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Outer Ragna Outer Ragna – Vol 02 – Capítulo 53 – O Sacerdote Calcula e Organiza Para a Batalha Final, Para que Assim a Humanidade Não Falhe

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A presença de Deus é fortificante. As chamas queimam mais vermelhas.

Batalha. Uma grande batalha está logo ali, no horizonte.

-Padre Felipo I-

— E aí! Acabei de ficar sabendo de umas informações malucas! Aquele soldado era um mensageiro, não era?! — Odysson está ofegante depois de ter corrido até o meu escritório, por isso ofereço-lhe um copo de água.

— De fato era. Deixe-me explicar, mas primeiro, por favor, beba um pouco.

Sirvo-me de água também e bebo, deixando com que a água permaneça na minha boca, então engulo lentamente; isso ajuda a amenizar o fogo que queima dentro do meu peito.

Depois de uma pausa, continuo:

— Um grande número de vampiros atacou o oeste e está abrindo caminho pelo sul. — Minha língua queima com o simples pronunciar desta afirmação. — Relatórios dizem que eram liderados pelo Apóstolo Montanha Desmoronada. Percorrem as terras ocidentais com a velocidade de um cometa, atacaram a cidade que abriga nossos refugiados na busca por suprimentos e, então, abriram caminho através das Montanhas Escudo Sagrado.

O copo na mão de Odysson treme. A água que derrama dele revela claramente seu estado mental: choque e medo. Sei como você se sente, meu amigo.

— E… E as pessoas…?

— Poucas foram poupadas do desastre. — lamento.

— Você disse que abriram caminho através da montanha?

— Fizeram uso de uma magia de terra em uma escala que nunca foi vista antes. — Minha garganta está ressecada demais, e meus dedos entrelaçados estão prestes a se esmagar de tão forte que é o meu aperto. Nem mesmo consigo pegar o jarro de água; estou tenso demais. — Depois de entrarem nas planícies, o exército vampírico se dividiu em dois.

Uma dor aguda ataca meus lábios. Não importa a quantidade de saliva, nada os impede de secarem. Minha respiração está quente e úmida também.

— Ainda não temos a informação de que grupo Montanha Desmoronada está liderando, mas acreditamos que seja o que está indo para o forte pelo leste. O progresso deles é lento, mas isso praticamente significa que o dano nas cidades próximas é imenso.

A fonte de suprimentos dos locais, expressada em termos militares, baseia-se apenas nisso…, mas a realidade é muito mais macabra. Sequer consigo encontrar as palavras para descrever o tamanho do terror que é. O rosto de Odysson passou de verde para branco, e é por um bom motivo. Infelizmente, devo ser o portador de notícias ainda mais assustadoras.

— Quanto ao outro grupo, eles estão progredindo em uma marcha forçada para o sudeste.

Os ombros dele se torceram. Sabia que seria capaz de entender o significado destas palavras.

— Espere, quer dizer que…

— Sim. Eles estão visando o palácio.

Um grito sem palavras chega aos meus ouvidos. Não vou repreendê-lo por ser melodramático, pois também dei um grito silencioso quando supus a trajetória deles.

Nosso país… a nação unificada que nós, humanos, conseguimos construir, a Nação Tryus… está à beira da destruição. Esse é um fato mais do que certo; uma realidade sombria que não podemos parar. Para aqueles como nós, que abandonaram o governo central, ou talvez nós que tenhamos sido abandonados, essa verdade é bem clara.

Uma era está prestes a acabar com uma perda gigantesca para os humanos.

— Os… os cavaleiros… o exército real podem… — murmura Odysson.

— Já se esqueceu? Somos os únicos que foram capazes de se livrar de um exército de mais de mil vampiros graças às bênçãos recebidas de Deus.

— E-eles têm a Igreja; tenho certeza que vão…

— Para ser franco, a religião convencional está errada. Aquele longo período da história, no qual tínhamos um deus que só servia para melhorar nossas técnicas de oração. Sem dúvida, nossa tradição e entendimento foram distorcidos pela Igreja. A esperança está fora de questão.

Não vou criticá-los. Não posso; nem mesmo quando eu acabei de descobrir o verdadeiro Deus. Religião trata-se de encarar Deus, mas seitas religiosas são organizações que encaram os humanos; deve-se considerar ambas as coisas separadamente. Nunca errar não é sempre a coisa certa. Qual salvação pode haver em contar a um pai, cujo filho foi devorado, que deus não existe.

No entanto, o problema real é que precisamos de fé verdadeira para combater os vampiros. Além disso, nem precisa dizer que uma revolução precisa acontecer… uma revolução religiosa. Eu estava certo de que poderíamos ganhar o tempo necessário para essa mudança radical ao enfrentar o norte do forte, mas… Quanta imprudência.

De repente, o som de galope apressado veio do lado de fora. O fato de que vieram diretamente significa que são notícias urgentes e ruins. O som de botas sobre pedras ecoa, seguido pelo som de uma espada tinindo dentro da bainha. Ele abre a porta sem ao menos bater — minha nossa, é Origis! Que esplendor é vê-lo. A presença do campo de batalha radia do seu corpo.

— Enquanto estávamos em patrulha, resgatamos um cavaleiro que foi atacado por um vampiro.

— Um v-vampiro? O qu… — gagueja Odysson.

— Os rumores estavam corretos… Não importa se atacam do norte ou do oeste, não tem diferença. Nosso inimigo está invadindo as terras nortenhas. — anuncia Origis.

— Então a guerra já chegou a esse ponto, hein? E quanto ao cavaleiro que você salvou? — eu pergunto.

— Um mensageiro da Expansão Infernal. Não quis afrontar você, mas ouvi o relatório pessoalmente. A carta dele também estava ensanguentada demais por causa dos seus ferimentos…

— Títulos e posições não significavam nada entre nós.

Com a queda iminente da nação, palavras carregavam muito mais peso. Para os nobres na capital, que estavam esmagados pelo desespero, posição e títulos eram tudo o que tinham para continuarem vivendo. Mesmo em um estado de emergência, eles continuam sua dança cômica, muito parecidos com aqueles sob o demônio dos narcóticos.

— Então, Origis, o que o Comandante tem a dizer?

A decisão de Lorde Willow de ficar na Expansão Infernal… Não pode ser apenas pela conveniência da posição. Ele descobriu algo em uma interrogação de prisioneiro? Ou recebeu uma mensagem de Deus?

— Meu irmão pode ser bastante… brusco às vezes, mas de acordo com um dos seus prisioneiros, há um exército de trinta mil vampiros indo na direção sul a partir do centro do continente.

Pela primeira vez, estou sem palavras. Trinta mil vampiros. Se incluirmos os familiares, é capaz de ser uma força de sessenta mil ao todo. Se eles nos atacarem com esses números, seremos esmagados, mesmo que cada um dos nossos homens lute. Estamos enfrentando o fim da humanidade, literalmente.

— Ei, Padre, isso…? — começa Odysson.

— Sim. Primeiro, eles estão, sem dúvida alguma, cooperando com a força de invasão do sul. Aqueles ao norte do forte estão prestes a ser presos em um gigantesco ataque em pinça. — respondo.

— Meu irmão pensou o mesmo. Entretanto, son Peine parece ter previsto um passo antes.

— Oh? O que o meu amigo tem a dizer? — pergunto.

— O alvo deles é a Lady Kuroi. — revela ele.

Ah, entendo. Sim, isso é possível. Ele lutou contra eles no campo de batalha; certamente tem uma visão única sobre o assunto. Também ficaria alinhado com os relatórios anteriores.

Se os vampiros estivessem atrás da Lady Kuroi, isso revelaria o plano mirabolante deles.

Primeiro: escolher a ampla frente ocidental como campo de batalha permite que preparem o terreno para esta estratégia, então enfiam os dedos em águas conhecidas. Lady Kuroi aparecendo ou não, consequências não existirão. Porém, se aparecer, dá a chance para que analisem seu poder de batalha por um tempo antes de recuarem. Essa força inicial nunca foi forte o bastante para derrotar um Apóstolo, então é natural.

Segundo: eles mandaram um exército para a Expansão Infernal. Esse exército não está lá para atacar as cidades, mas sim para nos ameaçar e agir como isca para a Lady Kuroi. Por isso se estabeleceram lá. Um plano efetivo e poucos custos.

Terceiro: quando o primeiro e segundo passo tiverem sucesso, executarão seu plano brilhante. Agora que estão familiarizados com as vastas planícies, mandam cerca de dez mil soldados para invadir ainda mais a fundo no nosso território, sem nenhum obstáculo humano. Com Lady Kuroi distraída, podem fazer isso sem problemas. Os poderes de Montanha Desmoronada permitem que perfurem montanhas e entrem no território sulista.

No fim, atacam o forte pelo sul e cortam a retirada da Lady Kuroi, então a destroem com a força principal do norte.

Entendo… agora eu entendo. Sinto a mão do Deus Demônio nisso. E destruir a nação humana é um bônus? Quanta maldade! Eles querem matar a Lady Kuroi só depois de jogá-la nas maiores profundezas do desespero.

— Posso continuar? Ainda tem mais. — pergunta Origis.

Oh! Parece que me perdi em pensamentos por um momento; quanta complacência vinda de mim. Sirvo um copo de água e ofereço a ele. E você, Odysson, controle-se, homem!

— O prisioneiro indicou a possibilidade de que a força nortenha pode ser comandada por Tempestade de Raios.

— Isso parece suspeito. — aviso após uma pausa.

— Oh, é muito mais do que “suspeito”. É como se os olhos amarelos mandariam todos os seus Apóstolos para cá! Mesmo que seja verdade, os orelhas pontudas não ficarão sentados. — interrompe Odysson.

— Logicamente falando, concordo. Mesmo assim, Lady Kuroi disse que Tempestade de Raios estava liderando-os até, no mínimo, metade do caminho. — reporta Origis.

O quê? Por que isso…

— Ah, e uma última coisa: Montanha Desmoronada se dirige para o sul, de acordo com Lady Kuroi.

— Uou… uou, uou, uou! Isso é…

— Verdade? Sim, diria que não há motivos para dúvida.

Ela é o oráculo de Deus, afinal, não é mesmo? A pergunta que não quer calar é: deveríamos tremer de gratidão por essa informação ou pela severidade da situação, a qual é precária o suficiente para que até mesmo Deus interfira? É uma boa pergunta, de fato. Uma coisa é certa: a sobrevivência da humanidade depende daqui.

— Hmm, essa água é boa. Odysson, você deveria beber um pouco. Além disso, não precisa apertar tanto o seu copo. — diz Origis.

— C-Certo… Você parece bem calmo. É por causa do treinamento militar?

— É porque sou um oficial ranqueado; não preciso entender a situação toda. Apenas me aponte o campo de batalha e já estarei bem. Arriscarei minha vida lutando, como de costume.

— Mesmo assim…

— Tenho um Deus para servir, o qual nos deu uma Apóstola. Meu comandante é confiável, e meus companheiros de batalha são fiéis. Eu não teria arrependimentos se morresse ao lado dos meus homens. Esse é o verdadeiro desejo de um guerreiro.

Heehee! Essa loquacidade, e o olhar que dispara na minha direção. Não podia esperar menos do irmão mais novo do Lorde Willow. Sim, eu entendo. Vamos encontrar um bom campo de batalha para você — um grande palco para a nossa revolução.

— Usarei essa informação para negociar com os elfos. — afirmo. Eles não podem ficar olhando de longe; arrastarei Dez Mil Sinos, Mar Profundo e Absoluto na base do chute e grito se precisar. Os Deuses Demônio e Dragão podem fazer suas aparições também. Então, podem todos morrer. Esse é o nosso objetivo… não, o nosso requisito mínimo. — Tenho certeza de que necessitará de muita deliberação, entretanto, quando tudo estiver pronto, vamos para o sul.

— Certo, compreendo. Não há sentido em ficar aqui. Só espero que os orelhas pontudas entendam.

— Farei com que entendam. A destruição da Dourada foi uma grande batalha para nós. Tempestade de Raios sempre foi um oponente que os elfos deveriam ter pegado. Pode chamar isso de dever. Não se preocupe, eles irão mostrar orgulho… o orgulho da República de Ewlogond.

Deve ser algum apego persistente que me faz usar o nome da nação deles… ou talvez seja uma reclamação. Afinal de contas, estamos prestes a perder nosso país. Estava podre demais já, é claro, mas era o sistema no qual nasci e fui criado. Não posso deixar de amá-lo e odiá-lo de maneira igual.

As memórias de certos lugares me inundam: as ruas da capital, as torres do palácio, a capela da Igreja. Quando era um jovem rapaz, aquelas construções me pareciam a cristalização do intelecto humano. Eu acreditava que o mundo dos humanos era lindo.

Não vou me sentar aqui e deixar que tudo seja esmagado como se fosse algum tipo de erro.

— Derrotaremos o exército de Montanha Desmoronada rapidamente. Não permitirei uma batalha longa e arrastada. — declara Origis.

— Tipo, é legal e tal, mas… — murmura Odysson.

— Quanto mais tempo levar, maior é o perigo em que somos colocados.

Lutar uma guerra de atrito enquanto pisamos em cadáveres da nossa nação seria um pesadelo. Nossos suprimentos seriam incertos, e o caos que seguiria o colapso do governo nos esmagaria.

— Uma vez que Montanha Desmoronada for derrotado, montaremos uma contra-invasão contra o Deus Demônio.

O plano perfeito… Deus Ex.

Neste exato momento, a única maneira para a humanidade sobreviver é através de uma ofensiva total, com nossas vidas em risco.


 

Tradução: Taiyo

Revisão: Midnight

 

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