Rei Demônio ao Trabalho

Rei Demônio ao Trabalho – Vol. 01 – Cap. 02.1 – O Rei Demônio Vai a Um Encontro em Shinjuku Com Aquela Garota do Trabalho

Quando Maou e Ashiya acordaram pela manhã, Emi já havia partido. Sua toalha de banho estava em cima da máquina de lavar, bem dobrada. A chave da porta da frente estava no chão logo abaixo da janela, perto do ralo da pia…

— O que é isso?

— Algum tipo de prato em conserva?

Era uma pequena tigela de gel konnyaku e pepino picado, misturados com vinagre e pasta de missô. Ashiya não lembrava de ter preparado aquilo.

— Será que é o jeito que usou para nos retribuir por ter dormido aqui? Espere, deixe-me provar para ver se está envenenado. — Depois de remover o plástico que cobria a tigela, Ashiya enfiou um pedaço de pepino na boca. — Hmm… ela é nossa inimiga, mas também é uma cozinheira de mão cheia.

— É bom?

— Não achei ruim, meu soberano.

— Hm. Não costumo comer coisas avinagradas assim. — Logo depois de falar, Maou experimentou um pouco.

— Ainda me pergunto o que a chave está fazendo no chão…

— Suponho que ela abriu a janela, trancou a porta, então jogou-a para dentro. As barras da janela que dá para o corredor só servem para evitar que outras pessoas entrem.

— Impressionante. A Heroína é uma mulher honrada. — Ashiya fungou ironicamente enquanto pegava a chave do chão.

— E o que você teria feito no lugar dela?

— Simples, teria trancado a porta e levado a chave comigo.

— Diabólico.

— Então…

Emi estava segura no quarto 501 do Edifício Urbano de Eifukucho, sete minutos da estação de Eifukucho, na linha de trem Keio Inokashira. E ela ainda estava lutando contra o sono antes de os trens começarem a andar novamente. Podia até ser um apartamento miserável, o Vila Rosa, mas ainda era o Castelo Demoníaco, um domínio obscuro pertencente ao mal supremo. Ela estava sendo imprudente demais em seu comportamento. Além disso, foi o dinheiro imundo do Rei Demônio que pagou a passagem de trem. Emi cerrou os dentes com frustração.

— Eu me sinto tão suja

Mas ainda precisava do restante do dinheiro para a passagem até Shinjuku. Hoje seria mais um dia de trabalho.

Ela poderia retirar dinheiro o suficiente com sua caderneta e selo, mas o seu banco não tinha nenhuma lotérica próxima a Eifukucho.

Com pressa, correu até o chuveiro, ansiosa para se livrar do fedor do velho tatame que cobria o chão do Castelo Demoníaco. Ela ainda tinha bastante tempo de manhã, mas apenas saber sobre a corrupção demoníaca contorcendo-se através de seus poros fez o seu sangue congelar.

Aproveitando a água limpa e quente, colocou uma mão na cabeça repentinamente, no mesmo local em que Maou a tocou quando estavam se esquivando dos disparos mágicos. Lembrou-se, com um calafrio de nojo percorrendo suas costas, de como Maou bateu em sua cabeça como se fosse uma bola de basquetebol.

Pensou na sorte que teve ao comprar um xampu novo. Usando o dobro de tempo que o normal para limpar o cabelo, passou o condicionar até o couro cabeludo, fazendo um tratamento de cabelo completo. Esfregou um sabonete, recém comprado, de beleza hidratante contra cada área onde os dedos de Maou a tocaram, como se estivessem contaminadas por uma doença horrorosa. Não demorou muito para que quase metade do sabonete terminasse.

Indo do banheiro para a sala de estar enquanto secava o excesso de água do cabelo com uma toalha, pegou um controle remoto de uma mesa de centro, coberta por um tolha de mesa estampada com flores, e ligou a TV.

Japão, como nação, sempre foi muito sensível aos crimes relacionados às armas de fogo, não importava o quão longe aconteciam. Os “disparos de arma de fogo” contra eles eram mágicos por natureza, mas ainda fizeram buracos no asfalto, quebraram semáforos e destruíram uma persiana de metal. Se algo assim acontecesse no meio de Tóquio, não seria surpresa se fosse a história mais comentada nos noticiários ao vivo.

MHK estava transmitindo sobre trens e sistemas rodoviários. A JR e linhas privadas de trens estavam todas dentro do cronograma, por isso Emi não devia ter muita dificuldade para pegar a linha Keio Inokashira até o trabalho.

Depois de um momento, o programa passou para as notícias da manhã. Como esperado, o tiroteio dominava. Eles começaram com uma imagem do cruzamento em que Emi conversou com Maou naquela noite, a qual estava repleta de câmeras e repórteres de TV agora.

A polícia trancou o cruzamento com fita amarela de NÃO ULTRAPASSE. Imagens de pobres persianas de prédios, agora irreconhecíveis, apareciam de vez em quando. O repórter usava o termo “disparos de arma de fogo”, mas poucos detalhes foram revelados até aquele momento.

Trocando de canais, Emi sempre encontrava a mesma história, até que:

— Ergh! São eles!

Maou e Ashiya estavam claramente visíveis entre a multidão que observava em uma das imagens da câmera.

Emi resistiu à vontade instintiva de desligar a TV. Eles ficaram visíveis por um momento, mas parecia que estavam discutindo algo, olhares melancólicos estavam presentes em seus rostos. Talvez Maou estivesse explicando a cena para Ashiya.

— … e a bicicleta com dois pneus furados foi abandonada no meio da intersecção. Os policiais estão tentando identificar o proprietário dela, pois acreditam que ela possa ter algo a ver com o caso.

Os olhos de Emi se arregalaram ao ouvir o repórter.

— Seu… idiota…

Era por isso que eles pareciam tão melancólicos. Presumiram que ninguém se importaria muito com o ocorrido. Ele deve ter pensado que não teria problemas dar uma passadinha por lá de manhã cedo e pegar a bicicleta de volta. Mas veja só o que aconteceu.

Não demoraria muito para que a polícia descobrisse quem era o dono. E, a partir daí, também não levaria muito tempo para que encontrassem Sadao Maou, escondendo-se dentro do Vila Rosa Sasazuka.

— Bem, não é problema meu… — Com essa conclusão, voltou ao banheiro para terminar de secar o cabelo, deixando a TV ligada.

Maou era a vítima, no fim das contas. Não a incomodava se a polícia achasse que ele estivesse envolvido no tiroteio. Na verdade, se fosse preso, seria uma boa notícia.

Depois de alguns minutos, as notícias passaram para uma sequência de roubos às lojas de conveniência que ficavam abertas até tarde da noite e assaltos a idosos e mulheres, realizados por algum maníaco louco vestido de forma estranha. Ouvir os detalhes escabrosos foi o suficiente para acabar com seu humor novamente.

Parece que tem dias em que as coisas ruins só vão se empilhando.

Emi era uma funcionária de meio período com contrato assinado em um centro de atendimento. Seu escritório era em uma filia da Dokodemo, uma multinacional provedora de celulares, localizada em um distrito comercial a cerca de dez minutos da saída leste da estação de Shinjuku. Seu departamento lidava com os processos de reclamações e serviço ao cliente.

Eram poucas as pessoas que se voluntariavam para o departamento de reclamações, até mesmo as que estavam dispostas a trabalhar em centros de atendimento. Por isso esse foi o seu primeiro emprego no mundo, e também continua lá até agora.

Por ter pouco pessoal, o departamento pagava bem. Alguém como Emi, com uma voz atraente e desafiadora, era um recurso inestimável. Além disso, Emi tinha o dom de compreender todos os idiomas falados no mundo. Mesmo quando cumprimentada em uma língua que nunca ouvira, seu cérebro tinha um tipo de habilidade telepática para entender o contexto, pelo menos. Tudo o que precisava fazer era responder normalmente e o cliente entenderia. Para um observador imparcial, isso seria, pelo que parecia, interpretado como se ela falasse fluentemente inglês, francês, coreano, chinês ou qualquer outra língua.

Depois de entrar no vestiário do escritório, trocou para seu uniforme: um vestido cinza, saia justa, blusa e uma fita em forma de laço. Em seguida, bateu o ponto no sistema da companhia e sentou-se em seu cubículo designado. Por não ser uma empregada de turno integral, ainda não recebera sua própria mesa, mas, devido à falta de pessoal, acabava sempre no mesmo aglomerado de cubículos.

— Bom dia, Emi!

— Ah, ei, Rika.

Rika Suzuki chamou do cubículo ao lado. Seu número de funcionário era apenas um menor do que o de Emi, por isso as duas sempre se sentavam perto uma da outra quando estavam trabalhando. Seu cabelo castanho curto era uma boa combinação com o uniforme cinza.

— Ei, você ficou sabendo daquele tiroteio maluco? Aquilo foi perto de onde você mora, não foi?

Os batimentos de Emi aceleraram por um momento, mas ela nunca foi o tipo de garota que deixava as emoções à mostra.

— Bem, três paradas de trem de distância, mas… sim.

— Sério? Ainda assim, uma troca de tiros bem no meio de Tóquio! Que loucura, né? O Japão vai pelo ralo se isso continuar. — O noticiário da manhã reportou apenas que tiros foram disparados, mas, na mente de Rika, isso já havia chegado no mesmo nível que um banho de sangue de um filme de ação. — E, sabe, tem ocorrido vários terremotos ultimamente, algumas pessoas estranhas roubando por aí… isso é ultrajante! O mundo inteiro está ficando louco, e está nos levando junto. Ah! Tem um novo local servindo curry, você sabia?

Emi já estava acostumada com as inesperadas mudanças de assunto que as mulheres deste mundo conseguiam realizar.

— Não, não sabia.

— Uma das grandes filiais em Shimo-Kitazawa abriu um local novo. O que acha de irmos lá para almoçar?

— Ooh, mas se é popular, não vai estar lotado e tal?

— Vai valer a pena!

Desde que chegou ao Japão, Emi foi apresentada à vasta variedade de culinárias oferecidas. Curry, em particular, era uma revolução para seus sentidos e paladar quando experimentou pela primeira vez, excedendo todas as expectativas que teve antes de um almoço decente. Essa surpresa permanecia até hoje, e ela também se acostumou aos outros aspectos do estilo de vida japonês.

O convite de Rika era tentador, mas hoje, com uma relutância dolorosa, precisou balançar a cabeça.

— Bem, infelizmente, não posso ir hoje. Perdi minha bolsa.

— Ah, sem chance! É sério!?

A reação de Rika foi grandiosa demais, Emi ficou com medo que ela caísse da cadeira.

— Pois é, acabei perdendo tudo também. Passagem de trem, cartão de crédito e débito… então vou precisar passar no meu banco para lidar com tudo isso e retirar um pouco de dinheiro.

— Ah, tudo bem, sem espera para o almoço hoje então.

— Me desculpe por isso!

— Oh, sem problemas. Então, o que acha de um Maggie ou qualquer outra coisa ao invés disso?

— Ahh, tudo, menos Maggie.

Para Emi, Rika era mais do que apenas uma colega de trabalho — foi a primeira amiga que encontrou neste mundo. Sua influência foi a primeira razão para o fato de Emi adquirir o hábito de dizer “Maggie” ao invés de “MgRonald”.

Maou havia pegado no seu pé por ela não ter nenhum amigo, mas a única coisa que não tinha era pessoas de Ente Isla. Uma pena não ter conhecidos que morassem perto da vizinhança de Sasazuka. Se não fosse esse o caso, não precisaria ter passado por toda aquela madrugada angustiante.

— É melhor cancelar todos os cartões logo, tudo bem?

— Já os cancelei temporariamente. Consegui pelo telefone.

— Hm, entendo. Bem, diga um lugar então, Emi! É por minha conta hoje! Não quero deixá-la de coração partido, afinal.

— Ah, não precisa fazer isso…

Elas continuaram desse jeito até que ouvirem um sino soar.

Emi conferiu a mensagem da empresa em seu computador, onde os problemas especiais do dia estariam no aguardo.

O primeiro sinal de ligação já havia tocado em um cubículo ou outro.

Por ser uma subsidiária da Dokodemo, as chamadas eram todas sobre problemas relacionados a celulares. A mensagem dizia que o serviço telefônico caiu por um tempo na noite passada em uma parte do centro da cidade devido a problemas elétricos.

Se qualquer um estivesse se coçando para reclamar hoje, essa seria a principal razão. Emi podia ouvir Rika suspirando no cubículo ao lado. Ela também pensava na mesma coisa.

Sua primeira ligação veio praticamente no momento em que colocou seu terminal no modo de espera. Uma mulher idosa, com problemas em entender os jargões no manual. Depois de acompanhar o problema com educação, recebeu outra ligação depois de cinco minutos. Vinha de outro setor com um código de “língua estrangeira”.

O setor de Emi não ia gostar de admitir, mas a equipe precisava contar quase que por inteiro nela quando se tratava de suporte em outra língua.

Aparentemente era um homem chinês, que não conseguia ler o manual em japonês e apenas decidiu testar o número escrito nele.

E, dessa forma, o fluxo de pedidos continuou; Emi lidava com cada um eficiente e efetivamente. No momento em que olhou para o relógio, já estava quase na hora do intervalo para o almoço. A quantidade de chamadas continuava a diminuir um pouco quando começava a tarde.

— Ugh! Tem tantas quixas hoje! — reclamava Rika, no cubículo ao lado. — Tipo, pelo menos, tente fazer um esforço para descobrir sozinho, Vovô!

Rika, depois de passar mais de uma hora brigando com um homem de meia-idade, que acusava o manual de ceticismo em excesso, ainda mantinha um sorriso no rosto enquanto batia o punho contra a mesa várias vezes.

— Então, você vai passar em mais algum lugar além do banco hoje, Emi?

— Hmm…

Ultimamente, ela tem recusado convites de colegas para almoçar, a fim de passar mais tempo espionando Maou. A mera ideia de ter que continuar a vigiá-lo a enchia de indignação.

— Não! Só no banco!

— Mas no Kakui também, né? Já que você precisa cancelar aquele cartão. Então, o que acha de passarmos naquele novo restaurante de okonomiyaki perto do Kakui? O movimento por lá deve ter diminuído um pouco agora.

— Parece uma boa. Só me dê um segundo, pode ser? Preciso conferir onde fica o banco mais próximo… Hmm?

Outra transferência de chamada de língua estrangeira apareceu no terminal dela.

— Oooooh, odeio ver isso logo antes do almoço!

— Ei, é o nosso trabalho.

O horário para o intervalo do almoço dependia de quantas pessoas estavam trabalhando no dia. Um membro da equipe, sem sorte o bastante para atender um cliente tagarela, acabaria vendo seu intervalo ser atrasado para mais tarde.

Mostrando um sorriso tranquilizador para a obviamente irritada Rika, Emi ajustou o fone de ouvido e preparou seu cumprimento padrão em inglês.

— Obrigada pela paciência! Aqui é Emi Yusa, do time de suporte ao cliente da Dokodemo. Como posso—

— Yusa…?

— Hum? Hã, sim?

A voz abafada e suave, que recitou a última parte do nome de Emi, estava claramente falando japonês nativo, algo óbvio o bastante até mesmo com apenas duas sílabas curtas.

— Sim, aqui quem fala é a Yusa. Como posso ajudá-lo?

— Yusa…, né? Você é uma mulher japonesa agora, não é, Heroína Emília?

— Ah!

Emi engasgou. Ela tentou fazer com que Rika, no cubículo ao lado, não percebesse seu choque, mas um calafrio ainda lhe desceu pela garganta.

— Posso saber o nome de quem gostaria, por favor?

— Alguém que conhece a Heroína e o Rei Demônio. E alguém que está prestes a acabar com os dois.

Emi não conseguia saber de quem era a voz.

— Então você estava tentando usar a internet durante a madrugada?

— Não esperava ver vocês dois cooperando.

— Sim, também foi uma situação lamentável para nós.

— Heh-heh-heh… Eu já podia imaginar. Você pode me considerar um assassino, alguém enviado de Ente Isla. E também pode considerar nosso encontro de ontem à noite como uma forma de eu me apresentar.

— ….

Era difícil fazer algum movimento ousado. Ela não tinha ideia de quem era a pessoa do outro lado do telefone. Então, ele disse algo ainda mais perturbador

— Estou aqui para eliminar Satan, o Rei Demônio, e a Heroína Emília, no mundo para o qual viajaram. É tanto a minha missão quanto a vontade de Ente Isla.

— O quê!?

Emília já não conseguiu mais esconder o choque.

Por que Ente Isla, a terra que voltou a ter paz e estabilidade graças às mãos humanas, iria querer ela morta?

— Te-Temo que não vamos conseguir uma resposta para isso sem maiores considerações…

— Heh-heh… Consideração, isso? Estou muito interessado em ver o que a Heroína e o Rei Demônio ainda têm para considerar, a julgar pela forma que enfiaram o rabo por entre as pernas e fugiram de um simples ataque como aquele.

A voz parecia ecoar ameaçadoramente, como se viesse das profundezas da escuridão. Emi reconhecia esse tom. Só podia vir do mundo dos demônios. De repente, sua mente ficou fria e serena à medida que recuperava sua compostura heroica.

— Nenhum dos generais de Satan sobreviveu, a não ser por Alciel. De que parte do reino dos demônios você veio?

— ….

— Você pode tentar me chocar com suas grandiosas palavras sobre a “vontade de Ente Isla”. Mas isso jamais irá me afetar! Não tenho tempo para as tagarelices de um monstro.

— Entendo. Uma pena você ter escolhido não acreditar em mim. Nos encontraremos de novo… em breve.

A conversa terminou mais cedo do que ela esperava.

Com um suspiro pesado, Emi removeu o fone de ouvido.

Rika, no cubículo adjacente, olhava, incrédula, sem saber sobre o que Emi estava conversando ou que tipo de conversa era. Emi virou-se para ela.

— Há gente de todo tipo nesse mundo, não acha?

— Eu… acho. — Rika ainda parecia incrédula, mas, aparentemente, decidiu que o assunto não era algo importante para ser discutido.

O intervalo do almoço começou logo em seguida. Rika sorriu para Emi, seus olhos ainda mostravam um pouco da curiosidade.

— Ei, sinto muito. Então, o que quer fazer primeiro? Almoçar? O banco vai estar movimento a essas horas, de qualquer forma.

— Pode ser, Emi, se não tiver problema.

Depois de ir até o vestiário, colocou o telefone, caderneta e selo dentro de uma bolsinha. Quando estava prestes a sair, seu telefone começou a vibrar.

Seu coração deu um pulo. Ela mostrava uma aparência nula, mas aquela ligação misteriosa, sem sombra de dúvidas, abalou sua vida no Japão.

— É o seu telefone?

— Sim…

Ao checar a tela, viu que era de um número desconhecido de telefone fixo de Tóquio.

— Não vai atender?

— Não sei… Tenho um mau pressentimento.

O telefone continuou tocando. Não havia mais nada a ser feito.

— Alô?

— Alô! É o telefone da Emi Yusa?

Os nervos dela já não estavam mais tão tensos. Era uma voz diferente, parecia ser um homem amigável.

— Sim! Quem gostaria?

O homem tinha notícias inesperadas para ela.

— Desculpe incomodá-la. É do Departamento de Polícia de Yoyogi.

— Hã?

Bravo

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