Muito antes disso; muito, muito antes do Dia da Ruína, a nascida na magia Mjurran partiu para espionar Rimuru e sua cidade mais uma vez. Seu mestre, o lorde demônio Clayman, deu a ordem logo depois que ela terminou a entrega de um certo item mágico.
— Investigue esses misteriosos nascidos da magia — ele disse. — Encontre todos os pontos fracos que possamos explorar e ache alguma informação que possamos utilizar em nosso benefício.
……….
……
…
O relatório que Mjurran lhe deu há vários meses foi bem grande. Ele cobria a cidade de monstro pela qual Calyman estava curioso, quão avançada culturalmente era, e o fato de que Millim aparentemente tinha se tornado amiga do enigmático nascido da magia que os liderava. Também disse que o nascido da magia era um slime, assim como a figura mascarada que Clayman vira em relatórios anteriores. No entanto, mais importante do que isso, era como as dríades, as supervisoras dos assuntos em toda a Floresta de Jura, reconheceram este slime como o chefe de uma aliança entre eles. Agora, eles eram uma espécie de terceiro poder no mundo, um lorde nem humano nem demônio; isso os tornava difíceis de tocar.
Clayman não escondeu seu espanto com a notícia do novo amigo de Millim. O fato de que esse slime de aparência fraca era o mesmo por trás daquele nascido da magia mascarado já era surpreendente por si só, mas o comportamento de Millim era inexplicável. Impensável. Além do que se poderia imaginar. A ideia de uma lorde demônio se tornar amiga de um nascido da magia aleatório era o cúmulo da imprudência. Isso não fez nada além de confundi-lo.
Mjurran não se importava com isso. Ela era uma pessoa normal e, há muito tempo, concluiu que simplesmente não havia como compreender os pensamentos de um lorde demônio. Houve algumas coisas… ok, sendo honesto, muitas coisas sobre o comportamento do lorde demônio que a fizeram parar de tentar. Mas não era o seu trabalho saber como sua mente funcionava.
Então, ela apenas relatou tudo o que viu a Clayman e contou-lhe a verdade nua e crua. Ele a recompensou com um grande sorriso.
— Entendo — ele disse. — Isso pode ser útil. Uma história fascinante, de fato.
Foi um alívio de se ouvir. Mjurran estava feliz que seu mestre estava satisfeito, mas acima disso, ela havia dado a ele seu ás na manga; uma bola de cristal, o item mágico mais valioso que existia. As informações contidas nele documentaram toda a batalha entre Charybdis e este misterioso nascido da magia, bem como uma rápida amostra da própria força de Millim. Era um bem inestimável, que exultou Calyman.
Porém, nem mesmo isso foi o suficiente para Mjurran conseguir sua liberdade. Ela precisava ter um desempenho ainda melhor, ou Clayman continuaria insatisfeito. Ela pode não ter sido muito útil para ele, mas sabia muito bem que Clayman não era o tipo de homem que deixava um nascido da magia de nível superior solto por aí.
Mas ainda foi uma grande conquista. Uma que foi bem-sucedida em conseguir uma quantidade decente de confiança. E ter uma missão solo era perfeitamente adequado para Mjurran também. Se ela quisesse escapar de Clayman, qualquer chance de se preparar longe de seus olhos curiosos era perfeita. E com a autoridade do lorde demônio do seu lado, ela tinha a liberdade de fazer o que quisesse sem ter que reportar a ele.
De volta à cidade monstro, Mjurran continuou sua vigilância.
Durante a estadia da lorde demônio Millim, não teve nenhuma conversa com Clayman. Nem tinha usado nenhuma magia desde que se infiltrou; na verdade, ela entrou furtivamente na cidade enquanto prendia a respiração e restringia sua aura o máximo possível. Pela mesma razão, Clayman não a contatou. Mjurran não poderia ter pedido por mais.
Millim estava ciente de sua presença agora. É verdade que ela precisava ser mais cuidadosa do que nunca. Percebendo que todos os seus esforços até agora poderiam ser em vão, fez de tudo para se manter alerta durante seus deveres. Talvez graças a isso, ninguém mais a notou.
Depois de um tempo, Millim deixou a cidade monstro. Aonde ela estaria indo e o que iria fazer? Isso ia além das ordens de Mjurran de observar os nascidos da magia e seu povo. Não havia necessidade de se preocupar. Sendo assim, Mjurran percebeu que agora poderia descansar um pouco, por mais que seu estado de alerta contínuo a fizesse hesitar. Ela continuou observando em silêncio e, para conseguir fazer isso, decidiu tirar vantagem de um grupo de humanos que visitava regularmente a cidade.
………
……
…
Já fazia vários meses desde que Mjurran enviou seu relatório ao lorde demônio Clayman. Ela tinha sido ativa o tempo todo, mas Clayman nunca a contatou. Ela deu um relatório quando Millim saiu da cidade, mas ele só a ordenou para continuar com a missão.
Mjurran percebeu que seu interesse por ela estava diminuindo, e decidiu que alguma ação ousada era necessária. Ela estava aqui para reunir informações, então pensou em maneiras de entrar na cidade. Aquele grupo de humanos foi o que chamou primeiro sua atenção.
Devagar, com cuidado, Mjurran reuniu informações sobre eles. Ela descobriu que se tratava de um grupo armado que estava envolvido em negócios dentro da cidade monstro; um grupo que Rimuru, aquele misterioso nascido da magia, estava tentando vender como campeões da humanidade. Me infiltrar neste grupo seria a abordagem perfeita, pensou. Isso a deixaria entrar na cidade livremente e com o álibi perfeito.
Então, montou um plano. Como uma ex-humana, fingir não ser uma nascida da magia era brincadeira de criança. Atualmente, ela estava em dívida com Clayman, mas se isso a desse sua liberdade, então estava pronta para fazer praticamente qualquer coisa. Se algo podia ser explorado, explore ao máximo; essa era sua filosofia. Uma abordagem que provavelmente aprendeu devido a influência de Clayman, por mais detestável que fosse para ela admitir.
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Pouco tempo depois, ela foi em direção ao Reino de Farmus, o destino do grupo humano.
— Nossa — ela disse com um suspiro —, as cidades humanas realmente se desenvolveram nos últimos tempos.
Mjurran foi um ser humano a vários séculos atrás. As únicas cidades relevantes na época eram as capitais dos reinos, onde vivia a realeza. Além delas, havia algumas aldeias maiores do que o normal, e só. Simplesmente não havia tantos humanos quanto hoje em dia.
Ela ficou fora de vista por costume enquanto caminhava pela cidade, em busca de uma determinado local; a filial local da Guilda Livre, no território governado por Nidol Migam, Conde de Migam. Ela o encontrou quando o sol estava prestes a se pôr no horizonte. Ao abrir a porta, viu que o lugar estava cheio de rufiões de todo o tipo. Vozes com forte sotaque tentando negociar com os funcionários responsáveis pelo atendimento do cliente, vozes gritando umas com as outras na esperança de aumentar o preço de venda dos seus produtos, vozes mais felizes se gabando das grandes conquistas feitas no dia… O barulho quase a deixou tonta, mas ela apenas tentou ignorar, não querendo usar sua magia para isso.
Então, Mjurran ouviu alguém assobiando para ela. Um dos vagabundos, sem dúvida, percebendo a fragrância que ela normalmente usava para mascarar o cheiro de sangue.
— Ei, olhem! Ela é uma beldade, não acham?
— Ho-ho, este é um achado. O que uma adorável senhorita como você está fazendo em um lugar como este, hein?
— Vê esta criatura que eu ensaquei hoje? Vou vendê-la daqui a pouco, então que tal você se juntar a mim no bar e bebemos à custa do lucro, que tal?
…. Ugr, que saco, pensou Mjurran enquanto franzia a testa. Estava além de sua compreensão do porquê ela era um alvo de atenção tão grande por aqui. Graças a uma vida de reclusão, evitando a companhia de outras pessoas e se concentrando exclusivamente em sua pesquisa mágica, ela era totalmente indiferente à sua aparência. Mas entre o cabelo prateado tingido de verde, os olhos azuis e o comportamento calmo, o consenso era claro; esta era uma mulher bonita. Uma linda mulher que acabara de entrar em uma filial da Guilda lotada de pessoas que mal entendiam a lei. À noite, ainda por cima. O furor era esperado.
— Então? Que tal, hein?
— Desculpe — ela declarou sem rodeios —, tenho que resolver alguns negócios.
— Ah, não seja assim — respondeu o homem. — Venha aqui e se junte a mim e me faça um pouco de companhia!
— Vaza! Eu te disse, tenho negócios a resolver.
Para uma nascida da magia, Mjurran era mais sociável com as outras pessoas do que a maioria. Mas nem mesmo ela era tolerante o suficiente para deixar um estranho vindo do nada agir como seu melhor amigo.
— Vaza? Que atrevida, você entra aqui e pensa que é melhor que todos nós?
— Ahh, pare com isso Isaak. Você quer que o mestre da guilda grite com você de novo? Aqui não é uma taberna. Talvez ela tenha um trabalho de guilda, não é?
— Pfft. Sim, sim.
O homem chamado Isaak deu um passo para trás, com os olhos ainda fixos em Mjurran. Ela acenou com a cabeça em agradecimento ao homem que a ajudou, em seguida, foi direto à área de serviços.
— Eu gostaria de me registrar, por favor.
— Cadastro? Será uma conta de membro geral, então?
— Não. Como uma aventureira. Hmm…
Mjurran parou por um momento, pensando em qual departamento se juntar; resgate, exploração ou caça de monstros. Então ela se lembrou de como costumava de seu hábito de colher e preparar ervas medicinais regularmente.
— O departamento de recuperação, por favor.
— Recuperação… Tudo bem. É necessário um teste, está pronta para fazê-lo?
— Estou. O que devo fazer?
— Bem, por favor preencha isso primeiro.
Mjurran preencheu com todas as informações necessárias para que a Guilda fornecesse seus documentos de identificação. Então, Isaak decidiu tentar a sorte mais uma vez.
— Ei, ei, uma mulher querendo se tornar uma aventureira? Imagino que não esteja sozinha, senhorita. Ou será que está? Eu poderia lhe ajudar com o exame se quiser.
Ele estava sorrindo o tempo todo, mas o verdadeiro propósito da pergunta era mais para intimidar o resto dos aventureiros da sala do que qualquer outra coisa. Mesmo que Mjurran decidisse contratar alguns guarda-costas, seria difícil para qualquer pessoa aceitar o trabalho agora que Isaak se ofereceu. Afinal, fazer isso instantaneamente transformaria Isaak em seu inimigo e, apesar de sua atitude, ele tinha uma reputação muito bem estabelecida nesta Guilda.
Em termos de força pura, ele estava nos piores do rank C, mas isso ainda o colocava perto do topo da lista de membros nesta filial do interior. Quem é verdadeiramente talentoso nesse ramo costuma se instalar nas grandes cidades, viajando para a área rural apenas se o trabalho exigir. Isso, infelizmente, deu a Isaak uma impressão equivocada de si mesmo. Ele pensava que era um dos grandes homens da aldeia, e achava que ninguém tinha permissão de desafiá-lo.
Oh, por favor. Não estou com vontade de me envolver com esses caipiras. Talvez eu deva apenas matá-los?
Acabar com a vida dele aqui causaria sérios problemas, mas matá-lo secretamente não causaria nenhum. Mjurran não viu nenhum bom motivo em se tornar voluntariamente uma suspeita de assassinato. Mas o que fazer então?
— Hum. Acho que seria mais rápido se eu mostrasse algumas das minhas habilidades para você — ela se voltou para o agente da Guilda e falou com sua voz calma e composta. — Ei, eu mudei de ideia. Em vez de recuperação, vou me juntar ao departamento de caça de monstros. Posso fazer esse exame aqui mesmo, não é?
O agente concordou.
Um tempinho depois:
— Hee-hee! Esta é a pousada, senhorita!
Isaak ficou tão assustado com o massacre que Mjuran fez que, sem que ela pedisse, ele se tornou seu subordinado.
Poucos dias depois, Mjurran já fazia parte da equipe regular da Guilda, pegando trabalhos e morando nas proximidades, exatamente como havia planejado. A equipe de Yohm, o grupo armado que almejava, estaria aqui em breve. Ela estava esperando por eles.
Isaak, por sua vez, estava provando ser um capanga surpreendentemente dedicado, ajudando-a sem nem ser ordenado a reunir mais informações. Ele estava acostumado a mostrar a cidade às pessoas, o que ajudava Mjurran a alcançar clientes muito mais rapidamente do que antes. Ele também sabia muito sobre Yohm e sua equipe, o que era um bônus inesperado.
Que bom que eu não o matei no final, ela refletiu enquanto Isaak vinha até ela com notícias urgentes.
— Eles estão aqui, senhorita!
Agora era hora de prosseguir com o plano.
O esquema que Mjurran planejou era simples. Ela pediu a Franz, o mestre da Guilda Livre local, para apresentá-la a Yohm. Seu desempenho nos trabalhos dos últimos dias já foram o suficiente para fazer rumores sobre sua habilidade se espalharem por toda a parte. O próprio Franz foi um catalisador para isso, visto que atuou como gerente do teste de Mjurran. Neste ponto, qualquer pessoa envolvida com a Guilda conhecia o nome dela.
— Eu gostaria que você ficasse com esta filial permanentemente.
Franz até mesmo fez esta oferta a ela. Mas isso não fazia parte de seus planos. Tudo o que ela queria era aqueles documentos de identificação.
— Eu sou uma mulher muito talentosa quando se trata de magia, sabe, então se este homem for um verdadeiro campeão, eu adoraria aproveitar esta oportunidade para servi-lo. Ouvi dizer que o Senhor Yohm tem poucos usuários de magia em sua equipe.
— Ah, é uma pena ouvir isso. Ainda assim, você no grupo de Yohm nos ajudaria muito, embora indiretamente. Fique tranquila, pois vou te dar uma recomendação maravilhosa.
As coisas pareciam estar progredindo muito bem. Ou era assim que Mjurran pensava.
Agora ela estava segurando as mãos na cabeça.
Por que acabou assim?
A introdução tinha corrido bem, pelo menos.
— Hã? Já tenho um feiticeiro e um misticista, o Rommel e o Jagi. Além disso, o que uma garota poderia fazer por nós? Eu estou bem, obrigado.
— Hum. Nesse caso, deixe-me mostrar o que uma maga zangada pode fazer.
E ela fez. Ela, resumindo, deu uma surra em Yohm. Isso a colocou na equipe e, por algum motivo, eles a estavam tratando como a número dois do time, uma conselheira militar com o poder de liderar o grupo, perdendo em poder apenas para o próprio Yohm. Isso a colocou como a assistente de campo de Yohm, Kazjil, e o oficial da equipe, Rommel.
Ugh. Eu esperava apenas me apresentar como uma xamã e manter uma posição inferior neste grupo….
Talvez, Mjurran admitiu tristemente para si mesma, ela tivesse um temperamento muito mais curto do que pensava.
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O dia ensinou a Yohm uma lição que ele quase havia esquecido: nunca julgue um livro pela capa.
Eles estavam em uma floresta deserta fora da cidade. As únicas testemunhas eram Franz, que apresentou essa mulher Mjurran a ele, e Isaak, um pequeno aventureiro local. Yohm a menosprezava. Não havia como ele deixar uma mulher derrotá-lo. Alguns de seus homens se juntaram a ele, preocupados e superprotetores, mas estavam apenas observando em silêncio por enquanto.
Ele não viu nenhuma razão para que não conseguisse lidar com essa luta sozinho. Afinal, estava usando a Exo-Armadura que Rimuru lhe deu, a melhor proteção que alguém poderia pedir. Ela detinha força mágica o suficiente para neutralizar praticamente qualquer ameaça que pudesse se deparar.
Há! Não tenho nada com que me preocupar com feiticeiros como ela. Apenas correrei para frente, encurtarei a distância e humilharei-a um pouco!
Era uma tática que se adequava bem à Yohm. Nenhum usuário de magia foi muito problemático até agora.
— Gostaria que vocês três me enfrentassem ao mesmo tempo — declarou a mulher chamada Mjurran. — Na verdade, podem vir todos vocês para cima de mim simultaneamente.
Essa oferta fez Yohm perder a paciência na hora.
— Não fale bobagens, senhorita! Rommel, Jagi, não se preocupem em pegar leve. Temos poções de sobra de qualquer maneira! Podem ir com tudo!
Os dois se prepararam para seguir sua ordem; Rommel nada entusiasmado com tudo isso e Jagil apenas agindo com indiferença.
Eram três contra um quando Franz deu o sinal para começarem. Nenhuma testemunha em sã consciência poderia ter imaginado um cenário em que eles perderiam. No momento em que o sinal foi dado, Yohm foi banhado em magia fortalecedora de Rommel e magia de suporte de Jagi, ambas poderosas o suficiente para fazê-lo sentir fisicamente seus músculos se expandindo até o limite. Extremamente confiante, correu em direção ao seu alvo; e direto para uma armadilha.
— Ah?!
Bem na frente de Mjurran, assim que ele pisou com um de seus pés com força no chão para acertá-la com um golpe letal, aquele mesmo pé afundou no chão.
— Magia Aspectual: Tranca de Terra — foi dito em voz baixa enquanto Yohm se debatia.
Instantaneamente, o solo abaixo de Yohm foi cavado, prendendo-o. Normalmente essa magia era usada para ajudar o lançador a ter um equilíbrio maior, mas quando usada em um alvo preso em um fosso, fazia com que as paredes literalmente se fechassem. Assim que a batalha começou, Yohm estava fora da competição.
— Como que…?
— Eu nunca vi uma magia tão simples ser usada de magia tão engenhosa!
Rommel ficou maravilhado. Não dava para culpá-lo. Mjurran havia usado dois feitiços mágicos, um para amolecer e turvar o solo o suficiente para construir uma armadilha e outro mais simples para solidificá-lo novamente. Não importa o quão resistente o equipamento de Yohm fosse, ele não poderia fazer nada sobre o chão desabando sobre ele. Era uma tática incrivelmente direta, elaborada a partir de um entendimento claro de como Yohm atacaria.
As duas testemunhas ficaram perplexas, mas não o suficiente para perderem as próximas palavras do inimigo.
— Enfermidade: Silêncio.
— ?!
— !!
Esse foi o golpe final.
— Que show deplorável — Mjurran lamentou. — Nenhum de vocês preparou qualquer defesa contra magia de enfermidade? Como vocês vão lidar com oponentes mágicos desse jeito…?
Ela nem precisou de três minutos para reivindicar a vitória. Isso fez Yohm ser quase forçado a aceitar que ela era uma força a ser reconhecida.
Todos estavam na taberna local naquela noite, realizando uma pequena celebração para comemorar a entrada de Mjurran no grupo.
— Yahhh-há-há-há-há! Você é uma mulher forte, com certeza — Kazhil falou entre suas risadas. — Claro que eu não esperava que o chefe fosse espancado daquele jeito!
— Ahhh, cala a boca Kazhil. Só não achei que seria tão fácil. É normalmente assim que os mágicos agem em uma luta, Jagi?
— Oh, não chefe, isso é loucura! Você nunca encontrará um mago que não hesita ao ver a espada de um guerreiro habilidoso vindo rapidamente em sua direção. Para fazer o que Mjurran fez, você precisaria definir um ponto para cavar o buraco, então seria necessário coragem da sua parte para ficar bem ao lado do seu inimigo e servir de isca. Não acho que eu ou qualquer outra pessoa tentaria algo assim.
— Ele está certo, Yohm. Ela deve ter planejado todo aquele trabalho com antecedência. Acho que Mjurran tinha razão, mais cedo ou mais tarde, teríamos encontrado nosso fim em um combate mágico.
A conclusão fez Yohm perceber mais uma vez como sua equipe era deficiente.
— Pfft. É verdade. Posso me gabar o dia todo de como sou invencível, mas isso não significava nada sem resultados. Enfrentamos você no três contra um e ainda perdemos; tenho que admitir. Então, sabe, sinto muito incomodá-la sobre isso, mas espero que você possa nos ensinar como nos defendermos sozinhos contra usuários de magia.
— Realmente — acrescentou Rommel —, eles nunca nos ensinaram como lutar assim na academia de magia. Aprendemos como tirar proveito do terreno em minhas aulas de legião, mas…
— Bem, eu poderia ajudar vocês um pouco, talvez…?
— Oh, maravilhoso! Eu só tenho que ampliar um pouco meu conhecimento. Aprender melhor como usar minhas habilidades de forma mais eficaz!
— Eu estou dentro também — disse Jagi. — Claro, claro. Mas só um pouco, beleza?
— Sim — interrompeu Yohm. — Muito obrigado por nos aguentar.
Parecia ser um pouco sem vergonha para ele pedir ajuda a Mjurran. Mas, mesmo assim, significava que agora ela fazia parte da equipe, uma conselheira de confiança, nada menos nada mais.
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Mjurran estava começando a suspeitar de que era um alvo fácil. Ela havia se infiltrado na equipe de Yohm para investigar mais sobre a nação de monstros na floresta, o que era bom, mas agora havia se tornado um tipo de oficial sênior entre eles.
Essas pessoas são tão estúpidas. Não suspeitaram por um momento que eu era uma nascida da magia.
Ela os desprezava por isso, mas ainda havia um leve sorriso em seus lábios. Interagir com esse tipo de pessoa pela primeira vez em muito tempo a deixou estranhamente animada. Ela queria que isso continuasse, fosse esse um pensamento consciente ou não; ela queria aproveitar sua situação atual um pouco mais.
Então, com um olhar inocente em seu rosto, voltou ao seu trabalho normal.
Depois que se juntou à equipe de Yohm, os dias de Mjurran de repente ficaram lotados. Ela era responsável por dar conselhos táticos ao grupo, orientando-os a como trabalhar em equipe para se defenderem de monstros e ataques mágicos. Também inadvertidamente admitiu para eles que era uma feiticeira, mas não havia por que chorar sobre o leite derramado. Não havia como voltar atrás nas palavras, então se resignou às consequências, oferecendo seus ensinamentos a Rommel, Jagi e todos os outros na festa pelo menos um pouco familiarizados com magia.
Conselheira militar era um cargo com responsabilidades o bastante; era relacionado apenas a magia. Maldições simples eram fáceis de ensinar aos outros. Ela era uma bruxa, então falar sobre os tipos de magia que os humanos poderiam usar era brincadeira de criança. Magia de nível superior, por outro lado, era uma história completamente diferente. Parte dela só poderia ser conjurada por nascidos da magia. Compartilhar alegremente tudo o que sabia poderia causar sérios problemas para ela mais tarde.
Então, do que humanos são capazes? Onde ficava o limite entre o que eles podiam e não podiam lidar com a magia? Ela precisava saber disso antes de fazer qualquer coisa.
Que incômodo. Por que acabou assim…?
Ela poderia reclamar o quanto quisesse, mas sabia muito bem que tinha feito isso a si mesma. Como conselheira militar, tinha outra função importante: votar sobre as próximas ações do grupo. Ela se divertia muito com o grupo, que exigia muito mais trabalho do que o esperado.
Sempre que os relatórios regulares chegavam através dos cristais de comunicações instalados em cada aldeia, os principais oficiais da equipe se reuniam e planejavam suas próximas ações. Mjurran estava entre eles, mas algo sobre essas reuniões – provavelmente a falta de inteligência entre os homens, imaginou – fazia com que se enrolassem e não conseguissem resolver nada no fim. Isso testou muito sua paciência. Eles distribuíram esses itens mágicos incrivelmente valiosos para todos esses assentamentos, e agora estavam discutindo sobre as coisas mais idiotas. Ela falou sobre todo esse desperdício de tempo e, mais uma vez, selou seu próprio destino.
Agora Mjurran estava dando ordens a cada pelotão individual, fazendo arranjos para eles e relatando diretamente a Yohm sobre seus progressos. Era tudo ela. Ela mesmo não entendia por que estavam dando tantas responsabilidades a alguém novo no time, mas dada a falta de outros candidatos qualificados, era como se estivessem apenas esperando para jogar tudo isso em alguém como Mjurran.
A única pessoa decente entre eles era Rommel.
— Nossa, Mjurran, não sei o que seríamos sem você!
Receber um agradecimento tão sincero tornou mais difícil para Mjurran desapontá-lo.
Imagine, pensou, confiar em uma nascida da magia como eu…. não consigo acreditar em como sou mole! Mas ela nunca disse isso em voz alta.
Ele aparentemente foi contratado direto da academia de magia pelo conde local, que o escolheu para servir como seu feiticeiro pessoal. Não tinha nenhuma experiência em batalha até vir para cá, o que tornava difícil para ele ser decisivo em muitos assuntos. Até Mjurran aparecer, cada dia era um processo de tentativa e erro para o homem.
No entanto, Rommel parecia ser inteligente e ter um bom julgamento das coisas. Ela praticamente podia sentir ele amadurecendo quando o ensinava. Por enquanto, seu principal objetivo era tornar Rommel uma pessoa capaz o mais rápido possível para que ele pudesse ajudá-la com algumas de suas responsabilidades.
Depois de definirem um plano, a equipe foi executá-lo. Eles foram em cada aldeia em seu território, em ordem de prioridade, para cuidar dos monstros que apareciam. Era seu trabalho organizar toda a movimentação dos aventureiros e manter toda a operação funcionando.
Por que eu ainda tenho que fazer isso? Que ridículo…
Ela achava que tinha direito de reclamar, mas enquanto ela tivesse a missão de se infiltrar no país dos monstros, ela não poderia desistir só por causa disso. Todo seu plano estava começando a parecer um fracasso, mas ela não podia abandoná-lo agora.
Ao longo de tudo isso, dias passaram enquanto Mjurran firmava sua posição na equipe de Yohm. Derrotar monstros, salvar aldeias…
…. Isto está errado. Tem que acabar alguma hora.
Mas mesmo quando ela reclamava para si mesma sobre isso, ela também se sentia estranhamente realizada. Lidar com pessoas pela primeira vez em anos, relembrando emoções que ela pensou ter esquecido. E então, finalmente, felizmente para ela, o grupo encontrou uma oportunidade de voltar para Tempest
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O nascido da magia Gruecith foi convidado a se juntar a eles em seu treinamento de batalha.
— Argh… cara, aquele velho idiota com certeza não vai pegar leve hoje também.
— G-Gobta… Aquele demônio, er, Senhor Hakuro é sempre assim…?
Isso surpreendeu Gruecith, coberto de vergões e hematomas da cabeça aos pés. Gobta, seu companheiro hobgoblin, não parecia estar melhor.
— Oh, pode apostar que sim. Não estou nem brincando!
Gobta não ousaria dizer isso na frente de seu próprio professor, é claro. Gruecith concordou com firmeza, mas mordeu a língua para não parecer ingrato. Isso salvou seu dia.
— Ohhh? Por “velho idiota” você não estaria se referindo a mim, estaria?
— Gahhh!! M-Mestre, por que você…?
— Silêncio, seu tolo insolente! Com certeza levará pelo menos cem anos antes que eu permita que você se denomine meu discípulo!
Ambos pensaram que Hakuro já tinha ido embora, mas lá estava ele, ocultando completamente sua presença até o último minuto. Ele abaixou sua espada de treino de madeira, mais rápido do que os olhos de Gruecith podiam acompanhar, e acertou a testa de Gobta. que foi incapacitado em um instante, mostrando o branco dos olhos. Gruecith observou com pena enquanto Hakuro o arrastava, sem dúvida para mais “instruções”. Tudo o que podia fazer era orar pela segurança do amigo.
Ele estava aqui em Tempest por ordem de Phobio, um dos Três Licantropos, para viver nesta nação e observar seu povo. Rimuru, o líder, estava ausente de seu domínio por enquanto, mas já havia permitido a permanência de Gruecith na cidade. Era difícil para ele acreditar que o líder de Tempest estava viajando pelo mundo afora sozinho, mas nenhum de seus súditos tinha qualquer objeção a isso, então não pediu nenhuma explicação.
No momento, sua prioridade era aproveitar essa oportunidade para obter o máximo de conhecimento e experiência possível. Por isso, estava participando de todos os treinamentos que Hakuro lhe oferecia. Isso foi a convite de Yohm, o primeiro amigo humano que já teve; Gruecith não esperava que fosse tão difícil na época, mas esta sessão foi diferente. O treinamento que Hakuro deu quando apenas Tempestianos nativos estavam presentes era diferente de tudo que já tinha visto antes.
Isso é incrível, ficou maravilhado. Ele estava pegando leve até agora, apenas para que Yohm e os outros humanos não fossem destruídos!
O treinamento de Yohm englobou um resumo do básico com um pouco de treinamento de habilidades misturado, mas a sessão que eles acabaram de ter foi quase toda sobre os fundamentos básicos.
— Não esperem que eu vá ensinar artes marciais para um bando de maricas covardes como vocês! — berrou Hakuro enquanto surrava seus pupilos com sua espada de treino (Gruecith estava incluso). — Vocês têm que aprender na raça! Observem bem e se certifiquem de compreender por conta própria!
Gruecith estava pelo menos um pouco confiante em suas habilidades quando se juntou a eles. Agora, não estava mais. Os resultados eram claros como o dia. Em um piscar de olhos, Hakuro fechou a distância entre eles, cortando mais rápido do que era possível acompanhar. Daí que surgiram todos os hematomas em seu corpo.
Eu poderia ter morrido se aquela espada não fosse de madeira… e como diabos uma espada de madeira conseguiu me machucar tanto?!
Ele era um licantopo, logo, dotado de habilidades de cura, mas uma dor constante irradiava de todos os lugares em que levou um golpe. Talvez fosse alguma arte marcial que desconhecia, que o feriu e fez o corte ser mais profundo.
Eles colocaram de formas diferentes, mas Gruecith e Gobta concordavam que Hakuro era um demônio além da compreensão. Talvez ele pudesse ter sobrevivido por mais alguns segundos do que os outros hobgoblins. Mas agora, toda a confiança que tinha em sua própria força foi destruída.
Gruecith se interessou pelas criaturas subordinadas à Gobta, os hobgoblins que cavalgavam nos lobos estelares; eles eram uma evolução rara de se ver. Chamados de cavaleiros goblins, eram responsáveis pela segurança da cidade. Hakuro os treinou, concentrando-se principalmente em melhorar o trabalho em equipe deles para funcionarem como uma única unidade coesa, letal, bem treinada e organizada. Se eu tivesse que lutar contra eles, pensou, cinco provavelmente seria o máximo que eu poderia aguentar.
Ele esperava poder convidá-los para o Reino das Feras algum dia, porém era tão improvável quanto imaginava que seria. A julgar pelos residentes da cidade, Gruecith sabia que quase não havia chances de eles deixarem seus postos.
A terra de Tempest estava cheia de guerreiros cujo poder ia muito além de sua imaginação. Ele pode ter reclamado sobre isso o tempo todo, mas Gobta, seu parceiro de treinamento, estava acompanhando cada passo que Hakuro, o ogro mago, dava. Isso por si só o tornava formidável. E ele dificilmente era o único. Rigurd, chefe da patrulha de segurança, era ainda mais forte do que Gobta. Os dragonatos que Gruecith ocasionalmente avistava pareciam igualmente assustadores. Ele também viu vários orcs poderosos entre os que serviam tanto como engenheiros quanto como combatentes de Tempest. Um entre eles, chamado Geld, até parecia e agia como uma reencarnação do Lorde Orc. Se enfrentasse aquele cara, Gruecith chutou que teria cinquenta por cento de chance de ganhar. Um confronto arriscado.
Por último, mas não menos importante, os ogros magos. Aproxime-se de um e sua força ficará evidente. Em sua mente, Gruecith imaginou que poderia derrotar Kurobe, o ferreiro, e Shuna, aquela bela jovem. Além deles, não tinha nenhuma confiança em uma luta contra o resto. Seus instintos lhe diziam que não conseguiria nem arranhar os outros quatro ogros magos.
Gruecith pode ter estado em uma posição baixa no totem da Aliança Guerreira do Mestre das Feras, mas até ele poderia dizer que havia algo anormal nisso. Seus instintos nesse aspecto, a julgar depois da surra que levou de Hakuro, estavam certos.
Mas que merda é esta? Esta cidade é completamente doida! Quer dizer, eles poderiam até enfrentar minha própria pátria em batalha, não poderiam?!
Ele teve que dar um suspiro de alívio. Seu mestre, o lorde demônio Carillon, estava absolutamente certo em não guerrear com Tempest.
Tradução: Another
Revisão: Flash
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