Nas terras devastadas, balas voadoras e monstros furiosos tiravam vidas humanas mais rápido do que a luz do sol escaldante roubava a umidade do solo. No entanto, em um veículo projetado para lidar com o deserto, dois caçadores — ambas mulheres — estavam dirigindo através dele em direção às ruínas da cidade de Kuzusuhara.
Embora seu equipamento não as levasse a lugar algum perto do coração das ruínas, era um pouco mais avançado do que o que a exploração dos arredores exigia. Salvo algumas exceções, como aqueles que espancam monstros até a morte com as próprias mãos, um caçador possuía um equipamento que indicava quanto podiam pagar e quão bem podiam usá-lo, em resumo, seu equipamento provava o quão capazes eram. Assim, pelos padrões dos caçadores que operavam nas Ruínas da Cidade de Kuzusuhara, essas duas eram meio arrogantes.
A motorista, Elena, disparou um olhar para sua parceira no banco do passageiro.
— Prepare-se, Sara. Estamos quase lá.
Sara parecia duvidosa enquanto examinava as ruínas distantes.
— Elena, eu sei que é tarde para perguntas, mas estamos realmente no lugar certo?
— Repassamos isso ontem, lembra? Esta é a única ruína que uma criança poderia alcançar a pé da cidade de Kugamayama.
— Ele não poderia ter embarcado em um transporte programado para outra?
— Quase qualquer ruína para a qual o Escritório dos Caçadores tenha um serviço regular é mais perigosa do que os arredores de Kuzusuhara. O rumor que circula é de que um garoto inexperiente apareceu em um posto de troca com relíquias valiosas. As pessoas não estariam falando se a criança ao menos parecesse ser minimamente capaz.
— Bem, você me pegou.
— Eu não ficaria muito surpresa se uma criança das favelas chegasse aos arredores de Kuzusuhara e tivesse sorte em encontrar um grande achado. Chegamos.
O último rumor entre os caçadores de Kugamayama dizia que ainda havia uma área inexplorada perto da cidade, carregada de relíquias inestimáveis e acessível até mesmo a crianças inexperientes. Era mais fácil sobreviver em ruínas menos desafiadoras, naturalmente, e assim a maioria dos caçadores preferia vasculhá-las a enfrentar monstros poderosos em locais mais perigosos. Como resultado, áreas desconhecidas que provavelmente ainda contém relíquias não permaneceram assim por muito tempo. A maioria dos caçadores acreditava que as áreas relativamente seguras perto da cidade já haviam sido totalmente exploradas.
O boato de que eles estavam errados se espalhou como fogo. As pessoas realmente viram um garoto mal armado vendendo relíquias relativamente caras para um posto de troca. E não apenas uma vez — ele voltou com relíquias de novo e de novo e de novo. Moradores da favela haviam morrido em uma briga por causa dos ganhos da criança. Caçadores que seguiram o jovem descobriram uma zona inexplorada e fizeram fortuna. A especulação crescia cada vez que a história era contada, e os rumores já haviam adquirido vida própria. Muitos se sentiram inspirados a retornar a ruínas menos perigosas.
Elena e Sara eram duas dessas caçadoras. Eram habilidosas demais para que as relíquias nos arredores de Kuzusuhara normalmente valessem a pena, mas poderiam esperar um lucro substancial se os rumores fossem verdadeiros, e pouco risco mesmo que não valessem. Por esses motivos, Elena havia se manifestado fortemente a favor da expedição. Sara havia concordado, embora continuasse sendo a menos esperançosa das duas.
— Mas já não passamos por este lugar com um pente fino? — Sara perguntou. — Não encontramos muito na época, então honestamente não espero mais nada agora.
— Qual é o problema? — Elena respondeu, deliberadamente otimista diante da cautela de sua parceira. — Vamos dar uma olhada. Algo pode ter mudado desde a última vez que estivemos aqui.
— Eu acho que sim. — Sara deu um sorriso um tanto artificial. — De que adianta fazer uma viagem às ruínas esperando fracassar? Estaremos mais motivadas se mantivermos nossas esperanças!
— Isso! Esse é o espírito.
Na verdade, elas normalmente não conversavam assim. Normalmente, Sara era a otimista, enquanto Elena era a mais cautelosa. Mas as circunstâncias conspiraram para interromper sua dinâmica habitual.
O olhar de Elena mudou para o peito de Sara, e ela franziu a testa.
— De qualquer forma, — disse ela, — você realmente deveria reabastecer-se de nano-máquinas logo. Eu sei que você tem evitado isso já que nossa renda não tem sido das melhores ultimamente. Você está bem?
Sara olhou para seu peito achatado, que ficou muito aquém de seu volume anterior.
Ambas sabiam exatamente o que isso significava, então Sara deu um sorriso alegre para impedir que sua parceira se preocupasse.
— Sim. Eu já te disse, tenho muito tempo. Você é tão preocupada.
O peito de Sara servia como armazenamento para nanomáquinas, que poderia consumir para aprimorar suas habilidades físicas. O combate andava de mãos dadas com a caça, e os monstros provaram ser oponentes desafiadores para humanos não aprimorados. Para resistir aos descendentes das armas biológicas do Velho Mundo ou às defesas mecânicas de suas instalações, a maioria dos caçadores buscava aprimoramentos físicos. Trajes motorizados, próteses, implantes ciborgues, o povo do Oriente havia usado a tecnologia do Velho Mundo contra os remanescentes daquela era perdida, analisando suas relíquias e inventando o que pareciam milagres.
O tratamento com nanomáquinas foi uma dessas invenções. Poderia produzir uma variedade de efeitos: força aumentada através da manipulação do campo de força; melhoria da função celular; e até mesmo a reorganização das funções corporais, incluindo a modificação genética. Algumas versões extremamente sofisticadas na verdade substituíram células em todo o corpo do destinatário por equivalentes de nanomáquinas, tornando-as difíceis de distinguir de ciborgues avançados. A tecnologia era extremamente popular, transformava as pessoas em super-humanos. Essas pessoas podiam levantar e arremessar um carro sem usar um traje motorizado; eles poderiam desviar as balas com a pele, permanecendo ilesos. O tempo todo, pareciam indistinguíveis dos humanos comuns.
Mas tamanho poder tinha um preço.
Certa vez, à beira da morte, Sara passou por um tratamento com nanomáquinas para sobreviver. A operação foi um sucesso, não apenas se recuperou, mas também ganhou habilidades aumentadas no processo. A desvantagem era que suas nanomáquinas haviam se tornado essencialmente seu sistema de suporte à vida. Mesmo viver sua vida cotidiana esgotava seu abastecimento, e queimava ainda mais rápido ao forçar seu corpo enquanto caçava relíquias. Para piorar a situação, reabastecer as nanomáquinas estava longe de ser barato.
Outro procedimento poderia impedi-la de morrer quando suas nanomáquinas acabassem, mas isso custaria ainda mais dinheiro e a privaria de sua força aprimorada. Então, a fragilidade resultante custaria outra quantia imensa para ser curada.
Dinheiro poderia resolver todos os problemas de Sara, e ela continuou se segurando porque não tinha o suficiente.
Elena aproveitou esse boato com entusiasmo, em parte devido à sua preocupação com Sara. Uma área com apenas monstros fracos colocaria muito menos estresse em sua parceira, que era sua principal fonte de poder de fogo. À medida que Sara gastava as nanomáquinas por todo o corpo, elas eram reabastecidas da reserva em seu peito, que encolheu como resultado. Sabendo o quão grande era quando suas reservas estavam cheias, Elena viu seu atual estado escasso como um aviso.
— Você conhece seu corpo melhor, então não quero ser muito insistente, — disse Elena. — Mas se sua condição não mudar, vou fazer você reabastecer, mesmo que tenha que vender meu equipamento para fazer isso.
— Dá um tempo. — Sara a encarou. — Isso teria um impacto ainda maior em nossos resultados. Você não se lembra quanto tempo demorou para se equipar assim?
— Ainda não vale a sua vida. Vamos fazer o nosso caminho desde o novamente, se for o caso. E se esta caçada der certo, o dinheiro vai direto para os custos de suas nanomáquinas. — A determinação nos olhos de Elena não admitia discussão.
Ela conhecia Sara há muito mais tempo do que elas haviam sido caçadoras, e ambas sabiam qual delas recuaria nesta situação.
— Tudo bem. — Sara rendeu-se com um sorriso. — Honestamente, você realmente não pode ter uma vida sem dinheiro.
— É tarde demais para reclamar sobre isso. — Elena sorriu de volta. — É assim que funciona para os caçadores.
— Você tem esse direito.
Apesar de seus problemas, as duas mulheres riram ao entrar nas ruínas da cidade de Kuzusuhara.
Sara abriu fogo contra um dos monstros que percorriam os arredores de Kuzusuhara, e o predador resistente caiu rapidamente sob uma saraivada de balas. O reconhecimento de Elena a alertou sobre uma emboscada, facilitando a vitória.
— Você certamente não parece ter nada com que se preocupar. — Elena disse com uma risada.
— Eu disse que ficaria bem. — Sara respondeu, sorrindo complacentemente. — Você realmente se preocupa demais.
Ela estava usando sua confiança para tranquilizar sua parceira. Elena não se deixou enganar, mas sentiu-se aliviada por Sara ainda parecer bem.
Com experiência em ruínas muito mais perigosas, tiveram pouca dificuldade em abrir caminho pelos arredores de Kuzusuhara. Cada uma tinha um papel distinto como parte de sua equipe, Elena coletava informações, enquanto Sara fornecia poder de fogo, e seus equipamentos refletiam seus deveres. O equipamento de Elena combinava detecção de movimento, mapeamento baseado em eco, escopos de alto desempenho e uma variedade de outras funções que permitiam que ela mapeasse a estrutura das ruínas, localizasse inimigos e reunisse uma ampla gama de outros dados. Ela carregava uma arma, mas não se comparava ao poderoso arsenal de Sara. O físico aprimorado dela permitia que manuseasse facilmente armas de fogo cujo peso ou recuo normalmente forçava seus usuários a usar trajes motorizados. Ela também usava uma armadura pesada para proteger Elena em emergências.
Elena localizava ameaças, enquanto Sara as derrotava, ou a pegava e recuava, se necessário. Foi assim que elas conseguiram atravessar as ruínas perigosas.
Tentando ser alegre como sempre, Sara conseguiu dar um sorriso atrevido.
— De qualquer forma Elena, estou fazendo meu trabalho atirando em coisas, então como está indo a coleta de dados.
— Estou fazendo o meu melhor. — Elena respondeu com uma risada. — Não parece que você tem muito a mostrar.
— Alguém o teria encontrado mais cedo se fosse tão fácil.
— Você me pegou.
Elas trocaram sorrisos, cada uma aliviada porque a outra estava bem.
— Então, Elena. — Sara continuou, — como planeja fazer isso?
— Estou procurando pegadas de crianças para começar. Se uma criança encontrou uma área inexplorada como dizem os rumores, suas pegadas podem nos levar até lá.
— Boa idéia. Eu nunca teria pensado nisso.
— Claro, ainda não encontrei nenhuma, embora haja mais pegadas de adultos do que qualquer outra coisa. — Elena recebeu o elogio de Sara com um sorriso tenso. Ela esforçava-se para corresponder às expectativas de sua parceira, e sua habilidade era considerável: não só podia identificar pegadas na areia espalhada e poeira nos escombros duros, mas também determinar que não pertenciam à criança dos boatos. No entanto, não estava satisfeita com esses resultados.
— Oh, eu quase esqueci — ela acrescentou, mudando de assunto. — Sara, devo avisar que a névoa incolor está ficando mais espessa, então tome cuidado.
— Entendi. Vamos recuar se a interferência ficar muito forte. Vou deixar o tempo com você.
Com cautela redobrada, a dupla continuou a explorar.
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Mais um dia, outra sessão de prática gasta atirando em monstros virtuais. Akira poderia derrubar qualquer um deles com sua arma atual, se atingisse seus pontos fracos. O que não podia, pelo menos não consistentemente. Ao seu redor havia uma pilha crescente de cadáveres simulados, os seus, horrivelmente desmembrados em uma miríade de represálias. Olhar para os restos mortais e sentir um grande desejo de não ter seu corpo real junto a eles serviu como excelente motivação para praticar.
Ele estava começando a entrar no ritmo e alinhou com confiança seu próximo tiro com seu alvo atual. Mas antes que pudesse puxar o gatilho, o monstro desapareceu. Confuso, abaixou o fuzil e viu que a pilha de cadáveres também havia desaparecido.
— Alfa — se perguntou —, já terminamos?
Ela respondeu:
Alguém está vindo em nossa direção.
Ele pegou seu binóculo, aprimorado com o apoio de Alfa, e olhou com desconfiança através dele. Em pouco tempo, viu Elena e Sara dirigindo-se em sua direção. O sentimento de alerta transpareceu em seu rosto, afinal, outra dupla de caçadores havia tentado matá-lo pouco tempo antes. Não estava prestes a baixar a guarda só porque as duas eram mulheres.
— Não estão atrás de mim de novo, estão?
Eu acho que não. — Alfa se esquivou — Elas provavelmente estão a caminho das ruínas da cidade de Kuzusuhara. Mas vamos entrar nas ruínas, só por segurança. Elas têm um carro, então não podemos fugir daqui se forem hostis.
Os caçadores frequentemente se cruzavam nas terras devastadas, e muitas vezes se encontravam em competição uns com os outros. Assim, tendiam a ser cautelosos uns com os outros, com uma atitude de “atirar primeiro e perguntar depois” que levava a conflitos desnecessários. Quando Alfa viu que Akira já estava no limite, portanto, o encorajou a se retirar imediatamente, em vez de arriscar derramamento de sangue.
— Entendi. Vamos embora. — disse Akira, colocando a mochila no ombro e correndo em direção às ruínas. Ele chegou à periferia e continuou. Por mais que esperasse reunir algumas relíquias enquanto estivesse lá, as ruínas estavam repletas de caçadores naquele momento. Com a ajuda excepcional de Alfa, poderia evitar se deparar com pessoas ou monstros, mas tinha que permanecer em movimento, dificilmente ideal para tiro ao alvo ou caça relíquia.
Hora de mudar de local novamente. — disse Alfa.
— Novamente? — Akira estava ficando farto. — Por que as ruínas estão tão lotadas? Os caçadores costumam se encontrar com tanta frequência?
Tenho certeza que depende da ruína. Mas esta deveria estar deserta. Você foi o único caçador que encontrei aqui quando nos conhecemos, e depois os outros dois que emboscamos.
— Então estão me seguindo, ou pelo menos procurando por mim? — Akira parecia nervoso. Havia eliminado Hahya e Kwahom apenas para ser atacado por um grupo maior pelo mesmo motivo?
Não se preocupe. — Alfa o tranquilizou. — Quem se importa se estão atrás de você? Você vai ficar bem, você ainda me tem!
— Eu sei que posso contar com você, mas mesmo assim…
Além disso, posso imaginar por que esses outros caçadores estão aqui, e não estão procurando por você. Então relaxe! Tudo ficará bem.
Alfa passou a especular que rumores de relíquias não descobertas anteriormente provavelmente motivaram os caçadores a virem para cá.
— Então é isso. Que merda. — Akira franziu a testa, embora percebesse que havia causado os rumores em primeiro lugar.
Bem, é apenas um boato, e duvido que muitas pessoas realmente acreditem nisso. Essa confusão vai acabar quando nenhuma relíquia aparecer, então não deixe que isso te afete. Vamos.
Enquanto Akira seguia Alfa pelas ruínas, sentiu uma pontada de culpa.
Os caçadores estavam perdendo tempo procurando por relíquias que não existiam, tudo por causa dos rumores que havia causado acidentalmente. Mas a sensação logo se desvaneceu: ele tinha assuntos mais urgentes com que se preocupar.
Escondido em um prédio em ruínas, Akira casualmente olhou para as ruínas através de seus binóculos. De vez em quando avistava um dos caçadores e desejava impacientemente que fossem embora.
Akira. — Alfa se intrometeu em seus pensamentos. — Esta é uma oportunidade perfeita para explicar a névoa incolor.
— A o quê?
A névoa incolor. Já faz algum tempo que está se tornando cada vez mais espessa. Olhe para lá.
Enquanto olhava através de seus binóculos, de repente viu Alfa, apontando para longe.
Compare com a visão na outra direção e tente identificar a diferença.
— Não há nenhuma. Parecem iguais.
Tem certeza?
Ela parecia tão confiante, tão esperançosa, que Akira ansiava por lhe dar uma resposta satisfatória, embora só visse o mesmo tipo de estruturas dilapidadas em todas as direções.
— Acho que a vista à direita parece um pouco mais nebulosa. — disse ele depois de um tempo.
Exatamente! — Alfa assentiu alegremente. — A névoa incolor é mais densa nessa direção.
Akira esperou com expectativa.
— É isso? — finalmente perguntou.
Longe disso. Ouça! O que estou prestes a contar é um conhecimento vital para todos os caçadores do Oriente.
Alfa explicou que o fenômeno em que os orientais chamavam de “névoa incolor” não refratava a luz e, portanto, não parecia branco como a névoa comum. Era, de fato, quase invisível: apenas um borrão na paisagem indicava sua presença e densidade. Os equipamentos de reconhecimento de alto desempenho poderiam ajudar na redução da visibilidade, mas onde o nevoeiro era mais denso ocorreram outros fenômenos que não eram tão facilmente resolvidos.
Na névoa incolor, animais e máquinas lutavam para perceber seus arredores. Como uma série de poderosos dispositivos de interferência, a névoa bloqueou ondas de rádio, transmissões e até mesmo sons e cheiros em qualquer área sob sua influência. Isso tornava a camuflagem ativa muito menos eficaz e tornava outros tipos de ocultação quase inúteis. A maioria dos sistemas de mira, ópticos ou não, tornou-se virtualmente inutilizável; as comunicações sem fio, e às vezes até com fio, tornaram-se altamente instáveis.
Muitas armas de fogo também sofreram no nevoeiro. Reduziu sua força, encurtou seus alcances e até ampliou os desvios nas trajetórias das balas, dificultando a mira. Onde a névoa era espessa o suficiente, era possível seguir os projéteis a olho nu.
E embora a densidade da névoa incolor variasse de acordo com o tempo e o lugar, nunca estava completamente ausente no Oriente. Normalmente era muito fina para ser prejudicial, mas no momento em que começava a engrossar seus efeitos se intensificavam. Assim, o nevoeiro teve uma poderosa influência nas atividades de todos os caçadores do Oriente.
— Entendi. — disse Akira. — Essa névoa é um problema quando fica muito espessa.
Na verdade, o garoto era inexperiente demais para entender as implicações do que ela dizia, e o olhar em seu rosto lhe dizia o mesmo.
Você não “entendeu” nada. — disse Alfa severamente com um aceno de cabeça. — Se não fosse pela névoa incolor, até monstros além do horizonte saberiam sua localização. Você não acreditaria como a tecnologia do Velho Mundo é boa para identificar alvos. E ainda assim, a neblina atrapalha.
— Ok, agora isso é um grande problema. — Akira assentiu, aparentemente impressionado. Ele compreendia a importância de, pelo menos, não ser detectado.
Como resultado — Alfa acrescentou —, humanos, monstros e máquinas têm dificuldade em localizar inimigos quando a névoa é espessa. Reduz até mesmo minhas capacidades de reconhecimento.
Agora Akira parecia nervoso.
Na pior das hipóteses — concluiu Alfa —, você pode até notar um monstro antes de mim. Então, por enquanto, ficaremos seguros na cidade quando a névoa incolor estiver espessa. É uma pena, mas desista de visitar as ruínas se sua densidade aumentar repentinamente.
Tudo finalmente fez sentido para Akira, e a cor de seu rosto desapareceu.
— Você quer dizer que terei mais chances de encontrar monstros quando a névoa estiver ruim, mesmo com a sua ajuda?
Isso mesmo.
— Então, quão bem você acha que eu poderia enfrentar um monstro agora mesmo?
Se a névoa for tão densa que meus sentidos não consigam detectá-lo? Você nunca o veria antes de estar bem em cima de você. Você nunca sairia vivo.
— E você disse que a névoa está ficando mais espessa agora?
Exatamente.
Akira ergueu o binóculo novamente e começou a escanear a área próxima em busca de inimigos sem dizer mais nada. Alfa sabia muito bem que a névoa raramente atingia as densidades sobre as quais o havia avisado, mas não disse mais nada e sorriu para si mesma.
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Elena e Sara finalmente encontraram pegadas que pareciam pertencer à criança que procuravam. Agora estavam seguindo a trilha, ansiosas para encontrar a área inexplorada que os rumores prometiam.
Tamanha era a habilidade e o foco de Elena que ela podia identificar vestígios do que quer que estivesse rastreando, mesmo que fossem tão fracos que uma leve respiração poderia apagá-los. No entanto, agora estava em um impasse. Elas tinham seguido as pistas até um edifício em ruínas, mas depois de uma busca, não conseguiram encontrar nenhuma relíquia de valor.
No entanto, a dupla continuou seguindo a trilha mesmo quando o nevoeiro incolor se adensou ao seu redor.
Depois de algum tempo, Sara ficou preocupada: o cenário distante parecia bastante nebuloso. Ela se virou para a parceira.
— Elena, a névoa está ficando muito pior. Estamos bem?
Por um momento, Elena hesitou, tão brevemente que Sara não percebeu.
— Estamos bem. Está afetando meu equipamento, mas não tanto que precisemos nos retirar.
— Sério? Eu espero que você esteja certa.
— Você está bem, Sara? — Elena perguntou com uma pitada de suspeita em sua voz. — Se a névoa está afetando suas nanomáquinas, devemos nos retirar imediatamente. Se você não está se sentindo bem, diga-me; por favor, não tente escondê-lo.
— Estou bem. Não vou fingir que não estou sendo afetada, mas posso aguentar sem problemas.
— Tudo bem, mas não se force.
— Eu disse que estou bem! Estou reservando forças de sobra para o caso de ter que sair correndo daqui com você pendurada sobre meu ombro. — Sara riu, esperando que uma piada dissipasse as preocupações de Elena.
— Ah é? Isso foi uma piada sobre o meu peso? — Elena brincou de volta, sorrindo. Ela estava empolgada agora.
— Apenas o peso do seu equipamento, é claro. Isso é tudo.
— Sério? Quero dizer.
Brincando levemente, cada caçadora se sentiu segura de que sua parceira estava bem, embora cada uma mantivesse algumas reservas para si mesma. Elena estava dizendo a verdade: os efeitos da névoa incolor em seu equipamento não eram muito severos. Mas a dupla de caçadoras estariam em perigo se ficasse mais denso, o que achava provável, e em circunstâncias normais teria recuado neste ponto. Agora estavam em apuros: não seriam pagas se saíssem de mãos vazias e, sem o dinheiro, Sara provavelmente adiaria ainda mais o reabastecimento de suas nanomáquinas, aumentando seu risco de morte. Isso não funcionaria, sentiu Elena, e então procurou estender a busca o máximo possível, mal percebendo que estava fazendo isso.
Sara também estava dizendo a verdade, mas como o equipamento da Elena, sua condição física estaria em perigo se o nevoeiro incolor piorasse. No entanto, se Sara sugerisse sair enquanto a neblina ainda estivesse fina, Elena provavelmente tentaria sozinha explorar as ruínas e — sem Sara para protegê-la — provavelmente morreria. Então Sara queria fazer tudo ao seu alcance para evitar que Elena se preocupasse.
Os tempos tinham se tornado mais difíceis para elas ultimamente. Antigamente, se saíam bem com as ruínas mais perigosas e lucrativas, até que uma série de viagens inúteis esgotou seus cofres. Um orçamento menor significava que suas expedições se tornaram menos eficientes, reduzindo ainda mais sua renda. Era um ciclo vicioso, especialmente porque mantinha Sara economizando em suas importantíssimas nanomáquinas.
No meio dessa situação desesperadora, ouviram os rumores.
Para girar a roda da fortuna, um caçador em dificuldades precisava do acaso ou de uma aposta de alto risco. Se o risco valesse a pena, poderiam voltar como caçadores competentes e lucrativos. Claro, o fracasso pode tornar as coisas ainda piores.
Elena e Sara escolheram jogar de qualquer maneira. A ansiedade delas era tão profunda que estavam prontas para se agarrarem a rumores, apostando seu futuro em probabilidades que antes não teriam levado em consideração nem por um momento.
A maioria dos caçadores que seguiram os rumores até as Ruínas da Cidade de Kuzusuhara já haviam cortado suas perdas e retornado para a cidade. A névoa cada vez mais espessa alertou aqueles que ainda procuravam a seguir o exemplo. Mas alguns persistiram, desesperados por uma chance de mudar sua sorte. Quando as supostas relíquias falharam em se materializar — já que não existiam — os caçadores frustrados se recusaram a voltar de mãos vazias. Em vez disso, voltaram os olhos para outros prêmios mais fáceis de obter.
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Elena fez uma careta. Ela falhou como investigadora e batedora, e sabia disso.
A névoa incolor sobre as ruínas havia engrossado mais rapidamente do que esperava, e seu alcance de varredura muito reduzido expôs ela e sua parceira a um risco muito maior de emboscada.
Isso não parece bom. pensou. Não acredito que ficou tão ruim em tão pouco tempo. Que confusão.
— Sara. — disse ela, lamentando ter demorado tanto para tomar essa decisão. — Não podemos continuar. Hora de recuar.
— Entendido.
— Desculpe. Meu alcance de detecção caiu muito. Eu deveria ter dito algo antes.
Sara podia ver que Elena se sentia mal.
— Não se preocupe. Não deve haver muitos monstros aqui nos arredores. Só precisamos ter cuidado no caminho de volta. — Ela sorriu, não querendo sugerir que alguém fosse o culpado. Elena sorriu fracamente e voltou sua atenção para encontrar um caminho para casa. Arrependimentos não as levariam a lugar algum.
A dupla, cautelosamente, voltou para os limites das ruínas, onde haviam estacionado seu carro. Normalmente, os arredores pareciam muito mais seguros do que as próprias ruínas, mas agora a densa névoa fazia a área parecer ameaçadora. Os caçadores dependiam do alcance de suas armas de fogo para ajudá-los a sobreviver, e a dificuldade de localizar monstros na névoa incolor tornava muito mais provável que tivessem que lutar contra feras perigosas de perto.
Então, quando ouviram tiros, a dupla se escondeu cautelosamente atrás de alguns escombros. O fato de poderem ouvir o barulho apesar da névoa significava que os atiradores deveriam estar por perto. Sara agarrou sua arma e olhou cautelosamente em direção ao som, enquanto Elena focava seus instrumentos na mesma direção.
— Elena, você pode dizer alguma coisa? — Sara perguntou.
— Dê-me um segundo. — respondeu sua parceira. — Encontrei algo ali: oito caçadores e um monstro, eu diria, e estão vindo para cá.
Caçadores fugindo de um grande monstro. Eles estavam atirando esporadicamente para trás enquanto corriam, mas a besta parecia completamente ilesa.
Elena deu a Sara sua análise.
— Parece-me que o monstro deve ser do tipo de curto alcance que é muito resistente para suas armas. Se ficarmos sentadas aqui, seremos pegas na luta, e acho que aquela coisa nos alcançaria se fugíssemos. Nossa melhor aposta é acabar com isso nós mesmas.
— Está bem. — Sara apontou uma arma de fogo de grosso calibre para o monstro.
— Saiam do caminho! — Elena gritou para os caçadores que se aproximavam.
Os caçadores a ouviram. Suas armas silenciaram enquanto se esquivavam da linha de fogo de Sara, mesmo enquanto corriam em direção às duas mulheres.
Com o monstro agora próximo, Elena e Sara podiam vê-lo claramente a olho nu, apesar da névoa incolor. Os músculos ondularam visivelmente sob seu pelo, e ele mostrou suas presas afiadas, ansioso para devorar os caçadores. Enquanto Sara ajustava sua mira, algo parecia errado, visto através de sua mira, o monstro parecia relativamente ileso. Até então havia presumido que o monstro era muito forte para as armas dos caçadores, mas aparentemente eles haviam desaparecido completamente.
Ele desviou das balas apenas com o pelo ou estão carregando apenas atiradores de ervilha? Acho que é difícil mirar enquanto corre. Mas agora o problema é meu.
Deixando suas perguntas sem resposta, Sara puxou o gatilho. Um projétil perfurou a cabeça do monstro, e o gigante caiu em uma chuva de sangue fresco. Mas mesmo quando caiu, os caçadores continuaram correndo como antes. E quando passaram pelas duas mulheres, Elena notou algo estranho.
Seus rostos não pareciam estar desesperados para sobreviver ou felizes por serem resgatados. Mesmo quando percebeu isso, era tarde demais para ela ou Sara fazer qualquer coisa: a névoa e o monstro as preocupavam. Os caçadores as alcançaram e passaram correndo sem sequer uma palavra de agradecimento. Ao fazê-lo, um dos homens deixou cair algo aos pés de Elena e Sara. A dupla olhou para baixo, chocada.
Uma granada.
Sara agarrou Elena e tentou fugir. Um momento depois, as duas mulheres foram atingidas pela explosão.
Sara conseguiu proteger Elena da explosão, mas o impacto derrubou sua parceira e a fez cair no chão. Após um instante de pânico, Sara voltou a si e percebeu que estava exposta.
Instintivamente, se levantou e se escondeu atrás de alguns escombros próximos. Ansiosa pela segurança de Elena, olhou ao redor e fez uma careta. Elena não estava à vista. Sara estava prestes a chamá-la, até que a voz de um homem soou a uma curta distância.
— Você aí! A outra! A menos que você queira esta mulher morta, largue suas armas e saia!
— Sara! — Elena gritou da mesma direção. — Esqueça-me! Fuja ou ataque-os!
O coração de Sara partiu. Os homens capturaram Elena.
Muitos dos caçadores de relíquias no Oriente morreram lutando contra os monstros que se espreitavam por lá. Seus equipamentos abandonados pertenciam, via de regra, a qualquer caçador que os encontrasse. Ocasionalmente os mortos deixavam para trás cartas solicitando o enterro ou deixando seus pertences para um parente, mas caso contrário tudo ia para quem os encontrava.
Alguns caçadores, no entanto, não estavam satisfeitos com os pertences dos mortos e começaram a matar os vivos também. Esses bandidos tendiam a ter carreiras curtas, que terminavam quando outros caçadores procuravam recompensas por suas cabeças.
Elena e Sara caíram nas mãos de um desses bandos. Naquele dia, os homens viram o equipamento da dupla e decidiram tentar roubar em vez de caçar relíquias. Fingindo fugir, eles atraíram o monstro para as mulheres como uma distração. Parecia que a sorte da dupla havia acabado.
Elena fez uma careta, tentando olhar para os homens atrás dela, mas também podia sentir a arma contra a parte de trás de sua cabeça. Isso limitou suas opções.
— Cale a boca. — disse o homem, cutucando-a com o cano da arma. — Quer morrer?
— Elena não demonstrou medo. — Atire em mim e será a última coisa que você fará. Sara! Não dê ouvidos a ele!
— Eu disse, cale a boca! — O homem atrás de Elena bateu com sua arma na parte de trás de sua cabeça. Ela não conseguiu reprimir um grunhido de dor.
Escondida entre os destroços, Sara rangeu os dentes em aflição. Ela pode ser capaz de matar todos os homens sozinha, mas Elena quase certamente morreria também. Porém se obedecesse ao homem, saindo desarmada, poderia salvar a vida de Elena, desde que os homens estivessem contentes em fazer de ambas as mulheres seus brinquedos. Sem contar o que seria delas depois disso. Sara não conseguiu escolher nenhuma das opções.
— Esqueça! — Outro homem gritou, alto o suficiente para Sara ouvir. — Mate essa mulher! Então vamos todos atacar a outra!
— Espera! — Sara quase gritou, não pôde evitar. Bem, não havia como voltar atrás agora. Largou as armas e saiu de trás dos escombros com as mãos para cima. Elena balançou a cabeça furiosamente, mas Sara sorriu tristemente e então se aproximou dos homens, movendo-se lentamente e mantendo sua expressão neutra para evitar provocá-los.
Os homens olharam de soslaio enquanto observavam Sara se aproximar desarmada. Vários baixaram as armas que haviam apontado para ela e relaxaram, agora que estava cooperando. A arma pressionada contra a cabeça de Elena, no entanto, permaneceu.
Sara avaliou a distância enquanto caminhava em direção a eles.
Vai ficar tudo bem. Eles estão desprevenidos, mas ainda estou muito longe. Vai ficar tudo bem.
Punhos são suficientes se eu chegar perto.
Combate corpo a corpo não era a especialidade de Sara, mas poderia facilmente dominar os homens, se ignorasse seu suprimento limitado de nanomáquinas e levasse seu corpo aprimorado a seus limites sobre-humanos. O esgotamento de suas nanomáquinas, no entanto, encurtaria sua vida ou até mesmo a mataria. Esse era o preço de deixar sua arma para trás, mas o preço de usar a arma teria sido a morte de Elena.
Ela estava decidida. Mais alguns passos eram tudo o que havia entre ela e a vitória.
— Pare aí mesmo! — o homem rugiu. — Pare e tire seu traje motorizado! — Ele zombou quando Sara obedeceu. — Não estou querendo ser espancado até a morte por músculos fortalecidos. Reduzimos o poder daquela explosão para que não destruísse seu equipamento, mas seu traje ainda deve ser bastante sofisticado já que você está andando por aí com apenas um arranhão. Daremos bom uso às suas coisas. Agora, tire a roupa e bem devagar.
— Tudo bem. — Sara respondeu nervosamente. Ela olhou para ele, fingindo medo para fazê-lo baixar a guarda, enquanto removia sua armadura. Ficando apenas com sua roupa íntima, Sara sofria com os sorrisos vulgares dos homens enquanto eles ficavam ainda mais feios. Se ao menos chegasse o momento certo!
Se eles confundiram minha armadura corporal com um traje motorizado, eles não devem ter percebido que eu tenho melhoramentos físicos. Vai ficar tudo bem. Isso vai funcionar.
— Eu tirei. — disse ela, olhando para os homens.
— Então, eu vi.
Um momento depois, Sara caiu no chão, com um buraco de bala em cada coxa.
Elena gritou e correu, esquecendo-se da arma que havia sido pressionada contra sua própria cabeça.
O homem que atirou em Sara, de nome Bubaha, viu que ela não representava mais uma ameaça e voltou-se para seus seguidores. Apontou para ela e disse:
— Ela tem aprimoramentos de nanomáquinas. Deixe-a nua e ainda assim será tão forte quanto um de nós em um traje motorizado. Aquela coisa que ela tirou? Apenas armadura corporal. Eu não recomendaria tentar nada com ela, a menos que você queira que alguns pedaços sejam arrancados.
Os homens olharam para Bubaha com admiração.
— Como você sabe? — um deles perguntou. — Pela maneira como ela se move e pelo aspecto de seu equipamento, duh.
Bubaha soou exasperado e um pouco desdenhoso.
— Vocês nem sabem disso? Não é de admirar que nunca consigam progredir. Ouça, as nanomáquinas de aprimoramento geralmente priorizam o tratamento de lesões. Ela não deve fazer muito até se recuperar, mas ainda é mais forte do que uma pessoa normal. Fique com a outra mulher se quiser se divertir. — Bubaha apontou para Elena.
Os homens voltaram sua atenção para ela.
Enquanto isso, Elena embalou Sara, que estava se contorcendo de dor no chão. Sara sorriu fracamente. Suas nanomáquinas internas estavam ocupadas curando-a e mantendo-a viva, o que a deixou sem condições de lutar. As duas estavam sem opções.
— Desculpe. — Sara lamentou. — Estraguei tudo.
— Por que você não correu? — Elena perguntou, embora não esperasse uma resposta.
Então, pelo menos, Sara estaria segura.
— Desculpe. — A única palavra de Sara, embora não respondesse à pergunta de Elena, carregava um mundo de emoções.
Ambas as mulheres desviaram o olhar dos homens sarcásticos que se aproximavam.
Nesse momento, uma bala atingiu Bubaha bem entre os olhos, matando-o instantaneamente. Mais tiros se seguiram, pelo menos uma dúzia antes que os homens chocados pudessem responder. Eles não tiveram chance de se defender, localizar o atirador ou responder ao fogo. Um homem gritou ao cair com balas na barriga e na perna direita.
Outro, baleado no braço, ombro e peito, caiu no chão com um grito.
— Suas vadias! — Um homem que havia evitado ferimentos desperdiçou sua chance de escapar para gritar com Elena e Sara. — Não me diga que há mais de você por aí…
Elena o interrompeu com um tiro entre os olhos. Ela e Sara também ficaram assustadas, mas não por muito tempo. Elena não perdeu tempo pegando uma arma do cadáver próximo e abriu fogo contra os homens ainda de pé. Para garantir, colocou duas balas na cabeça de um homem que ainda respirava.
Confusos e alvejados pelos tiros, os homens não podiam dispensar nenhuma atenção para Elena e Sara. Enquanto os bandidos lutavam desesperadamente para encontrar abrigo do atirador, Elena lutou para arrastar Sara para um lugar seguro.
— Sara! — gritou. — Você pode andar?
Sara não conseguia nem ficar de pé.
— Pare, Elena! — ela gritou, pegando uma arma próxima. — Apenas corra!
— Não! Isso não é engraçado!
Agora alguns dos homens tentavam atirar nas mulheres, mas o atirador os manteve à distância. Sob o tiroteio implacável, Elena rapidamente arrastou Sara para um prédio próximo.
Lá dentro, Sara se apoiou e varreu com o cano de sua arma, verificando cautelosamente o ambiente.
— Elena — disse —, o que diabos foi isso?
— Não tenho a menor ideia. — Elena respondeu, procurando por hostis. — Mas alguém não gosta muito desses caras. Talvez tenhamos sido resgatadas, ou talvez eles só queiram colocar as mãos em nós. Como estão seus ferimentos?
— Dê-me uma hora e estarei andando.
— Tudo bem. Fique parada e concentre suas nanomáquinas na cura. Por enquanto, vamos sentar e ver o que acontece. Ainda não podemos ter certeza de que estamos seguras.
As mulheres se agacharam para esperar, mal ousando ter esperança.
Tradução: Nagark
Revisão: Bravo
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