Cinco anos se passaram.
Eu tinha agora sete anos, mas parecia que as celebrações de aniversários não era um dos costumes deste mundo. Na verdade, eles nem sequer acompanhavam as datas de nascimento aqui. Em vez disso, usavam um método tradicional de contar a idade de uma pessoa. Os bebês recém-nascidos tinham “um ano de idade” e ficavam um ano mais velhos no começo do novo ano.
Quanto ao motivo pelo qual não começou no zero… fiquei brevemente com medo de descobrir que eles ainda não tinham os conceitos de notação zero ou de valor de local. Na verdade, eles tinham os dois. Bebês recém-nascidos sendo “um” era apenas um resquício de tempos antigos, antes que o numeral “zero” existisse em sua cultura.
Velhos hábitos são difíceis de morrer.
Por conta deste mundo, eu tinha oito anos de idade, com o meu “um” adicionado aos sete que vivi. Simples o suficiente até agora. A única questão que permaneceu era quando o ano novo realmente começou. A resposta para isso, surpreendentemente, foi: “Ninguém sabe.”
Não, tecnicamente, todos sabiam qual era o primeiro dia do novo ano: o dia mais curto com a noite mais longa. O dia em que o sol estava mais fraco e a um dia de começar a recuperar seu poder. Em outras palavras, o solstício de inverno, que marcava o início do retorno da primavera.
Mas nós estávamos nos arredores de uma cidade em ruínas, longe da sociedade humana. Não só nenhum dos três tinha muito interesse no calendário, mas depois de se tornarem mortos-vivos, eles também estavam menos sensíveis às mudanças de temperatura. Como resultado, a percepção do tempo não era mais rica do que: “Oh, as flores começaram a desabrochar”, “Sol está forte”, “As folhas ficaram vermelhas e amarelas” e, finalmente, “Um pouco de neve está caindo.”
Eles não tinham interação com o mundo exterior. Qual era o objetivo de rastrear os movimentos dos céus? Eu não tinha ideia de quanto tempo os três estavam morando aqui, mas isso levaria apenas um único deslize ou período de preguiça para fazer com que eles esquecessem a data. Isso seria, em qualquer caso, o fim da medição precisa do tempo.
Enfim, chega desse assunto. Consegui coletar uma boa quantidade de informações por meio de estudo e questionamento, portanto, permita-me fornecer um resumo da situação.
Eu fui um pouco evasivo na minha escolha de palavras até agora. Mesmo agora ainda há coisas que me impedem de falar. Ainda assim, chegou a hora de chegar a uma conclusão.
Eu renasci.
Renascimento, reencarnação, metempsicose, samsara… Não é importante como você chama. Em todo caso, minhas memórias de uma vida anterior. Eu tinha morrido e nascido de novo. E além disso, em um mundo diferente.
Supondo que eu pudesse confiar em memórias deixadas antes de minha morte, a magia certamente não era real no meu mundo anterior, e não havia esqueletos ou fantasmas vagando por aí. Todos eram meros produtos da imaginação. Apesar de ter certos pontos em comum, este mundo e o meu anterior eram claramente diferentes.
Então: reencarnação. Reencarnação em outro mundo, nada mais, nada menos.
Não havia problemas óbvios com esta conclusão, mas eu ainda estava incerto. Isso porque eu ainda podia imaginar várias outras possibilidades.
Talvez este mundo possuísse alguma tecnologia incompreensível que só parecia magia para mim. Talvez minhas memórias fossem falsas e tenham sido implantadas. Talvez eu simplesmente tivesse algum tipo de distúrbio psiquiátrico, que me causou estranhas ilusões. Dado que havia fantasmas, talvez eu não tenha “reencarnado”, era mais como um fenômeno como “assombração” ou “possessão”, onde minha personalidade tomou conta do corpo de outra pessoa. Ou talvez eu estar aqui fosse de fato uma alucinação, afinal de contas, e o cérebro da pessoa que eu lembrava agora estava flutuando em um tanque em algum laboratório.
Talvez, talvez, talvez. Eu poderia listar talvez para sempre. Sério, para sempre. Como evidência, considere minha incursão no clássico experimento mental filosófico do cérebro no tanque.
Na minha opinião, uma vez que você começar a pensar em questões improdutivas como essa, você pode desistir. Você nunca chegará a uma conclusão. Era por isso que provisoriamente decidi que reencarnei em outro mundo, e por acaso tinha lembranças da minha vida anterior. Era a resposta mais tolerável. Isto é, o que menos perturbaria o meu estado mental.
Eu certamente não queria descobrir, por exemplo, que era na verdade um espírito maligno que havia destruído a mente de um inocente bebezinho e assumido o controle de seu corpo. Não iria alegar que seria esmagado pelo peso da minha consciência culpada, mas pelo menos me deprimiria ao descobrir que era algo que o mundo poderia continuar sem.
E acima de tudo, eu estava rezando, com relativa seriedade, que nunca chegaria o dia que algum fato chocante viesse à tona, e momentos depois, eu descobriria que era apenas um cérebro em um tanque.
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— Flammo Ignis… Waaagh?! — Houve uma erupção explosiva de calor.
Ao me encolher e cambalear para trás, Gus incitou a Palavra de Erasure, soprando as chamas para minha frente.
— Idiota! Não pronuncie com tanta precisão!
Que coisa a ser criticada.
— Você pode ter talento, Will, mas se não se acostumar a ajustar sua precisão, vai acabar morto!
Sim, este mundo, no qual renasci há oito anos (na conta deles), era um lugar perigoso. Não há dúvidas sobre isso. Por exemplo, basta pegar a magia e as Palavras da Criação que eu estava aprendendo.
Estávamos praticando do lado de fora, na colina onde ficava o templo familiar, para o caso de algo dar errado, e eu não estava tendo muito sucesso.
— Gus, meus resultados estão pela colina toda. Não há realmente nada que possamos fazer sobre isso?
— Não. É assim que as Palavras são. Acostume-se com isso.
Eu não estava achando magia muito reproduzível. Eu poderia fazer algo funcionar, tentar novamente no dia seguinte e nunca mais fazer a mesma coisa acontecer de novo. Por que…
— Vamos revisar. Fale o processo para lançar magia.
— Hmm, três passos. Sinta a mana que preenche o mundo, reúna-o em ressonância com a sua própria mana e pronuncie ou escreva a Palavra da Criação.
O arche, o caos primordial: mana. Sinta-o e alcance ressonância e convergência. Então, ao pronunciar ou escrever uma Palavra da Criação, defina a mana de alguma forma, por exemplo, fogo. No papel, era simples assim. Mas não havia espaço real para criatividade e nenhuma maneira de tornar os resultados mais reprodutíveis.
— O que você disse está correto. E tem havido muitas tentativas ao longo da história para buscar resultados consistentes da magia. Muitos sábios inclinaram talento para esse fim, mas há muito o que pode ser feito. Tendo experimentado em primeira mão, espero que você possa entender o motivo.
— Sim. O maior problema é a mana não ser consistente.
Nos últimos anos, eu estava melhorando minha percepção sob a orientação de Gus. Felizmente, parecia que eu tinha algum talento e me tornei capaz de detectar a presença de mana; a coisa da qual a magia era feita, seu combustível. Supostamente, o mundo era infundido com mana, mas o que descobri foi que os níveis de mana não eram os mesmos em todos os lugares.
Imagine espirrar algumas gotas de tinta na água e depois mexer um pouco. A tinta seria concentrada em algumas partes e diluída em outras. Além disso, essas partes fluiriam de maneira irregular. E isso é apenas o seu suprimento de combustível.
— Hmm. Houve várias tentativas de criar um ambiente de mana consistente. Dispositivos de convergência, por exemplo: pedras preciosas, metais preciosos, madeira extremamente antiga. Mas estou receoso…
— Os resultados não valeram o esforço?
—Hmm… A mana dentro do corpo humano também está em fluxo, veja você. Existe um limite para o que pode ser alcançado apenas com a convergência atmosférica de mana.
Mesmo se você mantivesse um certo nível de consistência na mana fora de seu corpo, a mana do usuário mágico, que era necessário para ressoar com ele, ainda seria instável. Assim como a mana externo, ele variava em concentração, como a água e a tinta de nosso exemplo, enquanto vagava ao redor do corpo. Este aspecto era similarmente complicado, e ainda mais difícil do que a mana externo de se mexer.
— Dito isto, inegavelmente tem algum efeito. Cajados feitos com madeira antiga, pedras preciosas e metais preciosos são os símbolos dos feiticeiros.
Parecia que a ideia de um feiticeiro ter um cajado fazia parte dos conceitos deste mundo também.
— Por que você não usa um cajado, Gus?
Eu tinha pelo menos visto ele segurando um cajado incontáveis vezes. Estava incrustado com esmeraldas e tinha uma alça no topo como o bico de um pato.
— Um cajado grandioso atrai atenção. Em uma situação de batalha, você não apenas será destacado caso se permita ser descoberto como um feiticeiro, mas o uso de um dispositivo de convergência torna mais fácil para o inimigo identificar a origem de sua magia.
Essa razão era tão fundamentada e pragmática que achei um pouco inquietante.
— Hmm, nós desviamos do caminho. Nós estávamos falando sobre as flutuações nas Palavras. A mana que enche o mundo e o corpo está em fluxo e não é consistente. Tentativas foram feitas para reuni-lo em algo consistente, mas havia limites para o que poderia ser alcançado. E as flutuações humanas também existem no falar e escrever. Para ser estritamente preciso, os humanos nunca podem falar exatamente as mesmas palavras duas vezes.
Eu entendi o que ele quis dizer. Mesmo que a mesma pessoa falasse as mesmas palavras, a forma de onda dos sons seria diferente a cada momento. Não importa quantas vezes uma pessoa escrevesse a mesma carta, ela nunca sairia exatamente da mesma maneira. Isso era óbvio o suficiente, na verdade. Afinal, nós humanos não éramos máquinas.
— Por todas essas razões, o consenso geral é que, em última análise, é preciso usar sua intuição para determinar quando as circunstâncias estão corretas.
Assim, a única conclusão que poderia ser tirada era que transformar a magia em algo consistente produzido em massa era impossível. A especialidade profissional do feiticeiro sempre seria chamada para ajustar as coisas a seguir, mas a mana parecia comportar-se naquele dia em particular.
— Isso é assustador.
— De fato, é.
Minha imaginação estava correta, então. Esta não era a magia dos jogos de computador, que você poderia spamar queimando seu PM. Estava muito mais perto da magia instável e poderosa da fantasia clássica.
— Você não deve brandir as Palavras imprudentemente. O uso do poder traz consigo um perigo significativo. Bem, eu ouso dizer que contei histórias suficientes já.
De fato, estava longe de ser a primeira vez que Gus repetiu isso para mim.
De acordo com Maria e Sanguinário, não era exagero dizer que Gus era digno de ser chamado de Grande Feiticeiro. Eles haviam me dito, com plena fé, que, embora seus modos não seja dos melhores, ele era uma força a ser considerada quando decidisse mostrar sua verdadeira força.
O próprio Gus nunca se gabou disso. Em vez disso, os contos que ele contava eram sobre cautela e pretendiam ensinar uma lição. Havia muitas dessas histórias.
Houve um feiticeiro que tentou remodelar o terreno próximo, desencadeou um enorme terremoto e foi engolido por uma profunda fissura.
Outro feiticeiro manipulou periodicamente o clima e acabou desestabilizando o clima da região, que acabou sendo atormentada pela fome.
Um feiticeiro conseguiu transmogrificar-se em um animal; faculdades mentais e tudo mais.
Um feiticeiro lançou uma poderosa magia de decomposição para seu inimigo jurado, ficou com a língua presa por puro ódio e raiva, e se explodiu em pedaços.
Havia até uma sobre um feiticeiro que abriu um buraco para outra dimensão e foi comido por algo que saiu de lá.
— Apenas aprenda a usar pequenas quantidades de magia, de maneira sensata e precisa. E, se possível, encontre uma maneira de não usá-la.
Pequenos trabalhos de magia eram úteis para acender a fogueira, manter os insetos longe, manipular a percepção (para truques de festinha) ou procurar por coisas. Embora seus efeitos fossem pequenos, o risco associado a um erro também era baixo. Você poderia falhar tanto quanto quisesse, e isso não levaria a nada que não pudesse rir mais tarde.
De acordo com Gus, o ideal de um verdadeiro feiticeiro era não usar magia alguma, e nas situações onde a magia era necessária, usar o efeito menos mágico para alcançar o maior resultado possível. Magia era uma tremenda quantidade de poder para uma única pessoa possuir, e desde que a possibilidade de acidentes aleatórios e erro humano estava sempre presente, senti que seu estilo fazia muito sentido, logicamente falando. Havia apenas um problema.
— Em suma, use-a como dinheiro.
Gus distorceria sua própria lógica para chegar a algumas conclusões inacreditáveis.
— Isso de novo?
— Sim, de novo. É importante, — ele insistiu, sério e teimoso como sempre. — Se você quer algo feito, não precisa usar magia. Você acabou de comprar as ferramentas necessárias ou contratar algumas pessoas. Remodelar o terreno é uma magia poderosa, mas se você tem dinheiro, pode contratar trabalhadores e operários para construir para você. Não se engane, — ele se aproximou de mim para dar ênfase, — a capacidade de ganhar dinheiro e fazê-lo funcionar é tão importante quanto a magia!
Eu vacilei.
— Quem alguma vez ouviu falar de um fantasma com fetiche por dinheiro?!
— Tente se colocar no meu lugar! Não posso acariciar ouro ou tesouro, não posso senti-lo entre meus dedos…
— Ele é um pervertido!
— Quem você está chamando de pervertido?!
— Você!
— Certo; mudança de plano! Vamos passar o tempo todo aprendendo sobre dinheiro e tudo o que há de bom…
— Não! Hoje eram as lendas! Estávamos planejando começar as lendas hoje!
— E você não acha que o dinheiro é mais importante?
— Talvez seja para você, mas você não pode simplesmente mudar o plano!
— Mmmhh… Você tem um ponto aí. A conversa sobre dinheiro pode esperar.
Gus poderia pirar assim às vezes. Sério, um feiticeiro incorpóreo deveria ser assim? Mesmo assim, não havia como duvidar da veracidade das histórias de Gus. Muitas delas eram muito divertidas de ouvir também.
— Eu contei um pouco dessa história há muito tempo, até o nascimento dos deuses maus e a morte do Criador, correto?
— Correto.
— Isso deu início a era do conflito entre deuses bons e maus. Se eu fosse nomear o mais proeminente nas batalhas… Hmm, isso. Will. Você já viu essa escultura?
— Huh?
— Aquela no templo, um homem com uma espada e escamas.
Eu me lembrava dela. Era uma estátua de um deus solene e digno, que segurava uma espada simbolizando um raio em sua mão direita e carregando um conjunto de escamas na outra.
— Lembro.
— Ele é o deus do raio, Volt, o governante dos deuses virtuosos, que preside a ordem e o julgamento. Ele também é marido da Mãe-Terra, Mater, a deusa a quem Maria demonstra devoção.
Interessante. Eu estava me perguntando qual desses deuses ocupava o primeiro lugar. Parando para pensar, os deuses do raio sempre tinham posições importantes em muitas mitologias do meu mundo anterior.
— Volt tem um irmão, um deus também, é claro, o deus da guerra, Illtreat, cujo domínio é a tirania. Ele monta uma carruagem puxada por dois cavalos divinos, Ganância e Ira, que cavalgam com a velocidade e a ferocidade de um furacão furioso.
Gus continuou:
— Os dois lideravam seus lacaios em incontáveis batalhas um contra o outro, mas todos os seus conflitos seguiam um padrão similar. O irmão mais velho, Illtreat, mantém a vantagem durante os estágios de abertura da batalha, mas a gentil Mãe-Terra concede proteção ao marido em seu tempo de crise. Com sua espada de raio com a proteção da deusa, Volt começa a revidar e, finalmente faz Illtreat recuar. No entanto, Illtreat continua à espreita sob a terra, e quando finalmente recupera seu poder depois de muitas luas, espera por seu irmão mais novo mostrar um momento de fraqueza da paz. Então, ele o desafia novamente para a batalha.
Gus girou um dedo em um círculo.
— E assim o ciclo continua.
Eu assenti, então inclinei minha cabeça em reflexão. O raio nem sempre é um símbolo do terror e da autoridade absoluta dos céus. Quando a agricultura está prosperando, o raio é um arauto da chuva abençoada.
— Então… isso é um conto sobre como os governos começam com governantes violentos e tirânicos, mas à medida que a agricultura vai bem, a lei e a ordem se espalham lentamente pela sociedade. Mas eventualmente ela se desfaz novamente, e a revolução violenta se torna inevitável?
Os olhos de Gus se arregalaram.
— Você é perspicaz. — Ele disse, assentindo. — As batalhas entre lacaios sob a proteção de Volt e Illtreat tomam essa forma. Faria sentido se fosse descrito como uma batalha entre deuses.
— Proteção? — Perguntei.
— Ah… Isso se refere ao poder que os deuses dão aos seus servos.
— Hã? Literalmente?
— Literalmente. O que é tão confuso nisso?
Gus falou como se fosse algo perfeitamente óbvio, mas com base nas minhas memórias e percepções da minha vida anterior, era um pouco difícil imaginar a ideia de um deus dando poder diretamente a uma pessoa. Poderia significar algo como dar-lhes coragem ou sorte, mas com a maneira como ele estava falando, senti que não era bem assim.
Além disso, lembrei do que Maria disse uma vez, que os três haviam formado um contrato com o deus da morte. Se eu levasse essas palavras ao pé da letra, significava que os deuses deste mundo poderiam, no mínimo, transformar os humanos em mortos-vivos. Eu não sabia do que mais eles eram capazes, mas parecia possível que os deuses deste mundo fossem capazes de interferir fisicamente com a realidade. Mas o que exatamente envolve esse processo? Eu tinha acabado de começar a considerar essa questão quando Gus pigarreou e continuou falando.
— Bem, isso não é muito importante. A guerra entre os deuses culminou em cada um deles perdendo seu corpo de carne. Depois disso, ambas as forças deixaram essa dimensão para trás, e agora, é difícil para qualquer um deles interferir com este mundo de qualquer maneira. De qualquer forma, tenho certeza de que um pensamento em particular vem à mente depois de ouvir essa história?
— Talvez?
— Hmm. — Ele sorriu maliciosamente. — Todo o negócio de rotular os dois lados como ”bom” e ”mau” é puramente uma conveniência humana.
— Uh? — Eu fiz um barulho estúpido e confuso.
Gus explicou para mim.
— Pense bem. Volt, presidindo até mesmo sistemas corruptos de ordem, pode facilmente ser um deus do mal, e Illtreat, comandando as revoluções para derrubar a corrupção, pode igualmente ser um do bem. Mas a realidade é que Volt nunca é falado e nem Illtreat é glorificado. Os padres não me agradavam dizendo isso, mas no final, a classificação dos deuses em bons e maus é apenas um artifício criado por seus seguidores.
Eu poderia dizer pelo seu rosto que ele estava completamente sério enquanto continuava a falar.
— Os deuses não são como nós. Seus pensamentos e ações estão preocupados com questões de uma escala totalmente diferente. Minha teoria é que o que faz os deuses “bons” é que eles têm um processo de pensamento comparativamente similar às pessoas normais, eles são cooperativos e seus pensamentos e ações são mais ou menos inofensivos para a sociedade. Claro que isso é apenas entre você e eu! — Ele riu.
Este era um mundo onde os deuses realmente existiam e tinham influência. As pessoas tinham que ter fé profunda neles, mas aqui estava Gus, não-ortodoxo e sem fôlego.
— Gus, você é… muito vida loka.
— Vida loka?
— Eu não sei, você é… diferente. De um jeito bom.
Ouvindo isso, o venerável sábio abriu outro sorriso perverso.
— As palavras que as crianças inventam às vezes… Sim, isso é muito bom.
Ele pareceu gostar. Não havia a menor dúvida em minha mente, ele realmente era vida loka.
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Sanguinário e eu estávamos em uma pequena nascente no sopé da colina, com uma vista magnífica do lago e da cidade em ruínas. Nós dois estávamos de frente um para o outro.
— Tudo bem. Praticar balanço completo, exercícios de corrida completo… Vamos treinar um pouco de esgrima.
Como um exercício de aquecimento, Sanguinário me daria um galho, ou algo se assemelhando a uma espada de uma mão, ou uma lança, e me fazia praticar balanços ou estocadas. Qual delas nós usaríamos dependia de como Sanguinário se sentia, mas a espada era um pouco mais comum. Ele disse que a lança era uma arma para o campo de batalha, e a espada era uma arma que você carregava consigo o tempo todo, então era mais importante se concentrar na espada no começo.
Depois de terminar os treinos, faríamos algumas corridas de longa distância e de curta distância, e depois disso, “esgrima”. Este era um jogo em que cada um de nós segurava um galho macio ou algo parecido, depois tentava bater um no outro com eles. Ao contrário das práticas de balanços relativamente chatas e corrida de longa distância, isso era realmente muito divertido, mesmo que às vezes doesse. Sanguinário era bom, e não me deixava atingi-lo facilmente.
— Você tem oito anos agora, então eu vou começar a bater um pouco mais forte.
— O queeee?!
— Por que dessa reação?
— Você é estupidamente forte! Se me bater com força, eu vou morrer!
Doía às vezes já, mesmo com a regra de “mal tocar”! Se ele me batesse forte…
— Tudo bem, tudo bem. Você está exagerando com “estupidamente forte”. Eu sou apenas ossos. Você ficará bem. — O Sanguinário fez uma pausa. — Bom, provavelmente.
— Pppp-provavelmente?!
Sanguinário riu alto.
— Só não seja atingido, então. Qual é a dificuldade disso?
— Para, para, para!
Ele avançou em mim com o galho.
— Oh, sim, você pode usar magia, se quiser. Aposto que você tem alguma coisa, certo? Algo que o Velho Gus te ensinou? Bolas de fogo, raios… Vá em frente! Eu posso aguentar!
Sanguinário ainda estava se movendo em minha direção enquanto falava. Já estava bem perto. Apesar de dizer que eu poderia usar magia, ele não tinha intenção de me dar a chance.
— Ah, você é tão injusto!
— Fwahaha! Não há misericórdia na batalha, Willie, meu garoto!
Quando Sanguinário chegou tão perto, gritei a primeira coisa que veio à minha cabeça.
— Acceleratio! — Era uma Palavra de combate que eu aprendi com Gus.
— Ooh, — disse Sanguinário, impressionado.
Senti meu corpo inteiro acelerar e pulei para trás como um tiro, levantando poeira enquanto colocava distância entre nós.
Ele estava me observando com interesse, e eu não queria perder esta chance. Gritei as Palavras que estava segurando como um trunfo.
— Currere Oleum!
Instantaneamente, uma espessa camada de graxa cobriu a grama sob os pés de Sanguinário. Ele gritou e seus pés escorregaram.
Eu tinha feito a graxa de mana, e desapareceria depois de um tempo, mas era mais do que adequado para fazer alguém escorregar! E enquanto eu tinha a vantagem…
— Cadere Araneum! — Eu joguei uma rede pegajosa, parecida com uma teia de aranha, que fiz com Palavras.
— Ah… Ei! — A teia grudou nele. Ele lutou no chão para tirá-la, mas quanto mais lutava, mais emaranhados seus ossos se tornavam.
Você poderia se machucar seriamente se estragasse tudo com a magia de fogo ou relâmpago, mas fracassar com a magia de graxa ou magia de teia não causaria nenhuma catástrofe. Se a magia não pudesse ser reproduzida de maneira confiável, eu teria que tirar o melhor proveito dela e usá-la de maneira inteligente. Assim como Gus disse, não havia necessidade de magia chamativa. Pequenas quantidades de magia, usadas de maneira sensata e precisa, faziam o trabalho.
Eu me movi para frente devagar, então a graxa diminuiu meu ritmo também. Depois de chegar perto o suficiente, gritei energicamente enquanto batia nele com o galho. Fez um barulho seco quando a madeira atingiu o osso.
— Gwagh! Droga, eu me rendo!
— Aeeee! — Eu levantei os dois punhos e gritei entusiasmado. Foi uma vitória que nunca esperei.
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— Muito bom, — disse Sanguinário, impressionado. A teia e a graxa tinham desaparecido desde então. — Isso veio do Velho Gus?
— Sim, — eu respondi.
Ele riu, suas chamas oculares cintilavam.
— Sério, você realmente entendeu! Eu sinto que entendo porque Gus te chama de gênio.
Eu olhei para ele confuso.
— Quero dizer… eu esperava que você tocasse fogo. Pensei que optaria pelo grande fogo chamativo ou magia de relâmpago, sabe? A maioria dos jovens feiticeiros faz isso.
— Eh… Esse tipo de coisa não é para mim. Gus diz que é perigoso. — Concordei com ele também, especialmente quando um erro poderia me levar a explodir. Poder que você não pode controlar não é poder. É só um perigo. Talvez as memórias da minha vida anterior também tenham me influenciado aqui.
— É ótimo ver que você está aprendendo. Uma flecha flamejante ou algo assim não teria sido um problema para mim, de qualquer forma. Eu poderia apenas ter esquivado e alcançado você.
— V-você poderia?
— Pode apostar, eu poderia. Se eu realmente não estivesse brincando, poderia até lidar com aquela combinação de graxa e teia, — Sanguinário disse casualmente. — Não que isso seja fácil.
Eu não podia nem imaginar como ele iria fazer isso.
— Hmm, como?
— Quando a teia viesse em minha direção, eu forçadamente a enrolaria ao redor do galho em minhas mãos, e então eu teria que correr e sair da área com graxa, me concentrando muito em manter o equilíbrio.
Uma ótima solução direta.
— Espere, você estava me tratando como café com leite?
— Claro que estava. Você é uma criança. Se você perder o tempo todo, começará a pensar que não tem chance, e isso atrapalha toda a sua luta. É importante se familiarizar com a vitória. E não me entenda mal, eu estava lutando sério, só não dando tudo de mim. Quando um adulto como eu não pode lidar com um ataque de uma criança sem fazer tudo, se você me perguntar, isso é basicamente uma derrota.
Eu tinha que admitir que ele tinha razão. Nenhum adulto poderia se gabar de espancar uma criança em uma competição de força física, e se eles tivessem que reunir todo o seu poder para fazer isso, seria uma derrota em mais de uma maneira.
— Will, escute. O Velho Gus é um Grande Feiticeiro. As pessoas costumavam exaltá-lo. Chamavam ele de Sábio Errante. Ele matou monstros, parou as inundações e redescobriu pessoalmente algumas das velhas Palavras.
— Huh…
Eu já ouvi chamá-lo de Grande Feiticeiro algumas vezes, mas não tinha apreciado completamente o quão incrível ele era.
— Esse método que você estava usando, de se concentrar em manipular a situação no campo de batalha e impedir seu oponente, em vez de explodi-lo com poder de fogo? Essa é uma das respostas que Gus pensou; o resultado final de anos e anos de tentativa e erro. Ele pode ser um velho rabugento, mas em termos do que é capaz, é o melhor dos melhores. Certifique-se de lembrar o que ele te ensina. Ele merece isso.
— Sim. Não se preocupe. Eu respeito ele, sabe?
— Tudo bem, então, — ele assentiu.
— Hum, você também era um ótimo guerreiro, certo, Sanguinário?
— Claro que sim. Eu não quero me gabar, mas eles costumavam me chamar de o Ogro de Guerra. — Apesar de dizer que não queria se gabar, ele claramente adorava me contar sobre. Isso era muito Sanguinário. — Maria também tinha um título. Ela era chamada de Filha de Mater. Na verdade, houve um período em que os três de… uh.
— O quê?
— É só que, se eu começar a falar sobre isso, vai levar a algum lugar pesado.
Foi o que imaginei. Por que a minha memória mais antiga dessa vida é aqui, neste templo dessa cidade arruinada, separado da sociedade humana? Especialmente considerando que eles aparentemente foram pessoas importantes, por que esses três moravam aqui como mortos-vivos? Essas perguntas sempre me atormentaram, e provavelmente era justo suspeitar que a situação atual não era o resultado de um final feliz. Maria e Sanguinário às vezes deixavam escapar algumas coisas, mas nunca falavam disso em maior extensão.
— Você vai me dizer um dia?
— Claro que sim. Assim como prometi, quando você for um pouco mais velho. E tudo na ordem certa. — Sanguinário se esticou levemente e segurou o galho novamente.
— Certo, vamos de novo! Desta vez, sem magia!
— Queeeeeee?!
Sanguinário estava na minha frente antes mesmo que eu pudesse protestar. Tentei atacá-lo com o galho em pânico, mas ele se esquivou sem esforço, e o galho que ele segurava bateu na minha cara. Fechei meus olhos reflexivamente.
— Você é estúpido?! Não feche os olhos! — O galho de árvore bateu na minha na testa.
— Ow! — Eu me agachei, segurando minha testa. O galho era flexível e curvado como um chicote. Mesmo quando ele não estava colocando muita força, quando ele acertava você em uma velocidade razoável, ainda era bem doloroso.
— E agachando-se de dor? Pior ainda. Agora olhe o que acontece.
Ele pisou nos meus pés e me empurrou. Se esta fosse uma batalha real, eu teria sido chutado como uma bola de futebol. Meus órgãos poderiam ser sido feridos.
— Mesmo se você for socado na cara, não feche os olhos. Substitua seus reflexos por treinamento. Em uma luta como esta, em que um único instante pode fazer a diferença entre ganhar ou perder, apenas um amador fecharia os olhos. Então, quando você for atingido, aguente e se mova.
— M-mova-se, mesmo quando estou ferido? — Você normalmente não recuaria e se prepararia para outra tentativa? Isso foi o que eu percebi, pelo menos.
— Will, se você recuar depois de levar um golpe, o que seu oponente vai pensar?
— Não sei…
— Acabei de ter um grande sucesso! E ele está estremecendo e recuando! Está funcionando! Eu sou superior! Agora é minha chance de acabar com ele! Certo?
Ah…
— É claro que ele vai te pressionar ainda mais, tentando finalizar as coisas de vez em quando. Enquanto isso, você está lesionado e em desvantagem quando se trata de defender ou correr. Tentar evitar uma situação ruim acaba por piorar progressivamente as coisas. Isso é chamado de não pensar nas coisas… hm? Por que você está me olhando de maneira engraçada?
Evitando riscos e mantendo distância, a situação se deteriora lentamente em algo que não se pode ser recuperado. Eu estava mais do que familiarizado com esse conceito.
— Então… você vai em frente e depois?
— Isso é fácil, — Sanguinário riu. — Você corre e ataca como um louco.
Era uma aproximação agressiva e brutal.
— De qualquer forma, você está morto se recuar, então você entra de cabeça. Continua atacando, usando sua espada, lança ou punho, o que você tiver, de novo e de novo. O outro cara está pensando “Eu sou superior! Eu ganhei!” E vai ser pego de surpresa. Se você for para cima dele pode acabar dando um bom golpe ou dois de sua preferência. Então, claro que você está ferido, mas vai estar em posição de novo na pior das hipóteses. Você pode até virar tudo e ganhar.
Quando você sofrer um golpe doloroso, vá para frente. Dê um passo à frente e devolva tudo que tomou.
— Mesmo que ele interrompa seus ataques, você colocará uma dúvida em sua mente. “Eu pensei que tinha dado um bom golpe, mas… ele não sentiu? Apenas o deixei com raiva? Será que esse ataque vai funcionar nele?” E se você puder fazer com que ele pense em coisas assim… — Eu senti como se Sanguinário estivesse sorrindo. — Ele vai se afastar de você. Mude para o modo defensivo. Dê-lhe espaço para respirar.
Você pode estar em desvantagem, mas seu oponente não saberá disso. Não tenha medo do risco. Dê esse passo para um futuro incerto. Arranque a iniciativa do adversário.
— Seus instintos ao atacar são bons, mas você fica com medo com muita facilidade. Nós vamos ter que trabalhar nisso. Apenas lembre-se, — Sanguinário dobrou seu braço. — Entre em forma e você poderá resolver praticamente tudo pela força.
Tudo o que eu podia ver eram ossos.
— Muito engraçado, Sanguinário.
Meu comentário pareceu chocá-lo e ele parecia um pouco deprimido.
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Alguns meses se passaram. O tempo ficou progressivamente mais quente e começamos a ter dias seguidos de sol escaldante.
As lições de Gus iam de magia e mitos à aritmética, contabilidade e economia, e às vezes até ao direito e engenharia civil. As lições de Sanguinário, no entanto, sempre foram extremamente diretas.
— Primeiro, você precisa ganhar músculos e resistência. Eles são mais importantes que qualquer outra coisa.
Sanguinário dobrou o braço, como se quisesse chamar atenção para seu bíceps. Claro, não havia músculos ali, apenas seu úmero nu.
— Eu não preciso aprender técnicas? Sabe, movimentos e outras coisas?
— Inútil sem músculos.
Recusado na hora. Era mesmo assim? Achei difícil aceitar uma declaração tão contundente. Talvez tenha sido a influência de todos os mangás que li na minha vida anterior, onde um garotinho batia em pessoas maiores que ele em uma quantidade surpreendente de tempo.
Sanguinário parecia sentir que eu não estava convencido.
— Hmm… Tudo bem, então, Will. Você poderia me derrubar sem usar magia? — Ele assumiu uma posição firme. A visão daquele saco de ossos de quase dois metros de altura fazendo agachamento estável parecia incrivelmente poderoso. Não havia como uma criança de oito anos (mais ou menos) fazer qualquer coisa.
— Não.
— Não pense assim. Nossos corpos são completamente diferentes. Você não pode superá-lo sem uma arma, mesmo com as técnicas de um mestre. Diferenças de corpo, peso, músculo; tudo isso se resume diretamente em poder. Claro, ter um movimento ou dois na manga te dá a chance de mudar o rumo das coisas. É por isso que todo mundo faz um grande negócio com eles. Nós todos amamos torcer pelo oprimido. Mas você não quer confiar nisso.
Antes que eu percebesse, ele havia chego perto de mim, e com um movimento ágil dos pés, me derrubou. Pouco antes de beijar a grama, reflexivamente abracei meu corpo e toquei o chão, diminuindo minha queda com uma técnica que Sanguinário imprimiu em mim.
Ele às vezes testava minhas quedas assim, me pegando de surpresa. Se não fosse boa o suficiente, eu seria submetido a prática interminável novamente, e passaria as próximas horas rolando na grama.
— Bom, ótimo trabalho. É assim que a realidade é, na maioria das vezes. O cara grande sempre tem a vantagem. Ser grande é uma grande vantagem e uma força. Bem, você não pode sempre dizer isso, não quando armas e magia se envolvem.
Sanguinário explicou que empunhar uma arma particularmente mortal ajuda a reduzir a importância do físico. Certamente, se um adulto e uma criança brigassem de mãos nuas, com facas ou com armas, as armas chegariam mais perto de nivelar a batalha.
— Ainda assim, isso não muda o fato de que o físico e os músculos são importantes. Você precisa se exercitar muito, fazer grandes refeições e ficar maior.
— Sim.
Obviamente, para o seu treino se transformar em músculo, você tem que comer mais calorias do que queima. Se não se transformar em músculo, todo o esgotamento do treino conta para nada. Sanguinário sempre chamava isso de desperdício. Na minha vida anterior, eu tinha uma dieta desequilibrada. Comia muito pouco, em horários irregulares. Desta vez, eu queria comer refeições regulares e queria comer muito.
— Então, sobre músculos. O que é ótimo nos músculos é que são bons em qualquer situação. Vamos dizer que você tem… eu não sei… alguém com pés ligeiros, que pode dar socos muito precisos.
Eu imaginei um boxeador.
— Ele acaba numa situação lenta e maçante. Quão úteis são as técnicas do lutador?
Mesmo a curta distância, ele provavelmente poderia dar um soco nos lados do seu oponente, mas provavelmente causaria menos dano. Lembrei-me que no boxe, havia uma técnica real como essa, chamada de clinch.
— Tudo bem, agora vamos dizer que em vez disso você tem um cara que é bom em agarrar. Ele está usando técnicas de agarrão e de asfixia. Mas seu oponente tem pés rápidos, e inteligentemente mantém distância, e continua correndo e socando-o. Quão úteis são essas técnicas?
— Hmm… — As técnicas também não ajudariam muito nessa situação.
— Há muitas situações em que você não poderá usar suas técnicas em todo o seu potencial. Mas “ter músculos fortes” será útil em praticamente todas as situações. Quase nunca vai funcionar contra você. Se você estiver em uma luta cansativa, o músculo vai deixar você imobilizar seu oponente. Se está tentando manter a distância, isso vai dar força aos seus socos. Mesma coisa, se você tem uma arma. Se tiver uma boa força muscular, poderá balançá-la facilmente, repetidas vezes, e poderá manter a arma do oponente pressionada para trás. Suas técnicas e movimentos, por outro lado, não estou dizendo que são inúteis, mas não vão fazer nada por você fora das situações específicas em que pode usá-las. A mesma coisa com habilidades com armas. Você não necessariamente sempre estará carregando sua arma favorita, mas seus músculos, eles não vão deixar você, não enquanto continuar seu treinamento.
Sua análise foi muito realista, e o que ele estava tentando me dizer era simples. A força muscular e o físico eram os parâmetros básicos, e os movimentos e técnicas nada mais eram do que um bônus, acrescentados no topo se e somente se a situação permitisse.
— Portanto, deve ficar nítido qual é o mais importante a ser feito primeiro. Primeiro os músculos, depois os movimentos. Entendeu?
— Sim, entendi. Você realmente pensou em tudo isso. Eu não esperava…
— Você pensou que eu era um idiota, não é? Venha aqui. Sanguinário tem um presente para você.
Tradução: Erudhir
Revisão: Kakasplatt e Merciless
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