POV ALDIR
O grande salão do Lorde Indrath estava tão cheio e barulhento quanto era em minhas memórias. Representantes de todos os grandes clãs estavam presentes, mas Lorde Thyestes havia trazido uma comitiva extraordinariamente grande, rivalizando até mesmo com os Indrath em número. Os outros clãs se misturaram entre os dragões e panteões, mas de forma dispersa. Bastava prestar o mínimo de atenção para ver como a turbulência política moldava a sala.
O clã Eccleiah, da raça leviatã, também trouxe uma grande comitiva e os leviatãs se organizaram cuidadosamente entre os Indrath e Thyestes, certificando-se de dar tempo e atenção a ambos os clãs.
Isso contrastava com o clã Mapellia, principal entre a raça hamadríade. Sua aliança com os dragões era tão antiga quanto as fundações do Monte Geolus e eles a honraram inflexivelmente, permanecendo entre os dragões enquanto davam aos panteões apenas saudações perfunctórias.
Os titãs, por outro lado, eram amigos dos panteões há muito tempo. Embora eles não mostrassem sinais externos de inimizade em relação aos dragões, os membros do clã Grandus gravitaram para mim. A conversa entre meu clã e o deles era aberta e acessível, enquanto os poucos titãs que falavam com dragões o faziam de uma maneira mais formal.
Havia poucos silfos presentes, pois as pessoas despreocupadas não gostavam de se sujeitar a tais tensões. Lady Aerind tinha vindo sozinha, no entanto, e os poucos de seu clã que vieram junto dela se misturaram descuidadamente entre os outros clãs.
Menos ainda foram as fênix. Sua antipatia em relação aos dragões era profundamente enraizada e lentamente aparentava explodir, o clã Avignis manteve seu povo longe da política e da turbulência cortês. Depois que seus antecessores, o clã Asclepius, foram removidos dos Oito Grandes, foi difícil para o clã Avignis reconstruir a confiança entre as fênix e outras raças de Epheotus. Lorde Avignis e suas filhas se mantiveram em meio à frustração e raiva dos panteões guerreiros que ardiam no ar.
Enquanto examinava o grande salão, meu irmão chamou minha atenção. Era raro Kordri comparecer à corte, mas, como treinador de Taci, Lorde Thyestes teria exigido sua presença. A morte de um Asura… qualquer Asura, especialmente de um panteão guerreiro, nas mãos de um menor era inédita. Nosso clã exigia respostas.
— Ah, General Aldir.
Afastando-se de meu irmão, percebi que Lorde Eccleiah havia aparecido ao meu lado. O leviatã era um ancião antigo de sua raça, quase tão velho quanto Lorde Indrath. Ao contrário do senhor dos dragões, Lorde Eccleiah usava sua idade com orgulho. Sua pele pálida estava completamente enrugada e as cristas que corriam ao longo de suas têmporas se iluminaram do azul profundo do oceano da juventude para uma tonalidade leve e quase transparente. Um tom branco leitoso cobria seus olhos outrora verde-mar. Mesmo aqueles que já viram e vivenciaram muitas coisas, apenas poucos podiam ver o mundo tão claramente quanto ele podia.
— Um cenário desagradável para uma reunião agradável. — continuou ele.
— Isso não acontece já faz 100 anos, tenho certeza disso. Por favor, permita-me demonstrar minha grande tristeza pela perda de seu clã.
Ele estendeu a mão para mim, com a palma da mão para baixo. Tomando-a gentilmente na minha, curvei-me e pressionei minha testa contra a pele fria nas costas de sua mão.
— Obrigado, meu senhor.
Ele sorriu, aprofundando as rugas ao redor dos olhos e boca.
— Se Lorde Indrath permitir que você descanse um momento de seus deveres, recomendo que venha visitar o meu clã, Aldir. Zelyna ainda nutre sentimentos por você, acredito. Ela se acalmou um pouco agora, você sabe. Não é mais aquela foguenta que era antes.
Não disse nada e a bochecha de Lorde Eccleiah tremeu enquanto tentava suprimir sua diversão.
— Olha, não pode ficar de conversa a todo instante com seus favoritos entre os clãs. Suponho que terei que encontrar algum dragão com quem conversar até que Lorde Indrath apareça.
Ele me deu uma piscadela rápida, se virou e desapareceu perante a multidão.
Depois de minha estranha conversa com Lorde Eccleiah, fiquei quieto, trocando saudações simples com alguns dignitários, mas fazendo o meu melhor para evitar ser pressionado a conversar e ficar na retaguarda da multidão. Havia um tipo de culpa crescendo em mim e se agudizava cada vez que ouvia o nome de Taci. Embora não tivesse como saber a verdade, era possível que minhas ações tivessem contribuído para sua morte.
Enquanto esperava que ele não conseguisse exterminar Virion Eralith e seus refugiados, nunca imaginei que ele morreria em trabalho. Já que era um panteão. Um jovem, mas com décadas de treinamento avançado dentro da orbe de éter. Se ele tivesse retornado de sua missão, teria sido bem-vindo de volta como adulto.
As chamas brancas do trono de Lorde Indrath se acenderam, interrompendo meus pensamentos. A imensidão de vozes que enchiam o grande salão sumira num instante.
Lorde Kezess Indrath apareceu diante de seu trono, atravessando as chamas. Seu rosto perpetuamente jovem era cuidadosamente impassível, levemente acolhedor e totalmente controlado. Enquanto seus olhos roxos analisavam a multidão silenciosa, era notável que havia uma intensidade predatória em seu olhar.
Indrath não falou até que o silêncio atingisse o ponto de desconforto.
— Senhoras e senhores. Os melhores entre seus grandes clãs. É muito raro que nos encontremos dessa maneira. Vocês estão no coração da minha casa e eu lhe dou as boas-vindas.
Como se fossem um, os Asuras se curvaram.
— Saudações e bem-vindo à sua graça, Lorde Indrath.
A saudação cerimonial carregava uma borda áspera, retirada a contragosto dos lábios do povo de meu clã. Embora eu tivesse certeza de que Lorde Indrath notou e manteve uma contagem mental cuidadosa de todos os que responderam sem o vigor esperado, seu comportamento não mudou.
Uma vez que o último Asura se levantou, Indrath voltou ao seu trono, o fogo branco dançando inofensivamente ao seu redor.
— Trouxe todos vocês aqui, pois um dos nossos fora morto. Todos nós entendemos como é fácil para mentiras e desinformação se espalhar entre nosso povo e é por isso que é essencial que vocês conheçam a verdade desta morte infeliz.
Lorde Thyestes deu um passo à frente, mas não falou imediatamente. Em vez disso, esperou que Lorde Indrath se dirigisse a ele.
Lorde Indrath olhou-o nos olhos, mas continuou falando.
— À medida que a guerra com o clã Vritra se aproxima, podar nossos relacionamentos em Dicathen é cada vez mais importante. Também foi uma oportunidade para eu ver por mim mesmo como o jovem panteão, Taci do clã Thyestes, se comportaria no campo de batalha.
Lorde Thyestes deu um passo firme à frente, colocando-se diretamente em linha com o trono.
— O boato já se espalhou de que Taci foi derrotado em batalha pelos menores, Indrath. — continuou solenemente.
— Na melhor das hipóteses, esta é uma mentira ridícula nascida do medo. Na pior das hipóteses, uma mentira cruel significava interromper as relações entre os clãs.
— E quem desejaria uma coisa dessas?
Lorde Thyestes estalou, falando fora de hora. O povo do meu clã explodiu com um baixo estrondo de apoio para nosso senhor e aqueles presentes que ainda não estavam observando-o cuidadosamente se viraram para olhar.
O rosto de Indrath permaneceu frio e impassível enquanto sua atenção recaia sobre Lorde Thyestes.
— Ademir, vá em frente, fale. Você claramente não pode conter seus pensamentos por mais tempo.
— Nem eu deveria ter que fazer isso, vossa majestade. — Lorde Thyestes respondeu.
O senhor do clã Thyestes, Ademir, era alto e magro, como a maioria dos panteões. Seus quatro olhos da frente olharam destemidamente para Indrath. Seu longo cabelo preto foi raspado ao longo dos lados, revelando dois olhos adicionais, um de cada lado. Esses olhos roxos brilhantes analisavam com uma rapidez incrível os rostos de outros Asuras, sem dúvida examinando a sala em busca de apoio.
Lorde Thyestes estava em uma posição difícil. Nosso clã exigia respostas e satisfações, mas se ele pressionasse Indrath demais, o clã Thyestes poderia cair tão rapidamente quanto o clã Asclepius. Mas os panteões não eram facilmente intimidados e Ademir acharia difícil recuar das ameaças de Kezess na frente de seus colegas, um fato que Kezess entendia muito bem e não hesitaria em tirar proveito. Somos uma raça guerreira e respondemos a ameaças com força.
— Taci era um jovem talentoso e promissor panteão.
Disse Ademir, suas palavras direcionadas para a metade do grande salão onde os panteões de Thyestes se reuniram.
— Não fiquei surpreso quando Lorde Indrath manifestou interesse em testar o garoto. Taci treinou extensivamente dentro do orbe de éter com Kordri, estudou ao lado de jovens dragões neste mesmo castelo e foi sussurrado como um herdeiro adequado para aprender a técnica proibida, Devoradora de Mundos, atualmente salvaguardada pelo General Aldir.
Alguns olhos se voltaram na minha direção, mais notavelmente de Lorde Indrath, mas a maior parte do salão permaneceu fixada em Lorde Thyestes.
— Mas isso nunca acontecerá, porque seu futuro foi tirado dele, e para quê? Por que fomos privados de um filho, um amigo, um panteão com milhares de anos de graça, força e vida restantes para ele?
Os olhos de Ademir se voltaram para Kezess, que não se moveu, nem mesmo um piscar de olhos.
— Conte-nos, vossa majestade. Explique este agravamento. Primeiro você falha em destruir o exilado, Agrona Vritra, depois quebra nosso tratado com ele usando a arte de mana proibida do clã Thyestes, e agora perde um guerreiro panteão para os menores.
Enquanto Ademir falava, seu tom ficou mais áspero, aguçado e a força de sua mana aumentou até distorcer o ar ao seu redor.
— Você deve nos perdoar se alguns de seus súditos começarem a questionar seu julgamento.
Vozes elevadas caíram através do grande salão como ondas contra uma costa rochosa, subindo e descendo, caindo uma sobre a outra quando asura se virou contra asura.
— Como se atreve…
— … não é uma justificativa para…
— … removidos dos Oito Grandes imediatamente…
— … que bela pergunta!
Uma sombra caiu sobre o corredor e o derramamento do poder de Indrath roubou o oxigênio do ar, extinguindo os argumentos como chamas de vela. Cada asura presente foi considerado entre os mais fortes de seus clãs e ainda assim todos nós nos afastamos de nosso senhor, os joelhos enfraquecendo, a respiração trêmula de nossos pulmões.
Lorde Kezess Indrath não se mexeu. Ele não fez uma careta e nem mesmo franziu sua testa. Seus olhos ficaram com um tom um pouco mais escuro que roxo, talvez, mas esse era o único sinal externo de seu descontentamento.
— Vocês se esquecem.
Disse ele depois de um longo momento.
— Nós somos Asuras. Não brigamos e gritamos como menores.
As mãos de Lorde Thyestes se curvaram em punhos apertados, a própria Força do Rei irradiando ao seu redor, empurrando de volta a aura de Indrath. Mas ele manteve o silêncio.
— É lamentável que você tenha super-representado as habilidades de Taci para mim. — continuou Indrath.
— Se tivesse dado uma explicação com uma valorização menor, poderia ter enviado outro.
A carranca de Ademir se aprofundou, mas Indrath continuou falando.
— Pois não foi a falta de destreza marcial ou controle sobre a mana que condenou Taci, mas a falta de sabedoria. Ele não foi derrotado pelos menores, mas enganado para se destruir. Não há menores em Alacrya ou Dicathen que representem uma ameaça para nós. Essa é a mensagem que vocês devem levar para casa, para seus clãs.
— Que fala mai…
— Chega.
Disse Indrath, sufocando a maldição de Ademir.
— Meus decretos não estão sujeitos a discussão, mesmo entre os grandes clãs.
O olhar de Indrath viajou pela sala e ele finalmente retirou a Força do Rei.
— Estão dispensados, por enquanto. Vamos nos reunir novamente quando as emoções se acalmarem para que eu não seja forçado a fazer algo… dramático.
A dispensa repentina depois de uma reunião tão curta pegou todos desprevenidos, mas não esperei que Indrath se repetisse. Movendo-me rapidamente, mas não tão rapidamente a ponto de chamar a atenção para mim mesmo, estava às portas quando os guardas as abriram. Ambos fizeram uma saudação rápida enquanto eu passava.
Peguei o primeiro corredor lateral, depois me virei novamente e para o mesmo lado de novo, me perdendo no interior do castelo. Os temperamentos entre meu clã certamente estavam quentes e eu não tinha nenhum desejo de ser atraído para os debates indignados que certamente seguiriam uma conferência tão acalorada.
Não tinha ido longe, no entanto, antes de perceber os passos que seguiam os meus. Na próxima curva, dei uma olhada cuidadosa atrás de mim, mas quem quer que fosse, ficou fora de vista. Um dos guardas? Me perguntei. Ou talvez Kordri, ou algum outro membro do meu clã enviado por Lorde Thyestes para me rastrear.
Apesar do meu desejo de ficar longe das áreas com muito tráfego do castelo, peguei o caminho mais direto para os portões da frente, que estavam bem abertos. Uma brisa fresca soprou, carregando pequenos redemoinhos de penugem turva que se dissolveram quase imediatamente. O sol brilhava para fora da ponte translúcida e de muitas cores que cobria a lacuna entre os dois picos de Geolus.
Hesitei antes de pisar naquela ponte.
— Onde você está indo, General Aldir?
Resisti ao desejo de bufar profundamente e me virei para encarar o homem que estava me seguindo.
— Windsom. Não vi você na reunião.
— Eu mal me destaco entre tantos líderes Asuranos.
Disse ele, dando-me um pequeno sorriso sem humor.
— Você saiu muito rápido.
— Decidi voltar para casa.
Disse imediatamente, decidindo que faria isso no momento.
— Ficarei longe do castelo por algum tempo.
As sobrancelhas de Windsom se ergueram.
— Já informou o Lorde Indrath sobre essa licença de seus deveres?
Não respondi. Nós dois sabíamos muito bem que eu não tinha.
— Tomei conhecimento de dois fatos pequenos, mas interessantes, Aldir, e é por isso que eu procurei você.
Ele me deu aquele sorriso novamente e senti um tremor incompreensível correr pela minha espinha. Windsom era um dragão, mas passara sua longa vida cuidando dos menores. Ele não era uma ameaça para mim.
Então, por que me sinto tão ameaçado?
— Quando voltei para buscar Taci, descobri que o santuário dos menores estava vazio, mas um túmulo havia sido deixado para trás. Um túmulo para uma das lanças, que você deveria ter matado.
Senti pelos fios de mana que me ligavam à minha arma, Cintilação Prateada.
— Isso é porque eu os deixei ir.
Disse lentamente, observando qualquer indício de agressão do dragão.
Ele inclinou a cabeça ligeiramente.
— Eu sei. Agradeço sua honestidade, embora não deveria ter esperado menos.
— E qual é o segundo fato interessante?
Perguntei, sem saber qual era o foco de Windsom.
— Havia uma certa quantidade de… carnificina deixada no santuário dos menores.
Disse ele, seu nariz franzindo.
— Um grande número de Alacryanos foram brutalizados. Baseado no que vi lá, tenho certeza que Arthur Leywin voltou para Dicathen e que foi ele quem matou Taci. Além disso, acredito que Arthur seja a mesma pessoa que esse misterioso Grey que matou a Foice, Cadell Vritra, no Victoriad de Agrona.
— Você acredita em bastante coisa.
Disse, cruzando os braços e olhando para a borda do topo da montanha. Não havia nada além de um mar interminável de nuvens abaixo.
Windsom deu um passo em minha direção.
— Aldir, venha comigo para conversar com Lorde Indrath. Jogue-se em sua misericórdia, diga a ele o que você fez.
Ele fez uma pausa como se pesasse suas palavras com cuidado.
— Ofereça-se para ir a Dicathen e completar sua tarefa. Prove que você ainda pode ser um líder entre os Asuras.
— Quando foi que ser um líder entre os Asuras passou a significar destruir menores… pessoas que uma vez confiaram em nós, nos chamaram de seus aliados.
Disse, tentei usar de um tom reflexivo, mas minhas palavras saíram duras até mesmo para meus próprios ouvidos.
Windsom acenou com a mão com desdém.
— Os menores de Dicathen só existem por causa do Lorde Indrath. Ambos sabemos muito bem o que ele fará se for necessário eliminá-los e recomeçar. O que é um punhado de vidas inferiores quando enfrentadas contra o bem-estar de todo Epheotus?
As palavras de Windsom fecharam um portão em minha mente. Bloqueou o caminho para a frente… ou melhor, o caminho de volta. Essa aceitação imediata e impensada de que Kezess poderia determinar quais vidas tinham valor ou não e esperavam que simplesmente fôssemos as ferramentas de sua vontade, era demais. Não pude aceitar.
— Qualquer pessoa capaz de rotular um grupo de vidas como sem importância pode facilmente fazer a mesma determinação de outro. Quanto tempo até que os dragões determinem que as vidas das fênix não importam, ou os titãs, ou os panteões.
Windsom abriu a boca para responder, já usando um sorriso condescendente e desdenhoso, mas eu o acalmei com a Força do Rei.
— Os asuras se perderam. Fomos desviados pela corrupção e pelo egoísmo de Kezess Indrath.
Windsom escureceu. Vi as bordas de sua verdadeira forma cintilarem ao seu redor, a alquimia de fúria, medo e frustração fervendo em algo apenas mal controlado.
— Você sabe o que isso vai significar.
Disse ele com os dentes cerrados.
— Não espere que Lorde Indrath tolere um discurso tão sedicioso apenas por causa de seu longo serviço a ele, Aldir.
— Dificilmente espero que um serviço leal signifique algo para ele.
Respondi, girando no meu calcanhar e marchando pela ponte.
As cores brilhavam onde quer que meus pés tocassem e me perguntava o que Kezess estava sentindo. Isso não importava. Ele não faria uma cena aqui, agora, não com o Lorde Thyestes e muitos dos meus parentes no castelo. Não, ele esperaria até a hora mais conveniente.
Como eu esperava, nada aconteceu quando atravessei a longa ponte. Mal tinha saído dela quando uma figura saiu das sombras do arco da árvore. Parei, novamente alcançando Cintilação Prateada, mas não a saquei.
— Um pouco nervoso, não é?
Senti a tensão aliviar de mim.
— Wren Kain, quanto tempo não o vejo.
O homem frágil parecia tão desgrenhado e emaciado como sempre, dificilmente fazendo jus ao nome de titã. Seus cabelos sujos pendiam sobre seu rosto, que estava coberto de barba irregular. Mas sabia que havia um núcleo duro de aço em sua aparência exteriormente fraca.
— Briga de casal?
Perguntou, olhando além de mim para os portões do castelo. Windsom não estava mais parado lá.
Grunhi, despreocupado.
— Epheotus está mudando.
Wren riu e coçou o queixo.
— É mesmo, Aldir? Ou foi você quem mudou?
Me abaixei e peguei um punhado de terra. Estava escuro e úmido, cheio de potencial. Cheio de vida. nunca tinha notado antes. Não tinha olhado.
Talvez eu tenha mudado. Mas… não entendi o que isso significava. Se não sou o General Aldir, guardião da técnica do Devoradora de Mundos, então quem sou eu?
Wren mexeu os dedos e o solo ganhou vida na minha mão. Ele se mexeu e correu junto, formando um pequeno lobo com nuvens empoeiradas ao redor do pescoço e da cauda.
— Você sabia que essa é a forma que o aclorito do Arthur se manifestou? Fascinante, não é? Teve notícias do garoto ultimamente?
— Não enterre seu significado comigo, Wren. — disse cansado.
— O que você está fazendo aqui?
Ele girou seus olhos e cruzou os braços como se eu o tivesse ofendido.
— Só porque Lorde Grandus não achou adequado me convidar para a festa não significa que eu não estava curioso sobre o que está acontecendo lá dentro.
O lobo animado em minha mão derreteu de volta ao solo, que deixei escorrer entre meus dedos.
— Windsom acredita que Arthur matou Taci.
Disse, curioso para saber o que Wren poderia pensar disso.
— Mas Lorde Indrath quer que os grandes clãs assegurem a todos que foi um acaso, um truque.
Wren assobiou, um som baixo cheio de descrença.
— O que você vai fazer?
Me endireitei, com cuidado com cada palavra e movimento. Wren nunca tinha sido bajulador em seu serviço a Kezess, mas este era um momento perigoso para nós dois.
— Acredito que meu serviço ao Lorde Indrath terminou.
O nariz de Wren se contraiu.
— Você vai para Dicathen, então? Para ver Arthur? Tentar ensinar aos menores o caminho do panteão guerreiro?
Ele me deu um sorriso irônico. — Então, talvez, em cem anos, eles sejam um pouco menos incapazes?
Balancei a cabeça.
— Nada é certo no momento.
Wren bateu na lateral do nariz, me dando um olhar consciente.
— Você sabe, Aldir, eu adoraria dar uma olhada mais de perto naquela arma de Arthur…
Tradução: Reapers Scans
Revisão: Reapers Scans
QC: Bravo
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