Ranger Noturno – Cap. 161 – Transação

A carruagem seguia em frente, Isabelle estava muito fraca. Mesmo que seu potencial tivesse sido desbloqueado, deixar a carruagem de Madeline enquanto trazia Marvin era obviamente muito desgastante. Ela havia se sobrecarregado demais.

Marvin olhou para a menina pálida e teimosa e sentiu-se aflito.

Essa criança era realmente extraordinária. — Ele a carregou em seus braços e gentilmente perguntou o que ela passou. Ela recontou lentamente o que havia acontecido com ela desde que se separaram.

Depois que Marvin sozinho aniquilou a Gangue Aqueronte, ele deu a ela algum dinheiro. Ela estava prestes a usar esse dinheiro para salvar a vida de sua mãe, mas as coisas não ocorreram como esperado. Sua mãe não conseguiu aguentar até que Isabelle trouxesse um padre da Igreja Prateada e ela já havia morrido em sua pequena casa na favela.

— Quando ela morreu, um homem de repente entrou correndo e se não fosse pelo padre me protegendo, eu já poderia ter sido levada embora. Eles roubaram todo o dinheiro que você me deu com a desculpa de que minha mãe lhes devia uma dívida quando ela estava viva, mas isso era impossível, minha mãe nunca deveu dinheiro a ninguém. O jovem padre não tinha uma solução já que essas pessoas eram muito poderosas, eles eram de outra gangue. Ele gentilmente se ofereceu para me ajudar a enterrar a mamãe naquele cemitério horrível, no entanto eu recusei. Eu queria dinheiro para enterrar minha mãe corretamente. — A voz da menina estava muito calma, mas a história se tornou mais e mais assustadora.

— Aproximadamente ao mesmo tempo, havia um homem na favela muito mais velho que eu. Ele, que estava bêbado, tentou me pegar por razões que eu ignorei, então eu lutei de volta e usei a adaga que você me deu para matá-lo. Esta foi a minha primeira vez assassinando alguém, mas eu não me senti muito enojada. Eu peguei o dinheiro que estava no corpo dele e foi quando, de repente, percebi que matar era uma boa maneira de ganhar dinheiro. Assim, eu comecei a matar. — Seus dois olhos vermelhos começaram a piscar e não houve qualquer mudança na expressão da menina. Matar parecia ser algo muito casual para ela.

Marvin sacudiu a cabeça em silêncio.

— Matar é ruim. — O padre interrompeu ao lado.

— Eu paguei as taxas de transporte. — Marvin olhou para ele.

Este último encolheu os ombros e fechou os olhos para descansar.

Não havia muito a dizer sobre o que aconteceu em seguida. A originalmente dotada Isabelle logo se tornou como um peixe dentro d’água nas favelas lamacentas.

Marvin teve dificuldade em imaginar como uma pequena garota de 6 anos poderia se transformar em uma assassina assustadora sob a pressão da realidade cruel. Ela conseguiu dinheiro suficiente para enterrar sua mãe, matando membros de gangues.

Mais tarde, ela foi encontrada e desejada pela Lady da Cidade Costa do Rio durante a reorganização da cidade. Ela foi trazida de volta para a torre do Mago e foi treinada como empregada doméstica e uma verdadeira Assassina. Na Torre dos Magos, havia até mesmo uma Assassina de 3º ranque atuando como sua professora. Madeline viu claramente através do talento de Isabelle, mas ela talvez não soubesse o significado por trás daqueles olhos vermelhos.

Uma missão que ele fez em sua vida passada brilhou na mente de Marvin. Aquele garoto avançando loucamente contra as linhas inimigas enquanto matava imprudentemente deixou uma profunda impressão nele. E como Isabelle, aquele menino também tinha um par de olhos vermelhos. Matar pode ser o destino dessa raça.

Eles eram Assassinos Inatos, os sucessores da vontade dos Shar. Eles tinham um pouco da linhagem e poder dos Deuses Antigos em seus sangues e esse poder fez com que eles se destacassem das massas desde o nascimento. Eles alegaram ser “Hammons”.

Trezentos anos atrás, essa raça vivia em uma ilha chamada Hammon, no norte, e tinha muito pouco contato com o mundo exterior, mas algo inesperado aconteceu e um grande clã de magos foi atraído pelo terreno favorável na Ilha Hammon, e pretendia desenvolvê-lo. A raça habitando aquela ilha naturalmente resistiu fortemente. Ambos os lados travaram uma batalha sangrenta assustadora e, finalmente, os Hammons foram eliminados pela magia, com apenas alguns deles vivos porque estavam em outro lugar.

E esse clã de magos também sofreu muito depois daquela batalha e mal conseguiu ocupar a Ilha Hammon e seu território original, o desenvolvimento não foi bom. O motivo era muito simples: os Hammons eram Assassinos Inatos, eram uma ameaça sem precedentes para os magos.

Isabelle, por exemplo, era apenas uma menina de 6 anos de idade, mas ela sabia uma perícia que poderia deixá-la entrar e sair de uma carruagem encantada por um mago do 4º ranque.

Nessa batalha, os magos perderam muitos especialistas. Desde então, os Hammons haviam desaparecido da história de Feinan, aparecendo apenas ocasionalmente. E se eles encontrassem pessoas daquele clã de magos, eles se vingariam. Mais tarde, aqueles que tinham a linhagem Hammon gradualmente esqueceram tudo isso.

Não havia muitos jogadores de nível Deus que conhecessem essa parte da história. No entanto, Marvin acabou por ser um deles. Ele participou de uma missão chamada [Vingança dos Hammons] e nessa missão ele teve que juntar as mãos com um Hammon e bombardear diretamente a Ilha Hammon. Incontáveis ​​magos morreram por suas mãos, mas aquele menino Hammon ainda matou duas vezes mais magos que o Soberano da Noite! E aquele garoto estava apenas no 4º ranque! Se ele tivesse avançado para lendário… Ele teria sido inimaginavelmente poderoso!

Marvin tinha visto alguns textos antigos dizendo que é muito difícil os Hammons avançar para lendários, muitos deles estariam presos no 4º ranque. Ocasionalmente alguns mostrariam sinais de avanço, mas seriam eliminados pelo Príncipe das Sombras. Os Hammons eram as pessoas mais prováveis ​​a substituir sua posição como um Deus. Assim, Marvin chegou a ter suspeitas de que o conflito entre aquele clã de magos e os Hammons pudesse ter sido instigado por aquele bastardo.

Marvin sabia que depois que os Hammons avançarem para lendário, eles ganhariam uma característica especial lendária, [Lampejar Sem Limites]! Essa característica era mais forte que a do [Espírito Relâmpago do Inferno] do Plano Celestial que poderia desaparecer para lugares desconhecidos.

A única falha era que os Hammons facilmente se tornariam sanguinários. Eles poderiam facilmente acabar com a vida das pessoas, tornando-as facilmente indiferentes à vida. Marvin era igualmente assassino, mas ele amava a vida.

Entretanto, Marvin podia ver pura indiferença nos olhos de Isabelle e isso deu-lhe uma dor de cabeça.

— Fique à vontade, já que nos encontramos novamente, siga-me. Eu não vou deixar Madeline se apoderar de você. — Marvin disse suavemente enquanto acariciava a cabeça de Isabelle.

Ela assentiu levemente antes de perguntar. — Senhor Mascarado das Lâminas Gêmeas, eu ainda não sei o seu nome.

— Mascarado das Lâminas Gêmeas é o Barão Marvin do Vale do Rio Branco, todo mundo sabe. — Aquele padre interrompeu mais uma vez.

Marvin olhou para ele e concordou tacitamente.

Isabelle exclamou: — Oh.

Pela expressão dela, parecia que o Mascarado das Lâminas Gêmeas sendo o Barão Marvin não importava, o que importava era lembrar esse nome.

De fato, ela não podia esquecer a cena em que foi espancada pelos dois arruaceiros naquele dia quando Marvin apareceu e agilmente cuidou deles. Para esta menina precoce que foi forçada a crescer sob circunstâncias extremas, Marvin era a única pessoa que estendeu uma mão amiga.

Ela se lembrou de cada palavra que Marvin disse. Ela até se lembrou de como ele lhe deu a adaga, e seu sorriso quando ele disse: — Segure firme, Isabelle, nós temos um inimigo em comum hoje à noite.

Naquela época, ela secretamente prometeu um juramento em seu coração. Seu mundo era originalmente cinza, mas por causa desse juramento, ficou um pouco mais colorido.

Mascarado das Lâminas Gêmeas, Vale do Rio Branco, Barão Marvin… — Ela olhou profundamente para Marvin, como se quisesse esculpir sua aparência em seu coração.

Marvin suspirou, pensando em uma maneira de lidar com Madeline.

Ele não esperava que o padre de repente dissesse:

— Alguém quer entrar. Se você não quer que ela entre, você terá que pagar mais.

De repente, um portal de teletransporte apareceu no meio da carruagem.

Madeline!

As pálpebras de Marvin se contraíram, seu coração estava no caos, mas aquele padre de meia-idade de repente estendeu a mão e empurrou-a suavemente, fechando inesperadamente o Portal de Teletransporte.

— Eu fechei a primeira porta de graça. — Disse ele.

Esse movimento parecia tão fácil que chocou Marvin!

Esse cara… Ele conseguiu fechar o Portal de Teletransporte de Madeline tão facilmente? Que tipo de força é essa? Espere… — Marvin olhou para o padre na frente dele antes de finalmente pensar em algo.

— Você é o Senhor Collins? — Marvin perguntou.

O padre de meia-idade calmamente assentiu.

Collins do Vestido Branco! O membro classificado mais alto da Igreja Prateada da Cidade Costa do Rio, um clérigo semi-lendário do 4º ranque!

— A próxima porta será aberta em 8 segundos, Madeline parece muito zangada.

Marvin estava prestando atenção na situação de Isabelle e na verdade não notara que Isabelle os enviara para a carruagem desse clérigo de alto ranque! Esse cara não tinha o ar de uma pessoa poderosa, então Marvin tinha acabado de pagar o dinheiro e esquecido dele.

— Quanto custa para não deixá-la entrar? — Marvin perguntou rapidamente.

Collins pensou e disse: — É caro.

— Metade do direito a uma mina de ouro, não menor do que o que foi encontrado no norte da Cidade Costa do Rio. — Marvin respondeu rapidamente.

Collins avaliou Marvin e duvidou. — Há uma mina de ouro em seu território?

— Haverá em breve, em um mês no máximo. — Marvin calmamente respondeu.

— Negócio fechado. — Collins sorriu ao fechar a porta que acabara de aparecer.

A voz rugindo de Madeline podia ser ouvida do lado de fora. — Collins, seu desgraçado! O que você está fazendo? Deixe-me entrar!

— Primeiro me diga onde está a mina de ouro. — Collins observou seriamente Marvin.

Marvin respondeu. — Sob a bunda de um monte de ogros…

Collins abriu imediatamente os olhos e levantou-se rapidamente para abrir a porta e deixar Madeline entrar!

Marvin disse imediatamente:

— Dê-me três minutos, três minutos são suficientes.

— Não tente enganar um homem de negócios honesto, ajudarei você a bloqueá-la por três minutos em troca do direito de minerar essa mina de ouro — Collins advertiu.

— Okay! — Marvin pegou um pergaminho da Conha do Vazio e depois usou uma adaga curva para cortar seu próprio dedo, ele então começou a escrever algo no pergaminho.