O Começo Depois do Fim

O Começo Depois do Fim – Cap. 516 – À Beira do Nada

 

POV ARTHUR LEYWIN

 

A cortina cristalina passou, dura e fria, sobre minha pele. A ruptura da realidade torceu minhas entranhas. Uma dor distante, como a projeção de uma sensação sofrida por outra pessoa, latejava fundo atrás dos meus olhos. Um desconforto gélido… e nada mais. Tentei piscar, esperando que minha visão voltasse ao normal ou surgisse lentamente, como um velho filme em preto e branco da Terra.

Meu corpo saiu da cortina e caiu sobre um solo macio, e o vazio sensorial foi subitamente substituído por um caos supersaturado de luz e escuridão, ruído e umidade, ar quente e uma brisa forte.

Pisquei para afastar o enjoo que se contorcia no meu estômago já embrulhado, forçando-me a permanecer presente enquanto procurava por Tessia.

Mas ela já estava ali, de costas para mim. Segui com os olhos a curva graciosa de seu pescoço até o ombro, descendo por seu braço esguio e tonificado até a pequena mão. Minha própria mão se estendeu, nossos dedos se entrelaçando. Um choque de surpresa percorreu seu corpo, mas então parte da tensão se dissipou, e seu aperto se firmou, embora ela não tenha se virado para olhar.

Um suspiro trêmulo escapou de mim quando meus sentidos voltaram a emitir sinais que meu cérebro conseguia processar.

O ruído onipresente vinha de um oceano sereno que parecia se estender eternamente à nossa frente. Havíamos sido deixados bem na margem, minhas botas afundando na areia negra. Estava escuro, mas o oceano brilhava com uma luz púrpura. Acima do horizonte, um céu igualmente vasto em preto e roxo escuro: o vazio etéreo.

Regis emergiu da minha sombra, sacudindo-se como um cachorro ao sair da chuva.

— Bom, isso foi novo. Onde… — Ele começou a se virar enquanto falava, então parou com um gemido baixo e um senso de vertigem tão intenso que transbordou pela nossa conexão.

Enrijeci, resistindo ao impulso de olhar para trás.

A cortina cristalina estalou, e Varay surgiu ao meu lado, o rosto pálido. Ao lado dela, Bairon caiu de joelhos, o punho cerrando-se na areia.

Sylvie apareceu atrás de mim e de Tessia. Suas mãos deslizaram sob nossos braços, e ela repousou a bochecha no ombro de Tessia. Pela nossa conexão, pude sentir seus pensamentos confusos, mas não consegui ouvi-los diretamente. Sua respiração estava superficial, os dedos, frios.

Um som áspero e metálico chamou minha atenção para além de Tessia, onde a exoforma semelhante a um grifo de Claire Bladeheart estava de costas, uma perna estendida o suficiente para que a água lambesse sua ponta.

De repente, eu estava em movimento. Ainda evitando olhar diretamente para trás, contornei Tess e Sylv e arrastei Claire para longe da água, sem querer que ela a tocasse.

— Isso são as Relictombs? — perguntou Varay, com uma postura desconfortavelmente rígida. — Mica tentou explicar, mas devo admitir que não compreendi totalmente sua… empolgação ao narrar.

— Deve ser, embora isso pareça diferente — respondeu Sylvie enquanto eu me inclinava sobre Claire.

— Você está bem? — perguntei.

Dentro da exoforma, ela acenou. Seus olhos desviaram do meu rosto, fixando-se em algo distante da margem. Fecharam-se instantaneamente, sua era expressão de intenso desconforto. — Acabei de levar uma surra. Um pouco tonta. Talvez eu devesse sair da…

— Não — interrompi, plenamente consciente do que quer que estivesse às nossas costas, aquela coisa que ninguém parecia conseguir encarar. — Fique aí. Você está completamente desprotegida aqui, caso contrário, pensei, mas não disse em voz alta.

— A mana aqui é sufocante — continuou Varay, dando um passo em direção à água. Ela ergueu uma mão, e cristais de gelo formaram um fractal complexo no ar. — Há algum tipo de feitiço potente em ação.

Lentamente, ela se forçou a virar a cabeça para tentar olhar para trás, os olhos seguindo algum movimento invisível no ar. Seus olhos começaram a revirar nas órbitas, e Bairon segurou seu cotovelo para apoiá-la. Ela se virou cambaleante, piscou várias vezes, então sua boca se abriu em óbvia surpresa ao olhar para o mar.

Quando falou, suas palavras saíram arrastadas e embriagadas:

— O que… acabou de acontecer?

Regis começou a andar para frente e para trás na margem, seus olhos caindo automaticamente a cada volta, de modo que ele nunca olhava diretamente para trás.

— Tem essa sensação doentia de estranheza e vertigem, mas, pelo canto do olho, não vejo nada. É como se… — Sua voz sumiu, e senti sua mente procurando a maneira correta de descrever.

— Como se este lugar estivesse incompleto — disse Tessia, continuando o pensamento.  — Ou… talvez como se aquela parte não fosse necessária, então nada foi colocado ali.

— Com todo respeito, Lady Eralith — falou Claire enquanto manobrava sua exoforma ruidosamente para ficar de pé —, mas isso não faz sentido. Como um lugar físico pode ser… incompleto?

Sylvie deu um passo à frente. Todos se viraram para ela, claramente esperando que falasse, mas, em vez disso, ela continuou caminhando em direção à água.

— Sylv? — perguntei, tenso devido à estranheza da zona e da nossa situação.

Ela não respondeu, e seu pé afundou na água etérea que ondulava suavemente. Ela ofegou, e num instante, puxei-a de volta, posicionando-me entre ela e o mar. Com uma leve sacudida, tentei fazê-la olhar nos meus olhos. Em vez disso, minha atenção desviou-se para além de sua orelha, para o espaço atrás dela.

Minha mente imediatamente se rebelou, recusando-se a dar sentido aos sinais que recebia. Por puro instinto, ativei o Gambito do Rei. Em vez de me ajudar a compreender o que via, isso apenas amplificou a disforia espacial em cem vezes, e o gosto de bile subiu à minha garganta. Meus olhos reviraram, e pensei que fosse desmaiar.

Então, mais uma vez, eu estava olhando para o oceano sem fim sob o vazio etéreo.

Sylvie ainda estava ao meu lado, mas agora seu olhar queimava o lado da minha cabeça, sua expressão intensa e desesperada, não mais com aquela aparência vaga e perdida de momentos antes.

— Então você vê um lugar onde a realidade está tão fraturada que não pode sequer olhar para ele, e sua primeira reação é encará-lo com uma dúzia de fios de consciência ativa ao mesmo tempo? — Embora seu tom fosse duro, seus pensamentos sondavam os meus com gentileza. — Você está bem? Já percebi que não conseguiu nada com isso.

— Sim… não. — respondi, balançando a cabeça. — Precisamos entender o que está acontecendo aqui.

— Precisamos? — Claire perguntou. Ao olhar ao longo do nosso grupo, ela teve cuidado para não virar a cabeça demais, nunca observando o espaço atrás de nós além do canto do olho. — Não deveríamos apenas… ir embora?

Estalei o pescoço e flexionei meu éter.

— Sim, mas essas zonas… capítulos, como os djinns os chamavam… quase sempre têm algum tipo de enigma para resolver. Alguns podem ser resolvidos lutando, mas como ainda não vimos nenhum monstro…

Um movimento distante no mar etéreo me fez parar.

Uma ondulação percorria a água… não, mais como uma onda, ou uma série de ondas. A maré subitamente alcançou nossos pés, e, como um só, nosso grupo recuou vários passos.

— Você precisava dizer isso? — lamentou Regis, seus pelos arrepiados.

— Algo está vindo — concordou Sylvie, seus olhos dourados se estreitando em direção ao epicentro das ondas.

— Não sinto nada. — Bairon flutuou acima do chão, raios serpenteando pela lança carmesim até seus braços enquanto reunia mana.

Eu também não, mas Sylvie sentia. Não através do éter, mas… através da própria água. Lancei-lhe um olhar, que ela retribuiu, nenhum de nós entendendo por que ela podia sentir a água como um membro adicional.

A água se ergueu… ou algo emergiu dela, era difícil dizer. De forma humanoide, a figura era lisa e sem feições, composta quase inteiramente de éter, fluindo como se tivesse sido moldada do próprio mar etéreo. Um único olho abriu-se no centro de sua testa, depois um segundo, e então vários mais. Oito pequenos olhos de granada brilharam em um rosto escuro, cada um parecendo focar em um membro diferente do nosso grupo.

Estudei seus traços, tentando discernir suas intenções. Estava ansioso para ativar o Gambito do Rei, mas fazê-lo enquanto ainda podia ser exposto ao espaço fragmentado atrás de mim era um risco inaceitável. Ainda assim, o simples ato de encontrar os olhos da criatura fez um arrepio percorrer minha nuca e os pelos dos meus braços se eriçarem.

O que senti foi… Fúria.

Saltando à frente dos meus companheiros, conjurei uma lâmina de éter, invoquei minha armadura relicária e ativei o God Step, preparando-me para cortar seus pontos de conexão… mas, de repente, a figura estava bem diante de mim.

Golpeei, e uma espada de éter escuro formou-se em sua mão, bloqueando a minha. Retirei meu éter, encurtando a lâmina para que deslizasse pela borda da arma da criatura, então ataquei seu pescoço. Na outra mão, o éter condensava-se enquanto eu me preparava para liberar um golpe à queima-roupa em seu rosto.

Minha lâmina encurtada ricocheteou na barreira etérea endurecida ao redor do corpo da figura. Sua espada me perfurou na lateral, sua outra mão agarrou meu pulso para impedir o disparo, e uma terceira mão — formada sem que eu sequer notasse — segurou minha garganta.

A criatura era incrivelmente, absurdamente forte. Mantive seus oito olhos fixos em mim por um longo momento, até que, do lado, um raio de relâmpago azul brilhante engoliu meu atacante.

Soltei a lâmina que empunhava e conjurei mais três para flutuar ao meu redor. Éter condensou-se sobre meus olhos para protegê-los da luz enquanto desferia uma série rápida de golpes com as lâminas giratórias. Faíscas violetas voaram da torrente de relâmpagos quando meu éter colidiu com o do inimigo.

De repente, uma intenção assassina opressiva irradiou dele. O relâmpago desapareceu, e fui arremessado para trás, arrastando-me pela areia enquanto meus pés cavavam dois sulcos profundos.

A praia transformou-se em gelo, que rapidamente subiu pelas pernas da figura. Ela apenas deu um passo à frente, e o gelo se estilhaçou, incapaz de contê-la. Vinhas verdes brotaram da praia gelada e tentaram envolver a criatura, mas ela as arrancou também. Todos os oito olhos permaneceram fixos em mim.

Avancei em sua direção, trazendo duas das lâminas etéreas para uma posição defensiva e empunhando a terceira, com a ponta voltada para os olhos minúsculos da figura. Ela piscou novamente, apenas um pé para o lado, e golpeou-me com ambos os braços. Seus golpes eram tão pesados e fortes que minhas lâminas foram desviadas. Tentei girar o corpo e contra-atacar com uma estocada no rosto da criatura. Um golpe errou, mas o outro acertou meu ombro, arrancando-o da articulação e me jogando de joelhos.

Dois olhos cheios de ira derramaram luz violeta pelo rosto da criatura por um momento, então os demais olhos começaram a se mover, deslizando pela superfície líquida da pele até se fundirem em um único olho no centro de seu rosto sem feições.

Outra rajada de feitiços atingiu a criatura por vários ângulos, lançando Regis de costas, suas mandíbulas envoltas em Destruição, mordendo o ar.

O éter se acumulou em minhas pernas e braço enquanto a articulação voltava ao lugar, mas antes que eu pudesse agir, uma mão afiada cortou o ar em direção à minha garganta. Cambaleei para trás, tentando recuperar o equilíbrio e esquivar no mesmo movimento, mas, ao tropeçar, minha cabeça virou até que encarei completamente o vazio nauseante oposto ao mar etéreo… e então perdi completamente o controle.

Meu peito e maxilar latejavam, e então eu estava deitado de costas na areia molhada.

O som da água remexendo os pequenos grãos perto dos meus ouvidos era tão alto que parecia abafar todo o resto. Por um instante, não conseguia lembrar o que estava fazendo.

— Não se preocupe, princesa, fique aí deitadinho enquanto o resto de nós apanha feito trouxa! — Regis rosnou em minha mente.

Semiconsciente, virei-me na direção dos tremores que sacudiam o chão. Regis estava imobilizado de costas, suas mandíbulas cravadas no ombro da figura etérea, mas o rosto liso dela alongou-se, formando uma bocarra de vazio com dentes de éter que agora também estavam enterrados no pescoço de Regis. Eu piscava a cada clarão de relâmpago ou estalo de gelo azul-branco. O tempo parecia se distorcer, a luta em câmera lenta num instante e acelerada no seguinte.

Sacudi a cabeça, percebendo de repente que havia ficado atordoado com o último golpe. Erguendo-me com auxílio do éter, concentrei-me e disparei para frente. Uma lâmina etérea formou-se em minha mão, não maior que uma adaga. Antes, meus golpes haviam ricocheteado, e uma lâmina menor me daria mais controle.

Sem tempo para um Burst Strike, mesmo assim canalizei éter nos músculos do braço e ombro. Esperando resistência, fui novamente pego de surpresa quando a lâmina atravessou a barreira de éter e a carne escura com facilidade, seguida pelo meu braço até o cotovelo. A criatura foi erguida de cima de Regis, enquanto Sylvie teve que puxar Claire para fora do caminho quando passei voando e rolei pelo chão, enroscado com nosso atacante. Ainda rolando, puxei meu braço e a arma de volta, então golpeei de novo. Na quarta tentativa, a lâmina ricocheteou na pele da criatura.

Deitado de costas, encarei o olho único e desproporcional, agora em chamas de fúria. A intenção assassina da figura retornou quando ela começou a desferir golpes esmagadores como marteladas sobre mim. Levantei os braços, mas minha força vacilava a cada golpe, meu éter se estilhaçando junto com as escamas da minha armadura. Areia voava ao redor, brilhando sob a luz roxa, enquanto eu lutava para manter o foco enquanto tanto éter inundava meus membros só para manter minha defesa.

A criatura, com o rosto ainda alongado, escancarou as mandíbulas, e um grito lancinante emitiu estrias visíveis de som que fizeram minha visão passar de púrpura para branco. Feitiços se chocavam contra ela vindos da direita — gelo, relâmpagos e pura mana — todos falhando em causar qualquer dano perceptível. Parecia quase invulnerável. Até o ferimento em seu flanco já havia se fechado.

O que é essa coisa? pensei, debilmente, com as palavras ecoando ao fundo da minha mente, enquanto minha consciência se fixava no próximo movimento.

Estoquei com a mão esquerda, formando uma lâmina que se estendeu até o esterno da criatura, enquanto seus braços finos, mas poderosos, golpeavam novamente.

Meu cotovelo direito apoiou-se no chão, punho cerrado, éter fluindo para os músculos, preparando uma sequência de Burst Strikes perfeitamente sincronizados.

Meu braço empunhando a espada cedeu quando a lâmina de éter falhou em perfurar a pele escura. Continuei empurrando a lâmina, mais como escudo do que ataque, tentando conter o mínimo de força e impulso. Duas lâminas gêmeas, curvas como presas, formaram-se nas mãos escuras enquanto caíam sobre mim.

Liberei o Burst Strike.

A força do meu cotovelo empurrando contra a areia negra cristalizou o chão abaixo de mim. Meus nós dos dedos atingiram o estômago da criatura, logo abaixo do esterno, e senti meu pulso — reforçado por aether — colapsar, os tendões torcendo, o osso se partindo, os músculos rasgando. Minha visão explodiu em branco através da dor lancinante, e lutei para manter a consciência.

O hálito quente e salgado da criatura soprou em meu rosto enquanto ela — alguma manifestação de éter bruto, a raiva dos mortos — arfava sobre mim, suas presas encolhendo e o rosto alongado voltando ao normal.

— Vida… — Ela soprou, voz como vento em pedras. O som gelou meu sangue. — Odiosa, detestável vida. Precisa terminar. Devo esvaziar… você. — Dois braços finos irromperam repentinamente do torso, buscando minhas mãos e garganta.

O tempo pareceu parar.

Atrás da manifestação etérea, Sylvie estava de pé com a água até os joelhos. Ela puxava poder da água, mas eu já podia sentir seu controle sobre o tempo estremecer.

Arrastei-me para fora daquela forma escura e fina, mal conseguindo me levantar antes que o feitiço se rompesse.

Varay surgiu na minha frente, seu corpo envolto numa espessa camada de gelo, como uma estátua ambulante. O ar em si endureceu, a mana densa reagindo ao seu comando. A criatura lançou-se contra a parede de gelo e ficou presa nela enquanto o gelo crescia rapidamente, envolvendo-a por completo. Em instantes, estava selada num bloco azul perfeito, movendo apenas o olho, que brilhava de ódio focado em Varay.

A lança carmesim de Bairon atravessou o gelo e cravou no flanco da criatura, seguida por uma descarga branca e quente de eletricidade que percorreu o cabo até o corpo escuro. Alguém ajoelhou-se ao meu lado, me erguendo e me afastando do local.

Os braços da figura, envoltos em gelo, se contraíram, e o bloco congelado explodiu em mil estilhaços azuis, que viraram neve inofensiva no instante seguinte. Varay tentou recuar voando, mas uma mão de dedos longos agarrou seu tornozelo, girando-a e arremessando-a contra o chão, enquanto outra mão segurava metade da lança. Um terceiro braço surgiu, dedos esqueléticos se fechando em torno do pulso de Bairon. As duas Lanças liberaram seu poder e, por um instante, tudo ficou branco.

Então, Varay e Bairon foram arremessados para trás. Vinhas verde-esmeralda irromperam do chão, puxando-os para longe do inimigo.

Restou Claire, parada bem na frente da criatura, dentro da exoforma alta com aparência de grifo. Ajustei os pés na areia, pronto para usar o Burst Step antes que a criatura pudesse atacá-la, mas as mãos de Tessia se prenderam ao meu braço com força, e a voz de Sylvie soou em minha mente.

Olhe! — pensou ela, desesperada.

O olho da manifestação estava fixo em Claire, dentro da exoforma, mas havia algo diferente. Fisicamente, não mudou muito, mas parecia mais… suave, com o poder mais contido. Tinha que olhar para cima por causa da altura da máquina, o que o fazia parecer menor…

Quando adotou uma postura de combate, percebi que algo havia mudado significativamente. Ele se posicionava como uma pessoa, como um brigão de beco se preparando para a briga. Aquela figura magra agora parecia ágil, humana, empunhando duas lâminas escuras como facas.

As asas de Claire se abriram amplamente enquanto ela erguia a espada.

A criatura avançou. Uma asa coberta de penas cinza-ardósia desceu cortando, decepando um dos braços dela. Em seguida, um pé com garras se ergueu e se cravou em seu peito. A criatura foi arremessada ao chão, as garras fincadas nos ombros e estômago, encontrando pouca resistência na carne escura e etérea.

Um guincho molhado e lastimoso escapou de um corte fino no rosto sem feições, enquanto o braço restante se debatia, a lâmina na mão raspando inutilmente na fusão de metal e partes de bestas tratadas da exoforma. A espada de Claire — longa, larga e imbuída com sais de fogo de Darv — girou para apontar para baixo e então desceu, assobiando, atravessando o rosto liso.

A forma se desfez em fumaça e foi puxada para o mar.

— Não é um mar — disse Sylvie suavemente, a voz trêmula, seus pensamentos puxados em dúzias de direções diferentes. — É um rio. — Ela pousou uma mão na água para me mostrar como as ondulações se formavam ao redor da pele.

Ao meu lado, as mãos de Tessia se afastaram de mim enquanto ela dava um passo lento em direção a Claire, seus olhos fixos na espada ainda cravada no chão, com a areia ao redor vitrificada pelo calor.

A cabeça em forma de bico da exoforma virou-se para olhar Tess e depois para mim, cuidadosamente evitando olhar para além de mim, em direção à indescritível parede de desorientação. O olhar de Claire, através dos painéis de mana transparente e protetora, era cheio de expectativa, esperando que eu explicasse que diabos havia acabado de acontecer, mas meus pensamentos estavam voltados para Sylvie.

Você precisa sair da água — pensei, tendo que forçar minha mente através da confusão da consciência desfocada dela. No processo, meus próprios pensamentos se envolveram nos dela, que pareciam seguir em uma dúzia de direções diferentes ao mesmo tempo, fluindo amplamente para o passado e futuro simultaneamente.

Pensando juntos em sintonia, revimos a breve luta, desde o surgimento da figura e sua investida inicial, até minha intervenção e tudo o que aconteceu depois. Alguns detalhes específicos chamaram a atenção.

— Nas duas vezes em que chamei sua atenção, senti uma súbita intenção assassina. Forte o suficiente para quase me deixar atordoado.

— Mas só sentimos isso quando ele estava focado inteiramente em você — completou Sylvie.

Regis mancou até meu lado, seu pescoço sangrando profusamente.

— Ele estava atrás da princesa loira, aí eu enterrei meus caninos nele, mas então se virou contra mim e foi como se eu estivesse lutando contra uma maldita montanha. Não consegui nem arranhar.

Assenti, olhando cuidadosamente ao redor para meus companheiros. Tessia, felizmente, estava ilesa. Suas vinhas haviam recuado para o solo, mas notei que ela lançava olhares nervosos ao redor, como se esperasse outro ataque. Bairon e Varay tinham apenas ferimentos superficiais. Sylvie, embora não estivesse ferida, ainda permanecia no rio de éter.

— Na maioria das suas ascensões, os monstros criados pelas Relictombs se ajustavam à força dos presentes — disse Sylvie antes que eu pudesse repetir meu pedido para que ela voltasse à terra firme. — Essa… aparição também estava fazendo isso, mas com base em quem tinha sua atenção.

— Exceto que, em vez de ser forte o bastante para representar um desafio, ela era fortalecida para acabar com a nossa raça — comentou Regis entre lambidas barulhentas na ferida, que se fechava rapidamente.

— Mas por que pareceu tão fraca diante da Senhorita Bladeheart? — perguntou Bairon, acenando respeitosamente para Claire. — Você a derrotou com relativa facilidade, a menos que eu esteja perdendo algo.

Claire manobrou a exoforma para ajoelhar-se, ficando na altura dos olhos conosco.

— Não vou fingir que entendi o que está acontecendo aqui, mas… quando ela me examinou, eu senti… — Claire estremeceu dentro da exoforma. — Senti como se tivesse sido violada. Como se ela estivesse olhando dentro do meu peito. Do meu núcleo…

Assenti, entendendo o que ela queria dizer. Seu núcleo havia sido quebrado durante o ataque a Xyrus, anos atrás, e ela perdeu a capacidade de usar mana. Eu sabia exatamente como aquilo doía e, embora tenha vivido com essa limitação por um período relativamente curto antes de forjar meu núcleo de éter, eu também me sentiria violado ao ter algo olhando para minha fraqueza e me julgando por isso.

No entanto, percebi que a fraqueza de Claire pode acabar sendo a nossa salvação. Expliquei minha teoria aos outros.

— Mas se Agrona pretende nos prender ou matar aqui, por que criar uma criatura como essa? — Varay perguntou. Os braços cruzados sobre o peito, a geada se espalhando sobre a areia a seus pés. — Não faria mais sentido simplesmente lançar o oponente mais forte possível contra nós?

Balancei a cabeça, e uma mecha do meu cabelo loiro-trigo caiu diante dos meus olhos. A empurrei para trás.

— Agrona não criou essa criatura — respondi. — Não acho que ele possa fazer nada aqui. A projeção dos djinn, Ji-ae, talvez… mas pelo que entendi, ela é basicamente um catálogo consciente de biblioteca. Não constrói as Relictombs, apenas mantém o registro, ajuda a navegar, esse tipo de coisa.

Tessia deu um salto ao meu lado.

— O que foi isso? — Então, enquanto seus olhos buscavam algo que não vi, ela empalideceu e fez uma expressão de enjoo, virando-se rapidamente para longe daquele pano de fundo indistinto. — Ah, sol e estrelas, que coisa horrível. Queria que pudéssemos fazer algo quanto a… aquilo. — Ela gesticulou vagamente para o vazio atrás de nós.

— O que você viu? — perguntou Bairon, apertando o punho ao redor do cabo da lança carmesim, raios crepitando entre seus dedos.

— Não tenho certeza. Uma figura, talvez, mas… — Ela me lançou um sorriso tenso e deu de ombros.

Todos nós ficamos imóveis, nos preparando para outro ataque. Claire se posicionou entre o grupo e a direção para a qual Tessia havia olhado, a espada estendida como se estivesse pronta para atacar. Vários segundos se passaram lentamente, mas nenhum ataque veio.

Varay pigarreou, trazendo-me de volta à conversa:

— Então, se isso é apenas mais uma “zona” dentro das Relictombs, como saímos daqui? — Sua expressão se contraiu em concentração. — A maior parte da nossa força foi removida do campo de batalha no Taegrin Caelum, deixando Agrona livre para se concentrar inteiramente em Lady Seris e suas forças.

Ponderei minha resposta com cuidado antes de falar.

— Não acho que isso seja apenas outra zona — admiti, lembrando das palavras da aparição. Minha atenção se voltou para o ar ao nosso redor, enquanto o Realmheart queimava em minhas costas, fazendo meu cabelo flutuar e iluminando as runas ao redor dos meus olhos. — Quase não há éter atmosférico aqui. Está todo naquele… espera, Sylv, você disse que isso é um rio? E você pode, por favor, sair dessa coisa?

Bairon lançou o olhar sobre a extensão infinita do éter fluido.

— Não parece haver uma margem oposta. Como algo assim pode ser um rio?

Sylvie se agachou, colheu a água com as mãos e deixou que escorresse entre os dedos. Seus olhos estavam desfocados, e ela começava a tremer.

— Está fluindo. Viu? Varay…

A Lance entendeu de imediato e conjurou um iceberg a cerca de quinze metros da margem. Ele foi arrastado rapidamente pela correnteza, quase invisível a olho nu.

— A forma como a mana se move… — Varay parou e balançou a cabeça. — É como se estivesse empurrando algo para dentro do rio. O éter?

Tentei alcançar o éter no ar e puxá-lo para meu núcleo, mas quase não havia nada disponível. Então, me virei para o rio, mas também não consegui extrair éter dele; a força de tração era intensa demais. Então me aproximei da margem e me abaixei.

— Arthur, não — disse Sylvie, mas sua voz estava seca, sem intenção nem alerta.

Mergulhei a mão na água.

Um grito agudo escapou do meu peito quando a correnteza do rio me agarrou. Os portões do meu núcleo se abriram, e de repente meu éter purificado começou a ser sugado para fora de mim e para dentro do rio. Caí de joelhos, com os dois braços submersos até os cotovelos. Alguém gritou atrás de mim, e mãos firmes me agarraram e me puxaram de volta.

Cambaleei, levantando-me rapidamente e empurrando a multidão, subitamente sufocado, com a cabeça latejando, a respiração ofegante e rasa. Olhei para dentro de mim e empalideci diante da sensação de vazio no meu núcleo: quase metade do meu reservatório de éter restante havia sido drenado em poucos segundos.

— Bom, temos que dar o braço a torcer pro Agrona — disse Regis, com um tom zombeteiro, embora eu pudesse sentir a preocupação fervilhando sob a superfície de suas emoções. — Quando ele resolve ir atrás de você, Arthur, não brinca em serviço.

Bairon e Varay voltaram os olhos para Sylvie. Estavam falando, talvez perguntando algo, mas não consegui me concentrar nas palavras deles, porque Tessia, que havia sido forçada a recuar quando empurrei os outros para respirar, agora se aproximava de novo com cautela.

Sua mão subiu até meu rosto, depois deslizou pelo meu cabelo, úmido pelo suor frio. Ela se ergueu na ponta dos pés, inclinou-se para frente e me deu um beijo leve.

Meu coração batia com menos força, e parte da pressão em meu peito se aliviou. Inclinei minha testa contra a dela, tomando cuidado para não arranhá-la com os chifres da minha armadura relicária. Nenhum de nós falou; não era necessário. Estávamos dizendo tudo que precisava ser dito, sem palavras.

O zumbido de mana e metal desviou nossos olhares para Claire.

— Eu ficarei de guarda. Se formos atacados de novo, deixem comigo. Se outros inimigos operarem pelos mesmos parâmetros que aquele, então parece que minha exoforma me dá uma vantagem inerente contra eles. Nem acredito que estou em posição de dizer isso a vocês, mas… eu vou mantê-los seguros — Ela esboçou um sorriso. — Vocês só precisam descobrir como nos tirar daqui.

Bairon olhou para o chão, o maxilar cerrado. Embora tentasse esconder, a frustração estava clara em sua expressão.

Meus olhos seguiram Claire enquanto ela manobrava a exoforma para longe, iniciando uma espécie de patrulha ao longo da margem do rio. Meus pensamentos, no entanto, estavam no que ela havia dito: sua falta de poder pessoal era nossa salvação ali. As capacidades marciais da exoforma a protegeu de uma aparição que tentava igualar ou superar seu nível de força.

Esse pensamento me deu outra ideia.

— Regis. Me ajude com isso.

Ele dissolveu-se em incorporeidade e mergulhou em meu peito, depois retornou. A armadura derreteu do meu corpo e foi puxada junto com Regis. Ele entrou no esterno de Tessia, ela soltou um pequeno “Ah!” de surpresa, e então liberou sua atração gravitacional sobre a armadura. Imediatamente, ela se espalhou sobre o corpo de Tessia.

As escamas negras e os detalhes dourados permaneceram, formando uma carapaça compacta e ajustada ao corpo dela. Em vez das ombreiras e grevas brancas e pesadas, as que se formaram nela eram elegantes, peroladas e em padrão de folhas. Não havia elmo, mas um capuz escuro com filetes dourados surgiu atrás de seu pescoço.

Enquanto ela olhava para si mesma, maravilhada, eu a rodeei e levantei o capuz. Mana condensou-se em um visor cobrindo a parte superior de seu rosto. Dedos revestidos de escamas tocaram a máscara protetora ao redor da borda do capuz. Seus lábios se entreabriram, mas ela parecia sem palavras.

— Isso pode te dar uma vantagem se acabar cara a cara com outra daquelas coisas — expliquei, passando um fio solto do cabelo prateado-grafite dela entre os dedos.

— Eu consigo sentir o rio agora. — Ela disse, virando a cabeça em sua direção. — Todo aquele éter fluindo… está puxando a armadura.

Assenti.

— A armadura atrai éter, mas a força do rio é forte demais. Cuidado. Não sei o que aconteceria se você entrasse. — Ao dizer isso, meus olhos voltaram-se para Sylvie.

Apertando a mão de Tessia, virei-me para Varay e Bairon.

— Certo. Precisamos entender o que está acontecendo aqui. Varay, você está Integrada, o que significa que alcançou um estágio mais elevado de manipulação de mana do que qualquer outro aqui. Isso pode não te tornar a Legado, mas você é nossa melhor chance de entender o que esse mana está fazendo. — Cocei a nuca. — Eu… não consigo absorver mais éter, e o rio já puxou muito. Preciso preservar o máximo de energia possível, caso minhas habilidades sejam necessárias para sairmos daqui.

As duas Lanças trocaram olhares.

— Vou dissecar esse feitiço — confirmou Varay. Seus olhos se voltaram para Tessia. — Lady Eralith, você viveu dentro da mente do Legado. Embora seu corpo talvez não esteja integrado, sua mente esteve, pelo menos por um tempo. Pode se sentar comigo?

Os olhos de Tessia se arregalaram por trás do meio-elmo. Ela abaixou o capuz, e o elmo se desfez.

— Claro! — respondeu com um leve sorriso. — Mas não trouxe doces para o treinamento dessa vez.

Varay piscou, então soltou uma risada surpreendentemente leve.

— Uma pena. — As duas entrelaçaram os braços e caminharam um pouco pela margem até se sentarem na areia e começarem a conversar e gesticular.

— Regis, fique com a Tessia. Mesmo com a armadura…

— Nem precisa terminar, chefia — respondeu Regis, que havia se manifestado ao nosso lado assim que a armadura tomou forma. Ele caminhou até ficar a poucos metros da dupla, seus olhos brilhantes atentos à margem.

— Eu vou explorar os arredores — disse Bairon com firmeza, sem encontrar meu olhar. Ele estava rígido e tenso ao se virar, seu perfil carregando uma expressão sombria.

Dei um tapa em seu braço antes que ele voasse para longe.

— Obrigado. E Bairon… não deixe este lugar voltar você contra si mesmo.

Suas sobrancelhas se franziram, mas ele assentiu com compreensão. Ao alçar voo, uma névoa fina de areia negra escorreu dele. Então virou-se e foi embora, envolto por um leve brilho de luz azul-branca.

Respirei fundo e segurei o ar por alguns segundos antes de soltá-lo lentamente, finalmente voltando-me para meu vínculo. Sylvie ainda estava no rio, as mãos passando por sua superfície, os olhos focados em algum ponto distante.

— O que você está vendo? — perguntei, incapaz de sentir o movimento da mente dela.

Ela ajustou os pés, afundando um pouco mais na água.

— O que o rio parece para você, Arthur?

Franzi a testa. Fechando os olhos, concentrei-me inteiramente nele. Apesar da densidade imensurável do éter, era difícil senti-lo. Tão completa era sua atração que parecia arrastar até mesmo a emanação da força etérea consigo.

— Perigo. Parece mais com o vazio do que o próprio vazio.

Ela assentiu vagamente, sem me olhar.

— Porque é o tempo. Ele só flui em uma direção. Pelo menos, para a maioria das pessoas. Para mim, entretanto… — Ela ergueu o olhar, suas íris douradas encontrando as minhas como um reflexo. — Arthur…

— Eu posso ver tudo.

 


 

Tradução: NERO_SL

Revisão: ***

 

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NERO_SL

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  • BAIRON: Não fez quase nada nesse Capítulo coitado só vai servir de vigia.

    VARAY: Prevejo ela tendo uma boa visão da mana com esse pequeno treino com a tessia.

    CLAIRE: Quem diria que por ela não ter o núcleo vai ser a maneira deles sobreviverem a essa zona pois não vai ser só na força bruta que vão sair dela.

    TESSIA: Muito bom ela com a armadura djinn do Arthur e parece que ela sente melhor o éter com ela, momento bom pra ela praticar os insights do Legado pois antes disso não tinha necessidade de praticar.

    SILVIE: Sempre tendo essas coisas esquisitas nas Relictombs.

    REGIS: Sempre muito bom.

    ARTHUR: Sempre o primeiro extinto dele é resolver as coisas na força bruta e Lá vem o TurtleMe querer colocar viagem no tempo em tbate.

    DITO ISSO: Capítulo mediano.

    SEMPRE ME PERGUNTEI SE SERIA NECESSÁRIO O ARTHUR VOLTAR AS RELICTOMBS PRA CONCLUIR O PROCESSO DE ENTENDER O DESTINO JA QUE ELA É UMA ESCOLA E SO LÁ ELE SAIRIA "FORMADO".

  • Tbate chegou em um ponto que eu nem sei o que pensar, não acho que seja um teste, Arthur já encontrou o aspecto do destino. Sylvie voltou dos mortos, fez um paradoxo salvando Arthur de Agrona, encontrou uma entidade "ela acha que era a mãe dela" e agora ver algo que nem o Arthur ver 👀 nem ela e ninguém sabe explicar... O protagonista é ela kk

  • Imagine isso num anime... Que nunca vai acontecer depois daquela aberração que lançaram...

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