Rem acordou com o som da chuva. Parecia que havia perdido a consciência em algum momento. Quando a garota mudou seu olhar do teto para uma janela próxima, percebeu que tinha escurecido do lado de fora. Que horas eram? Rem não fazia ideia. Não havia luzes no quarto, e a lua também não estava visível; pelo que ela sabia, poderia ser meia-noite ou quase o amanhecer. Mesmo assim, teve surpreendentemente poucos problemas para se levantar.
— Onde estou…?
Rem logo percebeu por que dormiu tão bem; a cama em que estava era a coisa mais macia que já havia sentido em sua vida. E também era enorme; poderia facilmente caber mais quatro ou cinco pessoas nela. Espaço mais do que suficiente para pular e rolar até se contentar. Da mesma forma, os lençóis eram quentes e aconchegantes, e ao mesmo tempo tão leves que mal notava que estavam lá. Não havia dúvida de que essa cama havia custado uma fortuna.
— Então… por que eu estava dormindo aqui?
Enquanto refletia sobre isso, Rem de repente se lembrou dos eventos que a levaram a adormecer e se levantou. Embora estivesse usando roupas, seus seios estavam expostos, uma visão que fez as memórias obscenas em sua mente parecerem cada vez mais vivas. Ela se lembrava de tudo; como a Princesa a empurrou para o chão e acariciou o seu corpo, como chegou ao seu primeiro orgasmo.
— Por que eu… fiz aquilo…?
Rem logo cobriu a boca e estremeceu, profundamente envergonhada da forma atípica como agiu. Seu corpo ainda estava fraco por causa do orgasmo, e o doce sabor da Princesa ainda não tinha saído de sua boca. A cama também cheirava a ela, fazendo com que a sua virilha começasse a doer novamente, uma dor que só seus dedos podiam satisfazer.
— Nãão…!
Rem agarrou os lençóis com tanta força quanto pôde, tentando impedir as suas mãos. Ela estremeceu de medo ao lembrar de como a Princesa parecia enquanto se tocava, dos gemidos de dor que ela soltava. A ferocidade do sexo humano a assustou.
— Os humanos são todos bestas! Se é assim que suas princesas agem, então nem quero saber o quão vulgares as pessoas normais são… — gritou Rem, amaldiçoando os humanos. Ainda sim, por que, por que pensar na garota dando prazer a si mesma fazia ela corar? Por que estava com tanta inveja da forma desavergonhada como buscava o prazer?
Rem fez que não com a cabeça. Não, isso não sou eu. Ainda estou confusa com o que aconteceu. Ela respirou fundo e tentou se recompor.
O que aconteceu depois que desmaiou? Quando deitou na cama? Onde estava a Princesa? Focar nessas perguntas permitiu que Rem recuperasse a compostura. Com seus olhos agora acostumados à escuridão, deu outra olhada ao redor do quarto e notou três luzes brilhantes bem ao lado dela. Formavam um triângulo de cabeça para baixo, com os pontos de cima sendo turquesa, e o de baixo vermelho.
— Mrrrauu~!
— Eek?!
O triângulo soltou um ruído estranho sem qualquer aviso, fazendo Rem saltar no ar. Felizmente, a cama era grande o suficiente para ela não cair no chão, mas isso também a deixou perto demais para sentir a fofura do misterioso objeto.
— Miau~!
Mais um. O som lembrava o de um gato bocejando e causou arrepios na espinha de Rem.
— A-afaste-se de mim…! Espera… isso é… um gato?
Com certeza ao menos soava como um. Rem chegou o mais perto que seu medo permitia e confirmou sua suspeita; um gato branco como a neve estava deitado ao lado de Rem na cama, quase como se tivesse dormido com ela.
— N-nossa… Não me assuste assim…
Quando ela soltou um suspiro de alívio, o gato soltou um gemido breve e irritadiço. Em seguida, ergueu um pouco a mandíbula e virou a cabeça, como se dissesse a Rem para olhar para aquele lado. Embora ela não fosse realmente uma fã de quão esnobe o gato estava agindo, a elfa decidiu seguir suas instruções. Ela notou uma lareira ao lado do quarto, com algumas brasas ainda queimando dentro dela. Parecia que o gato estava dizendo para usar o fogo para acender os castiçais nas paredes. Rem obedeceu e logo o quarto ficou iluminado por uma fraca luz de velas.
— Nossa, você realmente sabia fazer isso? Droga, você é inteligente — Rem elogiou o gato enquanto o levantava. Agora que viu melhor, percebeu o quão bonito seu pelo branco como a neve realmente era. Seus olhos turquesa a lembravam de Alferez, e a gargantilha preta em volta do pescoço também era bem parecida com a da garota, até a gema vermelha embutida nela era semelhante. — A sua dona é a Princesa, hein? … Ah, você é uma gatinha?
— Mrauu! Mrrauuu!
A gata não pareceu gostar de Rem verificando o seu gênero e liberou um monte de garras. A elfa teve que lutar com todas as suas forças para evitar ser arranhada.
— Vamos lá, não precisa ficar tão brava. Hehe, é quase como se você pudesse entender o que estou dizendo.
— Mrau~!
Tendo se libertado das garras de Rem, a gata virou a cabeça com raiva e pulou de volta na cama, bocejando ruidosamente antes de se enrolar formando uma bola. Talvez só estivesse de mau humor; afinal, ela a acordara no meio da noite.
— Até a gata me ignora… — suspirou Rem. Só então, seu estômago soltou um ronco.
Certo, comida. Para começo de conversa, foi por isso que invadiu o lugar. Sendo a mansão de uma princesa e tudo mais, devia ter algumas coisas muito boas no lugar. Pegar um pouco disso não faria mal a ninguém.
— Ela me deve pela noite passada. Aquilo me deixou sem chão — murmurando isso para si mesma, Rem saiu em busca da cozinha, sentindo-se completamente justificada ao fazer isso. — Mas que diabos…?
Ela encontrou a despensa, mas não era exatamente como esperava. O cômodo estava cheio de prateleiras com pão seco e carne defumada, bem como sacos de farinha, para o que quer que fosse. Também havia alguns vegetais, mas não foram tocados. Embora os elfos geralmente vissem virtude na modéstia, esta seleção parecia um pouco simples até para os seus padrões.
— Isso é realmente o que uma princesa humana come? Hmm, também pode ser o que ela dá àquela gata.
Rem também notou uma pilha de pratos sujos, mas estava com fome demais para se importar. Enquanto lambia seus lábios, pegou um pedaço de pão. Entretanto, foi interrompida a meio caminho disso.
— Mrrauuu!
A gata de antes saltou sobre ela, pousando entre Rem e a comida. O animal rosnou com os pelos eriçados, ameaçando atacar a garota se ela desse um único passo à frente. Rem sabia que animais pequenos tinham o potencial de ser bastante perigosos quando irritados; as garras e presas da gata não deviam ser subestimadas. Ela decidiu seguir um caminho seguro e cruzou os braços.
— Então, esta é a sua comida, hein? Ou será que você está me dizendo para manter minhas mãos longe dos pertences da sua mestra? — perguntou Rem, embora realmente não esperasse por uma resposta. Afinal, era apenas uma gata; não havia como entender uma palavra do que ela estava dizendo. Conduzir qualquer tipo de negociação era simplesmente impossível. Rem ficou ali por um momento, procurando uma oportunidade para roubar um pão, mas a gata não desviou o olhar.
— Olha, é por culpa da sua mestra que estou morrendo de fome. É justo que ela compartilhe um pouco de comida comigo. Vamos, uma princesa tem o dever de dar aos necessitados!
Rem estava começando a ficar nervosa. Armada com esses argumentos absurdos, encarou a gata, olho no olho. Entretanto, não muito tempo depois, desistiu; a felina se provou claramente muito mais persistente.
— Deixa pra lá…
Embora Rem quisesse demonstrar irritação, estava faminta demais para reunir a força de vontade para fazer isso. Tendo reconhecido sua derrota, ela se arrastou de volta para o quarto. A gata a seguiu, como se a monitorasse.
— E eu pensei que finalmente estava livre para fazer o que quisesse…
Rem rolou na cama, amaldiçoando o seu destino. Entretanto, não consegui dormir; acordar no meio da noite era o motivo para isso, assim como o seu estômago vazio. A garota ficou simplesmente deitada na solidão da noite, sentindo-se miserável.
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— Acorde, sua elfa estúpida!
Na manhã seguinte. Rem acordou com o som da Princesa gritando. Parecia que ela tinha finalmente adormecido. Ainda muito cansada, puxou os cobertores para cima da cabeça e tentou ignorar o barulho. A garota, no entanto, claramente não estava com humor para isso e os tomou dela.
— Não finja que está dormindo! Me responda, como você escapou daquele buraco?!
— Huh…? Por que você só está perguntando isso agora…? Eu já saí desde ontem…
Rem olhou para a garota com olhos perplexos, incapaz de entender por que ela perguntaria isso um dia depois. Talvez tendo percebido o que estava acontecendo, o rosto de Alferez ficou vermelho, cheio de vergonha e frustração.
— Calada! Tenho meus próprios negócios para tomar conta! Isso… Isso não importa, só vá embora daqui!
— Hein?! Vamos lá, me deixe ficar pelo menos até a chuva passar! Você me deve um pedido de desculpas por aquelas coisas nojentas que fez comigo na noite passada! — Rem gemeu de novo, jogando-se na cama. Embora do lado de fora estivesse um pouco mais claro, a chuva ainda estava caindo com toda a força. A birrinha da elfa foi demais para a Princesa suportar, e ela mordeu o lábio enquanto soltava um gemido profundo.
— Tá, tá bom… Mas com uma condição: você não dará um único passo para fora deste quarto! Entendido?!
— Tá, tá.
Alferez apontou o dedo para Rem em uma tentativa de parecer forte. Não que isso fosse realmente necessário; se isso significasse não ter que sair na chuva, a elfa ficaria perfeitamente bem em aceitar os termos da garota. Havia, no entanto, mais um problema que queria resolver, se possível. Um problema muito sério.
— Ah, certo. Eu ficaria feliz se você pudesse me trazer um pouco de comida, visto que não posso deixar este quarto e tudo mais — disse Rem, tentando usar a condição que a própria Princesa havia estabelecido para exigir mais reparações. Ela temeu que pudesse ter parecido um pouco cruel, mas Alferez simplesmente respondeu com um “hmph” bem curto.
— Recuso. Vá e morra de fome, como se eu me importasse.
Com aquela resposta direta, a garota saiu do quarto. Rem ficou olhando para ela um pouco pasma; a Princesa era muito mais obstinada do que havia imaginado.
A conversa não foi completamente infrutífera, entretanto; permitiu a Rem confirmar algo muito importante. A Princesa se lembrava claramente dos acontecimentos da noite anterior. Sua enorme mudança de personalidade fez a elfa se perguntar se ela simplesmente havia esquecido, mas sua reação confirmou que não era o caso. Não só isso, parecia até um pouco envergonhada com tudo.
— Que princesa estranha…
A impressão de Rem sobre a garota mudava em cada vez que se encontravam. A princípio, seus olhos brilharam com uma curiosidade infantil, depois zombou de Rem e agora não tinha paciência. A elfa nunca tinha conhecido uma pessoa com tantos lados diferentes.
— Ela não age nada parecido com uma princesa…
De jeito nenhum que sua falta de educação e elegância se devia apenas ao fato de ter lidado com uma elfa que invadira sua casa; provavelmente tratava qualquer pessoa que encontrava com o mesmo nível de desrespeito.
— Aposto que é por isso que ela se divorciou três vezes. Aham, deve ser.
Rem assentiu consigo mesma, bastante confiante em sua conclusão arbitrária. Porém, havia uma coisa que não se encaixava muito bem; seu comportamento na noite anterior, quando se forçou sobre Rem. Todo o resto poderia ser explicado por ela ser simplória e egoísta, mas naquela hora realmente parecia ser outra pessoa. Considerando o quão rápido tinha deixado Rem ficar até que parasse de chover, era possível que não tivesse intenção de atuar.
— Eu meio que me sinto mal por ela…
Rem também não era uma pessoa bem das normais. Talvez essa fosse a razão pela qual assumiu tão rapidamente que a Princesa estava sofrendo. Ela se sentou na cama com as pernas cruzadas, olhando para a chuva pela janela enquanto se perguntava o que a outra garota estava sentindo.
Entretanto, não demorou muito para ficar entediada. Incapaz de ficar parada por mais tempo, caminhou ao redor do quarto e rolou na cama, tentando encontrar uma maneira de passar o tempo.
— Saco! Isso é ainda mais chato do que guardar a Árvore de Origem!
Querendo cumprir sua promessa, Rem resistiu pela tarde toda. Já era noite, entretanto, e estava começando a chegar ao seu limite.
— O que há de errado com ela?! Não vai me trazer nem um pedacinho de pão?! Retiro o que disse, não me sinto mais mal por ela!
Rem saiu do quarto fervendo de raiva, pronta para atacar a garota. Primeiro tinha que encontrá-la, é claro, e a única maneira de fazer isso era olhando por todas as portas.
— Todos estes são quartos. Além do mais, há vestidos e camisolas espalhados por toda parte. E nenhuma das camas está arrumada. Nada do que você esperaria de uma mansão pertencente a uma princesa. Não tem ninguém aqui que cuida da limpeza?
Depois de examinar dez ou mais quartos, Rem percebeu algo.
Algo muito estranho.
— Espera… Não há ninguém aqui?
Ela olhou para o corredor vazio. Uma estranha estava correndo pela mansão causando uma confusão, mas nenhum guarda ou mesmo criado tinha aparecido para ver o que estava acontecendo. A Princesa foi a única pessoa que ela realmente viu. Rem agora entendia por que o lugar parecia tão mal cuidado. Pensando bem, o vestido que Alferez estava usando também era bastante simples, algo que ela poderia facilmente tirar e vestir sozinha. Ficou tudo bem claro; não havia ninguém no lugar, salvo a Princesa.
— O que significa isso? Então ela não é uma princesa?
Isso era improvável; não havia como uma garota comum viajar em uma bela carruagem puxada por quatro cavalos. Levando os seus divórcios em consideração, isso tudo parecia muito suspeito.
Sentindo uma estranha inquietação em seu peito, Rem retomou a busca pela Princesa, agora com uma razão completamente nova para isso. Ela caminhou com pressa, quase correndo, até que finalmente tropeçou em uma porta bem grande.
— Ela está aqui…? Whoa!
No momento em que Rem estava se preparando para entrar, um enorme buraco se abriu sob seus pés. Entretanto, aquilo soltou um breve ruído mecânico antes de abrir, dando tempo suficiente para a elfa saltar em segurança. Ela havia se esquecido completamente das várias armadilhas espalhadas pela mansão. Agora essas coisas faziam mais sentido do que nunca; não havia como a Princesa ter qualquer chance contra os intrusos se estivesse sozinha.
— Deve haver algo realmente importante por trás desta porta. Por que outro motivo colocariam uma armadilha bem na frente dela?
Ela saltou sobre o buraco recém-aberto, empurrou a porta e caminhou para dentro, certificando-se de tomar cuidado com quaisquer armadilhas adicionais. Não havia sinais de ninguém no local. Ela olhou ao redor do cômodo, que parecia ser uma biblioteca de dois andares. As paredes estavam todas cobertas por estantes cheias de livros de aparência antiga.
— O que…? — disse Rem, com as sobrancelhas franzidas. Não havia muitos livros; o problema era que todos eram grimórios usados para magia negra. Ela agarrou um, olhou seu conteúdo e na mesma hora o fechou. Até mesmo Rem estava ciente dos fundamentos das artes espirituais. O fato de ser uma elfa normal tão ágil, apesar de ser apenas meio-sangue, era tudo graças a pego a força dos espíritos do vento emprestada. No entanto, essas coisas não eram tão simples assim.
Simplificando, eram maldições; feitiços perigosos que poderiam afetar não apenas outras pessoas, mas até mesmo a vida de quem os usasse.
— Por que ela tem isso tudo…?
Rem saiu do cômodo e continuou sua busca pela mansão, sentindo-se ainda mais inquieta do que antes. Ela encontrou outras armadilhas, como redes caindo do teto ou lanças sendo atiradas das paredes, mas milagrosamente conseguiu evitar todas elas, até que por fim encontrou uma escada que conduzia ao sótão. Enquanto subia os degraus, Rem avistou uma figura familiar; a garota que esteve procurando o tempo todo.
A Princesa estava de costas para ela. Um livro estava aberto na mesa à sua frente, e ela estava claramente focada em algo, a tal ponto que não percebeu a elfa caminhando até lá.
— Ei, Princesa. Se importa em explicar o que está acontecendo?
— Huh…?
Chocada com a voz, Alferez deixou a garrafa de vidro que segurava cair. Aquilo bateu no chão, quebrando-se em milhares de pedacinhos. O líquido que estava sendo contido espirrou e explodiu em uma coluna de fumaça roxa, enchendo o lugar com uma doce fragrância, muito parecida com a que Rem havia sentido antes.
— S-sua elfa estúpida! Por que você…?!
Quando a garota se virou para encará-la, Rem percebeu que a região de sua boca estava coberta por várias camadas de tecido enroladas, agindo como uma espécie de máscara. Os olhos da Princesa, bem abertos com raiva e confusão, foram para um lado e para o outro, entre Rem e o líquido no chão.
— Huh? O que está acontecendo…? Eu não… me sinto… muito bem…
Quando a fumaça entrou em seu nariz, Rem sentiu que sua mente começava a ficar nebulosa. Ela se sentiu tonta, como se fosse perder o equilíbrio a qualquer momento. Só ficar de pé já era difícil. O que estava acontecendo com ela?
— Ah… Aah…
Suas bochechas estavam queimando. Seu corpo estava em chamas. Uma pulsação vergonhosa começou a pulsar entre suas pernas. Embora não feliz com isso, Rem se lembrava dessa sensação.
— Espera, Princesa… Eu… Ah!
Era como no dia anterior. Não, a pulsação em sua virilha era ainda mais forte do que antes. O corpo de Rem ficou fraco e seus joelhos cederam logo depois, fazendo com que a garota desabasse no chão. Incapaz de resistir a seus impulsos, ela se inclinou para a frente, empurrando as duas mãos entre as pernas. Nunca antes tinha ficado tão envergonhada como neste momento. A elfa teve que lutar com todas as suas forças para impedir que seus dedos deslizassem para suas partes íntimas. O que aconteceu no dia anterior nem se compara; Rem sentiu como se estivesse queimando e sendo colocada do avesso. As pontas de seus seios também ficaram rígidas, fazendo-a estremecer enquanto esfregavam em suas roupas.
— Espera… O que está… acontecendo…? Princesa… faça alguma coisa…!
— Isso é o que acontece quando você respira a fumaça igual uma idiota.
Embora as palavras de Alferez fossem tão duras quanto sempre, seus olhos estavam claramente cheios de pena. Foi então que Rem finalmente descobriu.
Será que esse líquido estranho pode ser o motivo para ontem ela ter agido de forma tão estranha?!
Era por isso que ela usava uma máscara sobre a boca e o nariz? Rem tentou colocar as mãos na boca, em uma tentativa de imitar a garota, mas já havia respirado muito da fumaça; seu corpo não faria mais o que ela queria. Pelo contrário, seus dedos estavam se contorcendo entre as pernas, esfregando a fenda através da calcinha, tudo contra a vontade da garota.
Sem chances… Ela vai… pensar que sou uma idiota… de novo…
Embora Rem tentasse e tentasse afastar os seus dedos, sua vontade simplesmente não era forte o suficiente; ela estava agora dando prazer a si mesma, e com força total.
— Ahh! Aaahh!
Um choque correu pelo seu corpo. Com os olhos revirados e os lábios trêmulos, Rem continuou atormentando sua virilha com as duas mãos. Ela deslizou sua calcinha de lado, permitindo que seus dedos deslizassem dentro de seu buraco.
— Haa… Ah… Aah… Ahh!
— Q-qual é, você está sendo muito rude. Você precisa tratar esse lugar com mais cuidado…
Ao contrário do que Rem esperava, Alferez não estava zombando dela. Em vez disso, parecia um pouco perturbada ao agarrar as mãos de Rem, forçando a garota a parar.
Isso era fácil para ela dizer. Rem, por nunca ter se masturbado em sua vida, não tinha ideia de como isso deveria ser feito.
— B-bem… então você faz isso… Por favor…!
Rem agarrou a Princesa pelos pulsos e colocou as mãos dela entre as suas pernas. Embora Alferez, por reflexo, tenha tentado se libertar, o aperto da elfa era forte demais para ser quebrado com tanta facilidade.
— P-pare com isso, sua elfa insolente! Quem acha que eu sou?!
— Eu não fiz… a mesma coisa por você… ontem…?
Rem apelou com uma voz fraca em meio à sua respiração pesada. Entretanto, Alferez parecia um pouco preocupada. Ela ficava olhando para o sol poente através da janelinha ao lado do cômodo, com clara ansiedade visível em seus olhos.
— I-isso vai passar em pouco tempo… Eu acho… Então, me… Me solte…!
— Acha?! Que merda é essa?! A culpa é sua, assuma alguma responsabilidade!!
Frustrada com a falta de resposta da Princesa, Rem começou a esfregar sua virilha contra o braço da garota. A pele dela abriu os lábios inferiores de Rem, enviando imensas ondas de choque pela mente da elfa.
— Ahhh!
Neste momento, ela nem mesmo se sentiu envergonhada. A intensidade das sensações era simplesmente demais para ela; era como se cada músculo de seu corpo estivesse prestes a derreter. Incapaz de se controlar, Rem continuou a sacudir os quadris para frente e para trás, espalhando linhas de seu mel espesso e claro pelo braço pálido da garota.
— Espera…! Pare com isso! Ah! Nãooo…!
A Princesa, irracionalmente teimosa mesmo nos melhores momentos, não suportou mais. No meio de sua luta para soltar a mão do aperto da outra garota, sua máscara acabou saindo, expondo seus lábios trêmulos. Eles eram pequenos, mas ainda fartos, e tinham uma adorável cor rosada.
— Tão bonita… — murmurou Rem através de sua respiração ofegante enquanto pressionava seus lábios contra os de Alferez, quase inconscientemente. O beijo encheu seu coração de imensa felicidade, muito maior do que a que ela ganhava com um simples toque. O cérebro de Rem não estava mais funcionando; ela colocou os braços em volta do pescoço da outra garota, incapaz de se concentrar em qualquer coisa além do doce sabor de seus lábios. — Ahh… Haaa… Mmhh…
— P-pare com isso…! Sua elfa estúpida…! Pare! Se você continuar, então… Aah…!
Os gemidos de Alferez se misturaram aos de Rem enquanto ela dava tudo de si para resistir. Ao fazer isso, seus olhos foram ficando cada vez mais desfocados; ela estava claramente começando a ceder. Aquele líquido misterioso também começou a afetá-la? Essa foi a única conclusão que Rem pôde tirar com suas últimas gotas de sanidade.
— Já te disse… para parar… N-nós duas somos garota, nós… nós não podemos… Ahh…
Rem não precisava ouvir isso, ela entendia o que estava fazendo: beijando outra garota, uma humana. Mesmo assim, não sentiu o menor desgosto ou repulsa.
Seus lábios… são tão… bons…
Pela primeira vez em sua vida, Rem entendeu o que significava se sentir bem. Sua mente estava girando; ela queria ficar assim para sempre.
— Pare… Este não é o momento… para fazer isso… Ahhn!
A Princesa gemeu quando as pontas de suas línguas se tocaram. Seu corpo tremia de prazer. Suas línguas brincavam uma com a outra, torcendo-se e girando.
— Ahh…! Haa…! Tão bom… Isso é… tão bom…!
— Pare…! Me solta…! Agora não é hora…! Aaaaahhh…!
Ao contrário de suas palavras, Alferez estava devolvendo o beijo de Rem com a mesma paixão intensa, com a cabeça ligeiramente inclinada para o lado. Suas salivas se misturaram, fazendo sons obscenos. Os ruídos vulgares eram feitos pelas duas garotas, e elas continuaram enfiando suas línguas cada vez mais fundo uma na boca da outra.
— Aaah… Beijar… é tão bom…!
Todo esse prazer estava fazendo com que a dor entre as pernas de Rem ficasse ainda maior. Em sua excitação, ela agarrou a coxa de Alferez entre as pernas e começou a esfregar sua fenda contra ela.
— Ahh! Aaaahh! Aaah!
Rem mal conseguia respirar; o prazer era simplesmente intenso demais. Suas costas arquearam enquanto ela ofegava por ar, mas tudo o que chegou à sua boca foi a saliva da outra garota. Falando sobre Alferez, quando Rem puxou a coxa dela contra as suas partes íntimas, suas coxas acabaram umas contra as outras. Ondas de doce alegria percorreram seus corpos enquanto suas pernas trêmulas esfregavam a virilha uma da outra.
— Nãoooo! S-sua elfa estúpida! Se você fizer isso, então… Aaaaahh!
— Mas… Mas isso é tão… Ahh! Aahhh!
Elas se abraçaram com o corpo quente de luxúria e começaram a se beijar intensamente. Cada vez que seus rostos se tocavam, Rem podia sentir o prazer jorrando por seu corpo. Ela inclinou a cabeça, mal ciente de que tinha feito isso. Como isso pode ser tão bom? Seu coração batia cada vez mais rápido pela garota humana, gemendo enquanto se envolvia em seu abraço.
Esta droga está fazendo isso? Ou talvez…
Isso é o máximo que seu cérebro conseguiu com essa linha de pensamentos. Alferez chupou sua língua mais profundamente, enchendo a cabeça de Rem com nada além de branco.
— Mmmmhh!
— Mmh! Mmmhhhh! Não é hora para… Não dá tempo… Mas… Mas…!
Alferez claramente também perdeu o controle sobre si mesma. Ela pressionou seus lábios contra os de Rem uma e outra vez, agarrando as roupas da elfa enquanto tentava o seu máximo para resistir ao prazer. Seus esforços foram em vão, entretanto; as duas garotas inexperientes não tinham chances contra a luxúria implacável causada pela droga. As leves contrações e movimentos da coxa de Rem enquanto esfregava contra a virilha da outra estavam levando a garota ao seu limite.
— Sem chances…! Ah… Aaahh! Princesa…! Eu… Eu tô perdendo a cabeça…!
— Eu… Eu também… Nãão… Nããão!!
Algo explodiu em sua cabeça e ela foi engolida por uma luz branca e brilhante. E não apenas Rem, como também Alferez. Suas salivas misturadas gotejaram em um único fio enquanto as duas garotas atingiam o orgasmo simultâneo, tremendo com as costas arqueadas.
— Haa… Aah… Eu… Ah… Aah…
Isso permitiu que as garotas recuperassem a postura. Bem, pelo menos Alferez; o corpo de Rem ainda tremia com o calor do orgasmo, com os olhos bem fechados.
— Ah… Ha… O sol está se pondo… Nãão… Não olhe para mim…
Entretanto, a voz chorosa da Princesa logo a trouxe de volta à realidade. Rem percebeu que fazer isso com uma elfa devia ter sido muito embaraçoso para ela, e se moveu para abraçar a garota que chorava com a intenção de confortá-la.
— Hm…?
Suas mãos não encontraram resistência; não havia nada além de ar vazio em sua frente. Rem abriu os olhos apenas para perceber que Alferez havia desaparecido, como fumaça no ar.
— Huh…? Princesa? Princesa?!
Ela se endireitou e chamou pela outra. Ao fazer isso, ouviu uma resposta familiar.
— Miau~!
Rem arregalou os olhos e seu corpo se enrijeceu. Ela ainda não tinha retomado os seus sentidos? Ou só tinha perdido a sanidade? Ela inclinou a cabeça de um lado para o outro, incapaz de acreditar no que estava vendo.
Onde a Princesa estivera, agora descansava uma gata branca com uma gargantilha no pescoço.
Tradução: Taipan
Revisão: Thunder
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