Trono do Arcanista – Cap. 239 – A Segunda Visita dos Elfos

 

— Jin… ke… la…? — Arthur ficou muito confuso. Ele até repetiu essa palavra para si mesmo algumas vezes para compreender o possível significado, o que quase fez Lucien morrer de dar gargalhadas.

— Bem, — Lucien esfregou um pouco as bochechas para ficar sério, — como os tipos de solo são diferentes, às vezes temos que usar esses produtos alquímicos separadamente. Quando eles estiverem todos misturados, vamos chamar de Jinkela. Então teremos Jinkela nº 1, Jinkela nº 2, e por aí vai…

Vendo que Lucien estava bastante “sério”, Arthur ostentou seu típico sorriso de negociante.

— Ótimo nome, Sr. Evans. Um ótimo nome! Vamos chamá-lo de… Umm… Jinke… la.

Lucien, de fato, não tinha um pingo de talento na arte de nomear coisas, assim como o Sr. Victor e Rhine.

Depois de escolher o nome do produto, eles juntos nomearam a nova empresa: Mineração e Colheita Holm.

Com o Sr. Eric como testemunha, Arthur e Lucien assinaram outro contrato, e o Sr. Eric também o assinou, representando o Congresso de Magia.

— Felicitações, Sr. Evans, Sr. Eric. — Arthur propôs um brinde.

Lucien sorriu e bebeu toda a bebida em seu copo.

— Eu torço para que trabalhemos bem juntos, Sr. Doyle. Quando você for anunciar os produtos, certifique-se de colocar a dose clara, porque o uso excessivo pode causar dano ao solo.

— É claro que sempre respeitamos a opinião de um arcanista. — Arthur acenou com a cabeça e então pediu à secretária que pegasse outra pilha grossa de documentos para entregar a Lucien. — Este é o nosso plano de produção em massa. Por favor, dê uma olhada no design dos círculos mágicos, Sr. Evans, para ver se há algo que precise ser melhorado. Afinal, você que é o profissional aqui. — Arthur tentou lisonjear Lucien. Afinal, era um arcanista de quarto nível e um ganhador do prêmio Coroa Holm.

Lucien rapidamente folheou e percebeu que o plano se baseava basicamente no artigo sobre como minimizar o consumo de energia e o custo dos círculos mágicos alquímicos de larga escala, usando-se energias de diferentes formas, publicado na última edição do Alquimia. Em outras palavras, de acordo com o artigo, o autor sugeriu construir torres mágicas sobre rios de grande volume de vazão para coletar o potencial hídrico e depois transferi-lo como eletricidade através de um campo magnético.

— Uma usina hidrelétrica mágica… — murmurou Lucien.

Ele sabia que não importava como os círculos mágicos alquímicos fossem propostos, ainda seriam muito caros, porque precisariam de grandes quantidades de gemas mágicas especiais, que poderiam continuamente ganhar poder da luz solar, do luar ou das sombras para funcionar adequadamente, e mesmo se esses círculos mágicos não fossem criados para uso permanente, a manutenção ainda custaria muito caro.

De qualquer forma, Lucien sorriu e entregou a proposta de volta para Arthur.

— Este é o melhor plano, e a força extra ainda pode ser usada em outro lugar.

— Ótimo. Vou manter contato com os arcanistas alquimistas e, por favor, Sr. Evans, quanto tiver qualquer sugestão, sou todo ouvidos. — Arthur acenou com a cabeça. — O primeiro ano de instalação do projeto pode não lhe trazer nenhum lucro, mas você deve ver a cor do dinheiro no segundo ano, Sr. Evans.

Depois que Arthur Doyle saiu, quando Lucien se virou para se despedir de Eric, viu que as duas garotas da recepção estavam olhando para ele com as mãos apoiando o queixo e os olhos brilhando.

— É tão bom ser inteligente… — Cindy suspirou com emoções mistas, depois ergueu um pouco com o punho direito fechado. — Preciso me tornar uma feiticeira! Quero ganhar o respeito de outras pessoas como você, Sr. Evans! E quero ter a riqueza que eu mereço!

Nascida em uma família comum de cidadãos em Rentato, Cindy, quando ainda era uma garotinha, ouvia o nome de Arthur Doyle o tempo todo, dos adultos e do Notícias de Holm. Quando viu como Arthur Doyle conversou com Lucien, realmente percebeu o que significava ser um feiticeiro naquela sociedade. Ela agora acreditava profundamente no poder do conhecimento e no trabalho duro. Percebeu que, contanto que trabalhasse duro, seus esforços seriam recompensados.

Dona também sorriu.

— Sr. Evans, todos nós deveríamos aprender com o senhor. Sua história continua nos dizendo que o trabalho árduo realmente importa. A propósito, você ainda está aceitando mais alunos em sua aula de tutoria de arcana? Podemos também ser suas alunas?

Na frente do Sr. Eric, Dona escolheu chamá-lo de Sr. Evans, no entanto, em sua mente, ela também o estava fazendo pela admiração que tinha por Lucien, embora eles fossem amigos, especialmente quando via as insígnias arcana e mágica dele. Lucien estava fazendo um progresso tão incrível que todos os seus amigos sentiam que estavam sendo deixados para trás.

— Se você tiver tempo, sinta-se à vontade para vir no sábado, — disse Lucien. Ele se perguntou se suas aulas de arcana iriam ficar cada vez maiores, e talvez no futuro, a classe poderia se transformar em um grupo como a Mão da Palidez ou a Vontade dos Elementos.

Eric olhou para Lucien, tentando dizer alguma coisa, mas no final, apenas tentou confortá-lo:

— Evans, Felipe tentou te incomodar, não foi? Não ligue para ele… Ele é sempre assim.

Ele ouviu a primeira parte da conversa de Felipe e Lucien em seu escritório.

Cindy e Dona de repente se aquietaram, por causa de uma coisa. Felipe ganhou o prêmio Trono Imortal novamente por causa de seu experimento que derrubou a Teoria da Força Vital, e além disso, também ganhou o prêmio Coroa Holm juntamente com outro líder anônimo da Vontade dos Elementos, sendo agora o vigésimo sétimo vencedor do prêmio. A reputação e a fama de Felipe atingiram o pico.

No entanto, aos olhos da Mão da Palidez, o experimento de sintetização da ureia não foi suficientemente importante, o experimento milagroso exigiria mais informações para premiar o criador, que naquele momento eram confidenciais, e por isso o experimento de Lucien havia ficado em segundo plano e ele não recebeu o prêmio Trono Imortal.

Portanto, as duas garotas e Eric acreditavam que Lucien não queria ver Felipe.

Desta vez, Felipe ganhou um manto mágico no prêmio Trono Imortal, e da última vez havia sido um amuleto. O nome do manto era Vida, e o nome do anel que recebeu por ganhar o prêmio Coroa Holm era Ácido, devido ao ácido graxo que sintetizou.

E, claro, diante do fato que Felipe tinha dois itens mágicos perfeitos a mais, ele certamente estava com inveja.

Em Sariva, usando suas ferramentas agrícolas, o fazendeiro Roy passou pelo campo de testes. Sabia que estava fazendo isso há bastante tempo, mas ainda assim não conseguia parar de olhar para aquilo.

Que lindos e cheios eram aqueles cachos! Quão bela a plantação estava!

— Quem dera fosse minha… — Roy murmurou para si mesmo, e seu coração se encheu de esperança. Desejou que um dia suas plantações pudessem ser assim, então, depois de pagar todos os impostos, ainda poderia ser capaz de alimentar as crianças, e assim elas não estariam famintas a ponto de não conseguirem dormir à noite.

E se ele conseguisse colher com essa produtividade por alguns anos consecutivos, poderia economizar algum dinheiro, então poderia enviar seu filho William para o treinamento de cavaleiros.

Como um pai, a única coisa na mente de Roy eram seus filhos. No entanto, em breve, com um segundo pensamento, Roy pareceu frustrado.

Neste momento, um grupo composto de seres bonitos e de longas orelhas se aproximou dele. A elfa que liderava perguntou:

— Posso perguntar por que você não parece feliz quando vê a colheita?

Vendo que a garota era ainda mais bonita que a filha do prefeito da cidade, parecendo um anjo, Roy respondeu nervosamente:

— Senhora… não… não é que eu esteja infeliz. Só estou pensando que… algo que possa fazer as plantações produzirem assim devem pertencer somente aos mestres… Eu… Digo…

Roy não era uma pessoa estudada. Ele não sabia como colocar a situação sem ofender.

Desta vez, após pegar o trem mágico, Iristine e Arcelion voltaram secretamente sem avisar o Congresso, já que queriam ver o que realmente estava acontecendo ali, com seus próprios olhos. Vendo a colheita, eles ficaram mais do que alegres.

— Não se preocupe. — Iristine sorriu. — Esses produtos alquímicos foram inventados para vocês, para todos os agricultores. Vocês terão a mesma produtividade muito em breve.

— Mas… eu não tenho dinheiro. — O corpo de Roy se contorceu um pouco com a tensão. Ele estava preocupado que fossem ser forçados a comprar esses produtos, como eram a pagar os impostos.

— Os produtos são baratos, — Iristine tentou consolá-lo. — Os ricos sabem fazer matemática.

Ao ouvir isso, Roy se animou um pouco, depois perguntou um pouco com urgência:

— Podemos usá-los primeiro e pagar depois?

— Talvez. — Iristine não tinha ideia de como isso funcionaria. Então, ela saiu apressada com seu grupo.

Ao vê-los saindo, Roy pensou: — Eles são… elfos? Orelhas longas como essas…

Porém, logo que olhou para a plantação novamente, seu coração se encheu de uma alegria verdadeira. Quando estava prestes a agradecer a Deus, de repente percebeu que esses produtos foram inventados pelos feiticeiros. Logo, Roy encontrou uma maneira de se confortar:

— De qualquer forma… eu trabalho para o meu mestre. Se ele usar, eu vou fazer o mesmo.

Na verdade, Roy não era um seguidor tão devoto. Ele se importava mais com o futuro de seus filhos.

Quando Iristine e Arcelion estavam indo em direção à fábrica alquímica, logo sentiram um cheiro pungente. Eles ficaram confusos e começaram a andar mais rápido. Então, viram a imensa fábrica.

A fábrica era enorme, como uma grande torre mágica. Além do grande barulho e do cheiro horrível, a água ao lado da fábrica estava levemente preta e havia peixes mortos flutuando sobre ela.

— Demônio… Nós criamos um… demônio… — Iristine murmurou como se estivesse em um pesadelo.