Super Minion

Super Minion – Cap. 24.2 – Acompanhamento #3

 

Pseudomonia benedicci, também conhecida como Benedicci, é uma bactéria simbiótica encontrada em humanos e em várias outras espécies animais. Considerada uma evolução ou mutação altamente avançada de bactérias probióticas, Benedicci é mais famosa por sua relação benéfica com o hospedeiro. Ao contrário de outras doenças, Benedicci se regula para não causar danos ao hospedeiro e aumenta a eficácia de várias funções corporais, principalmente o sistema imunológico. A eficácia dessa melhora varia entre indivíduos e é comumente chamada de reação Benedicci.

A bactéria é transmitida em condições semelhantes às do resfriado comum, ou seja, gotículas transportadas pelo ar (aerossóis), contato direto com secreções nasais infectadas ou fômites (objetos contaminados). Ao transmitir com sucesso para um novo hospedeiro, a bactéria começa a atrair intencionalmente o sistema imunológico. Nesse ponto, o hospedeiro pode desenvolver sintomas semelhantes aos do resfriado, que se dissipam nas próximas 24 horas, conforme o hospedeiro e a bactéria se aclimatam. Esse processo é quase sempre garantido; entretanto, em casos raros, o sistema imunológico do hospedeiro pode nunca aceitar a bactéria e, em vez disso, tentar eliminá-la como uma infecção normal. A reaplicação de uma linha diferente de Benedicci às vezes pode superar esse problema. A taxa de transmissão e aclimatação de Benedicci aumenta durante o Verão Bizarro, dando crédito à teoria de que é uma doença com poderes.

Uma vez aceita pelo sistema imunológico do hospedeiro, a bactéria incuba e se reúne em órgãos-chave do hospedeiro: o cérebro (principalmente amígdala), coração, pulmões, fígado e rins. Quando ocorre uma lesão ou infecção por outras doenças, os agrupamentos de Benedicci liberam células Benedicci na corrente sanguínea, que se coordenam com as células brancas do sangue para eliminar doenças prejudiciais.

Além de suplementar o sistema imunológico, Benedicci também pode ajudar várias outras funções corporais, como eliminar toxinas ou drogas prejudiciais e diminuir o fluxo sanguíneo em feridas abertas. Como resultado, os hospedeiros de Benedicci raramente sucumbem ao choque.

Em cerca de dez por cento dos casos, Benedicci terá sinergia com seu hospedeiro mais do que o normal, proporcionando melhorias em outros sistemas corporais. Isso é comumente conhecido como uma reação positiva ou alta reação. O oposto (como quando o corpo rejeita Benedicci) é conhecido como uma reação negativa e acontece em menos de um por cento dos casos. Boas reações às vezes podem ser tão fortes que imitam poderes. Exemplos incluem aumento da velocidade de reação e feridas que fecham tão rapidamente que pode se ver o processo de cicatrização a olho nu. No entanto, esses extremos são muito raros.

Benedicci foi encontrada pela primeira vez em uma cidade chamada Parada Final, perto da Muralha Alaskan. Ela chamou a atenção dos heróis que estavam rastreando surtos de Mutavus, que se acredita terem originado de uma brecha na barreira durante o Verão Bizarro um ano antes. Enquanto a maioria das comunidades próximas a muralha sucumbiram totalmente ao Mutavus, muitos cidadãos da cidade de Parada Final se mostraram resistentes à mutação, parecendo totalmente humanos. Uma análise dos indivíduos não afetados mostrou que eles hospedavam uma bactéria até então desconhecida (mais tarde chamada de Benedicci). Foi então decidido pelos heróis presentes espalhar Benedicci nas comunidades em torno dos surtos de Mutavus para tentar conter sua disseminação. Embora as medidas de contenção tenham falhado, Benedicci ainda é uma medida preventiva reconhecida contra Mutavus, e seu uso resulta na prevenção de milhões de mutações em todo o mundo.

Da próxima vez que você entregar uma redação atrasada, pelo menos evite copiar da wiki. Me encontre depois da aula. -Sr. K

Mikey acordou às 6h30 e, por um segundo, o pensamento de que estava atrasado para a escola o fez lutar para escapar de seus cobertores emaranhados. Então ele se lembrou de que a escola havia acabado, desde sexta-feira, e então se jogou de volta no colchão. Ele nem mesmo precisaria estar no trabalho até as dez, os horários dos minion do mal eram surpreendentemente razoáveis.

Mikey congelou. Esse pensamento foi como um balde de água fria, arruinando qualquer chance de voltar a dormir. Ele era um minion. Um verdadeiro, do tipo de roubar dinheiro, jogar o herói em um tanque cheio de lava, minion. Como é que ele pensou que isso era uma boa ideia? A explosão, os reféns, Turbo aparecendo para detê-los, era uma loucura! Verdade, ele havia se inscrito e participado da orientação, mas não parecia real até o trabalho no domingo. Tinha sido isso que fez a ficha cair para Mikey.

Não pela primeira vez, ele se perguntou se era esse o ponto.

Decidindo que não conseguiria voltar a dormir, ele tirou o emaranhado de cobertas e começou a se vestir. Calça jeans escura e uma camisa sem marcas identificáveis era o suficiente para estar pronto para o dia. Os Capangas de Hellion não tinham um uniforme definido, mas ele havia sido avisado de que roupas sem marcas e que evitassem cores brilhantes eram o recomendado.

Isso e a máscara. Os olhos de Mikey se desviaram para a pequena “braçadeira” preta em sua escrivaninha. Ela se desdobrava em uma meia máscara padrão facilmente, desde que soubesse como manusear corretamente. Ha, “padrão”. De alguma forma, continha um sistema de comunicação simples, um mapa de E13 onboard e lentes para proteger os olhos, tudo dentro de uma pequena faixa de tecido que combinava com as tendências atuais da moda. A modesta peça tecnológica era provavelmente a coisa mais cara que Mikey possuía, e a dama que a havia dado a tirou de uma caixa contendo dezenas de outras.

Ele agarrou a braçadeira e a colocou antes que se esquecesse. Em seguida, foi até a cozinha e ligou a pequena TV no noticiário enquanto preparava cereal com o resto do leite em pó.

Parecia que o Verão Bizarro estava definitivamente começando. Os jornalistas nem se preocuparam em tentar listar tudo o que estava acontecendo, simplesmente falando sobre política ou cobrindo os anúncios de novos heróis, enquanto uma lista dos setores mais afetados rolava em segundo plano. Não tão ruim, na verdade. Os setores leste e oeste geralmente ficavam com o pior, mas hoje apenas S8, S9 e SW8 estavam em alerta, com apenas NW5 sob um alerta de lockdown. Tudo era bem longe de E13.

Porém, não duraria para sempre. As apostas casuais dos residentes de E13 nunca foram sobre se E13 veria alguma merda ou não. Eles apostavam quando isso aconteceria, se seria ruim o suficiente para causar um lockdown, ou se seria causado por algum despertar ruim, ou um monstro, ou talvez uma luta com os vilões locais.

Como Hellion.

Mikey fez uma careta com o pensamento errante. Não era nada demais. Como a moça havia dito, ele poderia ganhar o dinheiro que precisava e então sair. Alguns dias de trabalho árduo e então ele poderia pagar a faculdade, obter um diploma ou certificação ou algo assim, conseguir um emprego legítimo e nunca mais mencionar este verão. Tudo o que precisava fazer agora era manter a cabeça baixa.

Nada demais.

Tendo perdido o apetite pelo cereal frio, ele jogou o resto da tigela na pia e saiu pela porta. Ele ainda tinha muito tempo antes que o trabalho de hoje começasse (apenas colocar dispositivos para o tinker de Hellion novamente, graças a Deus), mas sem nada melhor para fazer, ele se dirigiu na direção da academia local que escondia o elevador secreto.

Essa foi outra surpresa para Mikey. Entradas secretas! Bases subterrâneas! Claro, as pessoas sabiam que poderia haver um covil aqui ou ali, mas os túneis de Hellion eram extensos. Durante a maior parte de sua vida, os Capangas de Hellion eram aquela gangue local em segundo plano. Você via as marcas de graffiti, ou uma pessoa em uma máscara de minion perto das áreas mais infames, mas a percepção de que os Capangas de Hellion era uma parte tão grande na comunidade capuz chocou Mikey. Nos últimos dias, parecia que ele tinha espiado por trás de uma cortina de teatro, apenas para descobrir Atlantis por trás. Uma organização super secreta de vilões malignos praticamente sob sua casa! Tim teria enlouquecido se soubesse de tudo isso.

Mikey fez uma careta com tal pensamento. Tim nunca poderia saber sobre isso. Ele era o irmão que Mikey nunca teve, mas também era muito honesto e fanático por heróis. Mikey só podia imaginar a decepção de Tim se ele descobrisse.

Mikey afastou o pensamento ao entrar na passagem secreta do elevador e colocou a máscara de minion. Tim não iria descobrir. Mikey ganharia dinheiro suficiente para a faculdade, se demitiria e então seria capaz de parar de mentir para seu melhor amigo.

A viagem de elevador foi tranquila como sempre, totalmente em desacordo com os pensamentos tumultuosos de Mikey. Por fim parou e Mikey saiu para o corredor que abrigava a multidão de elevadores. Sempre parecia que ele estava se esgueirando por algum motivo, um pouco ampliado dessa vez ao perceber que realmente tinha muito tempo antes que o trabalho de hoje realmente começasse. Talvez ele devesse ter se esforçado mais para voltar a dormir.

Ele saiu do corredor do elevador para a grande câmara principal e vagou na direção da garagem, quando notou um minion com uma máscara branca acenando para ele. Ele ficou tenso por um segundo, mas relaxou imediatamente quando percebeu que era Tofu, e então riu enquanto se aproximava. Tofu estava sentado em uma das mesas com uma pequena pilha de muffins em sua frente e com seu celular, de alguma forma totalmente relaxado apesar de estar cercado por outros minions tomando café da manhã, alguns deles usando as máscaras brancas que os marcavam como sendo com poderes. Ele só o conhecia há uma semana mais ou menos, mas Tofu tinha esse jeito de bagunçar situações sérias que o tornavam fácil de gostar, e ele rapidamente se tornou um amigo.

Isso e tudo aquilo sobre recuperar o dinheiro de Mikey e encontrar um emprego para ele. Mikey devia muito a ele por isso.

Mikey sentou-se e cumprimentou Tofu, bocejando ao fazê-lo. Ele realmente deveria ter tentado dormir mais.

— ‘dia Tofu. Tem muffins suficientes aí?

— Não, mas me disseram que não deveria “monopolizá-los”. Aqui, pegue um.

Tofu entregou um muffin e Mikey ficou surpreso ao descobrir que estava novamente com fome.

Enquanto comiam, conversaram sobre o que aconteceu ontem. Aparentemente, Tofu foi para a Zona Vermelha, escapou para um esconderijo Espada e resgatou um cara chamado Jasper do supervilão Sanguine. Completamente louco, mas Tofu passou meros cinco minutos recontando aquela aventura (encobrindo a maioria dos detalhes), e então passou a contar a Mikey sobre o jantar da empresa em detalhes excruciantes por quase meia hora. Isso e um jogo em seu celular chamado Griblin Tamer.

— Você saberia como passar do nível cinco?

 — Não, não sou muito fã de jogos de celular.

 — Droga, e Viper também não me disse. Então vou perguntar a Nicole mais tarde.

 — Por que você simplesmente não procura?

 — Nicole disse que apenas trapaceiros fazem isso.

 — E perguntar aos outros não é trapacear?

 — Não, é trabalho de equipe.

Mikey riu. Tofu era definitivamente estranho, mas era um cara legal.

Eles conversaram um pouco mais, e Mikey ficou imensamente feliz ao descobrir que Tofu estava no mesmo trabalho da equipe hoje, mas eventualmente eles terminaram e começaram a sair. Inesperadamente, Tofu se dirigiu à academia.

— Tofu, aonde você vai? A garagem é por aqui.

— Treinamento matinal com Adder. Perdi o de ontem.

— O trabalho começa em, tipo, uma hora.

— O que nos dá uma hora para treinar. Você não vem?

— Ehhhh… — Mikey se lembrava de ter sofrido durante a orientação e não estava exatamente ansioso para repetir a experiência.

— Vamos Mikey. Você não pode perder comida e treinamento. Eles são importantes! — disse Tofu.

Mikey se deixou ser arrastado para a academia e uma hora depois estava reconsiderando se Tofu era realmente um cara legal. O regime de exercícios de Adder era brutal, ou pelo menos era mais do que ele queria fazer pela manhã. No final da hora, ele sentiu como se tivesse feito mais exercícios do que em todas as aulas de educação física juntas, e Tofu não tinha nem suado, apesar de ter sido jogado no tatame por Adder. Malditos viciados em exercícios!

Ele resmungou sem entusiasmo e enxaguou a cabeça debaixo de uma torneira no banheiro antes de ir para a garagem com Tofu. Lá eles encontraram Fred e Brilla (hoje sem as ressacas, ele notou), e outro novato chamado Tedic.

— Eita porra. Alguém te deu um banho? — perguntou Tedic.

— Acabei de terminar um treino.

— Claro, sei.

Mikey… não ligou muito para o cara. Ontem, Fred e Brilla admitiram estar de ressaca e usaram seu rank para fazer com que Mikey e Tedic completassem a maior parte do trabalho pesado enquanto eles ajustavam os eletrônicos. Tedic… tinha feito parte de sua porção do trabalho. Entre falar sobre sua “experiência” em outras gangues e como ele iria “subir de rank”, com uma implicação não tão sutil de que Mikey deveria gozar de suas boas graças enquanto pudesse.

— Tudo bem, pessoal, igual ontem, carreguem o caminhão e bora partir — disse Fred, dessa vez ajudando a carregar o caminhão, agora que não estava de ressaca.

Tofu e Mikey conversaram sobre o jogo Gribblin que Tofu estava tentando ganhar, e Mikey curtiu quando Tedic percebeu que ele já era amigo de Tofu. Tedic tentou se juntar à conversa fiada, mas era lamentavelmente desinformado sobre jogos, ou culinária, ou qualquer um dos outros tópicos para os quais Tofu tendia a mudar rapidamente, e Mikey teve que admitir que assistir Tedic tentar e falhar em se tornar amigo de Tofu não era em pequena quantidade catártico depois de toda sua grande conversa de ontem.

A última das caixas foi armazenada, eles se amontoaram e partiram para o que Mikey esperava que fosse outro dia sem grandes acontecimentos.

 

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O trabalho era bastante simples. Pegar os dispositivos que Socket fez e instalá-los em locais onde não seriam notados. Embaixo das caixas de correio, no topo dos prédios, alguns dos dispositivos eram pequenos o suficiente para prender nas laterais dos edifícios e borrifar tinta sobre eles para que se encaixassem com os grafites antigos.

É claro que, em alguns casos, eles tinham que verificar os locais onde os dispositivos haviam falhado por um motivo ou outro e tentar recuperá-los, motivo pelo qual Mikey escalou um outdoor para substituir uma verdadeira bugiganga de aparelho. Este estava, por algum motivo, realmente preso.

ZaP

— Droga!

Mikey praguejou um pouco. Essa estática doeu pra valer. Ele esperava que o aparelho não explodisse ou algo estúpido, mas vai que fosse um vazamento de bateria ou algo assim.

— Yo Mikey, vai logo! — gritou Tedic de baixo de onde ele estava mantendo “vigia”.

— Me dê um segundo, esse tá dificil! — ele gritou de volta. Bleh, ele desejou pela centésima vez ter escolhido um apelido diferente do seu, mas ele não estava pensando com tanta clareza na entrevista. De qualquer maneira, ele duvidava que pudesse realmente ter escondido qualquer coisa de uma organização como a de Hellion, mas pelo menos isso teria impedido idiotas como Tedic de gritar em público onde qualquer um pudesse ouvir.

Ele retirou um par de luvas da sacola de ferramentas que havia carregado consigo e então começou a trabalhar tentando desamarrar os cintos e fechos mantendo o dispositivo no lugar. Por que diabos esse era tão complicado? Alguns dos dispositivos de Socket eram bastante ambiciosos (um era indistinguível de uma grande caixa de correio azul), mas este era um pouco estranho. A maioria das coisas de Socket parecia que poderia ter saído de uma linha de montagem, mas este parecia ter sido montado às pressas a partir de peças de lixo. Na verdade, se Mikey não soubesse melhor, ele pensaria–

Snap!

Twang!

Um dos cintos que ele estava tentando afrouxar se rompeu, e várias braçadeiras de metal e fios se encaixaram em sua mão como uma armadilha para ursos, antes que a coisa toda ganhasse vida.

— Puta merda! — Mikey gritou enquanto o aparelho rebelde tentava levá-lo à rendição. Felizmente, as luvas funcionaram, e a armadilha (pois o que mais poderia ser) ativou e apenas enviou um formigamento por seu braço, embora sua mão permanecesse presa na engenhoca.

— Mikey! Que diabos aconteceu!?

— Era uma armadilha! Minha mão tá presa nela! Vem aqui e me ajude a abrir essa coisa!

— Uh, você não consegue abrir!?

— Não com uma mão, agora vem aqui!

— Eu vou, ah, vou buscar alguém! Já volto com ajuda! — Tedic gritou enquanto corria pelo beco.

— Tedic! TEDIC! Porra. — Mikey lutou com a armadilha antes de desistir e se apoiar enquanto esperava. Ele não queria de alguma forma acidentalmente piorar as coisas, você nunca sabe quais surpresas uma engenhoca dessas pode te trazer.

Ele se acomodou para esperar por ajuda, com sorte eles chegariam aqui logo. Alguém havia armado essa armadilha e nenhuma das possibilidades era boa. Um herói (improvável, devido ao tipo de armadilha), um vigilante, algum vilão não associado a Hellion. Um vigilante pode apenas espancá-lo um pouco, mas se for um vilão…

— Você está bem, senhor?

— GAH! — Mikey pulou com a voz inesperada e girou o melhor que pôde com a mão presa para ver de onde vinha a voz. Era uma criança! Uma criança mutante. Ele tinha cerca de 12 anos, se Mikey tivesse que chutar, e tinha um par extra de braços que saía de rasgos da camisa do garoto. O macacão dele estava sobrecarregado com o peso de todos os itens em seus bolsos, incluindo um estilingue que saía de um deles e, por algum motivo, ele estava usando um par de óculos de natação.

Mikey ficou boquiaberto com o recém-chegado, sem saber o que fazer. Claro, ele era apenas uma criança, mas agora era o Verão Bizarro. Mikey havia se esquecido da quarta opção da armadilha simplesmente ser armada por um maluco.

— Precisa de ajuda? — perguntou o garoto.

— Hmm… Se você conseguir tirar minha mão dessa armadilha… — disse Mikey inseguro.

— Claro, sem problema! Duzentos dólares.

Mikey ficou estupefato. Esse garoto estava realmente tentando o extorquir!?

— Acho que deixei minha carteira em casa, garoto — retrucou Mikey.

— Awwww, que pena — disse o garoto com uma voz triste. Então ele se animou — Ah! Bolsa daora! — e antes que Mikey pudesse impedi-lo, o garoto agarrou a bolsa de ferramentas, puxando-a para fora de seu alcance.

— Ei! — Devolve isso! — gritou Mikey, se esticando para tentar alcançá-lo.

— Eu vou, eu vou. Ah, olha! Um ferro frio! Sempre quis um desses — e o garoto enfiou a ferramenta no bolso antes de remexer mais na bolsa.

Mikey começou a se esforçar mais. Ele não ia deixar esse pirralho roubá-lo. Verdade, ele não sabia o quão valioso era um ferro frio, mas ele preferia não explicar como perdeu uma bolsa de ferramentas tinker para uma porra de um menino de 12 anos. Droga, sua mão estava realmente presa, mas talvez se ele pudesse…

Mikey arrancou uma das faixas de metal mais soltas de sua mão presa e se esforçou ao máximo, depois de alguns bons puxões sua mão finalmente escorregou da luva e ele caiu para trás, para longe da armadilha…

… e perigosamente perto da borda da estreita passarela de metal destinada aos trabalhadores para fazer a manutenção do outdoor. Ele ofegou e recuou da beirada com pressa, tentando impedir que seu coração pulasse para fora da garganta.

— Até mais vacilão! — veio a voz do garoto. A cabeça de Mikey girou na direção de onde veio, apenas para ver o garoto pular da passarela de metal para uma ponte do segundo nível a quase seis metros de distância, um salto que Mikey tinha certeza de que não poderia ter feito. O garoto pousou facilmente e fugiu, logo fora de vista ao dobrar uma esquina. Ele não tinha levado a bolsa de ferramentas consigo, mas não havia como dizer quantas coisas havia roubado.

— …droga.

 

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 — Hahaha “Por uma criança” — riu Tedic, para o desgosto de Mikey. Se Tedic estivesse lá, isso não teria acontecido.

Mikey encontrou Tedic e Fred no caminho de volta para a van, e Mikey explicou sobre o garoto estranho que roubou suas ferramentas.

— Ah não se sinta tão mal, não trouxemos nenhuma ferramenta difícil de substituir — disse Fred sem se importar, — E o garoto provavelmente era um membro dos Tinker Tots, eles operam nesta área.

— Tinker Tots? — perguntou Mikey, incrédulo. Tedic começou uma nova rodada de risos.

— Não fique tão surpreso — disse Fred — você sabe toda aquela arquitetura esquisita ao norte da Ashwood? Eles fizeram a maior parte daquilo. Eles também são metade do motivo pelo qual precisamos substituir os dispositivos de rede do Socket com tanta frequência, eles os roubam para peças.

Mikey refletiu sobre isso por um tempo. — Eles são todos realmente tinkers? Achei que isso fosse raro.

— Eh, provavelmente apenas um ou dois deles são verdadeiros tinkers. Pense neles como os maltrapilhos locais. Eles causam problemas, mas não é nada muito sério.

— Por que simplesmente não nos livramos deles? — perguntou Tedic.

— Pft, porque eles são um bando de crianças, é por isso. O que você quer que façamos? Explodi-los? Além disso, às vezes eles são úteis.

Eles fizeram o caminho de volta para a van e dirigiram até a próxima área para instalar mais dispositivos. Embora Tedic tenha insistido em contar a história para Tofu e Brilla pessoalmente, para aborrecimento de Mikey.

— Eles são uma ameaça? — perguntou Tofu seriamente, acabando com a alegria de Tedic.

— Não, só um bando de pirralhos — respondeu Brilla.

— OK — confirmou Tofu, e voltou a mexer no celular.

Mikey estremeceu com a repentina atmosfera fria que a pergunta havia criado. Ele estava feliz por isso ter calado Tedic, mas a maneira como Tofu perguntou lembrou Mikey de como Tofu quase matou o namorado de sua mãe.

Mecanicamente.

 

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— Se segurem aí atrás! — gritou Brilla, enquanto girava o volante e os fazia ir para um beco estreito, mal conseguindo encaixar. Atrás deles, um carro policial derrapou bem antes de atingir o canto de um dos edifícios, já que não estava em um ângulo bom o suficiente para copiar a manobra. A van cheia de minions irrompeu pelo beco na extremidade oposta e rapidamente (e em uma velocidade mais segura) desceu a rua e entrou em mais um labirinto nos becos para se certificar de que haviam despistado o carro da polícia.

— Viram? Moleza — disse Brilla.

Mikey não tinha tanta certeza disso. Brilla estava xingando dois segundos antes de despistarem o carro da polícia enquanto Fed se segurava na alça do carro com tanta força que seus dedos ficaram brancos. Mikey não estava chateado, mas ele se distraiu evitando que as caixas de dispositivos tinker voassem pela van. Tofu estava com seu jeito calmo de sempre, e Tedic tinha a cabeça entre os joelhos enquanto murmurava orações baixinho.

— E agora? — perguntou Tofu.

— Agora continuamos para o próximo local, o mesmo de sempre — respondeu Brilla.

Tedic gemeu, e Mikey reprimiu um suspiro. Ele estava ansioso que o dia terminasse.

— Podemos almoçar depois — disse Fred — também tô com um pouco de fome.

Eles foram para o próximo local e deixaram Tofu vigiando a van enquanto se dividiam em pares para colocar os últimos dispositivos. Felizmente, Mikey estava acompanhado por Fred dessa vez.

Fred navegou até o segundo nível, e eles colocaram dispositivos finos disfarçados de pôsteres de liquidação de garagem nas paredes do caminho enquanto avançavam. Mas havia uma pequena surpresa esperando por eles quando chegaram a uma ponte temporária que foi erguida onde a arquitetura original foi destruída. Era um arranjo de metal e arame que parecia sólido o suficiente, mas estava bloqueado por uma pequena barricada que havia sido montada, completa com uma cabine de pedágio em miniatura ao lado e ocupada por um garoto em um uniforme falso de policial.

— Dez conto pra cruzar a ponte — disse o garoto.

Mikey ergueu uma sobrancelha e Fred apenas riu antes de dizer:

— Boa tentativa, garoto, mas a Cidade Fortaleza não tem pedágios.

— Bem, esta ponte não pertence à cidade, nós a fizemos. Vinte conto pra cruzar.

Fred revirou os olhos e disse:

— É, acho que vamos evitar sua armadilha mortal — e gesticulou para que Mikey o seguisse. Eles voltaram pelo caminho de onde vieram, mas ficaram surpresos ao se deparar com… outra barricada. Ela havia sido colocada no lugar atrás deles, completa com sua própria pequena cabine de pedágio e outro maltrapilho para operá-la.

— O pedágio é cinquenta conto — disse o jovem garoto.

— Ha. Ha. Muito engraçado crianças, mas temos trabalho de verdade a fazer — disse Fred, e ele passou por cima da barreira.

— Ei! Você não pode fazer isso! — disse o pequeno oficial de pedágio.

Mikey seguiu Fred através da barreira e eles avançaram cerca de seis metros antes que algo passasse zunindo, acertando Fred na cabeça.

— AGH! Porra! — gritou Fred enquanto agarrava a cabeça onde a pedra o atingiu.

— Isso é o que vocês ganham, idiotas! — gritou outra voz, uma que Mikey reconheceu. Era o garoto de quatro braços que pegou suas ferramentas. O garoto estava atrás da barricada com o operador da cabine de pedágio.

— Ei! Esse é o pirralho que roubou as ferramentas! — exclamou Mikey.

— Sério? E olha, minha paciência com crianças acabou de chegar ao fim — disse Fred com uma carranca. Ele se aproximou da barreira e o ladrãozinho de quatro braços puxou o garoto menor para trás, mas esse não era o alvo de Fred. Ele caminhou até a cabine de pedágio em miniatura e a chutou, amassando a lateral.

— Ei! — gritaram as crianças, mas Fred os ignorou e continuou a destruir a cabine de pedágio. O garoto de quatro braços com o estilingue começou a atirar mais em Fred, o que apenas fez Mikey ajudar Fred a destruir o pequeno empreendimento do garoto ainda mais rápido.

Ele… se sentiu um pouco mal quando o operador da cabine de pedágio começou a chorar, mas para ele era uma punição justa. A destruição da barricada continuou até que de repente as crianças se espalharam, e Mikey teve apenas tempo de se perguntar o por quê antes que uma voz profunda falasse atrás deles.

— Bem, o que temos aqui, os Capangas de Hellion se rebaixaram a importunar crianças agora? Que vergonha.

Mikey se virou e congelou. Ele sabia quem era o homem diante dele, era difícil não conhecer. Brick podia ser visto no noticiário local o tempo todo, geralmente batendo em monstros de dois andares com os punhos. Ele era um dos supers que não se incomodava com um traje completo, apenas calças camufladas, uma camiseta regata e uma máscara azul que cobria apenas a metade superior de seu rosto. Brick parecia menor do que Mikey esperava pessoalmente, mas ele sabia que era apenas uma ilusão de óptica por ver normalmente Brick com três metros de altura espancando malfeitores com seu poder ativo.

Mikey estava ferrado.

— Fique calmo — sussurrou Fred, depois ergueu a voz e se dirigiu ao herói:

— Olá, oficial, podemos ajudá-lo com alguma coisa?

— Sim, eu vim aqui por causa de um relatório de que algumas crianças estavam operando um trabalho ilegal. Fico feliz em ver que posso prender alguns criminosos de verdade, em vez de perder meu tempo dando sermões a crianças.

— Não sei o que você quer dizer, nós não–

— Chega. Vocês estão usando máscaras na cena de um crime e nós dois sabemos que preciso de menos do que isso para te deter. Nós vamos caminhar até o nível da rua e esperar que os bons policiais venham buscá-los. A menos que vocês queiram tentar correr…?

Fred não respondeu, apenas largou a bolsa de dispositivos que carregava e ergueu as mãos. Mikey fez o mesmo, e Brick pegou a bolsa antes de fazê-los andar em sua frente. Logo eles estavam no nível da rua, onde Brick os fez sentar no meio-fio.

Mikey ficou mortificado. Ele estava sendo preso por um herói pelo qual aplaudiu várias vezes no passado, e agora Tim iria descobrir que ele havia sido preso por estar trabalhando como minion de um vilão A menos que as promessas de Hellion de apoio jurídico fossem reais. Ele realmente esperava que os advogados fossem reais.

— Sabe, nós realmente não estávamos fazendo nada. Aquelas crianças na verdade nos roubaram — Mikey arriscou, hesitando.

Brick bufou:

— Você deve ser novo. Deixe-me dar o mesmo conselho que dou a todos vocês, minions. Saia, antes que eu tenha que te expulsar.

Mikey calou a boca (valeu a pena tentar, certo?) e ficou pensando em seu destino. Ele esperava que uma viatura da polícia aparecesse a qualquer segundo, e foi por isso que ficou realmente confuso quando em vez disso uma van preta parou e Tofu colocou a cabeça para fora da janela.

— Ei, pessoal, estivemos procurando por vocês por toda parte — disse Tofu.

Mikey ficou boquiaberto com Tofu. Ele estava vendo coisas? Não, Fred também estava de olhos arregalados. E Brick já estava crescendo enquanto seu poder tomava conta (puta merda, ele é grande).

— Saiam da van e coloquem as mãos para cima! Único aviso! — gritou Brick.

A porta lateral deslizante da van se abriu e Brick ficou tenso, pronto para lutar, apenas para congelar ao ver o ocupante. Dali saiu o garoto de quatro braços que estava causando problemas para os minions! O garoto olhou em volta com os olhos arregalados antes de correr para Brick e se esconder atrás dele.

— Ele estava tentando roubar mais coisas de nós — disse Tofu — Você deveria prendê-lo.

 Brick olhou para baixo para o garoto, que gaguejou:

— E-eu, hmm, eu ro-ro-roubei as coisas deles. A culpa é mi-minha. D-desculpe.

Brick olhou de volta para Tofu — Seja como for, quando a patrulha aparecer, vocês todos estão vindo para a delegacia sob suspeita de serem capangas.

 — Mas nós íamos almoçar.

Aparentemente Brick não sabia como reagir a isso, assim como o resto dos minions. O que significava que o silêncio constrangedor só foi quebrado quando o veículo de patrulha da polícia passou em chamas pela rua. Todo mundo olhou para o carro enquanto passava.

— Tenho notado muito disso ultimamente — disse Tofu.

 

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Mikey voltou para casa depois do que pareceu uma eternidade. Ele estava dolorido, cansado e com mais de um hematoma no corpo e no ego. Brick tinha desistido de prendê-los, aparentemente decidindo que afastar o garoto do estranho minion com poderes e coordenar os esforços para parar a viatura em chamas era mais importante do que prender alguns minions que supostamente não fizeram nada de errado. Fred e Brilla cancelaram o resto do trabalho depois daquele desastre, e eles juntaram suas forças para ir até um Mega Burger para Tofu antes de encerrar o dia.

Mikey ficou tentado a entregar sua carta de demissão e desistir de tudo. Esta foi por pouco! Mas ao chegar de volta à base havia um pagamento esperando por ele.

Um pagamento gordo, com mais de dois zeros. Suas emoções e lógica guerreavam por causa de sua riqueza repentina, quando finalmente seu cérebro desistiu e ele decidiu deixar a decisão para outro dia. Mikey se arrastou para casa logo depois, caindo na cama e dormindo como uma pedra.

Várias horas depois, ele acordou. Ainda era noite e Mikey poderia facilmente ter continuado dormindo, mas seu celular estava tocando. Ele o pegou para desligá-lo, mas o identificador de chamadas o impediu, era Tofu. Hesitando, ele atendeu.

— Alô?

— Hey Mikey.

— Ei, Tofu… tá tudo bem?

— Mais ou menos. Tentei fazer alguns tofu burgers, mas não tinha panelas, então tentei usar minhas mãos, mas não funcionou, e agora meu fogão está pegando fogo. Você por acaso teria uma frigideira para me emprestar?

— …

— …

— …Eu estarei aí daqui a pouco.

 


 

Tradução: Lodis

Revisão: Mori & Fran

 

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