Encostei-me à parede, respirando pesadamente e apreciando a sensação de suor escorrendo pelo meu rosto. A caverna cheirava a ozônio e granito triturado, o barulho retumbante do nosso treinamento ainda ressoava em meus ouvidos.
Bairon se inclinou para a frente e apoiou as mãos nos joelhos, o suor escorrendo do nariz, cada respiração mais difícil que a anterior. A seis metros à sua esquerda, a pequena Mica se jogou de costas, bufando. Somente Varay permaneceu ereta, com os braços cruzados enquanto me olhava pensativamente.
— Isso foi melhor, não? — perguntei, repassando em minha mente cada etapa de nosso treinamento. Isso era diferente do treinamento técnico que havia feito com o Cylrit, de sangue vritra; as lanças me forçaram a trabalhar com meu corpo de forma diferente e eu as forcei ao máximo de suas capacidades, ao menos sem ameaçar suas vidas. — Acredito que a orientação de Arthur sobre usar a pouca mana que tenho da melhor maneira está começando a fazer sentido.
Bairon soltou uma zombaria que não disfarçou seu sorriso de satisfação enquanto se ajoelhava, apoiando-se na lança carmesim feita pelos Asura que empunhava.
— Aquela técnica de sobrepor feitiços… era do Arthur? Parece mesmo… algo que ele teria inventado.
Eu abri um sorriso. O humano estava certo; Arthur era muito bom em utilizar pequenas quantidades de energia para obter grandes efeitos, uma vantagem inesperada em meu companheiro de viagem. Meu corpo exigia a produção de mana de um asura puro-sangue para se manter, mas o sangue do meu pai djinn impedia que meu núcleo crescesse em sua potência máxima.
— Seu controle está melhorando — disse Varay, observando-me atentamente. Seu olhar se voltou para o bracelete de metal opaco em meu pulso.
Eu me mexi desconfortavelmente, percebendo que havia me esquecido de manter minha aparência de mero humano.
— Ah, sim, isso tem sido bom, mas vocês também estão progredindo?
Mica bateu com o punho fechado contra o esterno três vezes.
— Espero que sim. Meu núcleo dói. Será que sou a única? Acho que está… ficando mais claro. Purificando mais. Já faz muito tempo, então… não tenho certeza.
— Sim — respondeu Varay, esticando os braços sobre a cabeça. — Também sinto isso. Arthur estava certo. Nossos esforços estão começando a render dividendos.
Bairon se levantou e enxugou o suor da testa.
— O que dizem os artefatos, Emily?
Uma pequena humana de óculos saiu de trás de uma barreira que cobria um dos cantos da caverna. Dando um sorriso amarelo para seu companheiro humano, deu de ombros.
— Definitivamente houve um refinamento de seus núcleos, é fácil de ver, mas a velocidade aprimorada de sua ativação e canalização de mana ainda é muito rápida para que o equipamento faça uma leitura precisa, mesmo com as atualizações. Talvez se eu tivesse mais tempo, mas…
Mica bufou e rolou para o lado, apoiando a cabeça em uma das mãos.
— Sim, sim, sim, vocês cientistas e seu grande projeto secreto. Lembram-se de quando as Lanças eram tratadas como se realmente fossem importantes? — Ela suspirou e murmurou: — Mica se lembra.
Emily bagunçou os cabelos cacheados com uma das mãos e depois ajeitou os óculos.
— Desculpe, é que…
— Ouvi dizer que Wren Kain pode ser um mestre severo — disse, reconhecendo que a garota parecia menos enérgica do que antes, mais sombria até. — Não deixe que o titã a reduza a pó sob o calcanhar de seu impulso para o progresso.
Suas sobrancelhas se ergueram e ela me olhou assustada.
— Ah, uh, obrigada… sim, eu… não vou?
— Quando é que Gideon vai explicar o que está fazendo, afinal? Não é como se eu não tivesse sentido aquelas bestas de mana que ele trouxe. — Os olhos de Mica se estreitaram para Emily. — Qual é… Sou uma general, deveria estar por dentro do assunto.
O olhar de Emily se fixou no chão, com uma sombra passando por suas feições pálidas.
— Acho que não gostaria de dizer, mesmo que pudesse.
— Gideon e o asura têm seus motivos para manter o sigilo — disse Varay com severidade. — Não assedie a garota. Não é sua escolha, e ela fará bem em não falar sobre o que está acontecendo lá embaixo.
— Espere! — Mica se levantou. — Você sabe, não sabe?! Por que você pode saber? — Seu olhar se voltou para Bairon. Ele deu de ombros, apoiando a lança sobre os ombros, e ela ofegou. — Você também? Que diabos, pessoal? — Finalmente, seu olhar se fixou firmemente em mim. — Não me diga que todos aqui sabem, menos eu?
Afastando-me da parede, fiquei ereto e estalei o pescoço, já me sentindo revigorado após a empolgante luta contra as três lanças.
— Não, Lady Earthborn. Tenho pouco interesse nas maquinações do titã. Elas são boas armas, mas já tenho uma dessas. — Fiz um gesto para a lança de Bairon. — Embora talvez não seja um implemento de destruição tão refinado quanto sua lança, Bairon Wykes. Você deveria ouvi-la com mais atenção. Ela procura guiá-lo, ensiná-lo a lutar como um asura. Mais de uma vez, você perdeu a oportunidade de desferir um golpe porque lutou contra sua arma e não com ela.
O humano passou a mão pela haste, considerando o aço carmesim.
— Estou lutando com a lança, como tenho feito há meses, mas suas palavras fazem algum sentido. Posso sentir a orientação de que você fala, só que… — Ele balançou a cabeça e me lançou um olhar desconfiado. — Às vezes, você não fala como um homem, Chul. Você fala como se…
Mica bufou, interrompendo-o.
— Você simplesmente não quer admitir que estamos treinando lado a lado com um cara, e ele parece ser tão forte quanto nós três juntos. É como se fosse o Arthur de novo.
Bairon voltou-se exasperado para Varay.
— Com certeza você também sente isso?
Os olhos penetrantes de Varay permaneceram em mim enquanto eu me afastava. Ela franziu ligeiramente a testa.
— Você está bem, Chul?
Meus dedos se cravaram em minha têmpora quando uma pressão repentina apertou minha cabeça.
— Sim, eu… vocês três me pressionaram mais do que eu pensava. Só isso. Eu…
Dentro do meu crânio, ouvi a voz de Mordain como se estivesse atravessando uma porta grossa, enfraquecida pela distância e pela minha pouca habilidade para recebê-la.
— Chul, perdoe essa intromissão em seus pensamentos. Preciso de você imediatamente. Deixe o que está fazendo e volte para o Santuário imediatamente. Seja cauteloso em sua jornada. A Clareira das Bestas não é segura.
Quando a mensagem desapareceu, eu me endireitei e balancei a cabeça levemente, tentando dissipar o desconforto. O medo tomou conta de mim, não por mim, mas por aqueles que havia deixado no Santuário. Eles estavam sendo atacados? Não havia outra maneira de saber, a não ser sair de Vildorial e voltar para casa.
— Eu preciso ir. — Olhei entre as Lanças, mas me decidi por Varay. — Diga aos Leywins… Eleanor e Lady Alice.
Ela franziu a testa.
— É claro, mas…
As três Lanças estavam todas olhando para mim com preocupação, mas não expliquei mais nada e, em vez disso, saí correndo da caverna, que ficava bem longe de onde as pessoas viviam. Ainda assim, não demorei muito para chegar à superfície a partir dos túneis externos. Nenhum dos postos de patrulha dos anões me parou, pois estavam mais preocupados com quem entrava do que com quem saía. Menos de vinte minutos se passaram até que estivesse sob o sol brilhante do deserto que pairava sobre as dunas de Darvish.
Não parei para apreciar a vista, mas levantei-me do chão e apontei para o leste, voando em velocidade em direção às montanhas.
Não esperava que Mordain me chamasse de volta de minha busca. Na verdade, não tinha certeza se ele gostaria que eu voltasse. Era um homem gentil, um bom homem, mas nunca havia entendido sua disposição de “dar a outra face”, como ele dizia, independentemente do insulto que recebesse. Eu, por outro lado, sabia que, às vezes, a única resposta certa era a força bruta. Alguns crimes nunca poderão ser compensados ou perdoados.
Mesmo sendo uma criança que ainda não entendia o que eu era, meu temperamento impetuoso fez com que me destacasse dos outros. Embora viajar com Arthur e lutar contra Agrona fosse exatamente o que queria, ainda não tinha certeza se isso havia sido permitido porque eu desejava… ou simplesmente porque ele queria se livrar de mim.
Isso não importa, lembrei, esmagando os pensamentos indesejáveis na força da minha vontade. Mordain precisa de mim e eu irei. E quando terminar, voltarei e continuarei me preparando para devastar nossos inimigos, mesmo que Mordain não o faça.
O voo foi longo e cansativo. Era preciso pouca mana para sustentar o voo depois que já estava voando, pois só precisava manter o equilíbrio entre mim e a atmosfera ao meu redor, mas isso exigia um nível de concentração que achava irritante. Por ter crescido embaixo da terra, não praticava com frequência.
Foi com uma grata lufada de ar frio que subi as Grandes Montanhas e desci até a Clareira das Bestas. Por fim, soltei-me da algema desconfortável que Wren havia projetado para mascarar minha assinatura de mana, de modo que eu parecesse humano até mesmo para os dragões. Aqui, era mais importante que projetasse minha própria assinatura de mana natural, que afastaria as feras nativas.
Meu lar estava próximo.
O ar estava cheio do zumbido dos insetos e do som assustador de alguma fera invisível. Um cheiro de ovos podres escorria do solo úmido e movediço. E, o pior de tudo, a fenda, a conexão entre a terra natal asura de Epheotus e a Clareira das Bestas em Dicathen, ainda estava escondida.
Não deveria ser tão difícil, pensei, minha frustração interrompendo meu foco.
Afastei-me da busca, descansando meus sentidos. Já haviam se passado dias… dias passados nas profundezas úmidas do pior que a Clareira das Bestas tinha a oferecer, sem nenhuma companhia além das Assombrações de Agrona e apenas alguns momentos intermitentes com Nico.
Espero que sua missão esteja indo melhor do que a minha. Talvez fosse um papel menos importante, mas, dependendo de como tudo mais se desenrolasse, o sucesso de Nico ainda decidiria exatamente como seria a próxima etapa dessa guerra.
O Guardião de Elderwood se agitou dentro de mim de repente e imediatamente levantei minha guarda. A vontade da fera estava mais ativa desde que chegamos aqui, pressionando-me como uma tensão mantida logo abaixo da minha pele. Tessia, por outro lado, ficou em silêncio, com a presença de sua terra natal destruída pairando como uma nuvem escura sobre seus pensamentos.
Esperava que ela me causasse problemas, considerando a situação. Estar em Dicathen era um risco, mas nunca deveria ter demorado tanto. Nossa busca foi complicada por vários fatores. O ataque de Grey ao grupo de batalha em Etistin causou um fracasso em cascata de planos que ainda estava se espalhando ao meu redor, e eu tinha que acreditar que Oludari havia escolhido propositalmente aquele momento para buscar abrigo com os dragões. Combinado com minha contínua incapacidade de descobrir a localização exata da fenda, era difícil não ficar frustrada com esta missão.
Deveria ter sido simples encontrar o ponto onde tanto poder estava convergindo e se condensando, mas a transmissão de mana entre Dicathen e Epheotus era enorme. O fluxo de mana era tão grande que enviava ecos de si mesmo por todo o leste de Dicathen e, para piorar a situação, também parecia haver várias camadas de magia difusiva poderosa e feitiços de encobrimento por toda a Clareira das Bestas, que não conseguia explicar nem quebrar… ainda.
Fechando os olhos, esfreguei a ponta do nariz com dois dedos. Concentre-se, eu me repreendi. Meus olhos se abriram e me desdobrei de minha posição flutuante antes de cair no chão.
— Não, não preciso me concentrar. Preciso de um descanso.
Conjurando uma cama de terra macia e fibras vegetais trançadas, deitei-me e fechei os olhos novamente, tentando cochilar enquanto esperava o retorno de Nico e das Assombrações.
Senti a assinatura de mana de Nico subir de uma das muitas masmorras que ele estava pesquisando algum tempo depois. Voando sobre as copas das árvores com sua escolta de Assombrações para evitar ataques das maiores bestas de mana de Dicathen, ele retornou rapidamente. As Assombrações mantiveram distância, montando um acampamento pequeno e acendendo uma fogueira para aquecer a comida enquanto Nico vinha relatar sua missão.
Ele não estava tendo mais sorte do que eu.
— O momento de tudo isso está começando a se tornar um problema — disse ele ao terminar de me contar tudo sobre as últimas masmorras que havia pesquisado. — A ligação entre Epheotus e o nosso mundo, as patrulhas de dragões, os portais de teletransporte… tudo precisa se encaixar perfeitamente, caso contrário, todas as peças se desintegram individualmente.
— Você acha que eu não sei disso? — Eu me irritei e desviei o olhar dele, sentindo-me imediatamente culpada. Desde nossa luta contra Grey, havia uma tensão incômoda entre nós. — Me desculpe, eu só…
Ele ignorou meu pedido de desculpas.
— Eu sei. Não devo me concentrar na parte negativa. O grupo de Perhata eliminou um dragão, sabemos onde Oludari está e, até agora, a operação mais ampla em Dicathen parece ter passado despercebida. Nós temos tempo. Nós…
Algo ao longe, um movimento incomum dentro da mana, roubou minha atenção, e Nico se afastou, vendo claramente a distração de minhas feições.
— Cecil? — perguntou Nico. — O que foi?
— Não tenho certeza — disse, franzindo a testa.
A assinatura era semelhante à de uma besta de mana, mas muito concentrada e se movia com muita rapidez e de forma muito direta para qualquer uma das bestas mais poderosas com as quais estava familiarizada. Concentrei-me nela, buscando a mana. No fundo de meu coração, um aspecto familiar ressoou.
— Uma fênix! — exclamei, sem conseguir esconder minha empolgação. — Sua assinatura de mana está disfarçada de alguma forma, mais parecida com uma besta de mana do que com um asura, mas tenho certeza de que é uma fênix. Deve ser um dos homens de Mordain… — Virando em direção às Assombrações, gesticulei para um dos grupos de batalha. — Vocês cinco, comigo.
Voando para os arcos mais baixos e mais finos da copa das árvores, acelerei na direção da assinatura de mana, que vinha das montanhas e se movia rapidamente, voando sobre as árvores. Enquanto nos movemos para o sul e oeste para interceptar, eu encobri cuidadosamente até mesmo a menor distorção da mana das Assombrações.
Voamos por uma hora ou mais antes que nossos caminhos convergissem. As Assombrações e eu pousamos em uma árvore, escondendo-nos nas sombras profundas e esperamos. Um minuto se passou e, em seguida, houve uma súbita onda de vento quando um homem grande passou por cima, enviando uma onda de movimento através das folhas largas acima.
Fiz um sinal para os outros e saímos em disparada, perseguindo a fênix. Agrona ficaria muito satisfeito se essa aventura nos recompensasse não apenas com a localização da fenda entre Dicathen e Epheotus, mas também com a localização do refúgio há muito escondido de Mordain e dos outros asura que ele levou de suas casas.
Finalmente, algo dando certo, pensei, ignorando cuidadosamente as lembranças de Lady Dawn na parte de trás da minha cabeça.
Enquanto voava mais fundo sobre a Clareira das Bestas e me aproximava do Santuário, uma dúzia de harpias escarlates surgiu da cobertura das árvores à minha direita e se dispersou, com seus gritos cortando meus ouvidos como lâminas. Parei, franzindo a testa enquanto elas voavam. Examinando as árvores abaixo, não consegui ver o que havia causado seu comportamento incomum. Um clã de harpias não era facilmente intimidado e não estavam fugindo da minha passagem, isso era certo.
Os pelos da minha nuca se eriçaram enquanto um tremor frio percorria minha espinha.
Voando em linha reta, me virei e gritei:
— Saia! Sei que você está aí. Se deseja uma batalha, encontrou uma, então venha e reivindique-a!
Conjurei Suncrusher em minhas mãos e empurrei mana através dele. Chamas alaranjadas fervilhavam dentro das fissuras, mas tomei cuidado para não deixar escapar muita mana desnecessariamente.
A floresta abaixo se despedaçou.
Centenas de criaturas sombrias e aladas explodiram no ar, girando ao meu redor como um ciclone escuro e das sombras dezenas de espinhos negros finos como agulhas voaram em minha direção. Balancei Suncrusher com toda a velocidade que conseguia, conjurando um jato de chamas laranja brilhante em uma fina supernova. O fogo de fênix colidiu com o ferro-sangue e o vento do vazio, tornando o céu um inferno.
As chamas caíram sob a copa das árvores e a floresta começou a queimar.
Voando para a direita, levantei minha maça e peguei uma foice borrada enquanto ela descia, o movimento foi tão rápido que só vi o homem grande e feio que a segurava depois que nossas armas já haviam colidido.
Tarde demais, senti o corte sibilante de outra arma, então algo mordeu minhas costas. Eu me afastei da foice, girando Suncrusher em um arco ao meu redor, lutando para controlar o fluxo de mana para reforçar minha arma e a barreira espessa que revestia minha pele. Meus dois atacantes recuaram, derretendo-se na parede de criaturas das sombras e chamas flamejantes.
As criaturas das sombras estavam se aproximando, acelerando seu voo em espiral. Abaixando a cabeça, avancei em direção ao tumulto, pulsando mana rapidamente em minha barreira em preparação ao ataque deles. Deparei-me com uma resistência invisível, uma força de repulsão, que entrelaçava as criaturas. Meu corpo inteiro se sacudiu, minha força foi igualada pelo ciclone envolvente.
Com um som semelhante ao de ossos se quebrando, o feitiço oposto se rompeu e eu me espatifei no ar.
Dois homens com chifres me aguardavam do outro lado, ambos envoltos em mana escura. Um deles avançou com uma lança como um raio negro, enquanto o outro expeliu uma nuvem de pura escuridão.
Parei em um solavanco, enviando a força do meu avanço à minha frente em uma explosão controlada. O homem com a lança relâmpago girou em torno da onda de força visível, mas o segundo homem não estava pronto e foi rebatido para fora, com o feitiço saindo diante de sua cara feia e sendo cortado antes de se manifestar completamente.
Atrás das Assombrações, a onda de força explodiu em uma série de bolas de fogo.
Suncrusher e o relâmpago negro colidiram, gavinhas enroladas envolveram a haste da minha arma e subiram pelos meus braços, fazendo com que meus braços ficassem dormentes. Minha visão escureceu quando as sombras aladas se aglomeraram ao meu redor pelas laterais, tentando fechar o círculo de seu ciclone novamente. Voando em algum lugar em suas profundezas, pude sentir mais três assinaturas, indistintas e difíceis de rastrear.
Larguei minha arma e me inclinei para o ataque do lanceiro, forçando a lança para baixo e para longe com um braço enquanto acertava meu outro cotovelo na boca do homem, balançando sua cabeça para trás. Apesar dos meus braços dormentes, girei atrás dele, agarrei-o com meus punhos trêmulos e o arremessei contra seu companheiro cuspidor de sombras.
A dor atravessou meu lado, quando olhei para baixo, vi a foice preta cravada no meu quadril, com a lâmina longa e curva alojada no osso. Com um rugido, invoquei Suncrusher novamente e o bati contra a foice, arrancando-a do meu corpo e quase a arrancando das mãos do homem enorme. O golpe continuou no joelho do homem, fazendo-o perder o equilíbrio. Por baixo do golpe físico, liberei uma nova explosão de força e fogo, jogando o homem para longe e desviando uma barragem de lanças de ferro-sangue.
As sombras aladas se aglutinaram ao nosso redor mais uma vez, girando cada vez mais rápido, e todos os meus três atacantes recuaram para o vórtice, desaparecendo novamente de vista.
Considerei sua força, a sensação sombria de sua mana, e soube que eram Assombrações: as experiências do clã Vritra, criadas por gerações de entrelaçamento controlado de sangue de basilisco e alacryano. Um grupo de batalha de Assombrações usando a magia de atributo decomposição dos basiliscos.
Soltei uma risada estrondosa de surpresa, mas contive as provocações ansiosas que saltaram aos meus lábios. A força bruta e o fim rápido da luta não seriam suficientes para vencer essa batalha. Tinha que me lembrar das lições que havia aprendido ao viajar com Arthur e precisava fazer com que meu poder durasse.
Levantando Suncrusher acima da minha cabeça com uma mão, senti as cinco assinaturas de mana meio ocultas ao meu redor e, em seguida, alcancei a mana atmosférica de atributo fogo que havia se espalhado pelo céu acima da Clareira das Bestas, aproveitando o calor do sol. Quando minha arma balançou, colunas de fogo caíram com ela, queimando o céu como os dedos de um deus antigo.
O vórtice de criaturas das sombras se dissipou, revelando as cinco formas escuras que se escondiam. As Assombrações desviaram o ataque com facilidade, sem se preocupar em se esquivar ou se esconder por causa da aparente falta de poder. À medida que as colunas de fogo se desvaneciam, uma névoa de minha mana se agarrava a elas, fazendo com que cada Assombração brilhasse como um inseto de fogo.
Agora achariam difícil usar o abrigo de seus feitiços de obscurecimento para se esconder de mim.
Empurrando mana para Suncrusher, ergui a maça e liberei um flash de luz ofuscante. As chamas estalaram enquanto a arma fazia um arco ao meu redor, disparando vários raios de chama de fênix. A mana saiu da arma e voltou para mim, eu a liberei como um sólido feixe de força.
O feitiço pegou o braço da Assombração que cuspia sombras enquanto tentava piscar o clarão ofuscante e se esquivar de um raio de fogo muito mais fraco que explodiu no ar ao passar por ele. Sua mana crepitou contra a minha, então a pele por baixo escureceu e abriu.
Um espinho negro atravessou minha barreira de mana protetora e depois o músculo do meu ombro. Um segundo rasgou minha lateral e um terceiro a parte superior da minha coxa. Conjurei uma aura de chamas rapidamente para me envolver e queimar o restante dos projéteis.
A escuridão me tomou. Como uma sombra viva, ela envolveu meu rosto, cobrindo meus olhos, nariz e boca. Arranhei o preto, mas minha mão saiu vazia.
Suncrusher girou em torno ao meu redor defensivamente enquanto lutava para me libertar.
Um choque atingiu meu lado esquerdo. Então uma dor aguda cortou minha mão direita. Pequenas garras de mana me atacavam e mordiam de todas as direções.
Minha arma se movia cada vez mais rápido enquanto girava ao meu redor, procurando a assinatura de mana correta. Eles me colocaram na defensiva, já tendo se esquivado do mais potente dos meus feitiços, e podia sentir seus movimentos diminuindo, seu comportamento ficando mais confiante. As assinaturas de mana das Assombrações piscavam, meio suprimidas e turvas pela confluência de tantos feitiços, mas ainda não haviam se livrado da névoa persistente do fogo de fênix que as envolvia.
Algo me perfurou de cima para baixo, passando pelo meu ombro e voltando para o meu quadril antes de sair do meu corpo pela parte de trás da minha perna. Outra coisa passou pelas sombras, preto sobre preto, como um raio escuro, e meu corpo teve um espasmo.
Sem me importar com a dor, concentrei-me em meu alvo. A fonte da escuridão sufocante estava próxima, mais perto do que deveria, especialmente com a guarda baixa. Mantive meu ataque mesmo enquanto meu sangue jorrava de meus ferimentos.
Curvando-me um pouco, respirei com dificuldade entre os dentes cerrados e tossi sangue.
A escuridão se agitou e senti que o Conjurador, agora bem na minha frente, apontou sua arma casualmente para minha garganta.
Rompi a barreira inibidora de controle em torno do meu núcleo, deixando minha mana inundar minha arma. Em um único movimento, levantei Suncrusher para cima, pegando o impulso preguiçoso de uma lâmina de ferro-sangue envolta em sombras e incinerando a arma e o braço.
Minha mão esquerda, com o punho fraco devido aos espinhos que perfuravam todo o meu corpo, envolveu uma garganta invisível e as sombras se distorceram, mostrando-me brevemente o rosto da Assombração, com os olhos arregalados e horrorizados, a boca aberta em um uivo de agonia que jorrava sombras.
— Você caiu no meu truque — rosnei antes do Suncrusher atravessar seu crânio, cujos fragmentos negros e queimados se espalharam pelo ar enquanto sua garganta escorrendo sangue se soltava do meu aperto, fazendo com que o cadáver caísse em direção à floresta abaixo.
As sombras se dissiparam. A Assombração com a lança de raios hesitou ao se virar para ver seu companheiro despencar, enquanto uma mulher de cabelos compridos amaldiçoava os outros para que fechassem as brechas, mesmo quando suas criaturas das sombras conjuradas rastejavam sobre mim, com suas garras e dentes fazendo farrapos em minha pele.
Bem na minha frente, a foice do grandalhão estava cortando.
Soltando Suncrusher, minha mão direita se levantou e agarrou a arma logo abaixo da lâmina curva, mas meu braço esquerdo tremeu e se recusou a ouvir. A ponta da foice passou pela minha clavícula e desceu pelo meu peito, desenhando uma linha rasgada e sangrenta. Pelo canto do olho, pude ver um pé de ferro negro ainda saindo do meu ombro, seu comprimento prendendo todo o meu corpo como um inseto em um tapete.
Empurrei a foice em minha direção e a grande Assombração foi puxada para frente com ela. Enfiei minha testa na ponta de seu nariz e, em seguida, explodi em uma aura de chamas contra ele, fazendo com que se debatesse enquanto sua arma queimava em meu punho.
As feras das sombras queimaram meu corpo. Um raio negro foi desviado e se afastou.
Com uma torção dos quadris e ombros, quebrei a lança de ferro-sangue que me perfurava e ela escorreu dos meus ferimentos junto com meu próprio sangue.
A próxima onda de ataques veio rápido demais para que conseguisse identificar a localização dos meus inimigos e, apesar dos meus esforços para conservá-la, já podia sentir minha mana diminuindo. Avançando na direção das Assombrações, aproveitei a lacuna em seu número para forçá-los a ficar na defensiva. Não havia tempo para diminuir a velocidade ou pensar em um plano de ataque. Meus pensamentos ficaram lentos e nublados, incapazes de acompanhar os quatro poderosos inimigos e as lições do meu treinamento se esvaíram de mim.
Fogo e golpes choveram na direção da Assombração mais próxima, mas as sombras do conjurador estavam por toda parte, rastejando sobre mim, voando entre mim e meu alvo e, embora os tenha empurrado para trás e os impedido de coordenar seu ataque, causei pouco dano.
A aura de fogo se desvaneceu cedo demais. Embora meus muitos ferimentos não tivessem importância, meu núcleo doía como se um punho de ferro o estivesse esmagando.
Evitei olhar na direção do Santuário. As Assombrações estavam me seguindo e não atacaram até eu descobrir sua presença. Não era de mim que estavam atrás. Era do lar.
Sorri maliciosamente e cuspi um bocado de sangue.
— Eu tirei uma vida hoje, enquanto vocês só conseguiram derramar algumas gotas de sangue. Continuem correndo e todos vocês se juntarão aos caídos!
A lança de raio veio em minha direção. Eu a afastei. Uma grande lança de ferro-sangue saiu de uma sombra que passava e atingiu minha garganta. Defendi com Suncrusher, quebrando-a. Rajadas de chamas descontroladas saltaram do meu corpo e da minha arma, queimando as invocações das sombras, mas apenas acelerando o esgotamento da minha mana.
Uma dormência gélida atingiu o lado esquerdo do meu corpo. Fiquei olhando sem entender imediatamente.
O sangue escorria de mim em uma cortina, perseguindo o braço e a perna que tinham acabado de ser decepados de mim, bombeando furiosamente para fora dos cotos restantes. Achei que ainda podia ver a imagem da foice negra no ar, onde ela havia me atravessado, separando-me de meus membros.
Cambaleei, quase caindo do céu, meu voo foi interrompido pelo choque amargo que tentava tomar conta de minha mente.
— Bah — cuspi novamente, agitando Suncrusher na minha frente, com as fissuras brilhando em um tom alaranjado à medida que o ar passava por elas. — Um braço é suficiente, é tudo o que sempre precisei, eu…
Um anel de espinhos de ferro-sangue surgiu das sombras aladas, pairando ao meu redor. Um raio negro os atingiu, unindo os espinhos de modo que formaram uma barreira sólida. Além dela, o gigante empunhando a foice flutuou à vista. Estava queimado e com um dos lados à mostra, mesmo durante o voo, mas seu rosto não estava marcado pela expressão de dor. Em vez disso, estava sorrindo.
— Você parece ansioso para morrer, asura. Gostaria de poder lhe dar esse presente, mas não é o meu lugar hoje. — Sua voz rouca se intensificou com o entusiasmo enquanto continuava. — Mas a dor que você sente depende de quanto tempo você mantém esse conflito sem sentido.
Chamas ardiam em meus ferimentos, queimando minha carne e selando-os, enchendo o ar com o cheiro de ferro quente enquanto meu sangue fervia.
— Não pense que pode me intimidar com essas pequenas palavras. Nem mesmo sua espécie cruel inventou uma dor capaz de me quebrar. Ou sairei daqui vitorioso e suas cinzas fertilizarão a floresta abaixo, ou terei a morte de um guerreiro e meus companheiros trarão uma poderosa vingança como recompensa.
A Assombração zombou e trocou um olhar com o conjurador. Ela jogou seus longos cabelos e deu de ombros.
— Então tiraremos o resto de seus membros, um por um — continuou a Assombração.
Ele fez um sinal com a mão e a teia de ferro e raios começou a se aproximar de mim. Sabia que minha força estava diminuindo, mas, pelo menos, ainda tinha o suficiente para usar um braço.
Empurrando o máximo de mana que o meu núcleo permitia, mesmo reclamando, para a minha arma, a golpeei com toda a minha força. As chamas saltaram e se enrolaram nas fissuras, criando halos de fogo branco ao redor da cabeça redonda e deixando uma cauda de faíscas borradas em seu rastro.
Suncrusher encontrou a rede combinada de relâmpago negro e ferro-sangue.
O fogo de Fênix se enfureceu contra a mana de atributo decomposição das Assombrações. O ferro-sangue se retorceu e o raio desviante do fogo da alma se estilhaçou. A energia se rompeu pelas costuras, fraturando-se na forma de estilhaços de mana, com os feitiços rompidos caindo sobre as Assombrações como uma maré de morte consumidora.
A Assombração que empunhava a foice levantou-se mesmo quando meu impulso me levou através do manto de mana despedaçado, minha arma apontada para sua cabeça. Sua foice surgiu, mas muito lentamente. As sombras puxaram meu braço, se endurecendo entre nós e afastando a Assombração simultaneamente, mas a pura luz branca do meu fogo as afastou.
No último segundo, a Assombração se abaixou e Suncrusher colidiu com a lateral de um chifre, arrancando-o de sua cabeça.
Movendo-se com seu próprio desejo faminto pelo sangue inimigo, Suncrusher deu a volta novamente, caindo em direção ao crânio da Assombração, mesmo quando a sombra e o ferro se chocaram ao meu redor, então…
A luz escureceu. A arma se soltou de minha mão frouxa, girando de ponta a ponta para as árvores em chamas abaixo. O fogo em meu núcleo se apagou e comecei a cair quando a reação me tomou.
Tradução: NERO_SL
Revisão: Crytteck
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