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Um Trabalho Misterioso Chamado Oda Nobunaga – Vol 03 – Cap. 09 – A Conquista Ocidental do Regente

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Duas semanas após voltar ao Castelo Maust, o mensageiro do rei finalmente chegou com uma atualização.

— Trago notícias, Sir Regente. O Exército da Conquista do Oeste sob o comando de Sua Majestade foi atacado por Ferth Morrissey, o Visconde de Kark, e já está a ponto de ser forçado a recuar… Se negligenciados, os traidores ganharão impulso. Seria possível que você assumisse a campanha no lugar do exército atual…?

O mensageiro explicou a situação, parecendo à beira das lágrimas. Eu não sabia se era atuação ou se o exército estava mesmo em uma situação terrível assim.

— Estou correto ao presumir que Sua Majestade e suas forças vão recuar, enquanto devo continuar a luta apenas com as forças que levar para a campanha?

— S-Sim… Não nos restam muitos suprimentos… Portanto, devemos pedir que mantenha suas próprias linhas de abastecimento…

Hasse estava arcando com os custos por atrasar seu pedido de ajuda até o último instante.

Em troca de socorrê-lo, eu iria em frente e faria o que bem quisesse com a campanha.

— Entendido. Aceitarei a tarefa atribuída. Porém… — Coloquei uma nota extra de ênfase no porém e continuei com uma voz ainda mais severa — este é um assunto de maior urgência. Eu, Alsrod Nayvil, o regente, liderarei as forças pessoalmente como comandante. Não terei tempo de receber a bênção de Sua Majestade. Fui bem claro?

O mensageiro hesitou.

Ele evidentemente não tinha autoridade para me dar esse nível de autonomia.

Dito isso, ele estava em uma posição na qual não podia se permitir que eu me recusasse a comprometer minhas forças por causa de discussões em torno do nível de autonomia do comando. Se isso acontecesse, o mensageiro nem precisaria se incomodar em retornar, já que seria seu fim.

— Sim. Devido à terrível situação, acredito que isso seja inevitável… Você continua sendo o único restante neste reino que é capaz de comandar um grande exército.

— Muito bem. Vou começar a reunir as minhas forças agora mesmo. Fique tranquilo. Isso não vai demorar.

Eu já havia preparado os suprimentos. Naturalmente, também comecei a mobilizar as minhas forças.

Acho que deveria começar derrubando Ferth Morrissey, o Visconde de Kark.

 

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Três dias depois, enviei a força avançada sob o comando do Pequeno Kivik.

Atrás dele seguia minha força principal e os exércitos dos outros lordes.

Após a morte do marido de Altia, Brando Naaham, a Prefeitura de Olbia ficou totalmente sob meu controle, então tomaríamos a rota principal passando por ela.

Como a prefeitura havia sido dividida em vários pequenos feudos, a construção de uma rodovia foi lenta, mas na preparação para esta campanha, coloquei ênfase na conclusão para que servisse como uma rota adequada.

Quando cheguei e dispus minhas forças onde planejava lutar contra o Visconde de Kark, Hasse já havia se retirado, e tudo o que restava de seu exército era liderado por um único membro da família real, deixado para servir como seu representante. Ele tinha um título de marquês, mas o era apenas em nome, sem qualquer posse além de seu título.

— Fico sinceramente grato pela sua ajuda… O inimigo mudou de uma política de defesa estrita para ataques esporádicos e acabou com as nossas forças. Os ataques minaram a moral do Exército da Conquista do Oeste e enquanto enfrentávamos as possibilidades de uma completa derrota, nosso conselho de guerra concluiu que não tínhamos escolha a não ser pedir seus reforços, Sir Regente.

Com os ombros caídos, um simples olhar serviu para mostrar que o homem não estava acostumado com o campo de batalha.

Não restavam dúvidas de que ele estava lutando para lidar com uma posição nada invejável.

— Meu dever jurado é lutar por Sua Majestade. Fique tranquilo, vou esmagar o exército do traidor.

O Exército de Conquista do Oeste fugiu com notável pressa em direção à capital.

Já que eram apenas as minhas forças, eu lutaria como quisesse.

Na mesma hora reuni meus subordinados e conduzi um conselho de guerra.

— Então, como vamos derrubar os fortes inimigos? Sei que formulei isso como uma pergunta, mas já decidi qual tática usar. Vou deixar encontrarem a resposta certa.

Kelara silenciosamente ergueu a mão.

— Primeiro, esperamos. Então, quando o inimigo atacar, vamos contra-atacar e rapidamente acabar com isso. Supondo que não tenhamos problemas, devemos então continuar atacando os outros castelos inimigos.

— Explique o seu processo de raciocínio.

— O fato de o inimigo ter começado a realizar ataques surpresa em vez de permanecer atrás de suas muralhas é uma evidência de que seus suprimentos estão acabando. Parece que desejam repelir as forças sitiantes o mais rápido possível. Se os soldados deles estiverem mal alimentados, então não devemos ter qualquer problema em derrotá-los, só precisamos lidar com seus ataques de forma adequada.

— Bom. Correto.

Kelara era, na verdade, boa nisso. Ela foi o segundo melhor presente que o Rei Hasse já me deu. O melhor era minha esposa, Lumie, é claro. Não consigo imaginar um motivo para mudar essa ordem.

O Visconde de Kark, um membro da comitiva do rei anterior, havia recentemente mudado de uma estratégia defensiva para uma de investidas para atacar as forças do Exército da Conquista do Oeste. Fez isso, apesar do fato de que estava se saindo bem ao apenas defender.

O que sugeria que existia uma razão para ser forçado a mudar de tática.

Não era como se o Exército de Conquista do Oeste tivesse repentinamente recebido um influxo de reforços, então o motivo tinha que estar no lado da defesa.

Claro, o motivo era que a situação dos suprimentos estava piorando.

Meus rappas relataram que, quando as tropas inimigas atacaram, fizeram coisas como roubar suprimentos e atacar as carroças de suprimentos do Exército de Conquista do Oeste. Claro, atacar os suprimentos inimigos era eficaz mesmo quando a fome não era um problema, mas como também recebi relatos de que o exército traidor parecia bastante abatido, minha hipótese devia estar correta.

— Sua Majestade perdeu uma oportunidade. Se ele tivesse resistido e se recusado a ceder, o inimigo teria perdido a batalha. Mas, como as forças dele eram mal treinadas, os ataques do inimigo tiveram o efeito pretendido. Uma vez que isso aconteceu, os soldados desmoralizados simplesmente começaram a se encolher diante do inimigo. Assim, perderam a capacidade de manter o cerco.

Foi por isso que fui chamado.

— Devemos ficar gratos por terem enfraquecido o inimigo para nós. Nesse ponto, poderíamos vencer apenas ao forçá-los a se comprometer com a defesa. Também não corremos o risco de ser atacados pelas costas, então, no momento, também não precisamos nos preocupar com o abastecimento.

Laviala entendeu que seria uma batalha fácil e, assim sendo, não se abalou com a situação.

— Sim, poderíamos vencer ao apenas forçá-los a ficar atrás de suas muralhas. Mas isso não vai deixar uma boa impressão. Se vamos fazer isso, prefiro derrubar o castelo à força. Assim sendo, prefiro que o inimigo esteja aqui quando lutarmos, mas isso depende deles. O máximo que podemos fazer é rezar para que estejam dispostos a lutar.

— Devemos usar nossas carroças de suprimentos para atraí-los.

Foi esse o conselho de Kelara. Aprovei sua proposta de imediato.

 

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Três dias depois, Ferth Morrissey, o Visconde de Kark, saiu do castelo inimigo principal com um enorme grupo de tropas.

Poderia dizer pela maneira que os soldados inimigos se moviam que não estavam bem nutridos. Seus movimentos estavam longe de ser afiados.

— No geral, parecem estar equipados com equipamento leve.

Com sua visão aguçada, Laviala podia ver o estado das tropas inimigas mesmo de longe.

— Parte disso deve ser porque planejam um ataque rápido e uma retirada, mas também pode significar que simplesmente não conseguem suportar o peso de uma armadura pesada. A razão para serem todos da infantaria deve ser porque já comeram todos os cavalos.

— Pois bem, então vamos começar? Arqueiros prontos!

Por ordem de Laviala, os arqueiros se viraram para apontar seus arcos para as carroças de suprimentos.

O inimigo então começou a se aproximar daquele espaço.

Os arqueiros dispararam várias ondas de flechas. Os soldados inimigos caíram um a um enquanto as flechas acertavam o alvo.

O ataque deles era um movimento impulsionado pelo desespero. Enquanto reforçássemos nossas defesas, não representariam um problema sério. A razão pela qual o Exército da Conquista do Oeste perdeu foi por terem virado as costas ao inimigo por puro medo. Não se pode derrotar um inimigo, mesmo que enfraquecido, ao virar as costas para ele.

Isso estava menos para uma batalha e mais para um massacre metódico do inimigo. Os arqueiros derrubaram as filas de inimigos que se aproximavam.

Eventualmente, a tropa inimiga perdeu o ímpeto. Tornaram-se alvos ainda mais fáceis. Provavelmente teria sido mais eficiente usar as armas contra eles, mas não eram um inimigo contra o qual valesse a pena desperdiçar o uso de armas de fogo.

— Parece que estão muito enfraquecidos. Neste momento podem muito bem não passar de zumbis — disse Laviala para mim enquanto ela mesma abatia alguns soldados. Ela, com a profissão de Arqueira, dificilmente erraria tais alvos. Laviala não precisava mirar com precisão; o inimigo não passava de escória desorganizada. E não havia qualquer general a ser mencionado.

— Suponho que seja mais misericordioso matá-los do que deixá-los assim. Certo, hora de mudarmos para o ataque. Companhias de guarda pessoal, suas companhias estão prontas?

Orcus dos Ursos Vermelhos, Leon das Águias Brancas e Dorbeau dos Cães Negros estavam todos prontos para atacar.

Enquanto respondiam com uma enorme ovação, gritei a ordem:

— Ataquem!

As forças inimigas, reduzidas pelas flechas, começaram a ser engolidas por nossas forças. Depois que acabamos com o ímpeto deles com nossos arqueiros, o inimigo não passava de uma patética multidão de tropas desnutridas.

O massacre começou para valer. Eliminamos praticamente todo o exército que saiu do castelo.

Mas nosso ataque não terminou aí. Não, isso era só o começo.

Uma parte da força inimiga fugiu para o castelo principal do inimigo.

Porém, estavam na mira da companhia dos Cães Negros de Dorbeau.

A especialidade desse grupo era abrir buracos em fortes e castelos. Pensavam em todos os meios à disposição para esse propósito.

Começamos nosso ataque ao castelo inimigo.

No meio do nosso ataque, surgiram chamas dentro do castelo e os portões foram abertos.

Parecia que os Cães Negros tinham feito o seu trabalho. Dorbeau usou esse método para forçar a abertura de cidades muradas e saquear suas riquezas. Essa experiência foi direcionada aos castelos do campo de batalha.

Tudo o que restava era enviar meu exército para o castelo.

Graças à habilidade especial Orientação do Conquistador da minha profissão, a confiança e concentração das minhas tropas dobraram, enquanto suas habilidades de ataque e defesa aumentaram em 30 por cento. Este exército fortalecido investiu contra o castelo agora aberto.

Façam o seu pior.

Eu precisava mostrar minha força não apenas para os apoiadores do rei anterior, mas também para aqueles que tinham fugido de volta para a capital.

A batalha acabou bem rápido.

Não muito depois, recebi um relatório de que Ferth Morrissey, o Visconde de Kark, foi capturado vivo.

— Muito bem. Primeiro torturem-no e descubram tudo que ele sabe.

Não tínhamos informações detalhadas sobre os planos da facção do rei anterior. Seria mais rápido ouvir tudo da boca de um comandante da linha de frente.

— Como quiser. Vamos obrigá-lo a divulgar seus segredos com as técnicas tradicionais dos rappas.

— Conto com vocês. Vou derrubar os outros fortes. Claro, isso provavelmente não vai demorar.

Com a queda do castelo principal, houve um constante fluxo de soldados rendidos e desertores dos outros fortes. Terminamos nosso trabalho de pacificação dentro de cerca de um dia.

A batalha foi simples.

Claro, eu não tinha intenção de me deparar com problemas tão cedo.

Isso abriu o caminho para avançar mais para o oeste. Eu iria avançar nas conquistas do oeste.

Planejava exterminar toda a facção do rei anterior.

 

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De acordo com a informação que Ferth Morrissey, o Visconde de Kark, forneceu sob tortura, o plano era cercar todo o Exército da Conquista do Oeste de Hasse.

A facção do rei anterior acreditava que poderia conseguir isso com cerca de metade do total de tropas do exército do atual rei.

Isso até soava bem. Era dito que o ideal é ter três vezes o número das forças defensivas ao sitiar um castelo. O Exército da Conquista do Oeste tinha apenas o dobro das forças do exército defensor, e os defensores estiveram vencendo as escaramuças esporádicas que ocorriam ao redor dos fortes.

Porém, se houvesse um problema com esse plano, era porque o Exército da Conquista do Oeste foi muito mais teimoso do que o esperado. O tempo para que recuassem foi muito maior do que o previsto.

Existiram muitas razões para essa retirada lenta, como o desejo de Hasse de não perder respeito e o fato de que o rei simplesmente não era um general bom o suficiente para saber quando recuar, mas o resultado disso para os defensores se provou um problema. Seus suprimentos estavam quase acabando.

Razão essa pela qual o exército da facção do rei anterior sob o comando de Ferth Morrissey optou pelo ataque. Isso funcionou admiravelmente bem, e Hasse decidiu recuar. Se tivesse terminado aí, a campanha teria sido uma grande vitória para Ferth Morrissey.

Mas foi então que cheguei com meu exército descansado.

Ouvi o relatório de Yadoriggy enquanto estava na casa do prefeito da aldeia, que servia como minha sede em nosso acantonamento.

A aldeia parecia ter sido saqueada pelo Exército da Conquista do Oeste de Hasse, que recuou, e era escassamente povoada. Embora não tenha feito isso por escrito, informei aos habitantes locais que pegaria e executaria aqueles que saquearam a cidade. Isso, esperançosamente, neutralizaria o ressentimento das vítimas da pilhagem.

— Entendo. Valeu a pena descobrir que a principal força do inimigo passará algum tempo sem nos enfrentar.

— Sim. Parece que planejam travar a batalha decisiva na Região Grande Ilha — respondeu Yadoriggy com suavidade.

O plano inimigo era colocar seu quartel-general bem na retaguarda e forçar nosso exército a sangrar enquanto avançávamos por uma interminável série de fortificações menores. Dado que cada região tinha seus próprios lordes, embora pudéssemos tomá-los um a um, isso exigiria tempo.

Se parecesse que poderiam derrubar o Exército de Conquista do Oeste em algum ponto ao longo dessa rota, o inimigo o faria; caso contrário, forçariam o exército inimigo a esticar suas rotas de abastecimento e o derrubariam no momento em que cruzasse o Canal Sanado. Era basicamente a estratégia que já esperávamos que empregassem.

O resto das informações incluía detalhes sobre os nomes dos lordes inimigos e o tamanho de suas propriedades, mas tudo limitado ao saber de Morrissey. Visto que ele só era o encarregado da primeira linha defensiva, não tinha uma compreensão particularmente detalhada acerca dessa informação.

— E como está o Visconde de Kark neste momento?

— Ele mordeu a língua no meio do interrogatório e morreu.

— Não acredito que você cometeu um erro desses. Se eu tivesse que adivinhar, diria que você terminou o interrogatório e deu uma chance para ele se matar. Foi um toque de incentivo?

— Sinceramente, sim — respondeu Yadoriggy com naturalidade, sem querer torcer o lábio e formar um sorriso.

— Entendido. Por enquanto o plano continua igual. Vamos continuar avançando, derrubando as fortalezas inimigas e colocando nossas próprias guarnições nelas. Se possível, gostaria de avançar até o canal, mas se não, gostaria de ao menos conquistar essas duas prefeituras.

Avançar e conquistar o território inimigo para deixar que o recapturassem assim que recuássemos não faria sentido. Razão essa pela qual precisaríamos colocar guarnições com comandantes apropriados e reforçar as defesas de cada território conquistado.

— Creio que por enquanto não haverá muita resistência — disse Yadoriggy. — Não existem lordes com grandes propriedades antes do canal, o que provavelmente é o motivo pelo qual o rei anterior foi buscar abrigo com os Condes de Talmud e Samuur.

— Verdade. Bem, o trabalho até o canal será fácil, mas ganhar alguns pontos a mais com o rei não machuca. Além disso, como está a nossa força secundária?

Não mencionei a força secundária para Hasse. Afinal, eu detinha o critério de comando exclusivo para esta campanha.

— Os exércitos de Soltis Nistonia e vários outros nobres estão avançando com um total de cerca de seis mil soldados em direção ao oeste — explicou Yadoriggy. — Não existem forças que representem ameaça para eles, então acredito que devem estar fazendo um bom progresso.

Balancei a cabeça friamente.

— Então não há nada que me preocupe. Dispensada.

Yadoriggy curvou-se antes de sair do cômodo.

Designei Soltis Nistonia para avançar para o oeste a partir do antigo território de Ayles Caltis na Prefeitura Brantaar. Suas ordens eram de atacar os lordes inimigos pertencentes à facção do rei anterior.

O objetivo era proteger e expandir rapidamente o território sob controle do reino. Não, não do reino – sob meu controle.

Eu teria, no momento, total discrição para governar os territórios adquiridos como parte desta campanha militar. Como o inimigo mortal de Hasse, o rei anterior, estava escondido além desses territórios, Hasse não teria escolha a não ser aceitar isso. Era uma época de guerra. Eu não tinha tempo para me arrastar e me curvar pedindo permissão do rei até o último instante.

Então planejei transformar essas terras em minha propriedade privada. As trataria como se fossem minhas propriedades feudais.

Se possível, pretendia mantê-las mesmo depois de me livrar do rei anterior.

Se mantivesse  controle das terras conquistadas, a maioria das terras do reino acabaria sob meu domínio. Isso permitiria pressionar pela abdicação do rei e designar que o filho de Hasse se casasse com a filha de Lumie.

Esta campanha não era só uma batalha contra o rei anterior e seus apoiadores. Era também a campanha pela coroa.

— Sua expressão de agora combina com você. Nunca mude.

Com você como meu companheiro, Oda Nobunaga, não me sinto particularmente sozinho, mesmo quando não há ninguém por perto.

— O caminho do conquistador é solitário. Entretanto, um conquistador deve ter a capacidade de desfrutar dessa solidão. Lembre-se de que você é o único no mundo que pode testemunhar a cena que se desenrola à sua frente.

É isso que pretendo fazer, é claro.

Eu me tornaria o rei. Hasse seria o último rei de Therwil. A mudança de nome do reino dependeria das circunstâncias, mas no mínimo, os historiadores tratariam o próximo rei como o início de uma nova dinastia.

No meio de tudo isso, eu mesmo escrevi uma carta para Hasse.

Afirmava que derrotei o exército traidor e libertei as terras do domínio dele. Além disso, os traidores do norte estavam sofrendo uma derrota e eu liberaria todo o território até o canal. Imaginei que Hasse pensaria que essa declaração servia apenas para me mostrar, mas pretendia cumprir com essa promessa.

 

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Após derrotar o Visconde de Kark, minha ofensiva continuou.

Como as forças de Paffus se reuniram em torno do Visconde de Kark para conduzir sua guerra defensiva, não encontrei resistência por um bom tempo.

Isso estava menos para uma guerra e mais para uma campanha de emissão de mandados de propriedades para as cidades e aldeias conquistadas. Quanto aos lordes que se renderam por não conseguir resistir, obriguei cada um deles a entregar um refém e depois os incorporei ao meu exército.

Essas terras não eram apenas áreas pelas quais passaria, mas áreas que seriam adicionadas às minhas próprias reivindicações territoriais. Tratei-as com o cuidado adequado.

Mesmo enquanto olhava para o mapa, não havia um único lorde digno de menção. Nenhum deles estava acima do título de conde; a grande maioria eram viscondes que podiam ou não controlar um condado inteiro. Mesmo os poucos condes da região tinham um grande número de lordes de mentalidade independente em seus territórios, então não eram capazes de exercer muita influência.

Desses lordes, certifiquei-me de esmagar qualquer um que resistisse, visando torná-los exemplos para os outros.

Felizmente, minhas forças foram acumuladas ao longo de anos de árdua luta, então eram capazes de destruir a oposição com um simples aviso. Meus generais, como Noen Rowd, Pequeno Kivik e Meissel Wouge, tornaram-se excelentes comandantes. Lordes insignificantes que nunca tinham lutado fora de escaramuças locais dificilmente serviriam de ameaça.

No meio da campanha, comecei a enviar tropas ao longo da costa para o sul. Havia algumas cidades portuárias prósperas ao longo da costa. Conquistei aquelas cidades e as engoli em meu domínio.

— Lorde Alsrod, as coisas estão indo muito bem. Na verdade, está até monótono, não é? — comentou Laviala um dia na mansão de um nobre, onde estávamos hospedados.

Eu podia ver o mar pela janela, onde havia um grande número de navios com as velas armadas. Embora os responsáveis pela facção do rei anterior pudessem lançar ataques ao longo da costa usando seus próprios navios, até o momento não tínhamos visto qualquer sinal desse tipo de atividade.

— Ah, vamos lá. Se estivéssemos lutando desde tão cedo, eu ficaria estressado com as perspectivas de longo prazo.

Nossa ofensiva estava continuando sem problemas. Nesse ritmo, eu seria capaz de adicionar a Prefeitura Bilgund, um pouco a leste da Prefeitura Yargutz, ao meu domínio. A Prefeitura Yargutz faz fronteira com o canal de um lado e com a Prefeitura Bilgund do outro.

— Sabe, os mares desta região são terrivelmente calmos. As ondas estão mais calmas. É quase como um lago.

Devia ser uma visão desconhecida para Laviala. O que significava que também era assim para mim.

— Esta área tem muitas ilhas. Essas ilhas formam uma espécie de golfo e agem como uma barreira protetora que afasta todas as ondas maiores. É por isso que tantos navios mercantes vêm aqui. Ouvi dizer que alguns navios são até de outros continentes.

— Nossa… É um mundo que pensei que nunca veria e ainda tenho dificuldade em acreditar que estou vivendo nele. Sempre pensei que passaria a maior parte da minha vida no Condado de Nayvil, e que praticamente nunca pisaria fora de lá.

— Sim, há duas ou três gerações era esse mesmo o caso.

Ouvir Laviala expressando isso em palavras foi um choque. Isso realmente deixava claro o quão longe havíamos chegado.

Lordes rurais passariam suas vidas inteiras vagando por seus pequenos territórios. Tinha sido essa a norma até bem recentemente. As exceções eram poucas. Lordes nobres cujas propriedades ficavam perto da capital poderiam visitá-la para prestar homenagens ao rei e coisas do tipo.

Mas por um bom tempo, não houve um lorde com poder para enviar seu exército tão longe assim. E a respeito do clã Nayvil adquirir terras à beira mar? Duvido que algum dos meus ancestrais tenha pensado duas vezes nessa possibilidade.

— Eventualmente, todo este reino será nosso. Então devo acabar precisando designar lordes para governar várias partes do país, mas pelo menos em nome, como rei, será tudo meu.

— Tendo viajado tanto com você, Lorde Alsrod, estou ciente de quão incríveis são as suas ambições. — Laviala soltou um suspiro teatral. — Olhe para mim, a concubina de um personagem tão indignante. Sou uma elfa, olhando para o mar. Uma elfa, respirando ar salgado. Provavelmente sou a primeira da minha família vendo o oceano.

— Está planejando mudar seu nome de família para refletir no que já visitou? Talvez um nome semelhante ao desta cidade?

— Nunca. Vou continuar usando o nome Aweyu com orgulho, isso mostra que sou de uma família da Floresta Aweyu.

Laviala estufou as bochechas igual uma criança birrenta.

— Demorou um pouco para planejar a nossa campanha, mas depois que ela começou, não demorou para chegar longe — observei.

O esforço para varrer a facção do rei anterior estava correndo extremamente bem. A questão final seria como lutar contra o inimigo em seu próprio território.

— Tivemos muita sorte pelo fato de o rei ser tão inepto na guerra. Se ele tivesse avançado até o Canal Sanado, você teria perdido a oportunidade de conquistar esses territórios, Lorde Alsrod.

— Assim que souberam que era eu quem estava marchando sobre eles, muitos lordes se submeteram por medo. Se fosse Hasse, tenho certeza de que teria sido muito mais difícil que fizessem isso.

Matar Hasse seria uma passagem certa para a promoção de um membro da facção do rei anterior. Isso e o fato de o Exército da Conquista do Oeste ter lutado para elevar sua moral e estar cansado da sua longa marcha, tornaria o inimigo muito mais competitivo.

Além do mais, o núcleo do meu exército regular não era um recrutamento diverso baseado em camponeses. Como exército profissional, o meu tinha um moral muito mais difícil de abalar. Ainda havia um bom número de camponeses convocados, mas eram empregados principalmente em funções nas quais não precisavam participar de uma batalha direta, como em funções de apoio na retaguarda.

Tomar as novas prefeituras no caminho para o Canal Sanado expandiria, e muito, a minha esfera de influência.

Além disso, se eu pudesse acabar com a facção do rei anterior por conta própria, não haveria uma única facção com poder suficiente para resistir a mim em todo o reino.

O sonho de unificação estava tão próximo que eu pude sentir até o cheiro.

A excitação deixava minhas palavras úmidas de suor. Eu sentia como se meu reino estivesse começando a tomar forma.

Não, precisava me acalmar. Ficou claro para todos que eu estava expandindo a minha influência. Se eu fosse muito óbvio em meus planos, haveria sempre a preocupação de que a capital pudesse fazer algo desnecessário. Precisava continuar atuando como o regente do Reino de Therwil.

— De qualquer forma, já passou da hora do meu convidado chegar. Acho que também posso aproveitar a calmaria e relaxar. Tenho certeza de que ninguém me culparia por tirar um dia para desfrutar dos pontos turísticos de uma cidade portuária.

— Convidado? Quem está vindo?

Laviala aparentemente ainda não havia entendido a situação.

— Meu sogro. Aquele que nunca me trairia.

 

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No dia seguinte, um mensageiro chegou avisando que meu convidado havia chegado.

— Lorde Soltis, o Conde de Siala, está aqui para vê-lo.

— Sim, estou ciente.

Os rappas me mantiveram informado a respeito dos movimentos de Soltis Nistonia. Não havia como ele me trair neste momento, então estavam apenas rastreando a sua localização.

Eu havia preparado uma sala no templo para que nos reuníssemos. Visto que eu também iria agradecê-lo por seu trabalho, preparei um pouco de álcool.

Soltis Nistonia parecia um pouco cansado da sua longa campanha, mas graças às suas vitórias, suas feições estavam cheias de vida.

— Conde de Siala, fiquei maravilhado com sua campanha. Você varreu o inimigo como se não houvesse ninguém o impedindo. Ler os seus relatórios foi uma fonte de prazer.

— Foi graças ao fato de que a facção do rei anterior foi implantada esperando lutar apenas contra suas forças, Sir Regente. Pareciam completamente despreparados para a possibilidade de eu atacar pelo norte. Devo agradecer ao seu plano superior, Sir Regente.

Servi vinho na taça de Soltis Nistonia.

— Embora eu tenha elaborado o plano, foi você quem derrotou o inimigo, meu querido conde. Você mais do que merece o direito de se orgulhar das suas conquistas. A história, sem dúvidas, irá considerar essa uma das maiores realizações militares na ilustre história do seu clã.

— Talvez, mas se será tratado como uma realização real depende de como as coisas progredirão a partir daqui.

Soltis apertou os lábios enquanto sua expressão ficava tensa.

Claro, eu não o chamei apenas para elogiar as suas vitórias.

— Por enquanto, as coisas estão progredindo tão bem quanto poderíamos esperar. Colocarei o território recém-obtido, por enquanto, sob meu controle direto. A cobrança de impostos e coisas do tipo serão conduzidas por meu próprio pessoal.

— O que significa que você irá incorporar os novos territórios ao seu domínio, certo?

Teatralmente balancei a minha cabeça.

— Não, serei apenas um cuidador temporário. Afinal, estamos no meio de uma guerra para garantir a autoridade de nosso país. Seria perigoso demais deixar terras que poderiam ser atacadas a qualquer momento pela facção do rei anterior nas mãos de lordes sem força.

— De fato. Sua política é perfeitamente justificada — disse Soltis para manter as aparências, mentindo mesmo após entender a minha intenção. — Uma vez que você e seus apoiadores controlem as prefeituras até o Canal Sanado, isso colocará quase todo o reino, fora a Região Grande Ilha, dentro de sua esfera de influência. Você irá, sem dúvidas, controlar território suficiente para tornar impossível que outros lordes se posicionem contra você. E no Norte, a Margrave de Machaal continua avançando.

— Sim. Também pretendo fazer os lordes a leste da capital se submeterem.

Uma vez que eu tivesse todas as forças militares deste reino, o resto se encaixaria sozinho.

— Ainda assim — começou Soltis —, você deve se perguntar o que Sua Majestade pensa sobre suas extraordinárias realizações. — Eu podia entender porque Soltis parecia estar com os sentimentos tão confusos. — Para ser franco, ele não deve estar satisfeito.

Prontamente concordei com a avaliação de Soltis.

— O regente derrotou um oponente que o próprio rei não conseguiu e se recusa a abrir mão dos territórios que libertou da facção inimiga. Embora o atual rei queira que a facção do rei anterior seja derrotada, o regente se apresenta como um problema; uma dor no saco, se preferir. Acho que é inevitável que o rei se sinta assim.

— Nesse ponto, o que Sua Majestade fará…? Hesito até mesmo em mencionar a possibilidade… mas ele poderia pensar em se voltar contra você, Sir Regente…

— Uma possibilidade distinta e provável. Não ser capaz de abrir mão de certas coisas é algo humano. — Fiz um grande gesto enquanto esvaziava minha taça de vinho. — Mas pensaremos nisso quando a hora chegar. Se Sua Majestade procurar me colocar de lado, serei forçado a resistir.

Eu não demonstraria medo nem raiva. Simplesmente agiria conforme esperado de um regente. Fosse um aliado ou um sogro, não daria informações desnecessárias a ninguém. Espalhar esse tipo de informação não ajudaria em nada.

— De fato. Por mais leal que seja um vassalo, pedir que entregue a sua cabeça sem algo semelhante a uma garantia de sobrevivência de seu clã após a morte é pedir demais.

Soltis também estava cuidadosamente escolhendo as suas palavras. Este era um homem que protegeu os domínios de seu clã ao tomar as decisões corretas sobre quem se aliar. Mesmo que estivesse se aproximando de uma posição próxima à de um de meus vassalos, ele não faria uma sugestão imprudente como recomendar que eu me voltasse contra Hasse.

— Meu caro conde, não adianta continuar com essas conjecturas. Nossa tarefa, por enquanto, é livrar as terras antes do canal da facção do rei anterior, tudo em nome de Sua Majestade. Já pedi aos meus burocratas para que elaborassem planos para um regime temporário de arrecadação de impostos.

— Entendido, Sir Regente. Tudo o que tenho a fazer é seguir seus planos e trabalhar pelo seu bem.

Soltis declarou sua intenção de cooperar comigo. Com isso, o trabalho do dia acabou.

— Obrigado. Fico ansioso pela sua cooperação. — Estendi a minha mão para um aperto de mãos. Soltis imediatamente a pegou. — Porém, embora eu saiba que isso possa parecer repetitivo… lembre-se de que não está trabalhando pelo meu bem, mas pelo de Sua Majestade.

Eu ainda iria cumprir os meus juramentos. Superficialmente, pretendia permanecer como um vassalo leal.

Se acabasse lutando com Hasse, seria preferível que eu não levasse a culpa.

Aquele que decidiria se esse era o caso seria, provavelmente, Hasse, não eu. Era por isso que havia um elemento o qual não podia prever. Se fosse construir o meu próprio reino, então meu inimigo não era só a facção do rei anterior, era todo mundo que ficasse no meu caminho.

Soltis deixou um suspiro bastante resignado escapar.

— Sir Regente, você é mesmo um homem honrado. Isso mostra por que foi capaz de chegar onde chegou, mesmo tão jovem. Fico feliz que minha filha esteja casada com você.

— Também sou abençoado por ter adquirido uma consorte tão boa. Espero que nossa felicidade dure muito tempo.

— Se um homem com o seu caráter tivesse aparecido antes, esta era de caos sem dúvidas teria há muito terminado.

“Não, de forma alguma”, murmurou Oda Nobunaga. Eu concordava com isso.

— Foi por o reino estar em caos que consegui fazer um nome para mim mesmo — respondi. — Se fosse uma época de paz, eu seria apenas o irmão mais novo de um lorde.

 

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Eu já havia pedido a Kelara e Yanhaan para apresentarem uma série de propostas para governar os territórios conquistados, antecipando uma ampla gama de circunstâncias locais.

Depois, decidi colocar Kelara no comando da administração local. Embora eu mantivesse a autoridade final, existiam limites para o quanto poderia administrar por conta própria. Sem mencionar que meu desdobramento era tecnicamente destinado apenas a expulsar o inimigo do território, portanto, me comportar como um lorde territorial seria problemático.

Assim sendo, convoquei Kelara para manter a fachada.

— Por isso vou deixar a administração das terras conquistadas em suas mãos… Não hesite em pedir meu conselho, caso algo dê errado. Embora eu duvide que isso seja um problema para você.

Decidimos que a prefeitura costeira seria governada em nome de Soltis, pois foi ele quem a conquistou em terra. Isso faria parecer que estávamos fazendo essas coisas por falta de escolhas. Claro, eu e Soltis estávamos ligados nos bastidores.

Kelara baixou a cabeça e afetadamente se ajoelhou.

— Humildemente aceito seu pedido, Sir Regente. Se eu tiver alguma ressalva, é o fato de se tratar de uma terra inimiga, então não posso prever onde acontecerão rebeliões.

Era verdade que não podíamos ter certeza de que não havia generais inimigos misturados entre os camponeses e o povo da cidade. Havia lugares praticamente ilimitados para que se escondessem.

— Você tem total autoridade para lidar com as revoltas que achar necessário. Os inimigos são traidores que se rebelam contra a coroa. Puna-os como achar melhor.

— Farei como instruído, Sir Regente.

No olhar de Kelara não sobravam mais dúvidas sobre o fato de que eu planejava estabelecer um novo reino. Ela realmente se tornou uma das minhas vassalas mais leais.

— E pensar que você deixaria Akechi Mitsuhide em segundo plano… Bom trabalho.

Oda Nobunaga parecia ao mesmo tempo exasperado e impressionado.

— Claro, esta é uma lição clara a ser aprendida com a minha vida anterior. Se eu soubesse que Mitsuhide me trairia, o teria tratado de maneira diferente. Sim, parando para pensar, foi um erro fatal, mas todos os daimyos agiam com níveis semelhantes de descuido. Maldição! É irritante imaginar que haverá quem tente me atribuir toda a responsabilidade!

Não fique tão nervoso. Você levou um país que estava mergulhado no caos à beira da unificação. Não restam dúvidas de que você é um conquistador. Um conquistador não deve se preocupar com o que os insetos dirão sobre ele no futuro.

— Você tem razão, mas… no final, aqueles que avaliam as figuras históricas são aqueles que vivem na época específica em que esse julgamento é feito. Ser tratado como um tolo por um único erro é extremamente desagradável. Há um ditado que diz que não conseguir terminar uma grande obra, e falhar naquele momento, é realmente uma coisa dolorosa de se lidar.

Eu entendo. Vou ter cuidado com isso.

— Kelara, enquanto você estiver lidando com o território ocupado, irei capturar a Prefeitura Nargust; outra prefeitura um passo antes do canal. Para isso, pretendo colocar minha base de operações na parte leste da Prefeitura Nargust, em direção à capital.

Coloquei minha mão sobre o mapa e apontei para uma cidade do interior chamada Yagmoory.

— Parece um pouco distante para lutar contra a facção do rei anterior, a leste, e um pouco longe demais do mar; mas isso é porque você deseja ficar de olho na capital, correto?

Kelara já havia entendido as minhas intenções.

— Correto. Na chance de ser atacado da capital, precisa ser um lugar onde eu possa resistir, se necessário. E este local permitiria que o clã Nistonia e Talsha, a margrave, enviassem suprimentos pelas rotas comerciais do norte. Principalmente porque a prefeitura ao norte é controlada pelo clã Nistonia.

Eu já tinha feito os preparativos para a independência.

Os mares do sul corriam o risco de ataques não apenas da facção do rei anterior, mas também de navios de guerra da capital. Razão pela qual decidi colocar meu comando central mais para o interior.

Isso não só serviria para uma ofensiva contra a facção de Paffus, como também me permitiria dar uma resposta apropriada se Hasse ficasse com medo e se voltasse contra mim.

— Claro, agora não há facções com mais poder do que a sua. Que Sua Majestade o considere como maior ameaça… não está além do reino das possibilidades.

Concordei com a cabeça, devagar. Do jeito que as coisas estavam, se eu eliminasse a facção do rei anterior e ocupasse seu território à força, isso deixaria a maior parte do reino em minhas mãos.

Mesmo se as facções a leste da capital ainda não tivessem caído diretamente sob minha influência, seria força militar suficiente para encurralar a capital.

Razão pela qual Hasse não tentou me encorajar a cruzar o canal e tomar a ofensiva contra Paffus.

As cartas mais recentes dele eram principalmente repletas de esforços tímidos para mostrar apreço por meu trabalho, como dizer-me para cuidar da minha saúde.

Também indicavam que ele queria enviar governantes da capital para os territórios conquistados.

Recusei essas recomendações, afirmando que a situação no território conquistado ainda era problemática.

Não era uma completa invenção. Se um governante com experiência administrativa, mas sem experiência militar, fosse designado para o território, sem dúvidas sofreria para conter as revoltas. Eu não seria capaz de confiar o território a eles.

Mas o maior problema era que esse tipo de pessoa de fora apenas atrapalharia meus esforços para conseguir o controle efetivo dessas áreas.

As terras conquistadas eventualmente estariam sob meu controle direto. Eu iria manter a propriedade delas até que Hasse aceitasse esse resultado.

— Designei o Pequeno Kivik e Meissel Wouge para avançarem para a Prefeitura Nargust, partindo de duas direções. Mas também disse a eles para levarem seu tempo fazendo isso.

Não havia lordes na Prefeitura Nargust que pudessem resistir às minhas divisões de exército. Além disso, aqueles que governam a Região Grande Ilha provavelmente não tentariam defender a Prefeitura Nargust. Simplesmente não valia o esforço.

— É uma prefeitura que podemos conquistar rapidamente, mas, vamos levar as coisas devagar. Tenho certeza de que podemos ser perdoados por travarmos uma guerra em que o objetivo não é realmente derrotar o inimigo.

— É quase como se você estivesse encontrando tempo para mover seu centro de poder para Yagmoory.

Kelara não era o tipo de pessoa que brincava, então sem dúvidas estava pelo menos um pouco séria a respeito dessa afirmação.

— Isso seria ir muito longe. Não pretendo fazer algo assim. O Castelo Maust é o meu amado castelo. Não me mudaria para um lugar como Yagmoory, onde não tenho conexões, mesmo que Hasse me ordenasse fazer isso.

Neguei de imediato.

Mas então olhei um pouco para longe.

— Pode haver momentos no futuro em que não serei capaz de deixar Yagmoory.

— Há exemplos de lordes que estavam defendendo castelos que foram ordenados pelo senhor feudal a defender, mas esse senhor feudal foi derrotado enquanto os lordes estavam em suas ocupações e acabaram sendo nomeados mestres daqueles castelos pelo novo senhor feudal.

Se fossem palavras vindo de qualquer pessoa que não fosse Kelara, eu pensaria nelas como sarcasmo, mas Kelara não tinha intenção de zombar de mim.

— Tudo bem, Kelara, estou colocando minha confiança em suas habilidades de governar. Vou me responsabilizar por motivar o Pequeno Kivik. Se ele não chegar ao menos em Yagmoory, o plano não poderá continuar.

Foi nesse momento que Kelara fez uma declaração que se aproximava de uma piada.

— É durante esta implantação que você pretende se afastar do toque de mulheres?

— Sim, mas acho que agora posso me dar ao luxo.

Fiz amor com Kelara antes de ela partir.

Senti que havíamos percorrido um longo caminho para nos entendermos.

 

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O exército do Pequeno Kivik lenta e continuamente derrubou os lordes inimigos, um a um. Não demorou muito para forçar o clã Yagmoory, dono do Castelo Yagmoory, a se render.

O inimigo na Prefeitura Nargust não tinha uma moral particularmente alta. Já tinham visto um grande número de seus companheiros sendo esmagados e não tinham certeza de que poderiam começar a vencer do nada.

E, talvez porque pretendia conservar a força, não parecia que a facção do rei anterior tivesse qualquer intenção de enviar reforços verdadeiros. Não seria estranho que os lordes de Nargust acreditassem que haviam sido abandonados, visto que era, de fato, o caso.

O rei anterior, Paffus VI, já havia desistido de manter o controle no continente e mudou para uma política de fortalecimento do seu controle da Região Grande Ilha além do canal. Ele pretendia tratar a Região Grande Ilha como um reino independente e se manter no governo, mesmo em exílio.

Isso em si não era uma escolha ruim. Se ele podia derrotar o exército real de Hasse várias vezes, seria possível que cada vez mais iriam considerar a Região Grande Ilha como um reino independente. Na verdade, houve um tempo em que a Região Grande Ilha foi um reino separado.

Os dois grandes poderes da Região Grande Ilha – os Condes de Talmud e Samuur – já estavam obcecados em proteger suas próprias terras, e Paffus VI não estava em posição de ignorar seus desejos.

Claro, as prioridades da facção do rei anterior não me preocupavam.

Dei uma olhada ao redor do Castelo Yagmoory, guiado pelo Pequeno Kivik. Por se tratar de um castelo pequeno, o passeio não demorou muito.

— Como o inimigo se rendeu rapidamente, coisas como o cordão ainda estão intactas. Não é o que chamariam de polido, então duvido que tenham trocado muito ao longo das gerações.

O Pequeno Kivik não era exatamente um cuspidor de fogo como seu pai, Kivik, o Velho. Mas isso não significava que lhe faltava habilidade, já que cumpria bem o seu dever.

A segunda geração tende a se comportar um pouco melhor, talvez por ter observado o comportamento imprudente de seus pais, cresce e se torna mais cautelosa.

— Isso me trás algumas lembranças. O Castelo Nayvil também era no máximo desse tamanho. As muralhas eram baixas e o cordão não foi projetado para lutar contra um exército grande.

— Não tive intenção de insultar seu castelo ancestral, Sir Regente…

— Eu sei. Mas é verdade que este castelo e meu castelo ancestral dificilmente impressionariam. Da forma como está, este castelo não servirá. Nele não caberá sequer uma guarnição grande o suficiente para fazer a defesa.

— Seria divertido se pudéssemos fazer neste castelo o que fizemos no Castelo Azuchi.

O Castelo Azuchi era o castelo de Oda Nobunaga.

O ouvi se gabando dele em mais de uma ocasião. Como era evidentemente muito diferente dos castelos deste mundo, eu não conseguia ter uma imagem clara dele na minha cabeça, mas podia muito bem imaginar que tinha sido um castelo bastante ostentoso, dados os gostos de Oda Nobunaga.

— O Castelo Azuchi era uma estrutura bela e luxuosa. Era naquela época, sem dúvidas, o maior castelo do Japão. É uma pena que tenha sido queimado. Se ao menos ele tivesse resistido, teria informado as gerações posteriores sobre a minha grandeza. Ah, que pena, que pena.

Odeio dizer isso, mas não tenho intenção de construir um castelo só para impressionar as pessoas. O que estamos construindo é uma fortificação militar para uso na guerra.

— Eu sei. Mesmo se você soubesse todos os detalhes sobre o Castelo Azuchi, não há necessidade de construí-lo no momento. Acima de tudo, não há tempo suficiente.

Existem, falando de forma mais ampla, dois tipos de castelos.

Claro, não existe castelo sem finalidade militar. Porém, os castelos para grandes lordes ou rei também funcionam como capitais. São construídos não apenas para a guerra, mas também para o governo.

O Castelo Maust e o palácio real eram estruturas assim. Acho que poderia descrevê-los como o tipo de castelo em que os camponeses pensam quando imaginam uma princesa dando um baile.

Não importa quão modesto ou austero seja o lorde, esse não é um castelo que possa se dar ao luxo de imitar. Os símbolos de autoridade não têm sentido e não se destacam. Se alguém vai a um baile com roupas esfarrapadas, isso só torna essa pessoa excêntrica e desrespeitosa.

Além desses, há castelos como o que eu estava prestes a construir. Seu único propósito é cumprir seu papel militar. Contanto que não deixasse o inimigo entrar e fosse construído para sangrar um exército em ataque, não importava o quão feio fosse o castelo em si. Como conquistador, Oda Nobunaga estava bem ciente desse fato.

— Ainda assim, esta é uma oportunidade de construir um bom castelo. Mesmo que o Castelo Azuchi não seja uma opção, por que não fazer um como o Castelo Kitanosho em Echizen?

Castelo Kitanosho? Além do nome do local desconhecido, o aviso de uma nova habilidade tocou na minha cabeça.

Habilidade especial Reivindicação do Conquistador adquirida.

Permite o uso dos conhecimentos e gostos de Oda Nobunaga na construção de um castelo.

Ah, isso pode ser bastante útil.

Uma lista de nomes estranhos de castelos apareceu na minha cabeça. Quando tentei escolher um da lista, surgiram as informações básicas sobre o castelo.

Não havia muitos deles construídos de pedra. A maioria era feito de terra, com vários buracos e caminhos bloqueados para evitar intrusos.

Selecionei o Castelo Kitanosho na lista.

Embora nunca tivesse o visto, sua planta começou a fluir em meu cérebro.

As coisas se encaixaram. Ele fazia uso de um grande rio como fosso no lado oeste. Nesse sentido, era semelhante ao conceito do Forte Nagraad. Isso tornava a abordagem dos invasores mais difícil, e por esse motivo seria útil, independentemente do mundo em que estivesse construído.

Mas o mais notável no castelo era o edifício extremamente alto que parecia uma fortaleza. Não era tão alto quanto uma torre, mas a base de pedra se espalhava por uma área e simplesmente subjugaria um oponente que olhasse para ela, a menos que tivessem uma força bem grande à disposição.

Nada mal. Acho que vou prosseguir e construir este Castelo Kitanosho.

— Claro. Este será um elemento fundamental que o ajudará a manter a área norte. O inimigo será rapidamente detido em seu caminho. Apenas aqueles com um exército particularmente grande seriam capazes de conquistá-lo.

Tudo bem, vou usar o conhecimento de Oda Nobunaga para fazer a melhor das instalações militares.

Me virei para o Pequeno Kivik.

— Prepare o máximo possível de unidades de engenharia. Também quero que comecem a coletar pedras.

— Então este será um castelo de pedra, senhor? Convocarei os pedreiros.

— Não é tecnicamente assim que será, mas os pedreiros serão úteis.

A primeira coisa que fizemos foi cavar um fosso.

O Castelo Yagmoory foi construído perto de um rio, mas esse rio não era muito profundo ou largo, então mudamos a localização do novo castelo para rio abaixo e decidimos aprofundar o próprio rio. Adicionamos a ele o fluxo de outro rio próximo ao castelo.

Ainda assim, essas obras eram algo que qualquer um poderia inventar. O conhecimento de Oda Nobunaga não era necessário.

Assim que o rio foi expandido, pedregulhos foram trazidos de navio. Começamos a empilhá-los para formar uma muralha de pedra.

No início, Laviala insistiu que esse plano era impossível.

— Lorde Alsrod, mesmo que você consiga juntar pedras suficientes, não temos pedreiros suficientes. Não importa o que tentemos, leva tempo para esculpir pedregulhos em blocos quadrados…

— Laviala, não há necessidade de fazer blocos planos com as pedras. Isso é o suficiente para fazer uma muralha sólida.

— Hein? O que quer dizer com isso?

— Eu provavelmente deveria explicar isso aos pedreiros e não a você, Laviala, mas…

O conhecimento de Oda Nobunaga incluía informações sobre muralhas de pedra.

Elas eram extremamente estranhas. Eram pilhas de pedras não esculpidas e pedregulhos. Pareciam capazes de desabar a qualquer momento, mas os pedregulhos se prendiam entre as pedras e serviam a um papel semelhante ao da argamassa.

Era o suficiente para construir uma muralha com cerca de três jargs de altura. Havia um segredo a respeito de como as pedras deviam ser empilhadas, mas Oda Nobunaga havia me fornecido esse conhecimento.

Ou seja, ele teve interesse até nos detalhes da melhor forma para se empilhar as pedras. Se não fosse assim, teria deixado tudo nas mãos dos pedreiros.

— Quando invadi Omi, vi muitas muralhas de pedra impressionantes. Quando conquistei o Castelo Kannonji de Rokkaku, fiquei comovido com a elegância de sua construção em pedra. Omi também tinha a Guilda Ano-shu do Monte Hiei; sua abordagem em relação ao ofício do pedreiro era mais avançada do que a de outros.

Oda Nobunaga gostava de explicar as coisas. Ele tinha uma curiosidade praticamente infantil a respeito de tudo. E gostava de mostrar os frutos dessa curiosidade às pessoas. O problema para mim era que eu era o único a quem ele poderia revelar esse conhecimento.

— E então tive uma ideia. Se as pedras pudessem ser empilhadas o mais alto possível, seria possível fazer castelos muito mais resistentes do que usar muralhas de terra. As muralhas feitas de solo acabariam sofrendo erosões com o passar dos anos e acabariam ficando menores ou com as bordas arredondadas. Mas seria possível construir uma base muito maior usando pedras. Poderia ter incontáveis corredores com cantos afiados no interior do castelo. Alguém poderia criar um castelo quase impossível de invadir – um feito para massacrar o inimigo.

Definitivamente vou adotar as suas ideias. Pensando nisso, é claro que os soldados inimigos perderiam a coragem caso vissem um castelo endurecido com pedra.

Expliquei os conceitos por trás do trabalho em pedra para Laviala, usando os mesmos termos de Oda Nobunaga. Laviala continuava cética, mas quando viu as estruturas de pedra começando a serem preparadas viu que eu estava correto.

O mesmo aconteceu com os pedreiros. À medida que as pedras menores se acomodavam entre as grandes, servindo de pequenas cunhas, as seguravam no lugar. Isso reduziu em muito o tempo gasto no corte e polimento de pedras.

— A pedra realmente não se move… E se uma muralha dessa altura fosse estendida… seria impossível atacar o centro do castelo. — Laviala olhou para a muralha enquanto dava tapinhas na pedra. — E se você colocasse arqueiros e arcabuzeiros em cima dela, poderiam atirar em qualquer atacante sem piedade alguma.

— Sim, eu sabia que você notaria isso, Laviala. É exatamente isso. A partir daqui, podem atirar em quantas cabeças inimigas quiserem.

Este castelo era como um labirinto projetado para massacrar o inimigo. Eu, sem dúvidas, conseguiria dormir tranquilo lá dentro.

— E se o castelo estiver em risco de ser conquistado, podemos baixar um navio no rio próximo a ele e usá-lo para a fuga. Este definitivamente se tornará o centro de onde iniciaremos nossas futuras expedições.

— É muito bem desenhado. Mas o mais surpreendente talvez seja… que passou só um mês desde que começamos a construção…

É verdade que o ritmo da construção do castelo em si foi bastante rápido. Era um privilégio concedido a mim devido ao grande número de pessoas que eu poderia comandar.

— Bem, ainda estamos em tempo de guerra. O plano é terminar em cerca de três meses. Será um castelo que jamais cairá enquanto eu viver.

Sem nenhuma interrupção real do inimigo, o novo Castelo Yagmoory foi concluído em três meses.

Quando o castelo foi terminado, organizei uma pequena festa de celebração para os generais que lá estavam.

Leon dos Águias Brancas me disse que a notícia sobre o castelo estava se espalhando. Dizia-se que era o castelo onde as muralhas de pedra erguiam-se pelos arredores, e minha companhia de guarda pessoal estava sempre ao meu lado.

— Fiz tudo o que precisava fazer. De agora em diante, administrarei os territórios conquistados a partir do Castelo Yagmoory.

— Isso sem dúvidas em breve se tornará realidade. No entanto, se há alguma preocupação…

— Ei, não vá azarar as coisas. Leon, você está nervoso demais com isso tudo — brincou Orcus dos Ursos Vermelhos.

— Você consegue pensar em algum homem que poderia conquistar este castelo? Não há preocupações. Em breve terminaremos o extermínio da facção do rei anterior. Ou está com medo de entrar em um barco para cruzar o canal?

— Não tenho esse tipo de medo! Não tenho dúvidas de que também derrotaremos a facção do rei anterior. Mas se a base for bem fortificada, haverá aqueles que acreditam que a maior ameaça é o regente.

Leon estava sendo um tanto diplomático, mas estava claro o que insinuava.

— É por isso que digo que você é paranóico, Leon. Mesmo que o rei tivesse medo do regente e do ataque, o regente simplesmente passaria a apoiar o antigo rei. O rei não pode se dar ao luxo de fazer do regente um inimigo.

Tentei evitar me envolver na discussão entre meus dois capitães da guarda pessoal, mas senti que precisava me preparar para o inesperado.

Se ele acabasse saindo atrás de mim, poderia acontecer mais cedo do que o esperado. Sem dúvidas pensaria que seria tarde demais uma vez que eu estabelecesse meu governo. Eu tinha certeza de que alguns estavam sussurrando essas coisas ao seu ouvido.

O próximo desafio poderia muito bem ser a provação que enfrentaria para me tornar rei.

 

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Duas semanas após a conclusão do Castelo Yagmoory, um lobo apareceu silenciosamente em meu quarto.

— Ah, Yadoriggy. Pode falar em forma humana.

Yadoriggy estava visivelmente tensa. Logo percebi que ela tinha notícias importantes.

— Descobrimos que Sua Majestade o rei e o rei anterior trocaram cartas.

— Oh? Seria bom se o antigo rei entregasse a Região Grande Ilha desse jeito. A unificação estaria essencialmente completa.

— O assunto principal de suas cartas secretas envolve como se livrar do falcão que cresceu demais.

Respirei fundo e me sentei.

Então ele finalmente fez um movimento.

Mas pensar que o seu maior inimigo acabaria sendo eu…

— Um falcão, hmm? É um animal adorável para me comparar.

Se ele tivesse me chamado de porco gordo, eu poderia ter me sentido um pouco insultado.

 


 

Tradução: Taipan

Revisão: Gabs

 

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