Rei Demônio ao Trabalho – Vol. 04 – Posfácio – O Autor, o Posfácio e Você!

Quando eu era criança, em uma viagem de férias com a família na cidade litorânea de Chiba, Onjuku, um fogo de artifício disparado por algumas pessoas na praia mudou de direção com o vento e me atingiu diretamente na cabeça, causando queimaduras graves.

Consegui evitar cicatrizes permanentes, graças à senhora na pousada e seus primeiros socorros rápidos, mas por um tempo depois disso, não consegui usar nenhum feitiço de fogo nos RPGs que joguei. Pode não parecer nada demais falando dessa forma, mas para a cabeça de uma criança foi bastante traumático. E eu também fiquei careca no local onde acertou.

Então, quando você estiver brincando com fogos de artifício, certifique-se de seguir as regras e limpar depois. Conhecimento nunca é demais.

Contar uma história do Diabo onde o Rei Demônio e a Heroína “trabalham” juntos neste volume foi realmente um objetivo meu desde a fase inicial de brainstorming para a série.

Esse local não tem nada menos do que dois milagres naturais.

O primeiro é um milagre natural de qualquer lugar em Honshu, a maior das ilhas que compõem o Japão, é onde o sol nasce primeiro todos os dias (a menos que você esteja em uma montanha alta ou em uma das ilhas mais remotas do Japão).

O nascer do sol visto de Inuboh-saki, o ponto mais a leste de Chiba, é realmente bonito demais para ser colocado em palavras. É quase um mistério, como a natureza pode criar uma obra de arte tão suprema e avassaladora em um local tão irregular.

O segundo milagre é de autoria humana — a maneira como uma região inteira e sua indústria foram resgatadas por uma boa decisão, uma lembrança local, uma reunião de pessoas e um biscoito senbei.

A história da Ferrovia Elétrica de Choshi — onde os esforços conjuntos e o treinamento de muitas pessoas permitiram se conectarem com o resto do Japão através da rede e continuassem operando, mantendo-se vivos sem ter que depender de caridade ou apoio externo — é uma espécie de ideal, eu acho, em termos de pessoas trabalhando duro e sendo economicamente recompensadas por isso.

Como de praxe para as avós da minha cidade, pensei que o Rei Demônio e seus companheiros poderiam aprender uma coisa ou duas trabalhando no interior. Mas é questionável se a Heroína ou seu inimigo tenham aprendido algo construtivo. Eles estavam muito ocupados dando tudo de si nesse lugar desconhecido, debatendo-se enquanto tentavam abrir um caminho para o futuro. Foi assim que a história acabou.

Eu gostaria de aproveitar esta oportunidade para expressar  meu profundo pesar pelos desabafos de Urushihara e pelo ocasional (e não intencional) deslize da língua de Ashiya. Se alguém da Ferrovia Elétrica de Choshi ou ou do programa Apollo da NASA estiver ofendido, tem todo o direito de estar. Foi mal.

Eu também gostaria de ressaltar que, na vida real, o Parque Shiosai em Kimigahama não está aberto para nadar devido a ondas altas e correntes de retorno. Você não encontrará nenhuma praia para brincar lá, e também não há lanchonete hiperdimensional, então não visite esperando nenhum deles.

Com este volume, Rei Demônio ao Trabalho! agora está desfrutando de seu primeiro ano completo de publicação. Eu simplesmente devo agradecer ao meu editor (Sr. A), meu ilustrador (029), todos na ASCII Media Works, os revisores, impressores, distribuidores, livrarias e, o mais importante, as pessoas segurando este livro em suas mãos agora. Gostaria de encerrar este posfácio dizendo, com cada fibra do meu corpo e alma:

Obrigado.