Reconstruir o Mundo

Reconstruir o Mundo – Vol. 01.1 – Cap. 08 – Razões para matar

 

Enquanto os bandidos armavam sua armadilha para Elena e Sara, Akira observava de seu esconderijo entre as ruínas desmoronadas. Quando os homens estavam mais confiantes e menos vigilantes, lançou seu próprio ataque surpresa.

Escondido na névoa incolor, abriu fogo e os homens nem sequer tiveram a chance de revidar. Seus gritos ecoaram nas ruínas enquanto o tiroteio unilateral se arrastava.

— Alfa, faltam quantos? — Akira perguntou.

Três estão mortos. Restam cinco. A propósito, você só matou um. Essas mulheres pegaram os outros dois.

— Sério? Isso é um retorno e tanto.

Eu suponho. Ela não fez nenhuma tentativa de esconder seu descontentamento, e Akira franziu a testa.

— Huh? — Akira tentou manter seu tom neutro, não querendo incomodá-la ainda mais. — Você está realmente determinada a não ajudá-las?

De jeito nenhum. — respondeu Alfa, toda sorridente. Sim, ela estava claramente irritada. — É bom ajudar quem precisa, mas você, Akira, precisa realmente arriscar sua vida por estranhos que você nunca viu ou mesmo falou antes? Afinal, você não está exatamente no topo da cadeia alimentar, e —o mais importante— não posso permitir que você morra até terminar o trabalho que tenho para você. Eu te disse que teria problemas se você morresse, certo?

Ela estava lembrando-o que seu apoio não era gratuito, era um pagamento antecipado por uma tarefa que queria que fosse realizada. E se Akira morresse fazendo algo não relacionado ao seu acordo, percebeu que efetivamente estaria fugindo com o dinheiro dela. Não é à toa que estava infeliz.

— Oh, não, bem… — Se atrapalhou em encontrar uma desculpa, lembrando o quanto a devia. — Você é tão incrível que imaginei que isso não seria problema. Pense nisso como uma prova do quanto confio em você para me apoiar.

Oh, estou muito feliz que você tenha tanta fé no meu apoio. Realmente, estou.

Ela sorriu com tanta força que Akira vacilou, intimidado. A única resposta que conseguiu dar foi seu próprio sorriso fraco.

 

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Enquanto os homens atraíam o monstro para as mulheres, Alfa o detectou enquanto ainda estavam longe. Percebeu que estava fora do alcance de Akira, então fez com que se movesse para um lugar a uma certa distância de Elena e Sara, com a intenção de que as mulheres lutassem com eles se necessário. E o manteve informado sobre a situação, esperando que fugisse assim que o combate começasse.

Mas, em vez disso, Akira se aproximou de Elena e Sara e começou a ver os eventos se desenrolarem sozinho. À medida que a situação delas piorava, ficou infeliz e pensativo, e depois surpreendeu Alfa ainda mais.

— Alfa — disse ele —, eu poderia matar todos esses caras com sua ajuda?

Você está pensando em salvar essas mulheres?

— Não posso?

Alfa percebeu que estava determinado a ajudar, se fosse possível.

Teoricamente. — respondeu duvidosa — Sim, você poderia.  Mas ainda seria arriscado, e não vejo por que você precisa se envolver.

— Então, eu provavelmente morreria mesmo com seu apoio impecável?

Depende, mas você provavelmente sobreviveria se priorizássemos sua segurança. A escolha mais segura ainda é não se envolver.

— O que significa que poderíamos fazer isso?

Alfa foi forçada a concordar: não queria que Akira questionasse seu apoio, pois isso atrapalharia seus próprios planos. No entanto, não conseguia entender por que Akira era tão persistente.

Nós poderíamos. — admitiu. — Mas você poderia pelo menos me dar uma razão? De outra forma, não consigo elaborar um plano de ação apropriado.

Akira ficou em silêncio. Alfa detectou infelicidade, frustração, desconforto, aversão e raiva em sua expressão, mas ficou perplexa quanto ao porquê. Ele mesmo não estava em perigo e nunca havia conhecido as pessoas que estavam em perigo, mas suas emoções eram ainda mais fortes do que quando foi atacado nas ruínas. Alfa arriscou uma suposição: no passado, Akira estava muito mal equipado e destreinado para satisfazer tais sentimentos; agora estava relativamente seguro, habilidoso e bem armado. Talvez se sentir mais seguro tenha permitido que essas novas emoções surgissem. No entanto, concluiu que isso não explicava porque os sentia tão fortemente.

Permaneceram em silêncio até que Akira finalmente percebeu que Alfa não o ajudaria a menos que desse uma razão para isso. Brevemente vasculhou seu cérebro em busca de uma desculpa plausível.

— Vou fazer muito mais visitas a essas ruínas e talvez eu seja atacado novamente se caras como eles estiverem por aqui. Não seria melhor matá-los agora?

Depois de outro momento de reflexão, acrescentou:

— Além disso, lembre-se de como você disse que eu não tenho mais sorte? Boas ações podem trazer boa sorte. Talvez eu receba um pouco de volta se eu ajudar aquelas mulheres. Vale a pena tentar.

Alfa considerou a resposta de Akira. Ambos os motivos que deu foram desculpas: pois já havia decidido matar todos os homens e estava apenas tentando justificar sua escolha. E estava dando as razões para os assassinatos, não para o resgate. Não mataria os homens para salvar as mulheres, salvaria as mulheres para matar os homens.

Alfa supôs que Akira provavelmente estava julgando de acordo com algum padrão interno que nem mesmo ele entendia totalmente. De acordo com esse padrão, supôs, os homens devem merecer morrer. Mas não conseguia entender os critérios de Akira.

Depois de outro silêncio prolongado, Akira pareceu desanimado.

— Se vai ser tão difícil, mesmo com sua ajuda, esqueça.

Alfa não queria nem mesmo uma fração dos sentimentos negativos de Akira direcionados a ela, e queria que ele confiasse em sua ajuda. Algumas vidas humanas eram um pequeno preço a pagar se agradasse a Akira.

Do que você está falando? — ela respondeu. Ela pareceu um pouco ofendida e não deu sinais de seus cálculos frios. Meu apoio vai tornar tudo mais fácil — muito fácil.

— Isso! — Akira disse. — Vamos fazer isso, então.

Está bem. Vamos fazer isso rápido. Começaremos nos posicionando. Siga-me.

E quando Alfa aceitou o pedido de Akira, o destino de Bubaha foi selado, por motivos que pouco tinham a ver com o caçador desonesto ou com suas vítimas.

Com o apoio total de Alfa, Akira lançou seu ataque surpresa em Bubaha. Atirando de uma posição segura, alinhou a linha azul da bala com a testa do homem e puxou o gatilho sem hesitar. Em seguida, continuou atirando para cobrir a fuga de Elena e Sara. No entanto, mesmo quando viu que tinham conseguido entrar em um prédio, não sentiu nada como alívio, apenas o pensamento de ter feito o que disse que queria fazer.

Akira, é hora de se mover. — disse Alfa. — Está bem.

Akira obedeceu. Se escondeu em um beco, atravessou um prédio e se escondeu atrás de alguns escombros. Quando alcançou seu próximo ponto de tiro, mirou na cabeça de um homem que nunca havia lhe feito nenhum mal. Um tom de desconforto tocou seu rosto indiferente: realmente não odiava o homem, o abominava. Puxou o gatilho. Sua bala atingiu a cabeça do homem, muito mais frágil do que as monstruosidades implacáveis que foram projetadas para matar, e a transformou em uma bagunça sangrenta.

Akira, hora de se mover.

— Está bem.

Akira mudou de um ponto de tiro para outro, sempre avançando antes de entregar sua posição. Alfa o guiou habilmente, os homens nunca chegaram perto de localizá-lo.

— Como é que não me percebem? — perguntou, expressando uma súbita dúvida a caminho de seu próximo ponto de mira. — Estou atirando bem de perto.

Porque você está atirando com uma excelente cobertura. — respondeu Alfa. — Não é difícil, desde que você escolha o terreno certo. E a névoa incolor está tornando você mais difícil de se detectar agora.

— Mas a névoa também não nos afeta?

Dificilmente. Você realmente acha que seus scanners baratos podem igualar meu poder de reconhecimento? Aqui nas ruínas da cidade de Kuzusuhara, podem muito bem estar com os olhos vendados em comparação a mim! E com suas habilidades medíocres, você precisa de uma grande vantagem para vencê-los. — Uma nota séria entrou na voz de Alfa. — Portanto, não atribua isso à sua própria capacidade e presuma que pode derrubar homens como eles facilmente. Eles não são fáceis de lidar. Certifique-se de que você esteja absolutamente claro sobre esse ponto.

— Eu sei.

Falou honestamente e Alfa sabia disso, mas o avisou novamente de qualquer maneira.

Espero que sim. — disse com um sorriso encorajador. — Eu realmente espero.

— Eu disse que sei. — respondeu Akira, nervoso. Agora temia que parecesse confiante demais. Correu em frente com cautela mais uma vez.

A batalha unilateral continuou. Akira sabia exatamente onde seus inimigos estavam e com Alfa o guiando infalivelmente, os matou enquanto se mantinha escondido. Um após o outro, matou os homens indefesos.

O último se rendeu e implorou a Akira que poupasse sua vida. O garoto ignorou seus pedidos e atirou nele também.

Quando todos os bandidos estavam mortos, a névoa incolor começou a se dissipar. Mas em pânico, os homens não teriam tido a menor chance, mesmo que a neblina tivesse se dissipado antes.

Afinal, tinha sido uma reunião de pessoas azaradas. Akira, Elena, Sara, Bubaha e seus homens, todos se esforçaram desesperadamente para se erguer. Todos haviam apostado e testado seus limites, esperando por uma vida melhor. Aqueles que perderam, falharam ou erraram pagaram o preço por todo o resto. Os cadáveres dos homens, espalhados pelo chão, dificilmente foram os primeiros a cair no Oriente, nem seriam os últimos.

 

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Os tiros diminuíram e, finalmente, cessaram. No abrigo do prédio, Elena e Sara esperaram, mas não deram sinais de retomada.

— Acabou? — Sara perguntou, recuando.

Elena verificou seus scanners.

— Quase todos os sinais de vida nas proximidades sumiram. — relatou. — Eu só estou pegando uma pessoa além de nós. Provavelmente quem atirou nesses homens. — Com a neblina se dissipando, seus instrumentos voltaram a ser mais confiáveis: conseguia distinguir entre seus agressores e outros com certeza. Mas isso não significava que o último fosse amigável.

— Elena — perguntou Sara —, parece que quem quer que seja virá por aqui?

— Não até onde eu posso ver. O que você acha que estavam procurando?

— Se estou sendo otimista, acho que alguém que por acaso estava por perto nos resgatou, mesmo estando em desvantagem numérica de oito a três, oito para um, excluindo a gente. Isso faria dele um benfeitor infernal. Espero que tenha sido isso que aconteceu.

Sara deixou a alternativa não dita. Ninguém é tão simpático.  Sou grato pelo resgate, mas quem sabe o que ele exigirá em troca. Se é um homem e está atrás de nossos corpos, eu me pergunto se eu poderia fazer com que se contentasse só comigo. É claro que Elena vai se opor.

Ao observar o grupo desconhecido em seus scanners, Elena percebeu que estava se afastando delas. Não vão verificar as pessoas que acabaram de salvar? Se perguntou. Se quisessem uma recompensa, viriam pedir uma imediatamente. Então, por que não vieram? Para evitar mais conflitos? Porque perderam o interesse? Ou querem vasculhar os corpos primeiro?

O sinal de vida se afastou ainda mais. Elena hesitou, então decidiu persegui-lo.

— Eu volto logo. — disse. — Você espera aqui.

— Tem certeza? — Sara perguntou, parecendo ansiosa.

— Eu vou ficar bem. A névoa incolor está muito mais fina agora, e não estou captando nenhum sinal hostil. Não vou exagerar, mas tenho que pelo menos agradecer. — Elena tranquilizou sua parceira com um sorriso rápido, depois pegou algumas coisas e saiu do prédio sozinha. Como não precisava se preocupar com outros inimigos, seus instrumentos eram claros nesse ponto, partiu atrás de Akira em fuga.

Quando se aproximava, no entanto, o sinal na tela de seus instrumentos de repente ganhou velocidade, estava correndo para colocar uma distância entre eles. Estava escondido em algum lugar à sua frente e, embora não pudesse vê-lo, sabia que sua voz ainda o alcançaria.

— Espere! — ela gritou apressadamente. — Foi você quem nos salvou, não é?! Quero te agradecer e te perguntar uma coisa também! Você não virá aqui?!

Algo veio voando da direção de Akira. Um pedaço de papel enrolado fez um arco no ar e caiu aos pés de Elena. Ela pegou o papel, o desdobrou e viu que estava enrolado em um cartucho de fuzil.

— Fique longe. — estava rabiscado no papel.

O cartucho foi apenas para pesar o papel ou também era uma ameaça? Elena não tinha certeza. Como seu salvador parecia querer que mantivesse distância, permaneceu no lugar e gritou mais alto.

— Minha amiga foi baleada e não consegue se mover! Nosso carro está estacionado perto da periferia, então, por favor, me ajude a carregá-la e protegê-la no caminho até lá! Eu vou te pagar por toda sua ajuda! Eu sei que é pedir muito, mas você poderia nos ajudar um pouco mais?!

Elena não tinha ideia de como pagaria. Certamente não com dinheiro, isso era necessário para as nanomáquinas de Sara. Estava preparada para barganhar, e até mesmo para sacrificar seu próprio corpo se necessário.

Outro objeto veio voando, uma caixa que continha remédios, de acordo com o que estava escrito na lateral. Uma inspeção mais aprofundada revelou um pedaço de papel preso dentro, com instruções de tratamento rabiscadas.

Elena concluiu que seu misterioso benfeitor destinou o medicamento para sua parceira. Ela também entendeu que não concordaria em ajudar a proteger a dupla. Antes de voltar para Sara, rapidamente anotou algo no papel e o deixou no chão.

— Tudo bem! — ela chamou. — Obrigada pelo remédio! Vou embora agora, mas escrevi meu código de caçador neste papel, então fique à vontade para entrar em contato! — Balançou a cabeça na direção de Akira e depois refez seus passos em direção a Sara.

Quando ela se foi, Akira saiu e pegou o papel. Ela adicionou seu código de caçador nele, mas apenas olhou curiosamente para a sequência de caracteres.

— Alfa, o que é um código de caçador? — perguntou.

Nada com que precise se preocupar até obter um terminal de dados. Respondeu Alfa. — Basta lembrar que o código de outro caçador é útil quando você quer entrar em contato.

— Huh? Isso é novidade para mim. Eu também tenho um código?

Não, mas o Escritório dos Caçadores deve lhe designar um, uma vez que você tenha um terminal de dados, assumindo que você passe pelos procedimentos adequados. Mais importante Akira, tem certeza de que não quer conhecê-las?

— Sim, tenho certeza. Não vale a pena sairmos do nosso caminho. Vamos nos apressar e ir para casa.

Você não vai levar os pertences desses homens com você?

— Vou deixá-los. Não é como se tivessem me atacado ou algo assim.

Entendo.

Ela, de fato, não entendeu. Akira fez questão de saquear os cadáveres dos dois caçadores que o haviam atacado antes. Por que esses homens eram diferentes? Decidiu que Akira deveria ter seus próprios critérios.

No entanto, quais princípios governam seu comportamento? O menino havia resgatado as mulheres sem necessidade, sem se preocupar com sua própria segurança, e para quê? Não recebeu nenhuma recompensa e até lhes deu alguns de seus preciosos remédios. No entanto, se recusou a vigiá-las ou até mesmo conhecê-las, como se não tivesse interesse no que aconteceria a seguir. Alfa não se preocupou em perguntar o porquê, sabia que seria tão inútil quanto quando exigiu um motivo para ajudar as mulheres.

No entanto, continuou a especular, esperando por uma visão que a ajudasse a guiar Akira no futuro.

Akira e Alfa não perderam tempo deixando as ruínas para trás.

 

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Sara sorriu fracamente quando Elena voltou e contou o que havia acontecido.

— Então, algum estranho nos ajuda, salva nossas vidas e até nos dá remédio e depois sai sem se apresentar, muito menos pedir uma recompensa. — disse. — Quando você escolhe as partes boas, é o tipo de coisa que pode fazer você se apaixonar por alguém.

Pintou um quadro atraente, até onde era possível, pensou. Mesmo assim, seu sorriso ficou tenso.

— Mas não nos deixou vê-lo, ouvir sua voz, nem chegar perto dele. — continuou Sara. — E a caligrafia dele é confusa, talvez de propósito, para nos impedir de rastreá-la. Isso de repente o torna difícil de se confiar.

Elena retribuiu o sorriso tenso de Sara, também desconfiada.

— Você quer adiar o uso deste medicamento? — perguntou. — Você se recuperará se esperarmos o suficiente, não é? — Ela não estava ansiosa para pensar mal de seu benfeitor, mas seria Sara quem tomaria o remédio, e Elena não queria forçá-la.

Sara balançou a cabeça.

— Não, eu vou tomar o remédio. Ficar ferida não me fará bem nenhum. — Não acrescentou que teria se sentido diferente se fosse Elena quem precisasse do remédio.

Sara abriu a caixa, retirou uma cápsula e a colocou na palma da mão. O próximo passo normalmente seria engoli-la. Mas examinou a cápsula enquanto lembrava-se das instruções rabiscadas no papel barato: Em caso de emergência ou quando o tempo for essencial, disse ele, aplicar o conteúdo de uma cápsula diretamente na ferida em vez de engoli-la. Espere uma dor intensa.

Sara hesitou. Tinha certeza de que o medicamento não deveria ser usado dessa forma. Isso pode piorar seus ferimentos. No entanto, decidiu tentar.

Abriu várias cápsulas e aplicou o conteúdo nas feridas de suas coxas. Como a nota havia avisado, a agonia se seguiu. Mas, além da dor, sentiu algo reparando seus ferimentos à força.

Elena observou com preocupação a evidente angústia de Sara. Gradualmente, o tormento diminuiu. Depois de um minuto, quase desapareceu. Sara tentou se levantar e descobriu que doía apenas um pouco.

— Tem certeza de que deveria fazer isso, Sara? — Perguntou Elena, observando-a com um toque de surpresa.

— Não se preocupe. — Sara a assegurou. — Parece que essa coisa realmente funcionou, porque estou pronta para lutar sem problemas. Talvez você devesse experimentar alguns também. — Ela mesma tomou uma dose adicional, engolindo uma cápsula dessa vez, pois sua situação não era mais urgente.

Seguindo seu conselho, Elena também experimentou alguns dos remédios. Ela não se feriu gravemente, mas estava abatida e exausta. Precisava se recuperar tanto quanto Sara.

Em pouco tempo, Elena sentiu a dor na cabeça desaparecer rapidamente. A experiência lhe disse que o medicamento não tinha simplesmente suprimido a dor, na verdade, estava curando seus ferimentos na cabeça a um ritmo incrível.

Graças aos efeitos do medicamento, Elena e Sara começaram a pensar em Akira como um salvador que não era suspeito, mas que tinha razões para se manter oculto. Sorriram uma para a outra, sentindo vergonha de sua falta de confiança, por mais necessária que fosse.

Sara riu para afastar o clima.

— De qualquer forma, agora sabemos que quem nos salvou é generoso. Não sei qual empresa fez esse medicamento, mas qualquer coisa que funcione tão bem deve ter sido cara. Não tenho certeza se gosto de dever tanto a alguém e nem mesmo poder dizer obrigado.

— Escrevi meu código de caçador para ele, mas nem sei se o leu, muito menos se quer entrar em contato.

— Isso depende dele. Ainda assim, vamos garantir que possamos retribuí-lo, se algum dia fizermos contato.

       Elena também riu.

— Bom argumento. Vamos nos concentrar no que podemos fazer agora, e dizer “obrigado” tirando o equipamento desses caras. Nosso salvador não parece interessado nas coisas deles, e vendê-las pagará por suas nanomáquinas.

— Cara. Nós continuamos acumulando dívidas com seja lá qual for o nome dele hoje.

 — Você disse que isso.

As duas mulheres riram novamente.

 

Elena e Sara recuperaram tudo o que conseguiram tirar dos homens e voltaram em segurança para a cidade. Seguir os rumores havia sido uma aposta, e quase pagaram por isso com suas vidas, ou pior. Mas ganharam dinheiro suficiente com os pertences dos homens para recuperar suas economias em declínio. Elas haviam vencido a aposta.

 


 

Tradução: Nagark

Revisão: Bravo

 

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