Depois que Rimuru partiu para a batalha, os cidadãos se reuniram na praça central e começaram a rezar. Não por fé, mas por motivos reais de trabalho. Shuna os comandava para manter a barreira de pé.
Os mais fortes foram posicionados no local para que pudessem proteger melhor as margens da cidade em caso de invasão. Ao mesmo tempo, Shuna lançou um fluxo de força mágica dentro da barreira, aumentando a quantidade de magículas no ar.
Todos estavam plenamente cientes de seus papéis – e os tratavam com muita seriedade.
No meio da praça, os cadáveres de Shion e das outras vítimas foram enterrados, mantidos em boas condições graças a magia de Shuna. Havia um trono no meio do local para Rimuru, um lugar de consagração para sua cerimônia de evolução para lorde demônio. Esperavam que realizar a evolução mais próximo das vítimas aumentasse as chances de eles ressuscitarem.
Os habitantes da cidade cercaram toda a área – entre eles, Shuna, ao lado de Mjurran. E enquanto estava lá, Shuna não pôde deixar de pensar: Rimuru parecia se importar muito com o fato de ser um ex-humano… mas isso é uma questão tão trivial. Para Shuna e todos os outros, as conexões de alma para alma eram as mais importantes, e a conexão que compartilhava com ele lhe dava uma sensação absoluta de confiança. Ela desejou que Rimuru percebesse isso também. A eterna euforia que ele a proporcionava enchia sua alma, nutrindo-a. Se isso fosse embora e Rimuru desaparecesse, ela acreditava que enlouqueceria. Só de imaginar, uma sensação extremamente profunda de perda a afligiu, o bastante para estremece-la.
— Senhor Rimuru — ela sussurrou. — Desde que esteja ao nosso lado, isso é tudo que importa. Mas mesmo a falta de um de nós pode perturbar muito seu equilíbrio mental.
Benimaru, de volta à praça, pensava o mesmo que Shuna. Fazia total sentido. Ele estava convencido de que a transformação que o normalmente gregário Rimuru passaria poderia impactar esse equilíbrio de maneira severa. Mas Benimaru queria acreditar que a vida voltaria ao que era um dia.
— Eu só torço para que ele não se transforme em uma pessoa diferente ao se tornar um lorde demônio. Enlouquecendo a todos nós…
Com a destruição da barreira, todos eles – Benimaru, Soei, Hakuro, Geld, Rigur, Gobzo e até Gabil – agora estavam ao redor do trono por ordem de Rimuru; que pediu que o matassem rapidamente caso perdesse todo o senso de razão e se transformasse em uma fera incontrolável. O sentimento entre eles era mútuo, não importava o que precisava ser feito, todos queriam impedir que isso acontecesse.
— É tudo porque você continua dormindo, Shion — Benimaru sussurrou antes de retornar às suas orações. — Apenas acorde logo…
Sua fé não estava em algum deus no céu, mas em um único slime. Essa fé nunca o traiu antes, e não o trairia desta vez. Todos acreditavam nisso; ninguém tinha a menor dúvida. E então:
Relatório. O Festival da Colheita de Rimuru Tempest está prestes a começar. Após sua conclusão, todos os monstros em sua genealogia receberão seus devidos presentes.
A Voz do Mundo ecoava nos corações de todos os monstros reunidos na cidade, enviando uma onda de choque de tensão por todo o território. Tudo havia corrido como planejado; Rimuru aniquilou com sucesso a força invasora e começou sua evolução. Agora era a vez de todos os outros participarem.
— Preparem-se! Nosso mestre saiu vitorioso. Agora é a hora de usarmos nossos próprios poderes!
Todos os presentes assentiram com as palavras de Benimaru e começaram a agir. Perder Shion e os outros poderia muito bem destruir o coração de Rimuru para sempre. Eles precisavam se esforçar ao máximo para evitar isso.
Depois de algum tempo, Rimuru voltou, transportado cuidadosamente nas costas de Ranga. Conforme instruído, ele foi levado ao trono e sepultado.
Benimaru aproveitou o momento para pensar sobre o que iria perguntar a Rimuru quando seu mestre acordasse, para garantir que sua razão ainda estivesse intacta.
— Tudo bem — ele sugeriu na conferência anterior —, vou te perguntar: o que acha da comida da Shion?
— Ok — Rimuru murmurou. — E então eu vou dizer que é uma merda, né? Como você pensou nisso? Tem certeza de que essa é a melhor pergunta…?
Foi ideia de Benimaru, é claro. Ele não se esqueceu de como sempre era feito de cobaia de Shion e obrigado a experimentar suas últimas criações – e a dor e o sofrimento resultantes. Mas agora… se ela pudesse ouvir aquela conversa e isso a enfurecesse o suficiente para fazê-la acordar… eles não poderiam pedir por mais. Além disso, tudo que precisavam fazer era cumprir os deveres designados anteriormente.
E devido a esse pensamento, ficou tão preocupado em realizar suas obrigações exatamente como planejado que não prestou muita atenção nas palavras da Voz do Mundo. Os anteriormente ditos “presentes” estavam sendo silenciosamente preparados, prontos para se manifestarem em reflexo dos pensamentos subconscientes dos monstros…
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Rimuru estava em um sono profundo. Sua consciência se foi; agora ele era uma bolha irregular e não definida, nem mesmo capaz de manter sua forma aerodinâmica usual. E lá, na profunda escuridão além do alcance de sua consciência:
Relatório. O Festival da Colheita começou. Sua estrutura corporal será reconstruída a fim de você evoluir para uma nova espécie. Confirmado. Super-evolução de “slime” para “demônio slime” … Bem-sucedida. Todos os atributos físicos foram muito aprimorados. Os corpos material e espiritual são agora livremente transformáveis. Habilidades intrínsecas: Movimento Espacial, Magia de Controle, Barreira Multicamadas, Detecção Universal, Mudança de Forma Universal readquiridas com sucesso. Novas habilidades: Regeneração Infinita, Ambição do Lorde Demônio, Replicação Melhorada, Relâmpago de Chamas Negras e Filamento Universal adquiridas com sucesso. Resistências intrínsecas: Dor Ignorada e Resistência a Ataques Corpo a Corpo readquiridas com sucesso. Novas resistências: Anulação de Elementos Naturais, Anulação de Moléstias, Resistência a Ataques Espirituais e Resistência a Ataques Sagrados adquiridas com sucesso. Com isso, a evolução está concluída.
Então, como se respondendo ao comando de seu mestre, a habilidade única Grande Sábio – que nunca demonstrou ter um senso de razão antes – solicitou sua própria evolução.
Relatório. Reexecutando a aquisição da habilidade solicitada anteriormente. Habilidade única Grande Sábio busca evoluir… Falhou.
Falhou.
… Reexecutando.
Falhou.
… Reexecutando.
Falhou.
………
…..
…
—SEM FIM—
Relatório. A Habilidade única Grande Sábio usará Divergência como sacrifício… Sucesso. A habilidade única Grande Sábio evoluiu para Raphael, Lorde da Sabedoria.
O Grande Sábio tentou evoluir sem sacrificar nada centenas de milhões de vezes – e então, após um ciclo de tentativa e erro que parecia durar uma eternidade…
… Ele obteve seu presente do Festival da Colheita—evoluindo e se transformando em uma habilidade definitiva, o ápice existente neste mundo.
As chances de isso ter dado certo eram tão baixas que nem valiam a pena considerar. Parecia quase uma recompensa dada pelas milhões de tentativas que acabaram em fracasso. O sucesso tornou mais provável que o desejo de seu mestre fosse realizado, mas a inteligência conceitual supostamente sem alma não sabia o que era felicidade. Nunca poderia compreender esta emoção.
Mas, apesar da falta dela, da falta de felicidade – de alguma forma, parecia realizada. E então, com sua habilidade evoluída, executou a ordem de seu mestre mais uma vez. A forma como agiu, trabalhando incessantemente para tornar os sonhos de seu senhor realidade, poderia até ser…
A evolução continuou.
Glutão consumiu Impiedoso para se tornar Belzebu, Lorde da Gula, uma versão superior capaz de cumprir com mais eficácia os desejos de seu mestre. Lá, no fundo de um abismo além do que a alma de Rimuru podia detectar, a habilidade evoluiu lenta e profundamente – tudo para tornar seus próprios sonhos realidade.
Mas o Festival da Colheita ainda não havia acabado.
Os presentes, destinados a celebrar a evolução de Rimuru, foram dados a todos que foram nomeados por ele ou evoluíram dele. Um festival barulhento, de fato – um presente para aquele que evoluiu de semente de lorde demônio para um lorde demônio verdadeiro. E a festa estava apenas começando.
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Razen estava escondido, ocultando-se com todas as suas forças.
Ele teve sorte de ter morrido uma vez lá atrás. Por ter herdado totalmente as habilidades de Shogo, foi trazido de volta à vida gradativamente graças a Sobrevivente. Antes que seu cérebro pudesse compreender os eventos inacreditáveis que aconteciam diante dele, seus instintos entenderam e tomaram a escolha certa. Eles lhe disseram: aqui está um inimigo que nenhum humano poderia derrotar. Folgen, seu amigo jurado, foi morto sem resistência – nem mesmo foi capaz de ficar diante do monstro, muito menos proteger seu rei.
Ele queria ir e resgatar Edmaris, mas se conteve, sabendo que se fosse agora apenas morreria. Então manteve a respiração lenta, fingindo-se de morto até que o nascido da magia deixasse a cena, que aos olhos de todos, parecia um lorde demônio. Ele não podia usar magia e estava contra uma habilidade que não conseguia identificar, então fugir por si só já seria difícil.
Assim que teve essa ideia, milhares de soldados morreram ao seu redor. Se ele agisse agora, seria apenas um alvo a ser abatido. Não seria morto, mas atrair a atenção daquele monstro não era uma boa ideia. Então decidiu esperar e ver o que acontecia, torcendo para que isso aumentasse pelo menos um pouco suas chances de sobrevivência.
Então ele viu – e sentiu – aquilo. O medo se apoderou de seu ser. Até Razen, com sua intrínseca resistência a emoções ficou aterrorizado com a visão. Todos os quase dez mil soldados sobreviventes tiveram suas vidas ceifadas em um único instante.
Ele nunca tinha visto algo assim em sua longa vida. Isso estava além de qualquer coisa que um campeão ou um invocado poderia fazer. Mesmo que ele tivesse uma infinidade de habilidades únicas para escolher, nunca poderia vencer aquele monstro. Classe Calamidade, sem dúvida. Razen pensou que estava no mesmo nível de um lorde demônio, mas agora tinha percebido o quanto estava enganado.
O que é aquele monstro? Se perguntou. Eu nunca ouvi falar de tal coisa… O líder da nação monstro não é um slime?
Seu coração não foi partido, pelo simples fato de que estava muito motivado a salvar o rei a quem era leal. Mas o único anseio de Razen não foi realizado. Sua presença já havia sido detectada.
Se ele tivesse resignado à morte e tentado uma investida kamikaze, com sorte talvez pudesse ter derrotado aquele monstro. Não teria o matado, mas poderia ter salvo seu rei das garras da morte. Mas Razen era muito cuidadoso. E já tinha preparado alguns planos contra aquele temível ser.
Um grande monstro parecido com um lobo foi convocado no local, carregando cuidadosamente o monstro (que havia mudado da forma humana para um slime) em sua boca. Usando seu par de caudas bifurcadas, agarrou o Rei Edmaris e o Arcebispo Reyhiem, colocando-os em suas costas antes de disparar a uma velocidade extraordinária. Tudo o que restava eram três Demônios Superiores.
Ao ver o temível nascido da magia se transformar em um slime, Razen ficou surpreso e completamente convencido. Eu sabia. Esse realmente era o mestre deles. E o uso de feitiços mágicos superiores, um após o outro, deve ter esgotado suas energias mágicas. Se ele invocou aqueles demônios para servir como guarda-costas, então talvez eu tenha uma chance de resgatar o rei…
Ele estava parcialmente certo. Os demônios – em particular, aquele demônio – foram invocados. Para aquele demônio em específico, Razen não era nada mais do que uma presa. Uma presa abandonada e digna de pena, deixada para viver apenas para que pudesse cumprir o pedido de seu invocador e ser amplamente recompensado por isso.
Imaginando que poderia derrotar os três, Razen se levantou, parando de fingir-se de morto. Felizmente para ele, o nascido da magia mascarado desfez a Área Anti-Magia quando invocou os demônios. Agora, Razen poderia lutar com toda a sua força. Fosse rank A ou não, não havia como ele perder para apenas três Demônios Superiores.
Esticando seu corpo, tentou se esgueirar silenciosamente por trás de um deles – apenas para perceber que os outros dois estavam de pé diante dele.
— … Oh? Movimento Espacial, hein? Suponho que todos vocês têm servido como Demônios Superiores por um longo tempo.
Os dois demônios não lhe responderam. Não mostraram sinais de movimento – suas ordens eram de apenas cercá-lo para o demônio que caminhava vagarosamente até o mago.
Agora, aquele demônio estava sozinho, de frente para Razen.
— Heh-heh-heh-heh-heh. Terminou de se alongar? Nesse caso, é hora de capturá-lo. Se deseja resistir, vá em frente. Não vou matá-lo, mas também não fui proibido de torturá-lo…
O demônio deu um rápido, bonito e distorcido sorriso, seu gênero não estava claro quando se dirigiu a Razen.
— Oh? Você está aqui para me enfrentar?
— Te enfrentar? Hee-hee-hee. Que piada engraçada.
— Isso é uma piada para você, seu demônio pútrido?!
— Heh-heh-heh-heh-heh. Muito bem — o demônio sussurrou, sua expressão ainda distorcida. — Isso deve ser um pouco divertido. Permita-me acompanhá-lo em alguns exercícios pós-refeição.
Seu sorriso era a personificação do terror para quem o testemunhasse — que brotava da raiz da alma.
Razen bufou para a criatura. Ele se acha tão esperto, tentando me distrair com seus olhos.
— Chega de conversa! Canhão Nuclear!
Utilizando um feitiço preparado de antemão, ele usou um simples gatilho para disparar seu último recurso. Este método, no entanto, corria o risco de uma descarga acidental, logo apenas magos e feiticeiros igualmente poderosos poderiam executá-lo. O ganho, entretanto, era enorme. Dispensar o tempo de lançamento, que era a maior fraqueza de qualquer usuário de magia, era extremamente útil. Desde o início, Razen fez tudo que podia para levá-lo à vitória.
A magia que decidiu usar era do tipo de ataque nuclear, a maior e mais sinistra das magias aspectuais. Contra pessoas, era a mais forte existente. Os demônios precisavam de corpos físicos para se manifestarem; se destruísse o deles, Razen estaria livre. Eles não iriam morrer, mas não seriam mais capazes de interagir com esse mundo. E diante do intenso calor que esse canhão produzia, nenhum demônio teria chance.
Aos olhos de Razen, sua vitória era certa. Mas os raios incandescentes de sua magia invencível foram redirecionados para o céu antes que pudessem alcançar a mão esquerda erguida do demônio.
— Ela… falhou? Sério, justo agora?
Magias preparadas de antemão como essa tinham uma chance muito pequena de perder a força e falhar ao serem lançadas. Razen assumiu que foi isso que aconteceu, no pior momento possível para ele. Irritado, olhou para o demônio enquanto dava um grande salto para trás.
— Hmm? Esse foi um truque de mágica impressionante.
— Como assim?! É inútil se não surtir efeito.
— Ah, entendo. Se por “efeito” você quer dizer que pretendia me derrotar com essa magia, eu o aconselharia a não confiar nela.
O demônio parecia quase assustadoramente confiante ao se dirigir a Razen. Isso o irritava muito, mas nem mesmo ele conseguia afastar a tênue sensação de destruição iminente que o afligia.
— Oh, quanta arrogância! Nesse caso, que tal essa? Convocar Espírito: Gnomo de Guerra! Venha a mim, grande espírito das fundações da terra.
Este era o trunfo de Razen, a magia de invocação mais poderosa que tinha em mãos, e estava pronto para lutar com ela. Ele convocou um espírito de alto nível, acima do rank A. Apenas um oponente de nível campeão daria alguma dificuldade a essa criatura tão poderosa. Um Demônio Superior não era problema algum.
Respondendo ao chamado de Razen, a terra começou a se juntar, formando um cavaleiro de armadura. Sentindo sua tremenda força, Razen finalmente começou a se sentir aliviado e confiante. Com um espírito desse calibre, poderia enfrentar até Arquidemônios, criaturas de rank ainda maior que os Demônios superiores.
Se aquela magia não tivesse falhado em ativar, eu não teria que recorrer a isso… Mas esse demônio me irrita. Tenho um mal pressentimento sobre isso. Melhor não baixar a guarda…
Razen pensou que com esse espírito não importasse o quanto seu oponente o enervasse, ele ficaria bem. Sua intenção era derrotar não só o demônio em sua frente, mas também os outros dois que estavam atrás dele. Então, finalmente poderia partir para resgatar o Rei Edmaris.
Mas:
— Entendo; entendo. De fato, demônios são fortes contra anjos, os anjos contra os espíritos e os espíritos contra os demônios. Logo, baseado nessa relação de três vias, convocar um espírito de alto nível foi a resposta correta. Porém…
Mesmo diante do Gnomo de Guerra invocado por Razen, o demônio estava completamente imperturbável.
— … É muito jovem.
Quando ele se moveu? Mesmo com seus sentidos aguçados ao máximo, Razen não conseguia acompanhar as ações dele. Um grande buraco se abriu na resistente armadura cristalina do cavaleiro quando uma bela mão cortou seu núcleo, agarrou-o, jogou-o em sua boca e o mordeu com um estalo assustador.
— Entende agora? — o demônio riu de Razen — Lhe falta experiência, que só pode ser acumulada ao longo dos anos. Um fantoche como esse, que não apresenta nada além de pura força, é uma piada para mim.
— Tá de brincadeira? Isso era um espírito! Um espírito superior!!
Ter seu trunfo morto instantaneamente quase fez Razen entrar em estado de pânico. Cada célula de seu ser lhe dizia que isso era impossível. Simplesmente não fazia sentido. Um espírito mais forte que um Demônio Superior, não apenas enfrentando dificuldades, mas sendo morto de uma só vez.
— Chega de magia — o demônio disse gentilmente enquanto Razen quebrava a cabeça. — Eu gostaria de testar mais este corpo que meu invocador me forneceu, então vamos usar uma tática diferente desta vez.
O demônio estalou os dedos, lançando um feitiço mágico. Por mais de uma milha de raio ao seu redor, uma Área Anti-Magia apareceu.
— Agora você não pode mais usar magia. Sinta-se livre para me atacar com seus melhores ataques físicos.
Razen ficou confuso. Huh? Por que ele impediu o uso de magia? A magia é a arma mais poderosa de qualquer demônio… Ele lançou essa magia superior sem nenhuma preparação? Sem nenhum canto?!… Ah, mas agora não é hora de pensar nisso!
Clareando sua mente, Razen ficou na ponta dos pés, preparando-se. Com o corpo de Shogo a sua disposição, todas as habilidades de karatê do invocado eram dele.
— Hmm!!
Com uma leve expiração, se concentrou e desferiu um soco no demônio, apoiando-o com movimentos de perna. A habilidade única Berserker o possibilitou usar o máximo de sua força, e com uma velocidade que o olho nu não poderia acompanhar. Foi uma torrente de socos, uma chuva de chutes que poderiam partir uma grande árvore em duas, e em pouco tempo, esse demônio indefeso estaria acabado—
… Espere! Não!
Cada ataque foi desviado completamente, como se a luta fosse uma demonstração de karatê pré-orquestrada. O demônio não estava indefeso. Ele estava achando aberturas através de cada ataque, usando habilidades muito além das que Razen tinha acesso.
Agora, pela primeira vez, Razen entendia. Ele estava com muito medo para perceber de início, mas agora foi obrigado a aceitar. O demônio de pé diante dele. Os olhos dourados e as pupilas carmesins. A pele pálida. O lindo cabelo preto com mechas vermelhas e douradas. Ao contrário da maioria dos demônios, sua aparência era tão humana.
Esta era uma classe superior de demônio – e, muito provavelmente, a busca imprudente de Razen pela força suprema o levaria a sua ruína. Ele havia perscrutado os confins escuros do mundo, perseguindo os mais profundos recessos da magia. Razen estava ciente de sua própria força, e mesmo entre o pequeno grupo de lutadores superpoderosos do rank A, ele estava no topo, acima de todos. Se não fosse desse nível, as ondas de terror que o demônio emitia seriam suficientes para fazê-lo perder toda a vontade de lutar – embora esse talvez teria sido um destino mais agradável.
O conhecimento daquele demônio, sua força, só piorou o humor de Razen. Se ele não soubesse – não soubesse que este era no mínimo um Arquidemônio, facilmente capaz de aniquilar Demônios Superiores – ele não estaria tão aterrorizado. A forma como o demônio lançou uma magia superior sem nenhum ritual ou canto – provava que havia chegado a um abismo ainda mais profundo que aquele que Razen havia descido. O Canhão Nuclear não foi uma falha de disparo, e nada mais que o feiticeiro usou contra ele deu certo porque esse inimigo simplesmente estava em outro patamar.
Se não fosse tão culto, Razen poderia nunca ter notado o quão incomum era a força desse demônio. Mas ele sabia.
Espere. Isso é… um… um Primordial…?
Impossibilitado de usar magia, Razen não tinha como escapar. O desespero pintou seu coração com um profundo tom de preto.
Que tipo de besta horrível aquele monstro concedeu um corpo e soltou neste mundo?!
Se não tivesse um corpo físico, pelo menos, teria retornado aos reinos demoníacos mais cedo ou mais tarde. Mas era tarde demais – a humanidade agora estava exposta a uma ameaça sem precedentes.
Quando Razen foi afligido por esse terror, uma voz doce, porém aterrorizante, chegou aos seus ouvidos.
— Já está satisfeito? Nesse caso, é a minha vez.
No momento em que ouviu isso, suas pernas tremeram como geleia enquanto perdia o controle da bexiga. Agora tudo estava claro, e ele não conseguia mais pensar em resistir. Sua vontade de aço foi quebrada e, em um único instante, seu coração partiu.
— Keff… keff… Ah, ah, ahhhhhh….
Era impossível medir o terror que sentia. Um Arquidemônio era um monstro de classe calamidade que desempenhava um papel de liderança em seu reino nativo. Eles eram quase lendários, com apenas um pequeno punhado conhecido para serem gravados na história. Dizia-se que seu poder era de rank A+, ao lado de espíritos de nível superior, e eram perigosos o suficiente para serem considerados sub-lordes demônios.
Mesmo contra um ser tão poderoso, Razen estava confiante no passado que poderia vencer. Ao longo dos últimos séculos que passou protegendo a grande nação de Farmus, ele derrotou um arquidemônio uma vez, com a ajuda de vários companheiros. Mas esse demônio era diferente.
Se… se este for um dos Demônios Primordiais…
… Então não havia a menor chance. Até mesmo fugir seria impossível. Diante do desespero, Razen desabou no chão, lamentando seu destino.
O demônio parecia desapontado enquanto o observava.
— Oh? Já acabou? — ele sussurrou.
Os outros dois demônios sob seu comando pegaram Razen, com olhares resignados em seus rostos, e o levaram para a cidade designada. Seu primeiro trabalho estava feito, e eles queriam que seu mestre os elogiasse.
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Diante dos olhos de Benimaru e dos outros, o corpo de Rimuru repetidamente se transformou de slime para todos os tipos de formas irregulares. Depois de um tempo, se acalmou, estabelecendo-se em sua forma usual de gotícula, mas então começou a brilhar, piscando assustadoramente. Vermelho, azul, amarelo, verde, roxo, branco, preto, todos os tipos de cores.
Isso continuou por um tempo. Todos ali estavam começando a perder a noção de quantos minutos tinham passado. E, depois de uma longa espera, os ecos da Voz do Mundo ressoaram em seus aflitos corações.
Relatório. O Festival da Colheita de Rimuru Tempest agora está completo. Monstro em sua genealogia agora começarão a receber seus presentes.
E então, eles também sentiram uma exaustão intensa.
— Nhg! O que está acontecendo?
— Ah…?! Este é o nosso presente? Me sinto mais conectada com o Senhor Rimuru do que nunca!
Benimaru, Shuna e os outros monstros não conseguiram esconder sua surpresa. Foi aí que Benimaru percebeu que a evolução de Rimuru foi concluída com sucesso – e agora era a vez deles. Ninguém esperava que esse tipo de fadiga os afligisse. Os menos resistentes entre eles começaram a cair em um sono profundo. Mas Benimaru tinha uma promessa com Rimuru. Ele não podia se dar ao luxo de ceder tão facilmente, então fez o seu melhor para lutar contra o cansaço.
E ao fazer isso, o corpo de Rimuru começou a brilhar diante dele. Quando a luz diminuiu, lá estava um ser atraente com longos e lisos cabelos prateados fluindo ao vento.
Era Rimuru, sem máscara, parecendo um pouco mais alto do que antes. Ele ainda não tinha nenhum gênero, infelizmente, mesmo assim Benimaru não pôde deixar de se sentir um pouco atraído.
Relatório. Deixe o resto comigo e aproveite o descanso.
A voz suave sussurrou em sua mente. Deu paz interior a Benimaru; não havia como não ceder. Então, ele deixou a voz guiá-lo à um sono irresistível. Enquanto observava isso acontecer, o ser com a forma de Rimuru verificou se mais alguém estava acordado.
……….
……
…
Mjurran olhou intrigada para todas as pessoas adormecidas ao seu redor. Uma por uma, caíram como moscas – e agora não havia mais ninguém acordado.
Todos os anões e humanos deixados na cidade foram transferidos para prédios distantes da praça central. A quantidade de magículas nas proximidades aumentou além do que a maioria dos humanos conseguiriam suportar, então foram forçados a se retirarem da área. Enquanto monitorava o andar das coisas, Elen se comprometeu a construir uma barreira sobre eles. Desde o início, Yohm e seus amigos ficaram ao lado de Mjurran para protegê-la, mas agora foram em direção de Kabal e seu grupo, carregando o rei de Farmus e o arcebispo da Santa Igreja que Ranga havia trazido. Neste momento, devem estar sob custódia de Kabal, impossibilitados de escapar.
Foi uma boa desculpa para Yohm sair daqui, pensou Mjurran, ele já não devia aguentar mais ficar naquele campo mágico. Se não fosse por essa razão, provavelmente teria ficado ao lado dela até morrer. Alegrou-a saber disso, embora soubesse que era estúpido da parte dele. Obviamente ela não diria isso para o homem. Se dissesse, Yohm certamente deixaria isso subir à cabeça e faria algo ainda mais estúpido.
Em outras palavras, era um fato que Mjurran prezava pela segurança de Yohm acima de tudo. Mas também significava que ela era a última pessoa de pé na praça.
………
……
…
Com os olhos vazios, o ser parecido com Rimuru avaliou a situação. Então, vendo Mjurran e assumindo que não haveria problemas, abriu bem os braços, seus longos cabelos prateados levados pelo vento emitiam uma luz que brilhava como as asas de um anjo.
Relatório. Pelo nome de Raphael, Lorde da Sabedoria, ordeno a Belzubu que consuma todas as magículas dentro desta barreira. Não deixe nem um único fragmento de alma para trás.
Com essas palavras, Belzebu foi ativado, uma força maligna solta no mundo – mas usada para um determinado objetivo, traçando cada um dos resultados calculados por Raphael. Todas as magículas de dentro da barreira que cobriam a cidade foram absorvidas, convertendo a atmosfera de volta em ar puro. Em seguida, a barreira em si foi devorada, e então Belzebu foi contido. Era como se nada tivesse acontecido neste espaço.
Este era Raphael, o ser que assumiu a forma de Rimuru, o mestre aparentemente sem alma. E mesmo agora, o Lorde da Sabedoria estava se aproximando de Shion. Levantando as mãos, começou a conjurar Analisar e Avaliar — cuidadosamente, com a intenção de tornar o desejo de seu mestre realidade.
………
……
…
Mjurran assistiu de queixo caído o desenrolar de tudo isso. A barreira que construíram sobre a cidade foi destruída em um instante, o que era surpreendente por si só, mas além disso:
… Impossível!!
A habilidade estava tomando decisões por conta própria, sem os comandos de seu mestre. Seria compreensível se tivesse sido ordenada de antemão, mas esse não parecia ser o caso. Esta figura aparentava ser mais similar a um espírito que a um monstro.
Era difícil de acreditar, mas Mjurran sentia que era real. Tudo o que ela podia fazer agora era ficar fora do caminho e assistir.
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Ao entregar o rei de Farmus e o arcebispo, Ranga voltou para a entrada da cidade e ficou de guarda. Rimuru o ordenou que se reunisse com os demônios e, embora quisesse mais do que tudo estar ao lado de seu mestre, ele tinha que obedecer às ordens dadas pelo seu senhor antes de adormecer. Entre seguir seus desejos ou cumprir as ordens de Rimuru, ele escolheu a última opção.
O nascido da magia Gruecith assistiu, confuso, ao lado de Ranga.
Benimaru havia pedido a ele – mais provável de ter sido Shuna, na verdade – para ficar com Ranga apenas no caso de algo acontecer. Se intrusos aparecessem, ele deveria chamar Benimaru e os outros enquanto Ranga os atacava. Mas claramente não havia ninguém vindo, então Gruecith conversou com Ranga para matar o tempo.
— Aquela princesa ogro, Shuna, é uma usuária de magia, não é? Ela fortificou essa barreira como se fosse a coisa mais fácil do mundo.
Essa barreira os impedia de sair da cidade. Eles e todos os outros monstros, a menos que Rimuru estivesse os acompanhando. Gruecith não era exceção – a poderosa barreira o manteve eficientemente encurralado. Era necessária caso quisessem ressuscitar Shion e todas as outras vítimas do ataque.
Benimaru e os outros conseguiram retornar à cidade graças ao excelente trabalho de Shuna, que analisou a magia superior e tomou medidas para aperfeiçoá-la. Agora, estava configurada para manter todas as magículas presas, mas também para permitir que qualquer pessoa entrasse na barreira sem dificuldade. Uma via de mão única, em outras palavras.
Na teoria, sem dúvida era possível, mas tirar a ideia do papel foi uma façanha bastante criativa. Porém, Gruecith estava pensando mais no rosto supreso de Mjurran quando soube disso. Ele achou muito fofa a expressão que ela fez, embora não tenha contado isso a ninguém. Discutir sobre romance com Ranga não daria certo, ele imaginou. Gruecith não era tão estúpido.
Ranga concordou alegremente.
— Sim, acho o mesmo. A Senhorita Shuna só perde em inteligência para o Senhor Rimuru.
Geralmente, os monstros da cidade gostavam de elogiar uns aos outros. Gruecith teve a impressão de que Ranga era um pouco lisonjeiro demais com seu mestre, mas achou que seria desagradável trazer isso à tona. Além do mais, ele gostava desse tipo de atmosfera. O lembrava da sua terra natal, o Reino Animal, onde as pessoas normalmente se davam bem no meio de todas as suas conversas e brincadeiras.
Afinal, Lorde Carillon é muito astuto. E assim como o Lorde Phobio disse, cada monstro nesta cidade parece tão legal.
— A propósito, senhor Gruecith, eu estava pensando sobre uma coisa. Ouvi dizer que os lordes demônios Carillon e Millim estariam travando uma guerra em breve…
Ranga olhou para Greucith com expectativa, como se perguntasse se estava tudo bem com ele.
— Ah, sim…
Era um tópico que pesava muito em sua mente, mas a barreira e seu bloqueio mágico o impediam de entrar em contato com Eurazania no momento. No entanto, não estava tão preocupado. Ainda faltavam três dias para o início do combate e, como disse antes, acreditava que Carillon venceria. Também parecia que Rimuru estava a caminho de se tornar um lorde demônio, então Gruecith percebeu que tinha tempo o suficiente para ver como tudo isso se desenrolaria antes de voltar para ajudar seu mestre. Além disso, Os Três Licantropos estavam lá, cada um muito mais forte do que ele. E enquanto estivessem, independentemente da força de Millim, Gruecith duvidava que ela realmente tivesse a intenção de travar uma guerra.
Não adianta se preocupar com isso agora, pensou. Ele sabia que todos em Eurazania eram ousados e corajosos, muito mais do que as pessoas achavam. Não, sua mente estava em outro lugar.
— … Espero que todos ressuscitem…
Sua maior preocupação era o destino daqueles mortos em batalha em Tempest. Se a ressurreição deles não acontecesse, não havia dúvida de que Rimuru se tornaria uma grande ameaça de repente. Ele instintivamente sentia isso.
— Vai ficar tudo bem. Monstros são feitos de material resistente. Além disso… todos nós estamos conectados pelo espírito. Enquanto permanecermos sob a proteção do senhor Rimuru, não seremos derrotados tão facilmente.
— Sim, acho que provavelmente vai dar certo, mas…
— Heh-heh-heh-heh. Não tem porquê se preocupar. Quando meu mestre terminar sua evolução, tenho certeza de que ele trará todos de volta.
Era uma declaração firme, baseada na confiança de Ranga em Rimuru. Talvez sentindo a preocupação de Gruecith, ele queria deixar claro que a possibilidade de Rimuru saindo do controle não poderia estar mais distante.
— Sim, com certeza — respondeu Gruecith com um sorriso.
Independentemente da ameaça em potencial envolvida, ele também não queria que Rimuru mudasse muito. Ele não o serviu, mas admitiu que se sentia atraído por sua pessoa – e lhe devia muito por salvar a vida de Mjurran.
Claro, a garota que amo está com outro cara no momento… heh. Se ele fosse um bastardo, eu o teria matado há muito tempo, mas sendo Yohm, não posso fazer muita coisa. Vou ter que ficar na minha até que ela inevitavelmente termine com aquele idiota… ou talvez eu entre um pouco no caminho entre eles, pelo menos…
O apego persistente estava claro nos pensamentos de Gruecith. Mas ele não viu motivo para continuar com o assunto.
— Mas cara, eu não esperava ver a evolução de um lorde demônio com meus próprios olhos…
— Nada para se surpreender. Afinal, é o senhor Rimuru.
— Hum, não, digo…! Um monstro se tornando a semente de um lorde demônio é algo que acontece talvez uma vez a cada poucos séculos, sabe?
— A semente…?
— Sim. Ela prova que o mundo o reconheceu como um monstro poderoso o suficiente. Os seres mais fortes da terra. Há apenas dez deles, incluindo Lorde Carillon.
— Oh? Então Rimuru se tornará o décimo primeiro lorde demônio?
— Bem, quem sabe? Não dá para dizer como os outros lordes demônios responderão a isso. Essa coisa toda está arruinando o equilíbrio de poder entre eles. E se for um fracasso, pode haver alguns anos bastante tumultuados pela frente.
— Se acontecer assim, então protegeremos o senhor Rimuru com nossas próprias forças!
— Sim, bem, também estou no mesmo barco. Serei uma espada para o Lorde Carillon empunhar. Mas tenho que dizer, espero não ter que enfrentar vocês.
— Heh-heh-heh. Espero o mesmo.
Eles riram um com o outro, felizes por estarem na mesma página. A conversa continuou por mais algum tempo.
………..
…….
…
Gruecith estava esperando que absolutamente nada fora do comum acontecesse. Mas depois de muito nada, as pálpebras de Ranga começaram a ceder.
Aparentemente, Shuna havia antecipado essa possibilidade. Quando um lorde demônio nascia, qualquer um abaixo deles recebia o chamado “presente”, um tipo de evolução que não podia ser recusado, e colocava o alvo em um sono profundo.
— Gnnh… Eu-eu não tenho certeza se vou durar muito mais. Vou dormir… mas se eu dormir, minhas ordens… Lorde Gruecith… preciso que você pegue algo para mim, mas… você vai…?
Ao que parecia, três demônios podiam estar chegando à entrada em breve, invocados por Rimuru e ordenados a trazerem um sobrevivente de Farmus. Ranga odiava ter que passar a responsabilidade para ele, mas não conseguia mais resistir a fadiga, então confiou na promessa de Gruecith de cuidar disso antes de cair no sono.
Ele ouviu que havia um único sobrevivente, e um inimigo bastante poderoso. Poderoso o suficiente para que pudesse atacar e derrotar os demônios. Gruecith teria que ser cuidadoso, embora o pensamento de ser tão digno de confiança o deixasse um pouco feliz. Então começou a patrulhar a área, andando todo alegre enquanto tentava manter Ranga e os cidadãos indefesos em segurança.
Menos de meia hora depois, eles apareceram.
— Ah, senhor Ranga — um demônio de aparência bela disse. — Parece que entrou em um sono de evolução.
Foi uma visão chocante para Gruecith. Os demônios obviamente receberam corpos físicos, todos muito mais poderosos do que a invocação que normalmente usava. Ranga disse que eles eram Demônios Superiores, mas esses caras claramente estavam um nível acima disso, o puro terror da visão fez seu cabelo arrepiar – o maior aviso de perigo que seus instintos poderiam lhe dar.
— Ei, ei, eu nunca vi um ser como você antes. Você é um Arquidemônio?
— Heh-heh-heh-heh-heh. Correto, nascido da magia.
Mesmo à primeira vista, o perigo que este Arquidemônio representava era óbvio. Ele sentiu uma sensação enorme de admiração – como a que sentia sempre que via Benimaru ou os Três Licantropos. Talvez ainda mais poderoso.
— Heh-heh-heh-heh-heh. Por favor, não fique tão alarmado — o demônio falou alegremente. — Eu só sou um demônio sem nome convocado pelo novo lorde demônio. Os dois atrás aqui atrás devem lidar com os trabalhos desagradáveis para mim, então não há necessidade de se preocupar com eles.
— Trabalhos desagradáveis?
Ele deu uma olhada no par. Eram dois Demônios Superiores, um carregava um homem desmaiado em suas costas. Ambos possuíam poder mágico o suficiente para representar uma ameaça formidável. Eles certamente estavam no mesmo nível de um nascido da magia mais forte em termos de força de combate. E estes eram Demônios Superiores? Gruecith não engolia essa. Mas só deu de ombros e assentiu balançando a cabeça em vez de discutir sobre isso.
— Tudo bem. O senhor Ranga me disse para esperar por três demônios que chegariam aqui em breve. Esse homem é o sobrevivente do ataque do Senhor Rimuru?
— Não foi um ataque. Para alguém como nosso mestre, foi só uma brincadeirinha. Além do mais, graças à sobrevivência deste homem, nós três fomos invocados. O tratamos bem porque apreciamos um pouco isso.
— Trataram-o bem, hein…?
Era bastante questionável se ser carregado nas costas de um Demônio Superior qualificava-se como um tratamento gentil. No entanto, Gruecith era esperto demais para dizer em voz alta.
— Ok. As magículas são bem densas na cidade, então é melhor protegê-lo com uma barreira.
— Isso não seria mimá-lo um pouco além da conta?
— … Achei que você estava o tratando bem.
— Ah, sim. Você tem razão. A morte dele seria muito ruim para nós. Temos que nos certificar de demonstrar um bom desempenho para o nosso mestre.
Então, Gruecith deixou suas suspeitas de lado e decidiu guiar os demônios para a cidade. Já que sabiam o nome de Ranga, eles tinham que ser aqueles que Rimuru invocou. Também não pareciam estar sob o controle de ninguém – e se houvesse alguém poderoso o suficiente para controlar esses malucos, Gruecith sabia que era melhor não os irritar. Mesmo aqui, ele demonstrou uma incrível capacidade de saber quando calar a boca.
Quando estava prestes a dar meia-volta e entrar na cidade, a barreira que a cobria desapareceu de repente. Algo estava acontecendo.
— O quê…?!
— Hm? Is-isso é…?
Gruecith virou-se para o demônio por apenas um momento.
— Sinto muito — ele disse —, mas espere por mim aqui. Estou preocupado com o que está acontecendo lá!
Então ele saiu em disparada — e foi assim que os eventos finais do dia se desenrolaram.
Tradução: Another
Revisão: Flash
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