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Sobre Quando Reencarnei Como um Slime – Vol. 04 – Cap. 03.3 – Para Terras Humanas

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Uuhuuuuuuul!

Havia algo em visitar as grandes cidades que sempre fazia a minha adrenalina aumentar. Começar em um jornada sozinho como essa, sem me incomodar com nenhuma outra obrigação, me fez sentir livre pela primeira vez em muito tempo. Gostei dessa sensação e não podia perder a oportunidade.

Claro, havia um objetivo do qual não podia me esquecer enquanto atravessava as terras humanas. Tinha aqueles sonhos com as crianças, sim, e tentar garantir algumas novas rotas de comércio para nossas poções, mas não tinha me esquecido do meu objetivo original: encontrar uma ou duas pessoas do meu antigo mundo. Pessoas como Shizu e seus dois aprendizes, ambos “de outro mundo”, como ela disse. Quando mostrei a ela um pouco de como era o Japão atual, ela também me deu alguns detalhes de suas memórias.

Yuuki Kagurazaka e Hinata Sakaguchi. Eu queria ver os dois, mas, honestamente, aquela senhorita Hinata Sakaguchi meio que me assustou. Ela era o tipo de pessoa que não confiava em nada além de seus próprios poderes para sobreviver. Até dez anos atrás, ela se equiparava ao poder de Shizu ou era até superior, o que me enervou.

Podia ser melhor salvá-la mais tarde e procurar por Yuuki primeiro. Ele era considerado o grande mestre da Guilda Livre, a posição mais elevada da organização, então também devia ser bastante capaz. Se eu tivesse seu apoio como monstro, não poderia pedir alguém melhor em quem confiar.

Memorizei todas as coisas que queria fazer enquanto os pensamentos sobre as cidades humanas que eu ainda estava para ver passavam pela minha mente. Já fazia quase dois anos desde que reencarnei neste mundo, e, agora, poderia finalmente interagir um pouco com suas nações.

Nossa fortaleza estava nas profundezas da floresta, atrás da montanha com a caverna em que Veldora foi selado. O Reino dos Anões estava a nordeste de nós, O Reino Animal de Carillon a sudeste e Blumund a oeste.

No momento, três rodovias estavam em construção saindo de Tempest. A primeira se ligando ao Reino dos Anões, que estava quase completa. A segunda, levando a Eurazania, tinha apenas começado a ser construída. E a terceira, que se dirigia ao Reino de Blumund, começaria a ser construída em pouco tempo, imaginei. Havia, falando de modo geral, dois caminhos entre nós e Blumund: uma trilha que mergulhava direto na floresta e outra que circulava até Farmus antes de chegar a Jura. Esse caminho demorava mais, mas com todos os perigos da floresta, a rota de Farmus era a mais segura, caso tivesse tempo.

O grupo de Kabal geralmente escolhia esse; envolvia começar em uma das rodovias de Farmus ou do Reino dos Anões e pegar um desvio para a floresta no meio do caminho. Essas eram trilhas para caminhadas difíceis, é claro, originalmente cheias de animais. Portanto, fazer uma viagem de ida e volta de Blumund a Tempest era uma tarefa difícil. Poderia pegar uma diligência no caminho, como Kabal disse, mas poderia não ter tanta sorte no caminho de volta, especialmente se estivesse em um grupo de três ou mais.

Como resultado, mesmo um percurso direto levava entre duas a quatro semanas, o que mostra quão impossível é agendar qualquer compromisso com precisão. O mau tempo ou um encontro com um monstro errado poderia atrasar ainda mais as coisas. Seria uma jornada na qual se arrisca a vida; Kabal considerava sua familiaridade com isso uma fonte de orgulho.

Então, ele e eu discutimos tudo enquanto nos preparávamos para partir. Para eles, ouvir sobre uma nova rodovia abrindo uma rota oficial de Tempest para Blumund foi uma verdadeira revelação.

— De que tipo de trilha você está falando…?

— Hmm? Não prometi a você que construiria uma rodovia para Blumund?

— N-Não, você prometeu, mas… Está sendo rápido demais, não está?

Hmm. Sério mesmo? Era um cronograma ambicioso para os padrões da minha antiga empresa, mas com a equipe de monstros que eu tinha à disposição, parecia viável o suficiente. Eu devia estar me acostumando a este mundo.

— Não é tão rápido, não — aconselhou Geld. Ele estaria deixando a cidade conosco, para que pudesse se reunir com suas equipes de trabalho no campo. — Estou trabalhando bastante, mas ainda sou capaz de mais. Preciso fazer tudo o que puder para merecer estar ao seu lado, Senhor Rimuru.

Gido, Elen e Kabal pareciam atordoados.

— Sim, hum, Geld pode achar isso, mas, para mim, esse tipo de velocidade de construção é uma loucura! Quero dizer, mesmo com uma rodovia financiada nacionalmente como a que estamos atravessando, esse nível de qualidade não seria possível…

— Não, não nesta velocidade. Nem mesmo se usasse uma equipe de magos de classe feiticeiro no trabalho.

Realmente não sei o que há com esses caras. Eles ficam tão maravilhados com as menores coisas. Mas tenho certeza de que Kabal e seu grupo se acostumarão com tudo em breve.

— Bem, não precisa se preocupar com isso — falei, tentando mudar o assunto para coisas mais positivas. — Rapaz, essa vai ser uma viagem e tanto! Espero que você se divirta me guiando, Kabal.

A menção de seu nome fez Kabal sair do tipo estranho de torpor em que estava. Ele acenou com a cabeça, meio em pânico, e embarcou em nossa carroça de lobo.

Viajamos um pouco depois disso, mas, por algum motivo, nossos companheiros humanos não pareciam muito alegres. Eles olharam para mim, parecendo um pouco duvidosos da coisa toda. Talvez estivessem esperando passar mais do que uma noite em Tempest antes de voltar para a estrada. Na verdade, chegaram no horário programado, uma noite depois de eu ter concluído todos os meus preparativos. Fiquei um pouco mal por isso, mas saímos cedo na manhã seguinte, conforme planejado.

— Ei, isso não será problema.

— Sim, você tem sido muito bom para nós, Chefe.

— Ooh, claro, é para isso que estamos aqui!

Todos eles pareciam ter aceitado a nossa partida rápida, mas… decidi perguntar.

— Hmm, talvez eu devesse deixar vocês ficarem na cidade um pouco e descansarem primeiro?

— Oh, não, Chefe! — Kabal balançou a cabeça vigorosamente. — Esta carroça foi muito bem construída, então eu estava apenas me culpando por toda a dor que tivemos que passar para chegar aqui, fazendo uma comparação!

— Nossa, falou mesmo! — exclamou Elen, claramente esperando por isso. — Digo, que tipo de coisa, quero dizer, carroça de lobo é essa? Não senti nem mesmo um solavanco durante esse tempo todo.

— Sim, com certeza! Estou tão confortável que nem parece que estou em uma jornada!

— Bem, esperem, esperem! — Tive que parar Elen e Gido antes que eles ficassem ainda mais vermelhos. — O que quer dizer com não sentiu nenhum solavanco? A carruagem está tremendo o tempo todo!

Em estradas como esta, planejadas, mas ainda sem pavimentação, as rodas quicavam com cada pedrinha que atropelavam. Percursos como esses a vinte, vinte e cinco milhas por hora causavam muitos tremores. Realmente me fez desejar que as estradas já estivessem prontas. Mas Elen apenas riu do meu comentário.

— Hah! Para mim isso mal conta como solavancos! Em primeiro lugar, as carroças normais não conseguem correr tão rápido e, se fizessem isso, colocariam os passageiros em todo tipo de problema!

— Bota verdade nisso — exclamou Gido. — Com uma carroça puxada por cavalos, é certo que sua bunda vai ficar quadrada. Ande em uma por tempo o suficiente e você terá dores por todo o corpo! Isso aqui nem conta como solavancos, uma carroça de cavalos, em comparação, te faria chorar!

— Ele está certo, Chefe. Estar em uma jornada tranquila como esta ao invés de ter alguém dizendo “Cara, isso é uma merda” ou “Vocês ainda estão cansados?”… Quer dizer, me faz pensar por que passamos por toda aquela merda até agora, só isso. Especialmente se você tiver que se preparar para explorar terras desconhecidas, tendo que tomar cuidado com os monstros que podem pular em você a qualquer momento. Algo tão fácil como isso não conta como uma jornada!

Bem, o que vocês querem de mim, pessoal? Ainda é uma jornada, de qualquer maneira, não é?

— Sim, bem, de qualquer maneira, apenas relaxem. Kaijin não disse nada desse tipo quando fomos para o Reino dos Anões nesta carroça. Não acham que estão exagerando um pouco demais?

— Não.

— Não!

— Claro que não, não mesmo…

Ugh. Como eu disse, o que querem de mim?

— Bem, olha, isso ainda é uma jornada, sabe? Apenas uma forma diferente de viajar.

— Não, Chefe — respondeu Gido —, o que eu estou dizendo é que você é louco de pensar assim.

— Sim! Quero dizer, quanto mais fácil, melhor, mas…

— Exatamente, e Kaijin não disse nada parecido porque ele e seus companheiros construíram esta carroça. Ele está feliz com isso porque tem a sua aprovação, Rimuru. É provavelmente por essa razão que não parecia certo afirmar o óbvio. Além disso, meu deus, por que Kaijin e Garm estão morando com vocês, afinal, Chefe? Isso não é estranho?!

Parecia que eles não conseguiram esconder o choque por ter alguns dos melhores artesãos anões da terra vivendo ao lado de monstros como nós.

— Qual é o problema? Eles são nossos amigos. E se você não gosta de uma jornada agradável e tranquila, ao invés disso podemos caminhar.

— Bem, não, hm…

— Eu acabei de dizer, quanto mais fácil melhor!

— Eu não gostaria nada disso, Chefe!

Se estivessem tão insatisfeitos com uma viagem confortável, imaginei que ficariam muitos ansiosos com a minha sugestão. Mas acho que não, que pena.

— Certo, então o assunto acabou, pessoal! Que tal conversarmos um pouco mais sobre a cidade em que vocês moram?

Murmuraram alguns “mas” e “aww” sobre isso, mas até eles tiveram que admitir que uma carroça de lobo era incrível, então mudaram de assunto. Ninguém me deu esse tipo de feedback durante minha última jornada. Foi engraçado ver esse tipo de diferença no bom senso entre os meus amigos. Estava planejando comprar um cavalo e uma carroça assim que chegássemos a Blumund, mas como ficaram tão animados para caminhar, talvez não devesse me incomodar com isso.

 

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Então a viagem continuou sem incidentes. Tínhamos saído ao nascer do sol e já passava do meio-dia

— Não consigo acreditar nisso — murmurou Kabal. — Essa montanha agora parece tão pequena

Gido e Elen concordaram acenando com a cabeça. Bem, sim, pessoal. Um lobo estelar é um monstro de classificação B por si só e, ao contrário de um cavalo, não precisa descansar depois de percorrer essa distância. Foi, no máximo, uma corrida leve para o padrão dessa espécie. Ele poderia continuar praticamente para sempre nesse ritmo.

Sorri ironicamente para Kabal quando Geld se virou para mim.

— Senhor Rimuru, o que comeremos no almoço? Há uma casa de repouso bem à frente.

Já preparado, ele marcou para comermos em um ponto de passagem próximo.

— Boa, Geld. Vamos fazer uma pausa e comer por lá!

Isso melhorou o clima geral. Apesar de todas as reclamações iniciais, os aventureiros já estavam se acostumando a viajar em uma carroça de lobo luxuosa, até mesmo ficaram apreciando a vista das janelas. Haja egocentrismo.

Assim que chegamos à cabana, Geld saltou do assento de cocheiro. O lobo estelar que nos puxava era um dublê do corpo de Ranga, então não havia nenhuma necessidade particular de cuidar dele. Estávamos simplesmente sendo guiados pela estrada como se tivesse piloto automático. Geld, no entanto, se ofereceu para ocupar o assento de cocheiro do mesmo jeito, alegando que ocuparia muito espaço se não fizesse isso. Amo o quão sério ele sempre é, e isso se refletia claramente em seu trabalho. A imagem perfeita de um operário, suponho.

Enquanto comíamos, discutimos nossos planos futuros.

No momento, havíamos aberto apenas cerca de metade da trilha a Blumund. Mais de um terço dela ainda era floresta intocada. Tínhamos dado o pontapé inicial quando examinei a floresta de cima, escolhendo a rota com o menor número de obstáculos. Elaboramos um plano para construir a rodovia mais adequada possível depois de fazer medições da altura em intervalos regulares para descobrir como o caminho se inclinava.

A equipe de Geld estava agora no meio do caminho para seguir esse plano e construir uma estrada. O grupo foi dividido em três: um para cortar e transportar árvores; um para nivelar e melhorar a superfície da estrada; e um para aplicar o pavimento e finalizar. Essa era a divisão geral do trabalho. A rota que escolhemos não exigia grandes desvios e se estendia por pouco menos de duzentas milhas. Com isso, Blumund estaria mais perto de nós que o Reino dos Anões.

No caminho, havia uma floresta exuberante, montanhas e vales escarpados e uma grande variedade de criaturas nativas. No entanto, com esta rodovia os comerciantes poderiam completar um percurso de mão única em menos de uma semana. Precisariam lidar com monstros, é claro, mas ainda seria um caminho atraente a tomar.

Uma carroça normal sem lobo poderia terminar a jornada de Blumund a Tempest em três dias, ao invés dos dez entre nós e Dwargon. Dependendo das condições, isso significava que uma viagem dos reinos humanos para os anões poderia ser concluída em cerca de duas semanas. A rota atual de Farmus aparentemente levava pelo menos três, e enquanto os monstros não eram uma grande ameaça por lá, os bandidos eram, então os custos de segurança muitas vezes impossibilitavam um lucro melhor. Isso poderia tornar nossa nação um centro ainda mais importante na infraestrutura local.

Mas estou sonhando demais. Por enquanto, depois de mais de uma hora de viagem em uma carroça de lobo, chegaríamos ao ponto onde a construção estava atualmente parada. A partir daí, imagino que passaríamos a caminhar.

— Ah, então é que vamos entrar — comentou Kabal ansiosamente, mais certo do que nunca.

— Você com certeza vai. Me deixe orgulhoso!

— Claro.

— Sem dúvidas!

—  Já era hora de eu ter algo para fazer, Chefe!

Eles estavam todos ansiosos para ir, então imaginei que estaria tudo bem. Logo, terminamos nosso almoço e estávamos de volta à estrada.

Duas horas depois, Geld e sua equipe de orcs acenaram em despedida quando pisamos na floresta profunda à frente.

— Heh heh heh! É melhor ter cuidado, Chefe! A partir daqui já é a Floresta de Jura! O covil dos monstros!

— Mas não se preocupe, você está conosco, então…!

— Deixe o trabalho pesado conosco, Chefe!

Eles certamente estavam entusiasmados. Fiquei contente por isso. No entanto, tentar convencer um morador de Jura como eu de que este era um covil de monstros seria uma batalha difícil.

Kabal rapidamente pegou uma adaga e começou a golpear as videiras à frente, abrindo espaço o suficiente para uma pessoa passar. Gido, entretanto, encostou um ouvido no chão, para verificar se havia monstros violentos na área, enquanto Elen se apressava e lançava feitiços para conceder repelência de insetos, detecção de venenos e alguma defesa corporal leve a todos. Uma floresta como aquela estava cheia de perigos em potencial, desde picadas de insetos venenosos até espinhos em vinhas.

Fiquei impressionado, esta certamente não era a primeira aventura deles. Eu estava na forma humana, usando minha máscara. Ninguém me confundiria com um monstro. Eu era apenas a companhia esquisita de um bando de aventureiros igualmente esquisitos.

— Ei — perguntou Gido —, por que você se deu o trabalho de colocar essa máscara?

— Na verdade, ainda não consigo esconder totalmente a minha aura. Seria ruim se eu fosse pego em alguma barreira mágica e as pessoas descobrissem que sou um monstro, então isso é só uma garantia.

— Ahh, você com certeza não me parece um — murmurou ele em resposta, mas não insistiu no assunto.

Continuamos desse jeito por três horas. Já era noite, hora de preparar o jantar, mas os três não deram sinais de parar. Em vez disso, estavam discutindo algo, suor frio escorria de suas testas. Estávamos em um caminho que, por algum motivo, eu me lembrava de ter percorrido antes. O que estavam fazendo? Achei que poderia deixar as coisas para eles, por serem veteranos e tudo mais. Mas um deles parecia estar prestes a chorar. Melhor eu me intrometer.

— Ei, ei, vocês não estão perdidos, estão?

— N-Nããããão, claro que não, nunca!

Kabal estava falando de forma estranha. Não gostei disso. Tudo bem mesmo? Pensei no mapa; este era definitivamente um caminho que percorremos anteriormente. Talvez fosse apenas minha imaginação… espera, com certeza não!

— Parem de brincar comigo, pessoal! Vocês estão perdidos, não estão?!

Os três estremeceram.

— Sentimos muito!!

Gritaram suas desculpas em uníssono, baixando as cabeças para mim. Eles estavam perdidos. Esses caras eram mesmo profissionais ou o quê? Bem… não estávamos com tanta pressa e eu não estava com vontade de montar acampamento. Havia cabanas montadas na zona de construção; poderíamos descansar nelas.

Voltamos depois de uma hora, seguindo a trilha que abrimos. Usei a Comunicação de Pensamento para avisar Geld, então teriam comida pronta para nós quando chegássemos. Meus três companheiros não poderiam estar mais envergonhados.

— Como nos perdemos em um lugar como aquele …?

— Meio que fere minha confiança…

— Sim, eu devia ser profissional em trilhas na floresta, então isso é ainda pior para mim!

Gido parecia ser o mais envergonhado, mas doeu em todos, dado o quanto queriam se exibir perto de mim. Geld respondeu suas dúvidas mostrando a todos uma única flor.

— Talvez seja esta a causa?

Hmm? O que é isso?

— Ah! — exclamou Elen. — Isso é perplexil, não é? São alvo de missões da guilda de classificação B. É bem difícil de achar!

Esta flor, que tem um efeito alucinógeno em área, era rara e procurada por seu uso em itens mágicos.

— Sim. Esse carinha também está atrasando nosso trabalho hoje. — Ele se curvou para o trio. — Desculpe, não avisei sobre isso para vocês antes.

Ele não se incomodou em nos alertar porque percebeu que não poderíamos ficar perdidos devido à minha habilidade Sentido Mágico. Ele tinha razão. Dado que voei sobre este pedaço de floresta para ajudar a planejar a rota, a ideia de que eu me perderia andando muito mais devagar por ela nunca devia ter passado pela cabeça dele. Não foi culpa de Geld. Se alguém fosse culpado, este seria eu, por querer ter uma experiência autêntica de aventureiro sem nenhuma trapaça.

— Oh, não, me desculpe por ter sido negligente. Amanhã vou ajudar mais!

Geld já havia mandado sua equipe rastrear e arrancar as perplexil da área, para que não interferissem mais no trabalho. Havia mais de cem enfiadas em um saco dentro de seu armazém. Parecia uma ótima oportunidade, então as coloquei em meu estômago e analisei. Os outros também ficaram felizes com isso, queimá-las iria apenas liberar os alucinógenos no ar, e enterrá-la poderia fazê-las criar raízes e ameaçar os transeuntes novamente mais tarde. Se fossem úteis o suficiente para a guilda atribuir missões sobre elas, então todos sairiam ganhando, eu acho.

Esse foi nosso primeiro dia na estrada. Na manhã seguinte, conforme prometido, planejei fornecer toda a assistência à minha equipe de aventureiros.

É hora de brilhar, Glutão! Eu pensei enquanto apontava minha mão direita para frente. Em um instante, as árvores e plantas à nossa frente desapareceram.

— Ei, Geld, gostaria de comer o suficiente para você construir a estrada, mas isso infelizmente vai levar muito tempo. Só vou comer o que aparecer no nosso caminho e colocar tudo junto, então pode limpar para mim?

— Sim, senhor. Não precisa se preocupar com isso. Esse é o nosso trabalho.

Depois de receber sua aprovação, passei a comer alegremente as árvores e a vegetação em nosso caminho enquanto caminhava. Foi muito mais rápido do que no dia anterior.

— Está brincando comigo…?

— Isso é loucura. Estou dizendo, isso é loucura!

— Sei que o Rimuru não é normal, mas isso é…

Eu parecia estar assustando um pouco os meus companheiros, mas não me preocupei com isso.

— Ei! Parem de me encarar e comecem a me seguir!

Estávamos de volta à trilha.

Após cerca de uma semana disso e daquilo, finalmente chegamos ao fim da floresta. Ao longo da trilha, me orientei pelo ar para que não perdêssemos muito tempo ao longo do caminho. No entanto, não estava com pressa. Tanto que até apreciei as vistas e maravilhas ao longo da jornada.

Na verdade, eu nunca me cansava na forma de slime, também nunca ficava “sujo”, então admito que era muito mais fácil para mim do que para os outros. A magia de limpeza de Elen, ou o que quer que ela tivesse, ajudou bastante3. Tentei copiar sua magia e a minha versão foi mais poderosa, então lancei sobre o resto deles. Os resultados supostamente tornaram a viagem um pouco mais agradável.

Fazer uma fogueira foi muito fácil e tínhamos muita comida conosco. Acima de tudo, eu tinha a carroça de lobo em meu estômago, com assentos grandes como um sofá e um telhado sólido, era excelente. Havia sofás na frente e atrás, um de frente para o outro, permitindo que duas pessoas os usassem como camas. Eu não precisava dormir e, portanto, podia ficar de guarda todas as noites, mas foram considerações demais para me deixar fazer isso. Então, dois de nós nos revezamos para vigiar enquanto dois descansavam lá dentro.

Era muito mais relaxante do que muitas pousadas por aí, então os outros três adoraram.

— Rimuru — disse Elen, sorrindo para mim —, vamos ser parceiros de aventura para sempre!

Eu não poderia dizer sim a isso, mas fiquei feliz que ela tivesse gostado das minhas ajudas, pelo menos.

Talvez minha vida teria sido muito diferente se eu não fosse o líder da Floresta de Jura, não é? Provavelmente poderia deixar a maior parte dos problemas e o resto das burocracias para Rigurd, mas não poderia ir embora para sempre.

No futuro, porém, talvez… Uma vez que minha presença não fosse mais tão necessária, talvez fosse divertido ser um aventureiro autônomo por um tempo. Que pena que até lá vocês provavelmente já estarão mortos de velhice…

Bem, esse pensamento surgiu do nada.

Agora, parte de mim se perguntava se Milim tinha sentimentos semelhantes. Talvez fosse melhor ser um lobo solitário, afinal, em vez de fazer amigos para a vida toda, os quais estaria fadado a ver morrer. Não sei. Eu ainda não tinha experiência o suficiente para responder a essa pergunta.

 


 

Tradução: Another

Revisão: ZhX

 

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