O Começo Depois do Fim

O Começo Depois do Fim – Cap. 94 – Escolhidos

 

POV CLAIRE BLADEHEART

Segurei Curtis, colocando minha mão sobre sua boca em desespero. Minha visão ficou turva enquanto as lágrimas continuavam a brotar e escorrer pelo meu rosto. Não podíamos… eu não podia fazer nada. Os membros do Comitê Disciplinar eram responsáveis por preservar a segurança e a ordem dentro da Academia Xyrus. Fui escolhida a dedo pela própria Diretora Goodsky para assumir esse dever vital e, com exceção de Arthur, fui designada para escolher os membros e liderá-los. Eu era a líder deles, mas deixei tudo isso acontecer…. escolhi deixar um espião entrar. Eu não sabia que todos os nossos movimentos estavam vazando para o inimigo. Eu era responsável pelo estado em que Theodore estava agora. Mesmo se saísse vivo, nunca seria capaz de andar sobre os próprios pés novamente.

Fui responsável pela captura de Feyrith. Fui responsável pela morte de Doradrea Oreguard. … Eu deveria ter notado pela forma como o grupo radical parecia saber de cada movimento nosso e sem esforço nos ultrapassavam em cada ocasião. Acho que, inconscientemente, acreditei que os membros da minha equipe seriam, sem dúvida, leais. Por causa de minhas suposições ingênuas, fomos os primeiros a ser atacados.

Aconteceu ontem à noite, quando a confortável luz fraca do amanhecer apareceu no horizonte. Estávamos ocupados nos preparando para a batalha em grande escala que vinha eventualmente; finalizar o plano de evacuação de emergência depois de construir casas seguras improvisadas em porões e velhas salas de aula para os alunos se protegerem. Todos concordamos que isso poderia ser um pouco exagerado, mas agora percebi que não era nem perto do suficiente. Inquietos, todos decidiram desabafar treinando. Foi ideia de Kai. Sugeriu que aumentássemos a área da barreira de treinamento para que todos pudessem praticar sem os alunos, que estavam todos no limite com os eventos recentes, sendo assustados pelo som de feitiços e armas colidindo. Nunca havíamos ampliado a barreira de treinamento antes, mas, no entanto, não achei nada de errado com sua sugestão, então deixei Kai supervisionar a barreira enquanto o resto de nós treinava dentro dela. Quando a barreira se formou, ela assumiu um brilho avermelhado que normalmente nunca apareceu. Pensando bem, a barreira de treinamento que Kai ergueu usando o artefato era uma versão em miniatura da gaiola que agora cercava toda a academia. Foi quando fomos atacados. Kai os havia deixado entrar; era tão simples quanto isso.

Aquele bastardo astuto foi quem deu todos os nossos planos ao grupo radical enquanto nos alimentava com informações falsas. Kai estava com as mãos ocupadas mantendo a barreira erguida para que ninguém de fora pudesse ouvir os sons da batalha. Estávamos em desvantagem numérica de três para um, estávamos prestes a vencer. Os magos do grupo radical eram fortes, mas os membros da minha equipe eram mais fortes. Teríamos nos libertado e avisado a academia…, mas ele tinha que aparecer. Assim que pisou na barreira, qualquer vantagem que tínhamos desapareceu. Eu simplesmente não conseguia acreditar que ele faria parte disso. Não, eu estou mentindo. Era definitivamente possível ele fazer parte disso. O que eu não conseguia acreditar é que era ele mesmo. Sozinho mudou a situação. Era um mago talentoso antes e se não fosse por sua personalidade distorcida e presunçosa, eu definitivamente gostaria que ele se juntasse ao Comitê Disciplinar. Era talentoso, mas muitas de suas descobertas vieram do uso excessivo de elixires e outras drogas sintéticas que resultariam em consequências terríveis mais tarde. Esse era o boato, de qualquer maneira. Mas ele estava em outro nível. A flutuação de mana em torno dele era comparável à dos professores— não, além deles. Mas era estranho. As abundantes partículas de mana ao seu redor eram erráticas, quase caóticas. Havia tanta mana sendo gerada à força que transbordou. Eu não tinha certeza se essa era a causa, mas até a cor de sua pele e cabelo adquiriram uma tonalidade diferente. A quantidade de mana não era natural para alguém que mal chegava à idade que a maioria dos humanos começaria a despertar. Isso me lembrou de Arthur. Ele pode até ser mais forte do que ele atualmente, no entanto, eu sabia com certeza que o que quer que o tenha levado a este estado não era nada natural.

Desnecessário dizer que não éramos páreo para ele. Conjuração sem cântico, conjurações múltiplas, um poço infinito de mana— mesmo estando sozinho, senti que poderia ter resistido a todos nós juntos. “Como era possível ele ter se tornado tão forte?” Era o pensamento persistente que continuava correndo pela minha mente, cutucando-me.

— Você se considera um estudante desta academia? De todas as pessoas, eu presumiria que seu orgulho não permitiria que você fosse um cachorro de um grupo terrorista maluco, Lucas.

Cuspi com desdém.

— Agora vejo que estava errada.

Pude ver que atingi um ponto nevrálgico quando sua expressão presunçosa escureceu, mas antes que ficasse imprudente como eu esperava, Kai interveio.

— Lucas, ele quer isso rápido e limpo. Não se esqueça da missão.

Disse Kai secamente, com o rosto tenso de concentração por tentar manter a barreira erguida. Kai tinha ignorado nossos gritos de ódio repetidos investigando o motivo de sua traição, apenas abrindo a boca para manter Lucas sob controle. Neste ponto, seria impossível sair tentando vencê-lo; nosso objetivo era criar uma abertura na barreira.

Enquanto lutávamos, direcionamos nossos feitiços intencionalmente para o mesmo local sem que eles percebessem, mas a barreira era muito mais forte do que havíamos previsto. Depois de derrotar três deles, Feyrith foi o primeiro a ser capturado e puxado pelos outros membros do grupo radical, mas, a essa altura, havíamos conseguido fazer uma rachadura na superfície da barreira. Conseguimos fazer uma lacuna na barreira grande o suficiente para passarmos, mas nem todos pudemos escapar. Com os dentes cerrados, tivemos que deixar para trás Doradrea, junto com Feyrith, que paralisou o grupo radical por tempo suficiente para que pudéssemos escapar.

Não parecia que escapamos, não, parecia que tínhamos sido soltos. Eu ainda podia me lembrar claramente do sorriso gravado em seu rosto enquanto estava lá, olhando para mim como um inseto que ele soltou porque não queria se incomodar com a bagunça. Quando saímos, já era tarde demais. Nossa batalha havia levado tempo e, durante esse tempo, a academia já estava trancada em uma gaiola e sob ataque tanto do grupo radical quanto das bestas de mana.

A Diretora Cynthia não havia retornado e quando encontramos alguns dos membros do Conselho Estudantil, eles também foram atacados, embora parecessem estar em melhor forma do que nós. Clive parecia especialmente grato pelo fato da presidente do Conselho Estudantil ainda não ter voltado de sua viagem. A secretária do Conselho Estudantil, Lilia, eu acho, me perguntou preocupada se Arthur estava bem e ficou aliviada ao descobrir que ele não estava na academia. Foi desmoralizante para nós, pois alguns dos alunos pelos quais tentamos tanto lutar simplesmente cederam e ficaram do lado dos inimigos. Mas eu não poderia culpá-los. Fomos nós que falhamos em nossos trabalhos para protegê-los…

— Por favor, Curtis… por favor.

Continuei implorando, sufocando um soluço.

— Por favor pare. Você não pode.

Mordi meu lábio inferior.

— Por favor…

Curtis cedeu relutante e se acalmou, mas eu ainda podia senti-lo tremendo de raiva. Tirei minha mão de sua boca e percebi que havia sangue. Era Curtis. Ele estava mordendo o lábio com tanta força que os feriu.

— Eu vou matá-lo…

Ouvi Curtis murmurar, com a voz trêmula.

— Curtis, por favor… apenas espere. Eu não posso deixar você sair atacando como Theodore. Não podemos perder você também.

Tentei manter um tom firme enquanto falava, mas não soei convincente nem para mim mesma.

— Esperar? Devemos apenas esperar enquanto o deixamos matar Theodore e Feyrith? Huh? Como ele matou Doradrea?

Ele cuspiu em um grunhido, sua voz baixa e fraca. Meu peito se contraiu com o veneno nas palavras de Curtis, mas antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa, um som agudo me parou. Curtis segurou a bochecha esquerda, atordoado.

Os olhos de Kathlyn estavam vermelhos e inchados, seus longos cílios ainda molhados de lágrimas. Sua expressão era um nó de tristeza e frustração. Sua expressão impassível usual não estava em lugar nenhum. Sua mão ainda estava erguida na frente dela de onde acabara de dar um tapa no irmão. O golpe não foi alto, nem tão forte, mas eu poderia dizer pela expressão de Curtis que o leve tapa de sua irmã atingiu mais profundo e mais forte do que qualquer golpe poderia.

— Irmão. Precisamos pensar em uma maneira de salvá-los. Precisamos fazer um plano para proteger todos aqui. Precisamos parar aquele monstro, mas não podemos fazer nada disso se você for assim… ou se estiver morto.

O olhar de Kathlyn era implacável, cada palavra sua penetrando não apenas em Curtis, mas também em mim. Ela estava certa, precisávamos agir juntos. Precisávamos pensar em um plano. Olhei ao redor da multidão em frente à torre do sino e atrás de nós, pensando em uma maneira de escapar para a sala da Diretora Cynthia para ver se havia algo que pudesse nos ajudar lá, mas figuras com mantos montavam guarda, enquanto as bestas de mana estavam tensas em pé e pronto para atacar qualquer um que tentasse fugir. Foi então que eles tiraram os cativos, e foi então que vi Feyrith sendo arrastado, espancado e inconsciente. Enquanto todos olhavam em silêncio a fileira de figuras vestidas com mantos, cada uma segurando seu respectivo prisioneiro, marchava silenciosamente para fora, demorei alguns segundos dessa distância para perceber que um deles… era a presidente do conselho estudantil.

 

POV ELIJAH KNIGHT

A cena se desenrolou em câmera lenta para mim. Esfreguei meus olhos apenas para ter certeza, mas não importa quantas vezes esfregasse e piscasse, sua figura não mudava. Enquanto desgrenhada e emaranhada com sujeira e sangue, não havia como confundir aquele distinto cabelo prateado. Minha mente disparou enquanto uma parte de mim lutava para descobrir o que tinha acontecido e como ela apareceu aqui enquanto outra parte de mim ainda estava em negação; ela não deveria estar aqui. Ela deveria estar com Arthur. Sussurros e murmúrios começaram a explodir assim que os alunos e professores perceberam que um dos prisioneiros era a presidente do Conselho Estudantil e o outro membro do Comitê Disciplinar.

— Shhhhh.

Draneeve acenou teatralmente com a mão para que nos acomodássemos antes de continuar.

— Tenho certeza de que todos vocês estão morrendo de vontade de saber o que está acontecendo, mas antes de explicar, gostaria de me apresentar.

Ele deu alguns passos à frente e endireitou o manto, penteando o cabelo para trás com os dedos.

— Como mencionei antes, eu sou Draneeve.

Fez uma pausa dramática, como se esperasse uma salva de palmas. Quando nada aconteceu, apenas deu de ombros e continuou.

— Sei que, neste momento, vocês podem me ver como uma espécie de cara mau. Eu não ficaria surpreso com os ataques e as mortes, mas garanto a vocês, estou do seu lado.

Essa declaração ridícula causou alvoroço, enquanto zombarias e gritos ecoavam pela multidão…

— Silêncio.

Sua voz não poderia ter sido mais alta do que um rosnado baixo, mas o peso daquela palavra e a pressão imediata em seguida congelou a multidão.

— Como eu estava dizendo… meu nome é Draneeve e vim para salvar todos vocês.

Draneeve abriu os braços de uma maneira grandiosa, seu manto balançando com o vento fazendo-o parecer bastante impressionante. Ninguém disse uma palavra, com muito medo do que ele poderia fazer. Todos nós simplesmente esperamos que continuasse falando.

— Vejam, eu vim de uma terra distante. Esta terra distante é um lugar cruel e doloroso para os fracos. Sim, estou falando de todos vocês. Aqueles reunidos aqui são considerados a “elite”, cujas origens e potenciais fazem de vocês o futuro deste continente, mas de onde venho, vocês. São. Simplesmente. Lixo.

As últimas palavras de Draneeve foram cuspidas em um staccato1staccato é um sinal que indica suspensão entre notas musicais, basicamente, pausas zombeteiro.

— Dito isso, fiz esta jornada extremamente longa e cansativa para preparar aqueles que considero dignos de modo que, quando, meu senhor se tornar o novo governante, vocês terão um lugar em seu reino e não serão jogados de lado como o lixo que são atualmente.

Olhei para trás para ver todos apenas olhando ao redor, confusos. Pelas expressões em alguns de seus rostos, pareciam não acreditar. Não apenas surpresos, mas sinceramente pareciam pensar que tudo isso era uma grande brincadeira.

— Aos que hoje estão à minha frente, parabéns por serem os escolhidos como peões de honra do novo governante deste continente. Lukiyah, dê um passo à frente e mostre a eles um vislumbre dos poderes recém-descobertos com os quais você foi concedido.

Lukiyah? Não… não poderia ser … A figura, escondida sob seu manto, que estava segurando Tess pelos cabelos, deu um passo adiante, arrastando-a com ele. Mordi meu lábio, lutando para me manter calmo. Por baixo do capuz, ele parecia estar procurando por alguém antes de parar. Podia sentir seus olhos em mim. Eu fiquei paralisado enquanto tirava o capuz de seu manto. Confirmando minhas suspeitas, descobri que era Lucas Wykes. Seus olhos pareciam estar rindo enquanto continuava a me encarar. Lentamente, a borda de seus lábios se curvou enquanto ele puxava Tessia pelos cabelos, apenas o suficiente para que seu pescoço ficasse próximo ao rosto dele. Seu olhar zombeteiro nunca deixou o meu enquanto Lucas corria sua língua lentamente… irritantemente do pescoço até a orelha, apenas para parar e piscar para mim. Qualquer tipo de inibição controlando minha raiva desapareceu naquele instante, deixando-me com sanidade suficiente para amaldiçoar.

— LUCAS, SEU FILHO DA PUTA DO CARALHO! COMO VOCÊ OUSA!?

Minha visão ficou vermelha quando minha mente começou a entorpecer. De repente, como se alguma força interna empurrasse minha consciência para fora, meu corpo parecia que não era mais meu… como se eu fosse uma pessoa totalmente diferente simplesmente observando do ponto de vista de primeira pessoa.

— Mate.

Uma voz ecoou na minha cabeça. Eu nunca tinha sentido uma sensação como essa antes, mas eu sabia que tudo o que estava controlando meu corpo, sabia como usar meus poderes melhor do que eu mesmo.

— Mate.

Era uma sensação peculiar que eu sabia que não era normal. Parecia que o monstro que eu estava tentando manter trancado trocou de lugar comigo. Minha visão distorcida e pulsando constantemente com o que eu presumi ser adrenalina. Eu não conseguia ouvir nada além das batidas do meu coração. Meu corpo parecia uma concha controlada como uma marionete por alguém que não era eu.

— Mate.

A voz estava ficando mais forte. O que diabos estava acontecendo comigo? Picos negros se romperam da terra ao meu redor, machucando alguns dos alunos que não conseguiam se mover para fora do caminho rápido o suficiente. Senti a necessidade de pelo menos me desculpar, mas meu corpo estava obcecado por Lucas.

— Mate, mate, mate!

Minha mente parecia que ia se abrir de dor. Andei meio vacilante em direção ao ingrato que não poderia ser descrito apenas com palavrões. Ao me aproximar da barreira, me preocupei se meu corpo seria capaz de romper ou não, mas acabou sendo uma preocupação desnecessária. Algum tipo de plasma preto de repente engolfou minha mão e quando meu corpo o colocou contra a barreira, o plasma preto lentamente começou a dissolver a barreira tão facilmente quanto o fogo derretia manteiga. Eu pude ver a expressão de surpresa no rosto de Lucas, mas a expressão no rosto de Draneeve era muito mais inesperada.

Sua expressão empalideceu, torcendo-se e contorcendo-se de uma forma que eu só poderia dizer que era de medo. Ele estendeu as mãos de forma apaziguadora, como se estivesse tentando me acalmar. Naquele momento, as dezenas de bestas de mana todas saltaram para me atacar, mas foi inútil. Com um movimento rápido do meu pulso, as pontas pretas dispararam do chão, espetando as bestas de mana descoloridas no meio do salto. Era eu?

Nunca tinha visto magia como essa antes. Não era natural, quase maligno de certa forma. Como se fosse um poder destinado exclusivamente a matar e destruir. Meu corpo ignorou as bestas de mana mortas e lentamente se aproximou de Lucas, que agora havia perdido sua expressão confusa, substituída por sobrancelhas franzidas e um tom de inquietação nos olhos. As outras figuras vestidas com túnica soltaram decisivamente o aperto de seus prisioneiros e estavam prestes a correr em minha direção, mas por algum motivo Draneeve os deteve.

Não conseguia ouvir o que ele estava dizendo, mas Draneeve parecia estar quase implorando enquanto suas mãos constantemente gesticulavam na esperança de me acalmar. De repente, uma dor aguda que me atingiu como uma lâmina em chamas fez meu corpo ficar rígido. Eu não sei como eu sabia disso, mas parecia que meu corpo estava chegando ao seu limite. Não, ainda não. Eu sabia que não podia controlar meu corpo, mas neste ponto, eu queria desesperadamente que meu corpo, pelo menos, matasse Lucas como tinha planejado.

Meu corpo começou a cambalear, à medida que cada passo parecia lentamente se tornar mais instável. Quase… Meu corpo levantou a mão e uma ponta preta disparou na direção de Lucas. O pico que parecia ter pelo menos um braço não poderia o matar como esperava, mas sua velocidade foi rápida o suficiente a ponto de ele não conseguir se esquivar completamente do projétil.

Lucas caiu para trás com a força do golpe e eu mal conseguia distinguir a ponta preta saindo de seu ombro direito. Apenas mais um… Minha visão estava escurecendo e meu corpo acalmou. Parecia estar perdendo a consciência. Olhei mais uma vez para Draneeve, que parecia mais confuso agora, e antes que minha consciência se desvanecesse completamente na escuridão, pensei tê-lo visto. Posso ter apenas alucinado, mas pensei ter visto meu amigo. Pensei ter visto Arthur, mas isso pode ter sido apenas um pensamento positivo.

 


 

Tradução: Reapers Scans

Revisão: Reapers Scans

QC: Bravo

 

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