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Como um Herói Realista Reconstruiu o Reino – Vol. 03 – Cap. 07.5 – Intermissão 02 – O que o Primeiro-Ministro do Robe Preto Estava Fazendo

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Naquele dia, quando Souma, o Rei provisório de Elfrieden acolheu novas candidatas para o posto de rainha, haviam duas outras pessoas em outros lugares conversando sobre a Transmissão de Voz da Joia.

O Primeiro-Ministro de Elfrieden, Hakuya Kwonmin, estava conversando com a imagem da irmã mais nova da Imperatriz Maria do Império Gran Chaos, Jeanne Euphoria, projetada por um receptor simples sobre uma mesa.

— Seu sinal está bom — disse Hakuya. — Parece que o receptor simples que você nos mandou está funcionando bem. Muito Obrigado, Madame Jeanne, por gastar um pouco de seu tempo checando se o objeto foi entregue pelo grifo.

— Minha irmã entende o quão importante a linha de apoio que o Senhor Souma mencionou vai ser — disse Jeanne. — Com isto, o Reino e Império podem coordenar conforme for necessário. É natural que nos apressaríamos para entregar as coisas nos devidos lugares.

Jeanne, na tela, revelou um sorriso.

Depois da conferência com a Amidônia, Jeanne reportou à sua irmã, a Imperatriz Maria, sobre a proposta de Souma: Uma aliança secreta com o Reino Elfrieden, estabelecendo uma linha de apoio entre os dois países, e a troca dos embaixadores plenipotenciários de cada país, assim como o estabelecimento de embaixadas onde poderiam ficar.

Hakuya assumiu que Maria não iria recusar suas propostas, e, como esperava, Maria aceitou todas elas de bom grado. De fato, ela até mesmo rolou de um lado para o outro em sua cama enquanto gargalhava.

— Nunca vi minha irmã daquele jeito — disse Jeanne. — Ela deve ter ficado muito contente.

— Contente…? — perguntou Hakuya.

— Por achar alguém que compartilha de seus valores… uma pessoa que a entende — disse Jeanne. — Quero dizer, não há muita gente assim no Império. Pessoas que conseguem entender a minha irmã, sabe.

— Entendo.

Geograficamente eles estavam a leste e oeste, ideologicamente eram um idealista e um realista, e Maria e Souma, que pareciam polares opostos, ainda assim se entenderam.

Isto vai ser interessante, pensou Hakuya.

— Com uma resposta como essa, desejo estabelecer uma transmissão com minha irmã e Sir Souma o mais breve possível — disse Jeanne.

— Eles dois são pessoas muito ocupadas no momento, e é difícil arranjar um horário em suas agendas — disse Hakuya. — Quando as coisas se acalmarem, vamos arranjar um tempo para que possam conversar.

— Sim, com certeza.

Depois daquilo, mantiveram algumas conversas fiadas (incluindo desabafar suas frustações com seus respectivos líderes) por um tempo, até que Jeanne disse:

— De qualquer maneira, uma coisa vem me perturbando tem um tempo. Estou vendo vários livros atrás de você, Sir Hakuya. Onde você está agora?

— Ah, esses são livros que pegamos emprestados da Amidônia como garantia contra reparações da guerra — respondeu ele. — Quero uma cópia de vários deles antes de serem entregues de volta. Até agora pouco estava os categorizando.

— O Primeiro-Ministro em pessoa está os separando? — perguntou Jeanne, surpresa.

— Claro, tenho pessoas para ajudar, mas é como um hobby para mim — disse Hakuya. — Eu, na verdade, gosto de separar livros. Os divido em categorias, alinho eles em ordem, de vez em quando foleando algum que me chamou atenção, depois tendo o prazer de vê-los todos organizados na estante de livros quando meu trabalho está completo. Livros são a sabedoria do homem. O progresso de um país. Quando penso neles todos arranjados atrás de mim em uma estante, prontos para que eu possa ler quando quiser…

Quando ela viu Hakuya todo eloquente sobre os livros, Jeanne arregalou os olhos.

Quando se mencionava o nome Hakuya, o orgulho do reino, o Primeiro-Ministro de Robe Preto, ele era famoso por ser um dos gênios descobertos por Souma, o homem que usou seus truques para fazer Gaius VIII do Principado da Amidônia de bobo.

Tendo conhecido ele pessoalmente, Jeanne tinha a impressão de que era um indivíduo inteligente.  No entanto, quando Hakuya falou sobre os livros, seus olhos ficaram como os de um garoto. Aquilo fez com que o coração dela palpitasse.

— Devo presumir que você goste de livros…? — perguntou Jeanne.

Hakuya recobrou os sentidos. Ele rapidamente retomou sua expressão sábia de sempre, mas as pontas de suas orelhas ficaram um pouco vermelhas.

— Perdoe-me… Algumas vezes acabo me levando quando o assunto são os livros, como pode ver…

— Hee hee. Sinto que vi um lado seu que era inesperado…

— Isso é inesperado? — perguntou Hakuya. — Pessoalmente, acho que me daria melhor como um bibliotecário do que como um Primeiro-Ministro.

Para começo de conversa, o motivo pelo qual Hakuya foi a uma audiência com Souma foi por causa do que seu avô lhe disse: “Com a sua idade, você deveria parar de ficar só sentado fazendo nada além de ler livros. Vá fazer algo útil para a sociedade!”, e o colocou na seção “Dom da Sabedoria” do evento “Se Você Tiver um Dom” sem a sua permissão.

Ele ganhou a competição, e quando teve sua audiência com Souma, acabou atraído pelo jovem rei. Pensando que, apenas talvez, Souma pudesse colocar este país à beira da falência de volta aos trilhos, Hakuya desistiu de ser um bibliófilo e colocou seus serviços à disposição do reino, apenas para descobrir que, em algum ponto, teria que se tornar o Primeiro-Ministro.

A verdade era que, enquanto Hakuya queria ajudar no reino de Souma, também queria fazer isso como um conselheiro do Rei e do então Primeiro-Ministro, Marx. No entanto, Marx se aposentou e o recomendou como um Primeiro-Ministro melhor que ele. Graças a isso, Hakuya não conseguia mais ler os livros que queria, e seus dias ficaram muito mais ocupados.

— Hmm… então, se providenciássemos um posto como bibliotecário chefe dos arquivos imperiais, você viria para o nosso país? — perguntou Jeanne. — Imagino que nossos arquivos têm uma coleção de livros maior que a do reino.

— Ahh. Essa é uma proposta sedutora.

— Mas você não pode aceitar? — perguntou ela.

— Se tivesse me perguntado antes de eu ter voluntariado meus serviços, eu com certeza aceitaria essa oferta sem nem pensar duas vezes — respondeu ele.

Atualmente, Hakuya pensava que esses dias ocupados não eram tão ruins. Teve um tempo em que, para ele, a história era algo que se encontrava apenas em livros. Entretanto, agora sentia que isto era uma coisa que devia ser feita por cada indivíduo. Quando estava servindo sob o comando de Souma, o responsável por estar tentando levar o país para frente, sentiu como se fosse um dos personagens na história. Esse não era um sentimento ruim.

— Mas, agora, desejo avançar a uma nova era ao lado de Sua Majestade e dos outros — continuou ele. — E, então, assim que escolher meu sucessor, espero me tornar um historiador e registrar tudo o que aconteceu nesses tempos.

— Uma aposentadoria confortável, huh… — disse Jeanne. — Nos tempos em que vivemos, isso deve ser um luxo e tanto.

Ela estava certa. Os tempos estavam muito difíceis para uma aposentadoria fácil.

A ameaça do Domínio do Lorde Demônio estava lentamente alcançando o norte, e vários países estavam forjando alianças para avançar com seus próprios objetivos, ou se opondo um ao outro. Quanto a se isso era possível, mesmo com toda a sabedoria de Hakuya, ele não conseguia achar uma resposta.

— Bem, então, estarei esperando até nossa próxima conversa, Sir Hakuya — disse ela.

— Sim. Vamos conversar de novo a qualquer hora, Madame Jeanne.

A transmissão foi encerrada do lado de Jeanne.

Whew…, exalou Hakuya, depois se levantou. Ele foi até a pilha de livros Amidonianos.

Esses preciosos livros não tiveram atenção enquanto estavam na Amidônia, e agora precisavam de reparos. Se Hakuya não tivesse os pego, alguns desses livros teriam sido perdidos para sempre.

Com um suspiro, ele pegou um dos livros. Logo depois de ter feito isso…

— Primeiro-Ministro.

Havia um homem com roupas pretas ajoelhado em um canto da sala. Também tinha um tecido preto enrolado em seu rosto, e parecia estar envolvido nas sombras da sala fechada e mal iluminada.

Hakuya perguntou ao homem:

— Como estão as preparações?

— Estão prosseguindo rapidamente. No entanto… — O homem pareceu hesitar.

Hakuya coçou a testa.

— Apareceu algum imprevisto?

— O negócio é que… sinto que as coisas estão indo bem até demais — disse o homem. — É quase como se estivéssemos fazendo o que eles querem…

— Entendo…

Hakuya dispensou o homem e então folheou o livro que tinha pego.

Quando pegou os livros nos arquivos da Amidônia como garantia contra as reparações pela guerra, Hakuya tinha uma certa expectativa. Ele esperava que houvessem registros familiares e materiais sobre direitos e propriedade. Afinal, esses tipos de escritas tendem a estar em arquivos da capital do país. Ter tais livros em mãos seria como agarrar o coração de uma nação.

Quando aconselhou Souma a pegar os livros como garantia, era porque a família real Amidoniana era mais inclinada para assuntos militares, e ele esperava que não percebessem a importância dos livros. Porém, ao contrário das expectativas de Hakuya, havia apenas um livro daquele tipo na coleção que foi apreendida.

Aquele livro, o livro que em suas mãos, apresentava a genealogia da família real da Amidônia. Quando folheou o livro, viu um pedaço de papel dobrado preso entre a última página e a capa.

Quando desdobrou o pedaço de papel, viu o desenho de um animal pequeno com círculos negros ao redor de seus olhos segurando uma de suas pálpebras enquanto colocava a língua para fora.

Ao ver aquilo, piscou algumas vezes e começou a rir sozinho.

— Entendo. Tinha que ter alguém assim na Amidônia, é óbvio que tinha.

— O que é isso, professor? — perguntou uma voz repentina.

Hakuya se virou e viu Tomoe, olhando-o vagamente. Ele ficou com vergonha por ter sido pego de guarda baixa e limpou sua garganta de um jeito barulhento para mascarar o que aconteceu.

— Ora, irmãzinha, sinto muito por não ter te visto.

— Tudo bem, acabei de chegar — disse Tomoe. — Vim porque achei que já tinha acabado de conversar. Você parecia estar se divertindo, o que era aquilo que estava olhando?

— Ah, isso? — Hakuya mostrou a Tomoe uma foto com um pequeno animal desenhado.

Ela segurou o pedaço de papel e colocou perto do rosto, depois o distanciou, no final o colocou para cima, até finalmente inclinar a cabeça para o lado.

— Era esse animal que você estava achando tão engraçado? Devo admitir que é fofinho.

— É o desenho de um animal chamado guaxinim de bronze. — Pegando o pedaço de papel de volta, Hakuya acariciou a cabeça de Tomoe e disse: — Normalmente dizem que eles gostam de pregar peças nas pessoas.

 


 


Tradução:
Taipan

 

Revisão: Sonny Nascimento(Gifara)

 


 

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