Rei Demônio ao Trabalho

Rei Demônio ao Trabalho – Vol. 04 – Cap. 03.7 – O Rei Demônio Admira o Vasto Mundo (e Choshi)

 

Camio seguiu logo atrás, Lúcifer apressadamente tentou pegá-lo, e atrás dele:

— …Tire a mão do meu ombro! Vou te matar!!

Uma explosão de energia santa ultrajada perseguiu Lúcifer.

Atrás dela, Satan flutuava, com os olhos marejados e a ponta do nariz corando de um vermelho intenso.

— Olha o tamanho desse portal. Quem poderia ter…?

Quando se aproximaram, Emília se viu tremendo com o alcance absoluto do portal.

Mais de mil combatentes Malebranche, incluindo o líder deles, haviam passado por este Portal. No entanto, ainda mantiveram sua forma. Fora inédito.

Desde que os Malebranche surgiram por este portal, não havia como atravessá-lo a partir do lado da Terra. Mas se fosse, parecia forte o suficiente para acomodar facilmente Satan e Emília em sua força total.

Uma quantidade quase inimaginável de força demoníaca fluía do vazio, oferecendo uma sugestão de como os Malebranche haviam retido suas formas.

— Definitivamente é um portal de poder demoníaco, mas… mesmo que Barbariccia fosse um subordinado talentoso de Malacoda, ainda é um Malebranche comum. Ele poderia ter aberto um portal tão grande?

— Não precisava ser apenas ele. Olba está com ele, certo? Eu acho que ele é muito bom nisso também, então talvez tenha sido um trabalho em equipe…

— Ridículo, Lúcifer. Este portal manteve sua forma mesmo depois de permitir que todos aqueles Malebranche passassem. Isso nunca poderia ser obra de um humano e um demônio sozinhos.

— Sabe, só uma vez eu gostaria de ser chamado de Lorde Lúcifer por vocês…

Emília graciosamente abriu caminho na conversa dos demônios:

— Mas o Rei Demônio poderia ter feito isso facilmente em seus dias de glória, não? Ele fez um robusto o suficiente para lançar o arcanjo Sariel.

— Uh, Satan está bem aqui, senhora.

— Mm. E daí?

Satan sorriu um pouco. A visão da Heroína ponderando sobre essa questão com os demônios parecia estranhamente cômica.

—…O que é tão engraçado? Não faça essa cara assustadora para mim. Eu vou cortar você, e falo sério desta vez.

— Oh, foi mal, foi mal. Mas de qualquer forma. Essa não é a questão aqui.

Satan acenou com os braços na tentativa de recuperar o controle sobre a conversa. Sua linguagem corporal já estava de volta à forma humana.

— …Você não entende? Há apenas uma maneira de abrir um portal, tipo, em qualquer lugar e a qualquer hora que você quiser.

— …?

Alciel, Lúcifer e Emília inclinaram a cabeça em uníssono. Satan não pôde deixar de sorrir novamente.

— Certo, Camio?

— Senhor. — Satan se virou para Camio, que respondeu lealmente a seu lado.

— Sempre acaba assim, não é? Sempre foi.

— É verdade, meu soberano. E mesmo a Heroína não é exceção, certo?

— …Eu não sei sobre o que você está resmungando, mas estou seriamente procurando cortar alguém agora, beleza?

— Agora não é o momento para isso, Emilia. Eu também preciso do seu poder. Temos que fechar a fenda. — A voz de Alciel era monótona enquanto a repreendia, as mãos arqueadas em direção à fenda dimensional no espaço.

— Tenho feito tantos favores para vocês… — Alinhando-se ao lado de Alciel, Emília apontou sua Cara-Metade para a rachadura.

— Não me culpe se isso der errado. Se você tiver alguma reclamação, traga-a para Satan. — Lúcifer, já procurando evitar toda e qualquer responsabilidade, se estabeleceu em frente a Emília e ao lado de Alciel.

— E você se pergunta por que eu me recuso a tratá-lo com respeito. Suas viagens mudaram você, mas pouco. — Camio, expressando o que todos estavam pensando, trouxe sua própria garra para o vazio.

— Bem, goste ou não, vocês estão todos no mesmo barco agora. Meu Deus. Quem sabe em que tipo de problemão eu estaria se estivesse sozinho. — Com estas poucas palavras de despedida, Satan empunhou a espada de jóias em sua mão direita.

Tendo em vista que era do tamanho de Camio, a espada parecia um abridor de cartas extravagante quando empunhada por ele.

E mesmo assim:

— Ahh, isso, com certeza, traz algumas lembranças. — Trazendo a lâmina da espada próxima aos olhos, Satan murmurou suavemente o suficiente para que suas palavras permanecessem apenas consigo mesmo. A lâmina começou a brilhar mais forte, vermelha e escura. O poder demoníaco dentro dela ressoava com o de Satan.

— Eu era realmente tão forte, hein? Cara.

Enquanto ela dava ouvidos desinteressados à conversa dos demônios, Emília aguçou seu foco enquanto olhava para a fenda dimensional.

— …Tudo bem. Vou cortar a força que mantém este portal intacto. Depois disso, o resto é com vocês. Pressione a força demoníaca que vaza de volta e feche a fenda.

— Cortar a força? Você consegue fazer isso?

Os olhos de Emilia, e nada mais, se voltaram para Satan.

A Cara-Metade brilhando em suas mãos quase evocou a imagem da criança pequena, os olhos brilhando, o peito inchado com orgulho.

— Eu estou dizendo… que posso.

— Hum. Bem, não vou dormir essa noite.

Deixando o Satan rindo para trás, Emília se afastou.

Como um relâmpago perfurando um lago de lodo escuro, ela fez uma linha reta no misterioso Portal, depois soltou dois raios roxos.

No momento em que chegaram à fenda, o horizonte entre o Portal e o espaço começou a vacilar.

— Agora!

— Isso! Fecha isso!!

Seguindo o sinal de Emilia, os quatro grandes demônios empurraram sua força para o Portal em conjunto.

A fronteira vacilou, a parte estável da fenda foi ficando cada vez menor.

Se a sirene de nevoeiro soava como o rugido de um dragão antigo, a cacofonia emitida pelo Portal encolhido seria o lamento agonizante de uma besta caótica e escravizadora, atingida pelo relâmpago de algum deus mítico. Não era deste mundo, e foi o suficiente para até mesmo levar os ouvidos do Rei de Todos os Demônios ao limite.

O nevoeiro começou a enxamear em direção ao Portal encolhido.

O dragão rugiu, como se cutucado pela força dos demônios.

E então…

 

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— O mar…! Está se acalmando.

Suzuno e Chiho ouviram o rugido do dragão do deserto Cabo Inuboh-saki.

Buooooooooooooooonnnnnnnnnnnnnn…

Buooooooooooooooooooooonnnnnnnnnnnnnn…

Buoooooooooooooooooooooooonnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn…

O rugido de um deus antigo, um sobrevivente solitário em seu mundo chamando por seus companheiros há muito caídos, ecoou alto e através do mar de Inuboh.

— Suzuno! A neblina!

O nevoeiro começou a desaparecer tão rapidamente quanto se formou, como se a sirene o assustasse.

— Acabou?

— Parece razoável.

Amane apareceu mais uma vez da névoa que se dissipava.

Ela ainda fazia o papel de uma alegre gerente. Nem mesmo um pouquinho da força que demonstrara antes permaneceu.

— Eu levei esses caras assustadores e o passarinho de volta ao mundo em que pertenciam. Parece que Maou e o grupo também fecharam aquela grande armadilha. A questão, no entanto…

Ela se virou para o oceano e coçou a bochecha com tristeza.

— Eles meio que levaram um pouco de tempo demais. Aposto que usaram todo o poder que tinham no processo. É tipo, um pouco longe demais para ver, mas provavelmente caíram na água. Sabe se eles sabem nadar? Porque eles têm um longo caminho pela frente.

Amane sorriu quando avaliou Suzuno e Chiho.

— Huhh?

Tudo terminou no meio da noite, mas quando o horizonte começou a brilhar e o sol começou ofuscar a luz das estrelas, nem Emi, nem Maou, nem Ashiya e nem Urushihara estavam de volta.

Tudo o que Chiho podia fazer era observar os mares escuros em busca de um sinal deles, seus olhos quase prontos para explodir em lágrimas, e tudo o que Suzuno podia fazer era orar para que a energia sagrada de Emi não desaparecesse a fazendo perder seus sentidos.

O Farol Inuboh-saki pairava acima, como sempre fez, uma sentinela de luz guiando os viajantes do início da manhã para a segurança.

Havia um caminho sob o penhasco em que o farol foi construído, permitindo que os turistas caminhassem até a costa.

Assim que o sol estava prestes a abrir caminho acima do horizonte, abaixo do penhasco:

— Yusa! Maou!

— Alciel! Lúcifer! Vocês estão vivos?!

A Heroína Emilia, ainda com o cabelo prata azulado, foi levada pelo mar à terra firme, encharcada da cabeça aos pés. Sadao Maou, Shirou Ashiya e Hanzou Urushihara estavam perto dela.

Huff! Ha, ha… C-Chiho… Bell… Um… Hum, está praticamente acabado…

Arfando por ar, Emília se transformou de volta aos olhos de todos, retornando à sua forma normal.

— Irmãzona Chi! Irmazona Suzu!

Em seguida, outra figura menor apareceu.

— Alas Ramus!

— Adivinha? Adivinha? Mamãe e papai e piu-piu e Alceu e Luuchifer, e, e, adivinha!

Alas Ramus mal conseguia conter sua alegria.

— Foi tipo, booooom, e então baaaaam, e então todos nós fomos zoooooom, e depois oomph!

— ……

— ……

Seus comentários não ajudaram muito.

— Então tudo brilhou, então o piu-piu foi para casa!

— “Piu-piu”… Camio voltou para o reino demoníaco? — Chiho tentou perguntar a Maou, mas entre a importante tarefa de deitar na praia e respirar superficialmente, não estava muito para conversa.

— A espada… e Camio voltaram. Então o nevoeiro se dissipou. — Emi, com a respiração um pouco mais restabelecida, começou a mover os lábios.

— E quando isso aconteceu, todos eles se tornaram humanos novamente. Tipo, seiscentos pés acima do nível do mar!

— Ah.

— Ooh, eu só queria ter gravado os gritos. Foi poesia em movimento. Quero dizer, se eles soubessem que isso aconteceria, deveriam ter pelo menos retido força demoníaca suficiente para voar de volta.

Emi não estava a fim de responder. A exaustão descrita em sua feição. Ela pode ter mantido sua forma de semi-anjo durante toda a provação, mas arrastar três homens adultos pelas ondas acidentadas de Choshi não teria sido um mergulho fácil.

—…Eles realmente me devem muito agora. Esses demônios nunca… planejam nada?

— Mamãe está toda molhada! Você está bem? Vai pegar um resfriado!

— Estou bem. E quanto a você?

— Estou okay!

Foi a primeira batalha real que a espada sagrada viu desde sua fusão com Alas Ramus, mas assim como a criança disse, nada parecia estranho com ela.

— Bem, alguém estava certo de ter trabalhado duro hoje, hein? Acho que merece uma grande recompensa mais tarde.

— Yay!

— E ai! Fala em uma noite difícil, hein?

Amane escolheu esse momento para descer a encosta, batendo palmas enquanto olhava para todos os encharcados em ordem. Eles sabiam que ela não era um ser humano normal, mas a questão mais importante  —Amigo ou inimigo?— ainda não havia como adivinhar.

Emi e Suzuno ficaram tensas, deixando claro estarem alarmadas com a presença dela.

— Oh, whoa, whooooa, por que você está brigando comigo?

— Eu não fiz nada. Verdade! Vou contar tudo o que puder, então… Sabe, mesmo que seja verão, não posso deixar vocês secarem aqui, então…

Emi, olhando para Amane, não pode mais resistir ao impulso.

— Huh-choo!! — O espirro soou como uma espingarda.

— …Viu? Vocês vão pegar um puta resfriado. — Amane apontou para a capa.

— Que tal nós voltarmos para Ohguro-ya? Vou me certificar que coloquemos um pouco de água quente nos chuveiros para vocês. Ei, e veja!

Ela levou a mão à testa enquanto olhava para o oceano.

— Que bela manhã, hein? A maneira perfeita de terminar uma batalha.

O sol agora era visível no horizonte. Enquanto espiava timidamente, o feixe do Farol Inuboh-kai se dispersou. As persianas gradualmente se fecharam sobre a sala na ponta da torre, cobrindo a lente Fresnel de primeira linha que protegia os mares de Chiba.

O mais belo nascer do sol em todo o Japão, uma fonte de orgulho para todos os moradores de Choshi, abriu seus generosos braços de luz para as pessoas, demônios e heróis que testemunharam o conflito.

 

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Tradução: Vinicius

Revisão: Bravo

 

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