Otomege: O Mundo dos Otome Games é Cruel Para Mobs – Vol. 01 – Cap. 02.5 – Item Perdido

Parte 5

Ergui um sorriso na frente de Zola enquanto ela fazia uma cara amarga.

Não apenas trouxe um tesouro, mas também uma nave espacial, err, uma aeronave. Quando percebeu que era meu, ela logo veio tentar me fazer entregá-lo, contudo antes disso, dei um argumento sólido para silenciá-la.

— O contrato entre você e meu pai não tem relação comigo. Como tenho quinze anos, logo já adulto, concluí meu cadastro como aventureiro. Está me entendendo? O tesouro que encontro é minha propriedade e não do meu pai.

Meu pai ia dizer alguma coisa, porém minha mãe o impediu.

Mesmo assim, Zola respondeu.

— Este é um tesouro que você ganhou com o dinheiro dos seus pais! O que está fazendo se exibindo como se fosse seu?

Respondo de forma calma.

Conhecendo-a, tive um palpite de que diria algo assim.

No Reino Holfort, existe uma lei fortemente protegida sobre a propriedade de tesouros obtidos por aventureiros.

Tal situação se deve pelo fato deste país ser fundado por aventureiros.

— Estou bem com ser insultado por meus pais, mas não por você. Oh, pode ficar com isso.

Entrego-a uma mala com barras de ouro enquanto sorrio.

Tenho uma quantidade enorme de tesouro atrás de mim, contudo o que dei para Zola é apenas uma pequena fração. Por direito, encontrar barras de ouro já significa muito dinheiro, todavia ela não ficou nada grata por isso.

Sabendo disso, conscientemente coloquei os tesouros atrás.

Zola não se rendeu.

— C-Como uma lógica tão malfeita como essa vai ser suficiente? Este tesouro estará sob o controle de Barcus de qualquer maneira, certo? Nesse caso, o tesouro é propriedade da família Bartford. Tenho o direito de possuí-lo!

Encolhi meus ombros.

Então falei sobre algo que já havia consultado com Luxion antes.

— Está falando sobre se tornar propriedade desta casa, certo? Como já sou adulto, sou um aventureiro independente. Talvez você não saiba que agora posso administrar minha própria propriedade? Entretanto, preciso contribuir para minha casa, certo? Então, tenho pensado em investir esses ativos no território. Não acha que seria uma boa causa para a manutenção do porto ou algo parecido com isso?

Foi bom ver Zola franzir as sobrancelhas e fazer uma careta para mim.

Se apenas transferir o dinheiro ou a fortuna para minha casa, com certeza Zola terá o direito de pegá-los. No entanto, se sou eu quem controla o dinheiro e o invisto, um investimento para o desenvolvimento do território não é algo que Zola possa fazer.

Ela não pode arrancar um trecho de uma estrada ou porto construído e levá-lo consigo.

Talvez entendendo que estava em desvantagem, Zola se retirou.

Tomando seu amante elfo, ambos voltaram para seu quarto na mansão.

Caí na gargalhada uma vez olhando-a voltar com o rabo entre as pernas.

Meu pai então bateu em minhas costas.

— Idiota. Você foi longe demais. O que está tentando fazer provocando-a?

— Aquela mulher estava tentando me vender para uma velha pervertida. Acho que deveria ser desculpado por fazer apenas isso. De qualquer forma, o que acha dessa montanha de tesouro. Incrível, não é mesmo?

Meus pais certamente ficaram surpresos ao ver todo o tesouro que acumulei.

— Bem, para ser honesto é incrível. No entanto, já relatou isso à guilda?

Balancei a cabeça e expliquei.

A Guilda de Aventureiros é um estabelecimento oficial do país, então embora sejam chamados de guildas, não é de fato uma organização independente.

Parece que eles decidiram manter o termo guilda por ter sido utilizado no passado. Este cenário sem brilho é preocupante.

— É claro. Graças a isso, porém, o país tirou uma parte.

De vinte por cento da fortuna que apresentei a eles, o país ficou com trinta por cento disso.

No entanto, o tesouro restante é todo meu.

— Vou comprar um barco novo no lugar do que quebrei. Talvez pudesse enviar uma aeronave para você como um presente.

Minha mãe ficou um pouco surpresa diante do pródigo eu.

— Não está pensando em guardar alguns para o futuro? Com isso, poderá ser independente.

Depois de me dizer isso, endireitei-me e olhei para os dois.

— Na verdade, há algo sobre o que eu preciso falar.

Conversei com meus pais sobre o que acontecerá no futuro.