Outer Ragna Outer Ragna – Vol 01 – Capítulo 04 – A Garotinha Saúda a Espada Poderosa da Heroína/Religião em DDR

Não tenho passado.

Meu corpo e meu nome, tudo foi determinado por uma consciência maior do que eu antes de me colocar neste plano mortal.

-Sira I-

Meu Pai é um aventureiro e eu o amo demais.

Mas, um dia, ele saiu como guarda-costas de uma caravana de mercadores e nunca mais voltou. Um dos seus companheiros aventureiros me disse que foram atacados por uma onda gigante de monstros. Me disse que era culpa da guerra. Não teriam sido envolvidos se não fosse por ela.

A guerra. A guerra sem fim entre vampiros de olhos amarelos e elfos de orelhas brancas. Aparentemente, ambas as raças eram fortes, por isso incitavam os monstros a atacar seus inimigos. Para eles, era apenas uma irritação qualquer, pois eram fortes, então não davam muita atenção.

É por este motivo que estou sozinha agora.

É por este motivo que tive que vir para a Fronteira para trabalhar. Hoje, um monte de monstros atacou. Um velhinho gentil me ajudou a fugir e não sei se o verei novamente. Corri para a igreja, a qual acabou cercada por monstros. Pensei que agora seria o meu fim.

— Pessoal, não precisam mais se preocupar! — O sacerdote um pouco acima do peso sorri. Mas a expressão em seus olhos não é mais a daquele olhar arregalado e distante. Alegria verdadeira e formigante flui deles. Nunca tinha o visto dessa forma antes.

— Aqueles que ainda podem se mover, peguem as mãos dos seus irmãos e irmãs de coração desmaiado. Está tudo bem. Agora está tudo bem. Somos piedosas ovelhas perdidas, reunidas na casa de Deus. Acreditem NELE sem duvidar, pois ELE está diante de nós todos. — Deus. Um deus dos humanos? É o mesmo Deus para o qual rezei sem parar, mas que nunca devolveu o meu Pai? Não quero segurar a mão de ninguém, por isso caminho até a janela. Que coisa estúpida a se fazer. O que estou esperando ver lá fora? Meu Pai e o moço gentil não vão voltar.

Deus não existe.

Espere, por que tantos monstros estão morrendo? Eles parecem tão fracos. Mas não pode ser verdade. Essas coisas comeram o meu Pai. Aquela garota de cabelos negros é super forte? Não entendo. Ela é tão forte e pode matar tantos monstros. Então, por que não parece feliz? Por que não sorri? Sequer levanta a voz. Não está assustada nem irritada, apenas muito séria. Séria e focada, com um olhar um tanto vazio. É quase como se estivesse rezando.

Deus está lá? É por isso que os cavaleiros também estão na ofensiva? Estão indo lutar com tudo o que têm? Parecem tão animados. Parecem mais fortes do que o normal, como se realmente pudessem derrotar os monstros.

Isso tudo também é porque Deus chegou? Acho que entendo. Eu sempre me esforçava um pouco mais quando cozinhava ou limpava a casa ao saber que meu Pai estava vendo. Hein? Aquela garota de cabelos negros… que é mais forte do que todo mundo… Quando foi que pegou uma espada?

Aquela espada estava envolta por um couro preto no cabo para que não escorregasse quando a mão ficasse suada. E aquela ^[1]borla é a mesma que amarrei no dia em que ele disse que a espada parecia simples demais. Era a espada do meu Pai. O que ela estava fazendo ali? Por que estava sendo usada em batalha?

Uau. Uau! A espada dele está matando monstros. Um por um, perecem pelo gume dela. Com cada manejo, a borla flutua, o cabelo preto da garota dança e os monstros morrem, morrem e morrem.

— Espere! Para onde está indo?

Alguém agarra o meu ombro. Seus dedos são como galhos de uma árvore seca. Quem é esse homem de aparência assustadora? Oh, é mesmo. Ele me mostrou um truque de mágica uma vez. Acendeu um fogo com a ponta dos dedos e eu achei que ficaria todo queimado.

— Fique aqui. Não se sabe onde os monstros podem estar se escondendo. — Ele tremia, estava com medo. Mas não era medo por ele. Por quem, então? Conheço esses olhos. Quando eu estava correndo para cá, alguém carregava uma pessoa ferida nas costas, a qual estava com o rosto mais pálido do que alguém à beira da morte. Também puxava uma garotinha pela mão. Isso me lembrou do meu Pai. Então não vou sair; vou esperar aqui. Vou esperar pelo retorno da garota de cabelos negros. Não moverei um músculo até que a espada do meu Pai volte para mim. Então, finalmente direi:

“Bem-vindo de volta, papai”.

-Transmissão de DDR, Parte 5-

Vencemos. Minha querida Kuroi saiu totalmente vitoriosa! Uou, com Lâmina Permitida, pude massacrar um número infinito de monstros. Isso está mais para trabalhar do que brincar, no entanto. E, uau, nunca tinha defendido com sucesso esse lugar antes. Ufa. Para ser honesto, essa batalha na Fronteira é basicamente uma causa perdida. Por isso eu estava planejando correr para o lado dos vampiros.

Por fim, um dos princípios básicos de DDR é que elfos e vampiros normalmente não atacam humanos. A força de batalha deles é tão grande que anexação, ou até genocídio, seria algo fácil. Mas não atacam. Por quê? A resposta é simples: os Deuses Guardiões deles não perdoam isso. Quando tentei matar humanos durante uma jogatina como vampiro, o Deus Demônio mandou um oráculo, o qual me comeu vivo. É como alguns raciocínios éticos do tipo “opressão não é legal” ou algo assim. Além disso, quando tentei desobedecer, fui morto cruelmente. Mesma ética.

Por outro lado, os elfos me colocaram em julgamento e me transformaram em um elfo negro. Fui basicamente excomungado, o que me ferrou legal no final. Eles também me amaldiçoaram. Assustador isso aí.

É por isso que o território humano é considerado uma zona neutra. Mas há uma falha: eles podem mandar monstros para fazerem o trabalho sujo. Usam magia e seus subordinados para agitar os monstros e os mandam ensandecidos para cima dos humanos. Então, quando tudo está em caos, se juntam sem que haja repercussões. Acabam com os monstros e estacionam suas tropas na área em nome da “segurança”. Com boas intenções da boca para fora, asseguram a terra para eles mesmo. Plano brilhante, não é mesmo?

É claramente um estratagema. Sim, valeu meeeesmo. A Fronteira é o objetivo deles, já que é o local mais indefeso, afinal. E essa batalha é, sem sombra de dúvidas, esse tipo de evento. Então, quem é o mentor agora? A cavalaria deveria estar se apresentando a qualquer momento.

E assim eu devaneio. Minha querida Kuroi, o que aconteceu com você? Olhando para os seus status, a classe dela mudou para Apóstolo. Essa é uma classe muito rara. Isso quer dizer que é a elite suprema que serve um Deus Guardião. O que diabos está acontecendo? Não é de admirar que pode usar Lâmina Permitida. Com pontos de fé suficientes, pode até mesmo usar magia de Chamado ou de Invocação. É a classe mais incomum. Se fosse uma elfa ou vampira, ganharia uma patente na corte ou um castelo. Como isso foi acontecer?

Deus Diabólico… Deus Diabólico, hein? Esse é o Deus Guardião para os humanos? É algo que foi adicionado na deluxe edition? Bem, não foi avisado nos comerciais e eu não vi nada disso antes, por isso não tenho certeza do que fazer. Se é conteúdo novo, não tem como uma coisa tão maneira assim não estar popular na internet.

Ainda assim, estou animado para jogar com o desconhecido! Kuroi a Apóstola de cabelos negros do Deus Diabólico… Meu coração fica acelerado só de pensar! Vou tentar sobreviver o máximo que posso agora, e isso quer dizer que tenho que cuidar de algumas coisas antes que as forças inimigas cheguem.

Primeiro, tenho que conseguir um companheiro. Um Apóstolo pode ter um servo, e posso escolher a partir dos NPCs que têm a maior fé. Então, quem deveria pegar? Oh, não posso escolher o cavaleiro gostosão? Ele não parece acreditar no Deus Diabólico. No entanto, seus status e habilidades são bons, maldição.

Oh! Tem duas pessoas de fé alta. Maravilha. Uma delas é um sacerdote baixinho e gordo. Hmm, seu sorriso é super duvidoso. Parece que está escondendo algo. Mas os status dele não são ruins, e essa habilidade, Discurso, seria boa para administração e estratégia… Oh! Como pode isso? Ele é um Valkie? É da nobreza! O que está fazendo nas linhas de frente?

A outra é… Oh, sim. Ela mesma. Vou escolher essa aqui. Uma garotinha de cabelo prateado? Não tem como escolher outra pessoa. Sira, hein? Tudo bem, está feito!