperada, senhor Rudeus. — Sua voz era áspera e desagradável. Sem dúvida, ele estava tomando aquela pose bajuladora para deixar claro que não colocaram as mãos em Lilia. Como ele supôs, eu ficaria furioso se os visse serem violentos com ela. Isso seria suficiente para eu matar seus parentes? Não, mas eu não poderia necessariamente dizer o mesmo de Eris.

— Senhorita Lilia, eu assumo daqui — falei.

— Muito bem, meu senhor. — Lilia curvou-se e deu um passo para trás, parecia que planejava permanecer.

— Sim, veja, bem, uma honra conhecê-lo, senhor Rudeus — disse o homem, ainda esfregando as mãos. Ele inclinou a cabeça em minha direção. — Meu nome é Kincho, e eu lido com qualquer atrito que acontece na loja Valvalid associada ao Grupo Rium.

— Uma honra, certamente. Como você já sabe, eu sou Rudeus Greyrat.

Kincho, hein? Parecia Kinchol, que por coincidência era um inseticida no Japão perfeito para matar mosquitos.

— Bem, senhor Kincho, a que devo o prazer? — Eu já podia adivinhar para que ele estava aqui, mas decidi perguntar de qualquer maneira. Seria muito ridículo se me dissesse que estava aqui para outra coisa além de Linia.

— Sim, bem, veja, senhor Rudeus… Um de nossos escravos fugiu recentemente.

— Oh? Que tipo de escravo? — perguntei.

— Uma garota dedoldiana. Uma com grandes habilidades de combate e algum domínio sobre magia também. Uma escrava de alta qualidade.

Oho! Você ouviu isso, Linia? Ele chamou você de alta qualidade. Ele pensa muito bem de você!

— E veja, alguns funcionários nossos a perseguiram, apenas para encontrar um fim sombrio. Eles foram todos cortados ao meio.

— Interessante.

Definitivamente trabalho de Eris. Eu me senti um pouco culpado por isso. Aqueles traficantes de escravos estavam apenas fazendo seu trabalho. Teria sido outra coisa se fossem mortos por seu próprio escravo, mas, em vez disso, foram assassinados por alguém completamente alheio à situação. Isso foi uma droga.

— Bem, não há necessidade de insistir nisso — continuou o homenzinho. — Tudo faz parte do trabalho. As pessoas perdem suas vidas todos os dias para a violência nesta linha de trabalho. Eu mal posso usar isso contra você. Especialmente porque você é o subordinado do Deus Dragão, o segundo mais forte dos Sete Grandes Poderes, e um conhecido íntimo do próximo rei do Reino Asura.

— Aprecio você ser tão compreensivo.

Então, ele tinha medo de Orsted e Ariel. As conexões realmente significam tudo, não importa em que mundo você esteja. Obrigado, CEO Orsted e Chefe de Seção Ariel! Com sua influência em jogo, essas negociações pareciam bastante promissoras. Dito isso, eu não era muito público sobre minha relação de trabalho com Orsted. Acho que esses rumores se espalharam de algum lugar.

— Mas, veja… Senhor Rudeus…

— Sim?

— Ahmm, uh, nossos escravos são apenas um pouquinho valiosos, veja.

Eu acenei.

— Sim, mas você me disse que este escravo é de ‘qualidade superior’, se bem me lembro.

Pessoalmente, não importa o quão forte ela era, Linia ainda era uma idiota sem esperança, então não a via ser de muita utilidade. Não que eu tivesse o direito de julgar os outros por sua inteligência, ou pela falta dela.

— Se esta fosse apenas uma escrava comum, ficaríamos felizes em oferecê-la, sem compromisso, e convidá-lo a visitar nosso estabelecimento novamente no futuro. Hehe, mas, infelizmente, não podemos nos separar desta tão facilmente. Ela já tem um comprador, veja.

— E esse comprador seria um certo Senhor B.G.? — Supus.

— Sim! Sim, precisamente. Senhor Rudeus, estou impressionado com a rapidez com que você adivinhou corretamente.

Em outras palavras, Linia deveria ir para a família de Eris.

— Ela é uma princesa da tribo Dedoldia, pode lutar e usar magia, e ela é uma virgem bonita, embora impertinente. Quando eu disse isso ao comprador, eles imediatamente ofereceram trezentas moedas de ouro Asurana como adiantamento.

Eu não tinha certeza se era James ou um de seus filhos o responsável por isso, mas de qualquer forma, a família Greyrat tinha uma séria obsessão pelo povo-fera. Honestamente, se estão com dinheiro extra para gastar na compra de escravos, deveriam usá-lo para financiar os esforços de reconstrução na região de Fittoa.

Por outro lado, Eris também se apaixonou por Linia à primeira vista. Então, talvez fosse da natureza de sua família abrir suas carteiras sempre que vissem mercadorias limitadas que nunca teriam a chance de possuir novamente se deixassem passar a primeira oportunidade.

— Uma escrava que vale tanto é realmente rara. Não podemos deixá-la ir silenciosamente sem levantar um dedo.

— Posso ver o seu ponto — falei.

— Sim, sim, espero que você possa entender. Mesmo que quiséssemos recuar, simplesmente não podemos. Colocar nossas mãos nela nos custou um bom dinheiro em primeiro lugar.

Olhei silenciosamente para ele. Hm, adquiri-la também custou a eles, hein? Bem, é verdade que se perderem muito por causa disso, terão que fechar. Não que sua possível falência me afetasse, mas eu não estava ansioso para fazê-los ressentir-se comigo por isso, também.

— Pense sobre isso, senhor Rudeus… — Enquanto eu estava perdido em pensamentos, Kincho abriu um enorme sorriso para mim. — Pelo que me lembro, você tem uma irmã mais nova e uma esposa indo para a Universidade de Magia aqui, certo? Seria uma pena se as coisas ficassem desconfortáveis ​​para elas…

— Espere — interrompi. Você está ameaçando fazer algo com Norn e Roxy? — Se você colocar as mãos sobre elas, não terei misericórdia. Destruirei todo o Reino de Ranoa se for preciso para caçá-lo.

— Uh, erm, esqueça o que eu disse! Esqueça que eu disse qualquer coisa! Claro, veja, senhor Rudeus, não tenho nenhum desejo de fazer de você um inimigo. Eu sou do tipo paz e amor! Eu quero que estejamos em bons termos, juro!

— Sim, eu gostaria do mesmo, e é exatamente por isso que estou aqui falando com você.

— Certo, claro. E é por isso que eu apreciaria se você devolvesse aquela escrava. Não temos intenção de colocar nossas vidas em risco mexendo com você. Mas, bem, você entende meu dilema, não é? Se não conseguirmos recuperá-la, teremos nossas cabeças na guilhotina. Se estamos condenados a morrer de qualquer maneira, podemos tentar lutar, certo?

Eu entendi o que ele queria dizer e fiquei tão confuso quanto ele. Qualquer boa vontade que sua empresa tivesse seria perdida se cancelassem um pedido depois de receber trezentas moedas de ouro Asurana como pagamento antecipado. E com base no tamanho do depósito, podem ter desembolsado uma quantia considerável para garantir sua venda. Se a perdessem, esse dinheiro certamente os levaria à falência. Diante de seus negócios desmoronando, provavelmente recorreriam a qualquer coisa para salvá-los, por mais  sombrias que fossem suas chances. Não havia nada mais assustador do que um animal encurralado.

— Hm…

Bem, não há muito que eu possa fazer, acho. Foram os próprios erros estúpidos de Linia que a colocaram nessa bagunça. Ela pegou emprestado mais do que podia pagar, deixou seus empréstimos incharem com juros e depois caiu em um golpe ridiculamente óbvio. Ela fez sua própria cova. Provavelmente, seria melhor para ela ir para a casa dos Boreas e considerar isso como uma sentença de prisão. Pelo menos nenhuma das empregadas feras que eu vi na época de Sauros parecia estar sofrendo. Também não haveria trabalho árduo. Claro, ela provavelmente seria submetida a algumas coisas sexuais, mas pelo menos os donos da casa eram bonitos, como Philip e Eris. Eles provavelmente até a mimariam, dada sua propensão para o povo-fera. Se eu pedisse que a tratassem bem, provavelmente funcionaria.

Sim, parece bom. Vamos com isso.

— Muito bem, entendo — falei.

— Realmente?

— Sim. Vou imediatamente… — … buscar Linia para você, era o que eu queria dizer, mas engoli as palavras no momento em que me virei. Meus olhos encontraram os de outra pessoa no topo da escada. Lucie, minha filha amada, estava espiando através do parapeito acima, nos observando com preocupação das sombras.

Depois de uma pausa muito, muito longa, finalmente respirei.

— Senhorita Lilia?

— Sim, o que posso fazer por você, meu senhor?

Era certo ceder à intimidação deles, curvar minha cabeça e obedientemente entregar Linia? Minha garotinha estava assistindo, a ansiedade em seu rosto. Como seu pai, eu poderia realmente entregar o gatinho aterrorizado e trêmulo que contava conosco por proteção?

Não. Obviamente não.

— Vá para o meu quarto e pegue todo o dinheiro do meu cofre — falei.

— Como ordenar.

Lilia foi rápida. Com passos apressados, ela desapareceu no fundo da casa, voltando momentos depois com uma bolsa enorme. Eu me senti mal por fazê-la carregar algo tão pesado.

Abri a bolsa. Seu conteúdo havia sido separado em vários saquinhos cheios. Peguei um e joguei para Kincho.

— O que é isso? — Ele olhou com cautela, espiando dentro. — Ah! — Seu rosto empalideceu.

— Pedras Mágicas — expliquei. — Se você levar essa bolsa para o lugar apropriado, poderá conseguir quinhentas moedas de ouro Asurana.

— Huh? O qu…

— E aqui, tome outro. — Eu joguei um segundo para ele, que ele se esforçou para pegar. — Suspeito que a garota Dedoldia não é a única que você tem. Você também tem uma princesa Adoldiana com você, não? Estas duas estão sempre juntas, afinal.

— Huh? Oh, n-não, nós só temos um escravo — ele me assegurou.

— Mentir não vai te fazer nenhum favor. — Joguei-lhe outro saco, que ele pegou, mas a confusão em seu rosto só ficou mais pronunciada. — Só para que você saiba, se eu tiver que queimar sua loja inteira até o chão para encontrá-la, não vou me dar ao trabalho de lhe oferecer dinheiro novamente.

Kincho empalideceu.

— E-Eu estou sendo honesto, juro. Nossa única escrava é aquela garota dedoldiana. Apenas uma!

Bem, valia a pena perguntar, mas aparentemente Linia e Pursena realmente se separaram. Enquanto a primeira tentou suas cartas como comerciante viajante, a outra provavelmente voltou para casa a fim de ser a chefe de seu povo. Então elas não teriam sido pegas juntas. Pursena provavelmente estava segura em casa na Grande Floresta.

— Se você diz. Nesse caso, fique com isso em troca de Linia — falei.

— O-O quê?! Todas as três bolsas?!

Não é o suficiente para você? Devo adicionar outro? Ou você prefere um item mágico? — Peguei outro saquinho. Eu lhe darei duas mil moedas de ouro em joias, se for preciso. Vou te mostrar quanto dinheiro ganhei no ano passado, se é isso que você quer.

— N-Não, i-isso é mais que suficiente!

— Não precisa ser tímido. Muitas vezes estou longe de casa e odiaria que algo acontecesse com minha família enquanto não estou por perto. Você entende isso, não é?

— S-Sim, eu entendo…

Eu tive que levantar esse tópico, apenas no caso. Negociação por coerção, se preferir.

— E eu gostaria de estar em bons termos com todos vocês no futuro. Especialmente se a garota Adoldiana que mencionei se tornar uma escrava ou algo assim. Ou se tal coisa acontecer com uma de minhas irmãs de alguma forma. Estou apenas tentando persuadi-lo a mostrar um pouco de consideração por mim. Faz sentido?

— S-Sim, sua mensagem é cristalina. É claro que mostraremos consideração.

— Hm, devo lhe dar um item mágico, afinal? Eu tenho um chapéu com uma gema perto da banda que brilha e pode funcionar como uma lanterna.

O corpo inteiro de Kincho tremeu, o rosto contorcido de medo enquanto ele abaixava a cabeça.

— E-Eu entendo! Vamos vendê-la para você! Você mais do que nos compensou. Não temos intenção de fazer você um inimigo. Então, por favor, chega de ameaças!

     — Fico feliz por termos chegado a um acordo.

Eu venci! Uma vitória comprada com moedas – ou pedras preciosas, neste caso!

Por mais satisfeito que estivesse, não queria nenhum rancor entre nós. Ou com a família Boreas também.

— Vou escrever uma carta para a família Boreas para você. Volte aqui em alguns dias para pegá-la, e você pode trazer-me um recibo quando vier.

— Sim. I-Isso seria… uma grande ajuda.

No momento em que ele terminou de falar, Kincho acelerou, arrastando seus dois musculosos com ele.

— Ufa.

Ahaha, caramba… Fiquei um pouco nervoso e gastei uma quantia ridícula de dinheiro. Mil e quinhentas moedas em pedras mágicas? Eu só podia imaginar que a razão pela qual Lilia não disse nada até agora era porque estava exasperada.

— Meu Senhor.

— Senhorita Lilia?

— Foi um trabalho esplêndido.

— Obrigado.

Ela sorriu levemente e se curvou. Então estava disposta a perdoar meus gastos excessivos, mas eu não tinha certeza se Aisha o faria. Talvez eu devesse tentar convencer Orsted de que foi uma despesa de trabalho necessária e que eu precisava de uma compensação.

De qualquer forma, esse assunto foi resolvido. Você viu isso, pequena Lucie? Papai é perfeitamente capaz de ser assertivo com as pessoas quando precisa! Então, se você se encontrar em uma situação difícil, farei de tudo que puder para salvar você como fiz por Linia. Você não precisa se preocupar. Apenas voe direto para os braços do papai!

— Eh?

Quando me virei, ninguém estava lá. Lucie tinha desaparecido de seu lugar no topo da escada. Meu corpo inteiro caiu em decepção.

Independentemente de meus sentimentos pessoais, consegui salvar Linia, e ela viverá conosco a partir de agora… como uma escrava.

 


 

Tradução: GTC

Revisão: NERO_SL

QC: Guilherme/Delongas

 

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Vol. 18 – Cap. 02