Akira Nishino corre pelo corredor todo branco.
À medida que o alarme que anuncia a debandada soa, avança cada vez mais fundo no prédio de pesquisa. É quase como se estivesse deliberadamente se afastando do campo de batalha.
Ambos os braços estão carregando uma caixa branca.
— Haa, haa… Merda!
Ele para na frente de uma porta branca e xinga enquanto tenta estabilizar sua respiração irregular.
— Aquele maldito rato da Aliança… Agora foram e fizeram isso. Nunca esperei que incriminariam Akane… — murmura, para desabafar sua frustração enquanto abre a fechadura da porta.
Ali, há um quarto todo branco para os enfermos.
Uma garota de cabelos prateados está sentada em sua cama.
— Está acordada? Eu poderia jurar que te dei um sedativo…
A garota de cabelos prateados, Natsume, lhe dá uma adorável inclinação da cabeça.
— A dosagem deve ter sido muito baixa. Bem, tanto faz. Não é como se você pudesse me entender, de qualquer maneira.
Natsume lhe dá outra inclinação de cabeça, então olha para baixo e encara com curiosidade a caixa branca que Akira Nishino está carregando.
— …Curiosa sobre a caixa? Esta caixa vai te transformar. Você vai se tornar uma cavaleira mais forte do que até mesmo a Cavaleira Original já foi.
Quando ele abre a caixa, Natsume arregala os olhos de surpresa.
Dentro, há uma cabeça criogenicamente preservada.
Magia negra sinistra tece espirais em torno de sua pele escura e cabelo vermelho ardente.
— Surpresa? Recuperamos isso de um lugar que descobrimos com leituras mágicas anormais. Comer essa coisa foi o que permitiu que o Bruto se tornasse a fera mais poderosa que já vimos.
Um sorriso maligno se espalha pelo rosto de Akira Nishino quando ele se aproxima de Natsume.
— A magia escondida dentro desta cabeça é inacreditável. Tem uma qualidade que nenhuma das nossas magias possui… Da mesma forma que você.
Ele agarra o braço de Natsume e puxa uma seringa grande.
— O Bruto comeu dessa cabeça e evoluiu, e agora é a sua vez de se fundir com ela e se tornar a maior cavaleira do mundo. Pois bem, vamos colocar este show em andamento. Com isso, você será…
Um ptchoo rasga o ar e uma mancha de sangue se espalha pelo jaleco branco de Akira Nishino.
— Oi…?
Há outro ptchoo, e depois outro.
O corpo de Akira Nishino balança para frente e para trás enquanto o sangue se espalha ao redor dele e o cheiro de fumaça e pólvora enche o ar.
— N-Não pode… Não…
Ele cai de joelhos.
Tem alguém atrás dele segurando uma arma.
Seus saltos altos soam audivelmente e volta sua atenção para Natsume.
— N-Não, não…
Ptchoo. A arma dá um coice.
Um buraco escuro aparece na testa de Natsume. Ela cai na cama.
Sua morte foi instantânea.
A voz de Akira Nishino sobe fracamente do chão.
— Por quê? Por que você faria isso…?
A figura volta a arma para ele.
Os olhares dos dois se cruzam.
Por um breve e fugaz momento, tudo fica em silêncio.
— A morte virá para você em breve — diz o agressor. — Espero que doa.
Então pega a cabeça e a seringa e vai embora.
— Heh… Heh-heh… Bem, caramba…
Uma poça de sangue se espalha pelo chão branco.
Akira Nishino pode sentir o calor em seu corpo escorrer junto com o sangue.
— Então, é assim que termina.
Como pesquisador, ele sabe que seu agressor estava certo. Ele é um homem morto.
— E eu também estava tão perto…
Finalmente conseguiu o material que precisava para sua pesquisa.
Estava prestes a criar uma guerreira mais poderosa do que até mesmo a Cavaleira Original. E desta vez, seria capaz de controlá-la.
Ele alcança o ar vazio acima dele. Sua mão está molhada com seu próprio sangue.
Quando sua visão começa a desaparecer, olha para a cama.
— Hã…?
Foi quando viu a garota de cabelos prateados sentar-se abruptamente.
Por um momento, assume que é uma alucinação provocada por sua perda de sangue.
Afinal, a viu levar um tiro na testa com seus próprios olhos.
No entanto, a garota então se estica, se levanta e, em um piscar de olhos, se troca para uma roupa totalmente preta.
— O quê?
Mais uma vez, não acredita em seus olhos.
Ela vestiu aquele traje preto em um único instante.
Ela passa a puxar um grande saco preto aparentemente do nada e começa a embalar coisas nele.
— M-Minha câmera…
Uma coisa que Akira Nishino vê é a câmera que pensou ter perdido.
A garota coloca seu laptop dentro do saco, depois vasculha a sala e pega todos os aparelhos elétricos em que consegue colocar as mãos.
O saco fica maior à medida que enche mais e mais.
É feito de algum material que ele nunca viu. É preto, brilhante e elástico.
— Este aqui, e este aqui… Bom, agora terminei com o quarto. Agora, só resta recuperar a cabeça — diz Natsume. Seu japonês é estranhamente duvidoso.
— V-Você consegue falar?
— Sou muito fluente — diz ela com a maior fluência possível. — Agora, onde estão os dados? Apagar.
— Estão em um laboratório mais distante dentro do prédio. Faça o que quiser. Eu sabia que havia vestígios de que o histórico do navegador havia sido editado, mas nunca imaginei que você fosse o segundo rato…
Natsume lhe dá um sorriso radiante e passa por ele.
— Apenas me diga… uma última coisa… — diz enquanto sufoca. — Quem são vocês…?
— Nós somos o Shadow Garden — responde ela em um sussurro baixo. — Nós nos escondemos na escuridão e caçamos nas sombras.
Ela sai sem fazer barulho.
— O Shadow… Garden… hein…?
Ele nunca ouviu falar deles.
Será que operam no exterior? Ou são o tipo de organização que nunca mostra seu rosto na luz?
De qualquer forma, isso significa que existem grupos neste mundo com os quais Akira Nishino nunca sonhou.
— Pensei que estava tão perto… mas acho… que estava mais longe do que eu pensava…
Ele olha para a porta pela qual a garota desapareceu, e então, de repente, ela coloca a cabeça para dentro do cômodo novamente.
— Conhece o AnjoCaídoDaRebelião? — pergunta do nada.
— O Anjo Caído da Rebelião? Nunca ouvi falar disso…
— Bom. Quando o encontrar, o matarei. Marque as minhas palavras.
E com isso, ela vai embora. De verdade, desta vez.
Anjo Caído da Rebelião deve ser a organização contra a qual o Shadow Garden está lutando.
Enquanto Akira Nishino se pergunta quem poderiam ser, dá seu último suspiro.
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Os cavaleiros se reúnem na muralha da base e começam a lutar contra as feras.
As feras, por sua vez, empurram suas garras afiadas contra a muralha e a escalam praticamente como se estivessem correndo. Os esforços dos cavaleiros para detê-las são marcados pela exaustão, e o desespero começa a se infiltrar em suas expressões.
— Comandante Haitani, há muitas delas! Não podemos segurar todas!
O Cavaleiro Comandante Haitani não tem resposta para os gritos de seus soldados.
— O que está acontecendo? De onde vieram todas essas feras?
Haitani brande sua espada. As feras vacilam, e ele se move para matar.
No entanto, a muralha abaixo está coberta com mais disso. As linhas contorcidas de feras se estendem até o horizonte.
Não deveria haver tantas.
Nenhuma debandada normal tem tantas feras.
Agora, porém, estão surgindo em direção à base como se estivessem sendo atraídas para algo.
Seus números, sua ferocidade… Tudo nessa situação é anormal.
— Se ao menos ela estivesse aqui… Não, nem mesmo ela seria suficiente para virar o jogo…
Haitani percebe que deve parar de falar.
Mesmo que esteja no meio de uma batalha, ainda há uma chance de alguém ouvi-lo.
E além disso, mesmo que sua combatente mais forte, Akane Nishino, estivesse lá, não seria suficiente para parar o exército de feras batendo em sua porta.
Nesse ponto, Haitani percebe que já sabe como essa batalha vai acabar.
A única coisa que os espera é sua inevitável e inexorável derrota.
— Comecem a evacuar os civis.
— Mas Comandante, se fizermos isso…
— Tudo o que podemos fazer agora é ganhar tempo para eles.
— Está dizendo que vamos abandonar a base?!
— Isso é exatamente o que estou dizendo. — Haitani tem o olhar de um homem que já tomou sua decisão. — Mas não estamos lutando para que possamos jogar nossas vidas fora. Estamos lutando para que possamos salvar o maior número possível de pessoas.
— Comandante…
— Estou dividindo a ordem dos cavaleiros em dois grupos. Um grupo evacuará os civis através dos túneis de emergência. O outro vai ficar aqui e ganhar tempo.
— S-Sim senhor.
— Você… você fica no comando dos esforços de evacuação. Lembre-se, a vida deles está em suas mãos.
Haitani odeia futilidades.
Aos seus olhos, lutar batalhas fúteis e perder vidas por nada é um desperdício colossal.
Se há significado na luta, porém, está mais do que disposto a colocar sua vida em risco.
Haitani está determinado a lutar até o seu último suspiro, se isso significar comprar um segundo a mais para os civis evacuados.
No entanto, mesmo essa determinação pode quebrar sob o peso do verdadeiro desespero.
Esse desespero chega na forma de um rugido que soa como um trovão.
O terrível grito reverbera por tudo, exigindo a atenção de todos os presentes.
Uma vez que a tenha, a fera temível com suas enormes quantidades de mana aparece.
O comentário sufocado de um cavaleiro ainda em choque ecoa pelo campo de batalha.
— É-É o Bruto…
As garras e presas carmesim da fera cortam a escuridão.
Inspira terror instintivo em qualquer um que a contemple, como um demônio saído diretamente do mundo das histórias.
O Bruto salta rápido demais para que aqueles que o temem o imitem e balança suas poderosas garras.
O golpe que inflige é o desespero encarnado.
— O que…?! A muralha…!
Com apenas um único ataque, as garras do Bruto esculpem fissuras profundas na amurada da universidade.
Se a muralha cair, a base ficará indefesa. E serão invadidos em segundos.
Já podem imaginar isso.
Outro golpe de garra rompe pela noite.
— N-Nãããoo!
O grito é impotente para parar o Bruto.
Deveria ser, de qualquer forma.
No entanto, a garra carmesim do Bruto congela anormalmente no ar.
Está ouvindo esse grito desesperado?
Não, claro que não.
Finalmente, os cavaleiros notam a lâmina de obsidiana na qual o Bruto está empalado.
Está perfurando a enorme fera por trás. Sangue escuro escorre por sua ponta.
Um rugido de agonia irrompe da boca do Bruto.
Então, lentamente…
…sua estrutura maciça sobe ao ar.
Lentamente, cada vez mais lentamente, a lâmina ergue o Bruto no alto.
A fera foi reduzida a nada mais do que um sacrifício indefeso.
Então, sob a luz da lua, a lâmina obsidiana vira.
Um momento depois, o Bruto se divide em dois. Uma torrente de sangue negro jorra.
Ali, embaixo dela, está o homem segurando a espada.
— É-É ele… o Cavaleiro Negro! O Cavaleiro Negro está aqui!
— E-Ele matou o Bruto em um único golpe!
As vozes trêmulas aumentam em uma agitação cada vez maior.
— E-Ele está aqui para nos ajudar…?
O Cavaleiro Negro segura sua espada horizontalmente e se aproxima contra a horda tenebrosa de feras.
Todos ficam em silêncio novamente.
Os olhos dos cavaleiros estão fixos em cada movimento do Cavaleiro Negro.
Podem dizer que algo está prestes a acontecer.
Ainda não sabem o quê.
No entanto, podem dizer pela maneira como o ar circula em torno do Cavaleiro Negro que isso vai desafiar as crenças.
Ninguém mais pisca.
A única coisa em movimento é o ar.
Pedaços insondáveis de luz se reúnem ao redor da espada do Cavaleiro Negro enquanto ele continua segurando-a nivelada ao chão.
A luz então gira, espiralando em um brilho roxo-azulado enquanto converge na ponta da lâmina.
Uma nova espada roxo-azulada surge.
Ela se estende pelo chão, todo o caminho até o horizonte.
Parece não acabar nunca.
O Cavaleiro Negro se abaixa e puxa a espada de volta.
Sua voz ressoa como se estivesse saindo das profundezas do abismo enquanto ecoa por toda a área.
— EU SOU…
Uma tremenda quantidade de mana se acumula na lâmina…
— …A ESPADA ATÔMICA.
…e a lâmina se solta.
Um flash de luz corta a noite, destruindo todos os que estão ao seu alcance.
Em seu rastro, um brilho residual roxo-azulado passa e ilumina tudo o que a espada cortou.
Tudo o que os olhos podem ver está morto.
Tudo: feras, árvores e edifícios, agora em uma linha horizontal perfeita cortada por ele.
— Não é possível… Não deveria ser possível…
É como se o próprio Deus tivesse surgido e dividido o mundo em partes superior e inferior. Os cavaleiros ficam completamente impressionados com a gravidade inacreditável do que acabam de testemunhar.
— Quem…? O que é ele…? — murmura Haitani.
Ele não pode acreditar que o homem que fez isso, o Cavaleiro Negro, poderia ser humano.
O Cavaleiro Negro lentamente começa a andar. Seu casaco escuro flutua ao vento noturno.
Suas botas estalam alto contra o chão enquanto avança em direção à base.
— Eep…
Os cavaleiros se viram e tentam fugir por reflexo, e Haitani nem pensa em repreendê-los.
Ele também sabe que a resistência é fútil.
— …Abra o portão — diz.
— F-Ficou louco, Comandante?! Quem sabe o que vai acontecer se deixarmos aquela coisa entrar?!
— E? Não é como se tivéssemos outras opções.
— Mas, Comandante…
— Nenhum de nós é poderoso o suficiente para impedi-lo, então temos que apostar em qualquer pequena chance que tenhamos. E ele parou a debandada.
Enquanto Haitani fala, desce a muralha e abre o portão.
O Cavaleiro Negro entra na base sem hesitar.
Os cavaleiros se debruçam uns sobre os outros para sair de seu caminho.
Nenhum deles tentou impedi-lo.
O Cavaleiro Negro continua como se fosse a coisa mais natural que se possa imaginar.
Todos os presentes entendem uma coisa: se alguém no mundo pode alegar ser forte, é ele.
— Espere…
Haitani tenta falar com ele.
No entanto, sua voz falha.
Ele percebe, vagamente, que é porque está com medo.
Finalmente, consegue ecoar um grito rouco.
— E-Espere, por favor… O que você quer? Por que está aqui no Messias…?
Ele espera ser totalmente ignorado. O Cavaleiro Negro pode nem tê-lo ouvido.
Para sua surpresa, porém, o Cavaleiro Negro para e murmura suavemente:
— Chegou a hora. A porta das trevas está aberta, e o mundo avança para um novo campo…
Ninguém presente entende o que ele quer dizer.
No entanto, suas palavras têm um peso que todos podem compreender.
O Cavaleiro Negro sabe tudo, sem dúvidas.
Ele sabe por que o Japão acabou assim. De onde surgiram as feras. Tudo. Ele vê a forma que o mundo ainda está para tomar.
Certamente é por isso que não o entendem.
— Quem… Quem é você, exatamente…? — Haitani pergunta quando o Cavaleiro Negro vai mais longe.
— Meu nome é Shadow. Me escondo na escuridão e caço nas sombras.
— Você se esconde na escuridão… e caça nas sombras…
Haitani o observa partir.
Ele se pergunta se algum dia chegará o dia em que entenderá o que Shadow quis dizer com isso.
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Meu casaco preto esvoaça enquanto desapareço na escuridão.
É a saída perfeita; lenta, sem pressa e deixa para trás a impressão de poder absoluto.
— Heh-heh-heh… Acertei em cheio!
Provavelmente ainda estão tremendo de admiração com a eminência nas sombras que apareceu do nada e obliterou as feras com força esmagadora.
Além disso, passarão anos ponderando sobre as palavras misteriosas com as quais os deixei.
— Os agentes das sombras nunca morrem. Eles vivem para sempre nos corações daqueles que testemunham suas ações.
Enquanto observo furtivamente meu público de um telhado, sinto uma presença familiar atrás de mim.
— Beta… Você veio — digo, voltando para minha atuação de Shadow.
Ela faz seu próprio ato do Shadow Garden e se ajoelha diante de mim.
— Sim. Estou atrasada.
Por alguma razão, está falando em japonês.
Mas por quê?
— V-Vejo que aprendeu japonês…
— Sim. Graças ao Senhor Shah-dou, sou muito fluente.
Isso não é exatamente o que eu chamaria de fluente, mas ela é claramente competente o suficiente para se fazer entender.
Essa gramática estranha e instável meio que me lembra de alguém, mas não posso apontar quem.
Nenhum dos meus conhecidos surge em mente, então provavelmente não é tão importante.
Mas tenho que dizer, não esperava que Beta aprendesse japonês tão rápido.
— De qualquer forma… o que tem na bolsa?
Ela está carregando uma bolsa enorme feita de slime nas costas.
Parece o Papai Noel carregando seu grande saco de presentes.
— Reuni os você-sabe-que. Agora estamos mais fortes.
— Os você-sabe-que…?
Tenho certeza de que não sei o quê, mas acho que ela está apenas seguindo nossa rotina padrão.
— Muitos conhecimentos. Como foi dito há muito tempo, Lorde Shah-dou. Todos os conhecimentos têm ligações comuns. Você estava certo! O padrão Sai-fur está ligado! Aprendi japonês! Muitas outras ligações! Conhecimento todo conectado! Isso é incrível!
— Ah, sim. Faz sentido.
Isso não fazia sentido. Tudo o que consegui com isso foram os golpes em japonês da Beta.
— E como está o andamento do plano?
Não havia realmente um plano, mas sinto vontade de mudar de assunto.
Estamos muito longe do roteiro neste momento, mas Beta faz um trabalho perfeito mantendo o meu improviso.
— Tudo no lugar. Encontrei o que procurávamos.
— Entendo… Então, tudo está no lugar.
— A porta está aberta. Lidere o caminho.
— Entendo… Então, o líder inimigo…
Quando volto minha atenção para a direção em que Beta está apontando, sinto um par de assinaturas mágicas incomuns.
Ela deve ter encontrado o próximo grande evento para mim.
Você se saiu bem, Beta.
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Uma figura sombria corre por um túnel subterrâneo escuro.
Carrega uma cabeça decepada e, de vez em quando, lança um olhar preocupado por cima do ombro.
Eventualmente, para na frente de uma grande mala com rodas no final do túnel.
— Acabou… Finalmente acabou.
A voz da figura é feminina.
Ela recupera uma lanterna e usa sua luz para abrir a mala.
Lá dentro, há uma jovem dormindo abraçando os joelhos.
A jovem tem longos cabelos negros e está vestida com um uniforme da ordem dos cavaleiros. É Akane Nishino.
— É tudo culpa sua. Tudo o que aconteceu, tudo o que está prestes a acontecer… é tudo por sua causa — diz a mulher.
Ela abaixa a cabeça e puxa algo em forma de seringa do bolso.
É quando uma nova voz ecoa pelo túnel.
— Parece que eu estava certo. Você era a culpada.
Pertence a um garoto.
— Quem está aí?!
A mulher gira para trás e aponta sua lanterna em direção de onde a voz saiu.
Sua luz revela o garoto parado na escuridão. Ele tem cabelos e olhos negros, e parece totalmente despretensioso. É o tipo de jovem comum que pode encontrar em qualquer lugar.
— Minoru…? Como você está aqui?
— Você provavelmente pensou que eu estava morto, não é… Dra. Yuuka?
— ……
A expressão da mulher congela.
Com certeza, ela é a médica vestida de jaleco da base, Dra. Yuuka.
— Quero dizer, foi você quem deu a ordem para me matar.
— …Isso mesmo, fui eu. Trabalho inteligente, descobrindo isso.
— Suponho que você matou o gor… Saejima também?
Ela admite isso com naturalidade.
— Isso mesmo.
— Foi estranho, sabe. Eu não tinha feito nada para fazer as pessoas quererem me atacar. A única explicação que fazia sentido era se você fosse a assassina.
— Vejo que não terminaram o trabalho.
— Não. Ainda estou vivo e bem. Então, por que você fez isso, Dra.?
A Dra. Yuuka sorri friamente.
— Quer uma explicação?
Ela puxa uma pistola do bolso do jaleco e aponta para Minoru.
— …Essa é a arma que você usou para matar Saejima?
— A própria. Matá-lo foi como tomar doce de criança. Quando estão de guarda baixa, os cavaleiros são apenas pessoas comuns. Você pode matar com nada mais do que um pouco de… bang.
Ela puxa o gatilho.
Uma bala cai no chão aos pés de Minoru, soltando uma pequena chuva de faíscas.
Minoru não se contorce, um fato que ela considera com alguma surpresa.
— Você não se assusta fácil, não é? Ou está tão assustado que nem consegue se mover?
— Por que você o matou?
— Ele era nosso infiltrado. Uma vez que tínhamos o que precisávamos, nos livramos dele — responde ela com um sorriso encantador.
— Nós?
— Sou uma espiã da Aliança.
— Ah, entendo. Então, o que está atrás da base?
— É disso que a Aliança está atrás, certamente, mas não eu. — Ela cerra os punhos. — Meu objetivo é a vingança.
— O que quer dizer?
— Por onde começar… Você sabe quem ela realmente é, lá no fundo?
A Dra. Yuuka olha para o corpo adormecido de Akane.
— É uma garota muito má que matou um monte de gente.
— Huh.
O garoto parece quase indiferente. A expressão da Dra. Yuuka endurece.
— Você não acredita em mim. Acha que estou mentindo, não é?
— Oi? Não. Tenho certeza que você…
— Tudo bem. Vou te contar tudo. Vamos ver como você se sente quando souber como ela os matou.
— Digo, se você quiser.
Os lábios da Dra. Yuuka se contorcem quando ela começa a contar sua história. Sua expressão não suavizou nem um pouco.
— Eu morava em Arcádia com meu marido. As coisas não eram fáceis, mas éramos felizes. Bom, meu marido era um pesquisador. Ele estudava os Despertos ao lado de Akira Nishino.
— Certo…
— Um dia, sua pesquisa deu frutos, e criaram o primeiro cavaleiro em todo o Japão: uma garota de cabelos negros e olhos vermelhos que chamaram de Cavaleira Original.
Ela olha para Akane Nishino enquanto fala.
Isso me parece estranho.
— Se bem me lembro, pensei ter ouvido dizer que a Cavaleira Original tinha cabelos dourados.
— No começo, o cabelo dela era escuro. Mas Akira Nishino não estava satisfeita com seu poder. Ele começou a se envolver em pesquisas proibidas na tentativa de torná-la ainda mais forte. Foi isso que tornou seu cabelo dourado.
— Oh, huh…
— E também se tornou poderosa. Eventualmente, porém, esse poder ficou fora de seu controle. Meu marido tentou várias vezes parar Akira Nishino, mas nunca conseguiu. Foi então que aconteceu.
Ela abaixa a cabeça. Seus lábios estão tremendo.
— Um dia, a Cavaleira Original entrou em fúria e massacrou o povo de Arcádia. Meu marido foi uma das vítimas; eu o segurei em meus braços quando morreu. Segui Akira Nishino e a Cavaleira Original depois disso, e quando os encontrei alguns anos depois, sabe o que estavam fazendo? Continuando sua pesquisa como se nada tivesse mudado. Destruíram Arcádia e mataram meu marido, e pretendo fazê-los pagar.
Ela range os dentes enquanto continua.
— Já cuidei de Akira Nishino. Assim que lidar com a Cavaleira Original, estará tudo acabado. E no caso de não estar claro o suficiente até agora, ela é a Cavaleira Original.
Ela olha para a garota embalando os joelhos enquanto dorme.
— …Você vai matá-la?
— A morte seria boa demais para ela. Depois de todos os horrores que ela causou, agora está tentando esquecer o que fez. Bem, não vou deixar. Vou forçá-la a se lembrar de tudo…
A Dra. Yuuka pressiona a ponta da seringa contra o pescoço de Akane e olha para Minoru.
— Fique onde você está. Sabe que tipo de experimentos Akira Nishino estava realizando nessa garota? Ele fez a Cavaleira Original injetando fluidos corporais de feras purificados um pouquinho de cada vez. Ela é um monstro com pedaços humanos e de feras misturados dentro dela. Agora, o que acha que vai acontecer… se eu injetar nela os fluidos do Bruto?
Ela enfia a seringa e deposita sua carga.
Akane abre os olhos.
Seu corpo esguio convulsiona, e magia dourada começa a sair dela.
Quando ela se levanta, seu cabelo brilha em dourado.
— Agora… é isso que você realmente é.
A boca da Dra. Yuuka se curva em um sorriso cruel. Akane vira os olhos vidrados para ela.
O rosto de Akane está inexpressivo, e seus olhos frios e vazios.
Ela casualmente empurra o braço direito para frente.
Seu braço se move como se estivesse sendo atraído para algo, então perfura o coração da Dra. Yuuka.
A Dra. Yuuka não resiste.
Em vez disso, apenas se inclina para Akane e sussurra em seu ouvido:
— Essa… é a minha vingança.
Ela ri. Seus lábios estão molhados de sangue.
Então, curva os joelhos e ri até que sua última gota de vida desaparece.
— Ah… Ahh… Ah…
Os olhos de Akane transbordam.
Tremendo, olha para o braço encharcado de vermelho.
— Ahhhh… Ahhhhhhhhhhhhhhh!
Ela rasga seu cabelo com a mão ensanguentada.
Seus gritos são tingidos de tristeza.
— AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!
Partículas douradas voam de seu corpo. Envolvem seus arredores, depois explodem.
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Akane Nishino sente como se estivesse olhando para algum tipo de mundo distante e desconhecido.
Em seu coração, no entanto, sabe que tudo está acontecendo bem na frente dela.
Sabe muito bem que a sensação de seu braço rasgando a carne e a visão da Dra. Yuuka desmoronando são terrivelmente reais.
Sabe, porque se lembra de ver a mesma coisa acontecer há muito tempo.
Ela se pergunta o que, exatamente, aconteceu naquela época.
Se pergunta quantas pessoas matou.
As lembranças voltam assim como a sensação em seu braço.
— Ahhhh… Ahhhhhhhhhhhhhhh!
As memórias estão gravadas profundamente em seu coração. Elas nunca irão embora.
Ela esmagou cidades, massacrou pessoas e destruiu Arcádia, tudo porque não conseguia controlar sua magia e seus impulsos.
Parecia que estava olhando para um mundo distante naquela época.
Por causa disso, sabe o que está prestes a acontecer.
Pode sentir sua magia começando a correr solta.
Isso dói.
— AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!
Partículas douradas engolem seus arredores e explodem.
O garoto de cabelos negros é pego na explosão e sai voando.
— Ah… Ahhh…
Quando sua magia finalmente se acalma, tudo em um raio ao seu redor é destruído.
Os escombros ficam empilhados ao seu redor, e ela pode ver as estrelas através do buraco recém-formado acima.
O garoto de cabelos negros está longe de ser visto.
Akane fica ali, petrificada.
No entanto, apesar da profunda tristeza em seu coração, não consegue mudar sua expressão. Esse fato também dói.
Então, ouve algo atrás dela.
Se vira e vê um homem com um casaco preto parado no topo dos escombros.
É o Cavaleiro Negro.
A lua paira bem alto em suas costas enquanto ele puxa sua lâmina obsidiana.
— É uma bela noite para cortar o passado de alguém…
Ele levanta a espada em direção ao céu.
Uma rajada de vento sopra entre os dois.
— Aqui vou eu.
Com isso, ele voa pelo céu.
Não… para trás!
O corpo de Akane se move por conta própria, sem se importar com seus gritos internos.
Magia dourada brota de todo o seu corpo. Ela voa para o ar.
O negro e o dourado colidem.
E quando o fazem… o dourado esmaga o negro.
Outra pessoa morta por suas mãos.
Akane olha para o braço que usou para perfurar o Cavaleiro Negro e sente uma onda de algo quase como resignação sobre ela.
Seu braço está coberto por um líquido preto e pegajoso.
É o sangue do Cavaleiro Negro. Não, espere… não é isso.
Uma voz soa por trás dela.
— Essa foi a minha pós-imagem.
Ela gira nos calcanhares e encontra o Cavaleiro Negro parado, tão calmo quanto é possível.
Ela tem certeza de que sentiu seu braço apunhalar o Cavaleiro Negro, mas ele não tem nem um arranhão.
— Ahhhhhhhhhh!
Seu corpo corre para a frente, determinado a caçar o Cavaleiro Negro.
No meio de seu avanço, no entanto, chega a uma parada repentina.
Ela não sabe quando chegaram lá, mas há correntes enrolando em torno de seus braços e pernas e restringindo seus movimentos.
Então pensa no líquido preto que encontrou em seu braço. Ele fez aquilo para armar isso?
— Agahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!
Sua magia luta e tenta atacar, e ele a repreende em um tom tranquilo.
— Não adianta. Ninguém pode escapar da prisão das correntes negras.
Suas botas batem no chão enquanto ele se aproxima lentamente dela.
Magia roxo-azulada se reúne em sua lâmina negra.
É terrível e lindo de se ver.
Akane está atordoada e sem palavras.
Ela percebe então que vai morrer.
Tudo finalmente vai acabar.
Seu corpo se enfurece, mas seu coração está calmo.
A lâmina dele corta, e a visão de Akane é inundada com uma luz roxo-azulada.
Quando sua consciência começa a desvanecer, ela ouve uma voz familiar.
— A partir de agora…, tente parar de ser sequestrada toda hora.
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Beta observa através de uma lacuna nos escombros enquanto a magia roxo-azulada cura Akane.
— Tee-hee-hee… Isso é magnífico.
Ela usa a câmera digital em sua mão direita para capturar uma imagem de seu estimado mestre e, ao mesmo tempo, usa sua mão esquerda para escrever passagens de As Crônicas do Mestre Shadow. Esse é um grande truque.
— Esta câmera pode preservar a imagem do Lorde Shadow em toda a sua gloriosa majestade. É como se esse dispositivo tivesse sido inventado apenas para mim.
Ela enxuga a baba escorrendo pelo queixo antes de empacotar a câmera e o manuscrito.
Vendo que seu mestre chegou a um bom ponto de parada, ela o chama.
— Estamos todos prontos para ir, meu lorde.
Ele calmamente se vira para ela.
— Ah, Beta.
— O plano está completo? — pergunta ela.
— Huh? Uh, sim. Claro.
— Muito bem. Então, vou começar.
Com isso, Beta pesca a cabeça cortada dos escombros.
Ela já terminou de analisar a Rosa Negra.
— Eh…?
— Assim… E assim, provavelmente… Pronto!
Ela joga a cabeça no ar, impregna sua espada com magia e a usa para empalar a cabeça.
A escuridão começa a se espalhar, formando um buraco negro crescente.
— Aah… Eu realmente não entendi isso, mas bom trabalho, Beta.
— V-Você é muito gentil, meu lorde! Isso não foi nada!
Beta fica tão comovida com o elogio inesperado, que todo o seu corpo treme antes que ela possa se conter.
— Muito bem, vamos sair daqui. Tipo, agora. Vamos, não temos tempo a perder.
— Sim senhor.
— Aqui vamos nós, Beta! Jerônimooo!
Sem hesitar por um momento que seja, seu lorde pula diretamente no buraco negro.
Beta o observa ir, mas quando está prestes a seguir sua liderança, percebe algo.
— Isso… não vai servir.
O saco preto que está carregando está tão apertado e cheio que parece uma pequena montanha.
Dentro estão todas as ferramentas e documentos que coletou durante seu tempo no Japão.
O plano era levá-los todos de volta para que pudesse estudá-los, mas há um problema: o buraco negro é muito pequeno.
Mal é grande o suficiente para ela passar, imagine então todo o seu saque.
E para piorar as coisas, está lenta mas seguramente começando a encolher. Em alguns minutos, estará completamente fechado.
— Haa… Mas coletei tanta coisa…
Lágrimas brotam em seus olhos quando abre o saco e despeja seu conteúdo.
Ela começa a vasculhar a pilha em busca de qualquer coisa pequena o suficiente que possa carregar na mão.
— Isso… Esse não… Esse definitivamente também não… Isso talvez sirva… Hmm?
Então, de repente, registra a presença da jovem no chão.
Graças à maneira como o mestre de Beta a curou, o cabelo da jovem voltou de sua tonalidade dourada anterior ao seu belo tom original de preto. Ela está dormindo em paz no chão.
— Estou tendo uma boa ideia.
Um sorriso perverso se espalha pelo rosto de Beta enquanto ela olha para a mulher em repouso.
Há muito que ela pode levar.
Isso significa que precisa priorizar os recursos e fontes de conhecimento mais valiosos que puder encontrar.
— O melhor seria levar um espécime local!
Beta envolve a mulher de cabelos escuros em slime e a embala com alguns dispositivos menores, bem como a câmera digital.
— Agora estamos indo.
Ela enfia o saco preto no buraco, depois pula atrás dele.
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— Shadow está de volta?
No momento, Alpha está ouvindo um relatório enquanto estava no escritório do diretor do Hotel Mitsugoshi Deluxe.
No momento em que ouviu sobre Shadow sendo sugado para a Rosa Negra, imediatamente correu para o Reino Oriana para assumir o comando da operação de controle de danos.
— M-M-M-M-M-Mestre Shadow está de volta?!
Epsilon, que está trabalhando ao seu lado, se levanta tão rápido que derruba a cadeira.
— Acalme-se, Epsilon.
— M-Mas, Alpha…
— Ele tinha algum tipo de objetivo importante que estava realizando, e sabíamos que tinha os recursos para seu retorno ao alcance. Nunca houve dúvida sobre se ele voltaria ou não.
— A-Acho que você está certa, mas estou tão feliz que ele esteja seguro.
— Onde ele está agora? — Alpha pergunta a Victoria, que está parada na frente da porta.
— Está indo para o Reino Midgar com bastante pressa.
— Por que a pressa?
— Ele parecia estar preocupado com a rapidez com que as férias de inverno da academia estavam terminando.
— Entendo. Então pode haver algo importante acontecendo lá. Algo relacionado ao Culto, ou talvez até a Diabolos…
— Entendido, madame. Devo recordar que Zeta está com ele.
— Zeta? Quando ela voltou?
— Não está claro, madame.
Alpha solta um breve suspiro.
— Aquela garota tem habilidades, com isso concordo, mas ela realmente precisa se reportar com mais frequência.
— Além disso, Beta também voltou. Diz que trouxe uma série de coisas interessantes de volta com ela.
— Ah, então foram com um objetivo. Onde ela está?
— Ela está…
Antes que Victoria possa terminar sua frase, a porta se abre e uma garota de cabelos prateados entra.
— Estou de volta, pessoal!
— Bom trabalho lá fora — diz Alpha. — Na verdade, antes de cumprimentá-la, tenho que perguntar: o que é isso?
Beta está arrastando uma grande bolsa preta atrás dela.
— Vamos ver — diz ela, e começa a retirar orgulhosamente vários objetos eletrônicos. — Tenho uma câmera digital, um laptop, um tablet… E são todos incríveis! Quero dizer, estamos falando de algumas coisas revolucionárias aqui! Tudo o que precisam é de eletricidade, e podem fazer todos os tipos de coisas!
Alpha aponta para a bolha visivelmente em forma humana.
— Isso é tudo fascinante, mas eu estava perguntando sobre aquilo que se parece com uma pessoa.
Epsilon concorda com a cabeça.
— Isso é, hm… — Beta faz uma pausa e inclina a cabeça em pensamento. — Uma… amostra… de conhecimento? Ou melhor, um manual, talvez? Algo assim.
— Devo dizer, parece muito com um ser humano.
— Bem, não olhei para isso com nenhum rigor adequado, mas para ser precisa, é um espécime do outro mundo, um que suspeito ser quase indistinguível de um humano.
A resposta pedante de Beta lhe rende uma sobrancelha franzida de Alpha.
— Bem, certifique-se de cuidar bem dela.
— Quem, eu? Eu só ia entregá-la para Eta…
— Você a encontrou, então é sua responsabilidade. Uma vez que você começa algo, é importante ir até o fim. E além disso, quem sabe o que Eta faria com ela se tivesse total liberdade?
Beta abaixa a cabeça desanimada.
— E-Esse é um bom ponto…
— Pode me informar sobre todos os detalhes mais tarde. Escreva um relatório sobre tudo o que aconteceu lá e todas as coisas que você trouxe.
— C-Claro. Já vou começar.
— Além disso, há algo que você deve saber. No que diz respeito à situação com a Número 666…
A reunião do conselho administrativo do Shadow Garden continua até tarde da noite.
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Akane acorda em uma sala branca.
E se sente bem. Muito bem. Seu coração está calmo e ela não consegue se lembrar da última vez que acordou sentindo-se tão revigorada.
— Onde estou…?
Ela vasculha o ambiente, nervosa.
No começo, acha que está em um dos laboratórios da universidade, mas o equipamento é muito primitivo para isso.
— Não consigo… não consigo ler nada.
Há algo escrito na parede, mas ela nem sequer reconhece em que língua está.
— O que aconteceu comigo…?
Akane se lembra de tudo.
Lembra de seus pecados, lembra de aceitar a morte, lembra da luz suave e da voz dele envolvendo-a no final; de tudo.
Seu coração está calmo o suficiente agora para aceitar as coisas como elas são.
— …Sinto muito.
O pedido de desculpas é dirigido àqueles que injustiçou.
Dra. Yuuka, o povo de Arcádia… Todos morreram por suas mãos.
O irmão dela pode ter sido aquele que começou tudo, mas do jeito que ela vê, foi sua própria fraqueza que resultou em tanto dano.
Passou tanto tempo querendo chegar a um acordo com o passado, mas nunca teve a força para tal.
Agora, no entanto, tem.
— Era você, Minoru… não era?
Foi a voz dele que ela ouviu. Ela tem certeza disso.
— Sei que você sobreviveu. Você não muda nunca, não é…?
Uma única lágrima escorre pelo canto de seu olho.
Se ele ainda estiver vivo, então ela pode ser forte.
— Espere por mim, Minoru. M-Matei muitas pessoas, mas vou salvar muitas mais. Então, por favor, espere que eu termine de pagar por meus crimes…
E com isso, partículas douradas começam a flutuar ao seu redor.
Tradução: Taipan
Revisão: NERO_SL
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