Eu dei um gole na água gelada, deixando-a correr pela minha garganta antes de levantar.
Ao meu lado, Caera estremecia enquanto bebia o liquido cristalino que fluía pela cachoeira próxima. Continuei a averiguar as proximidades tendo cuidado para que Left Tooth ou seus companheiros não haviam nos seguido.
— Não acho que eles vão tentar nos confrontar novamente. — Caera disse casualmente, andando em minha direção. — É obvio até para uma criança o quanto eles estavam em desvantagem contra você.
— Você suportou bem lá atrás. — Levantei minha sobrancelha, estudando-a — Você ficou mais forte desde que chegamos nessa zona.
— É uma ocorrência rara você me elogiar, Grey. — Disse Caera estreitando os olhos. — É uma pena que soou tão desdenhoso.
— Eu não quis que soasse dessa maneira. — respondi me sentindo nervoso. — Me desculpe.
— Desculpas aceitas. — Um leve sorriso apareceu no canto da boca de Caera. — Agora vamos pegar a peça do portal antes que algum problema apareça. As coisas tem estado bem quietas e isso está me deixando ansiosa.
Balançando a cabeça em concordância, apontei para um conjunto de cavernas formadas na face inclinada do pico da montanha.
— Estamos quase lá.
Nós dois fizemos o nosso caminho para o outro lado mais largo do riacho, chegando na frente de uma fenda obscura entre duas grandes cavernas. Assumindo a liderança, me espremi pela entrada, que mal era larga o suficiente para eu passar.
— Hum, Gray? Quer me dar uma mão?
Me virei para ver Caera presa no meio do caminho, lutando para soltar a parte superior do corpo.
— Você tem sorte de que Regis não está aqui. — disse rindo antes de puxá-la para fora.
Mesmo com a memória de Three Steps nos guiando na direção certa, ainda demorou mais de meia hora para chegar no túnel sinuoso, que se ramificava várias vezes conforme íamos mais fundo.
Finalmente, encontrei a pedra brilhante que representava a última ramificação e comecei a contar vinte e oito passos curtos antes de começar a cavar com as mãos.
Escondido em uma camada de areia preta estava uma placa fina de pedra branca com cerca de dez centímetros de largura e vinte de comprimento.
— Restam apenas três. — disse Caera respirando profundamente.
Armazenei a peça do portal na minha runa dimensional.
— Um passo mais perto.
De repente, uma pulsação irradiou da parte inferior das minhas costas antes de ecoar no meu núcleo, fazendo-me dobrar para frente.
— Gray!
— Está… tudo bem. — Grunhi, levantando-me novamente. — É Regis de novo. Não sei o que está acontecendo com ele, mas parece que está se aproximando do que quer que esteja tentando fazer.
Os “pulsos”, que haviam começado ontem, estavam se tornado cada vez mais fortes. Felizmente, eles apenas incomodavam mais do que faziam qualquer outra coisa, mas eu realmente estava começando a me preocupar com meu companheiro sarcástico.
Saindo de meus pensamentos, me virei para Caera, que estava me olhando com preocupação.
— Vamos.
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Nós dois caminhamos silenciosamente na neve, já tendo viajado alguns quilômetros da montanha onde localizamos a peça do portal das Garras das Sombras.
Estávamos indo na direção da vila dos Bicos de Lança, na esperança de obter a peça do quebra-cabeça e mais informações sobre as duas últimas peças. Quanto a saber se eles nos dariam voluntariamente essas informações, não teria escrúpulos em forçá-los a falar depois de ver as memórias de Three Steps.
Olhando para baixo, concentrei-me no brinquedo de frutas secas que Three Steps me deu, puxei para me manter ocupado enquanto caminhávamos. Embora frustrante ao extremo, sabia que dominar a bugiganga infantil seria o primeiro passo para criar minha própria invocação de éter.
Aglutinei o éter em volta da minha mão mais uma vez antes de colocar meu dedo indicador na pequena abertura da fruta. Comecei a tentar espremer a aura violeta pela ponta do meu dedo e dentro da fruta. Isso só serviu para empurrar a fruta para longe quando uma protuberância roxa opaca se formou em meu dedo.
Concentrando-me o máximo que pude na pequena abertura do brinquedo, tentei alongar e estreitar a ponta da aura etérea em torno do meu dedo, mas só consegui empurrá-la mais uma fração de centímetro antes de começar a doer.
Eu me lembrei da habilidade do Canhão de Éter que inventei para me mover pela neve e tentei usar isso como base. Exceto que, uma vez que éter suficiente se reuniu em um ponto central, explodiu, levando o brinquedo junto com ele.
— Pfft.
Virei-me para ver Caera me observando com um sorriso nos olhos e lábios pressionados para tentar não rir.
— Você ficou frustrado o suficiente para joga-la?
— Eu não fiz de propósito. — Resmunguei, dando alguns passos até onde o brinquedo havia pousado. — Este brinquedo está provando ser um desafio maior do que eu esperava.
— Garras Sombrias passam a maior parte de seu treinamento de infância com isso, levando em consideração sua aptidão inata para essa habilidade.
Peguei a fruta seca e dei uma sacudida antes de voltar para o Caera.
— Então?
— Então… — Caera se aproximou de mim e colocou as mãos sobre a minha mão e o brinquedo, empurrando-o suavemente para baixo. — Você não vai conseguir isso no espaço de algumas horas, especialmente quando metade do seu cérebro está ocupada pensando no que fazer a seguir.
— Você ganhou sabedoria junto com seus chifres? — zombei.
— Isso é discriminação. — Caera fez beicinho. — E não, eu não ganhei. As pessoas tendem a crescer bem mais rápido quando sua infância é difícil.
Não pude deixar de concordar enquanto pensava em minha infância, tanto como Gray quanto como Arthur.
— Minha piada foi um tanto insensível. Desculpe.
— Meus chifres parecem tão estranhos para você? — Caera perguntou, inclinando-se mais perto de mim. — Eu sempre os escondi de todos, exceto da minha mentora, e ela também tem chifres.
Me afastei.
— Eles não parecem estranhos em você. É que não tive exatamente uma experiência positiva com pessoas que têm chifres.
Caera levantou uma sobrancelha, seus penetrantes olhos escarlates ficando ainda mais curiosos.
— Que tipo de experiências—
Caera parou e balançou a cabeça.
— Deixa pra lá. Por mais intrigado que esteja para saber mais sobre você, prefiro que me diga quando se sentir mais confortável.
— Agradeço. — respondi, colocando o brinquedo de frutas secas de volta na minha runa dimensional. — Mas eu não tenho… — fiz uma pausa, olhando para a distância. — O que é aquilo?
Caera se virou para examinar o horizonte.
— Parece outra tempestade… que está subindo do solo?
Ela estava certa. Parecia uma tempestade, exceto que não havia nuvens no céu. Acima de nós, a extensão azul glacial ainda estava pintada com as cores da aurora sobre a interminável cadeia de montanhas.
No chão, a neve estava levantando e girando como se estivesse no meio de uma nevasca. Mas o verdadeiro problema era que estava vindo em nossa direção e se aproximando rapidamente.
Minha visão mudou para uma labareda de trilhas violetas enquanto instintivamente me preparava para usar o Passo de Deus, mas me segurei. A “tempestade” não estava se movendo como formação natural, mas parecia estar se entrelaçando, quase como se estivesse viva.
Uma parte de mim estava realmente aliviada por poder ser um inimigo. Até agora, o obstáculo mais perigoso que enfrentamos nesta zona foi o clima, e isso não era algo que eu pudesse lutar, muito menos vencer.
Decidindo enfrentar o que quer que estivesse se aproximando de nós, em vez de desperdiçar éter usando Passo de Deus apenas para que nos seguisse, puxei Caera para perto.
— Prepara-se! — disse, envolvendo-me em éter ao mesmo passo que Caera fazia o mesmo com mana.
Cavei meus calcanhares na neve e me preparei para o impacto, mas em vez de passar por cima de nós, a nevasca cercou nossa localização. Uma vez que estava perto o suficiente, pude distinguir formas etéricas movendo-se na nuvem de neve e percebi o que deveria ser.
— As coisas selvagens. — murmurei.
Uma criatura fantasmagórica feita de neve e gelo suspensa em um tornado de éter se libertou da nevasca e correu em nossa direção. Isso me lembrou do fantasma malévolo que possuía Ada na sala dos espelhos, exceto que essa coisa tinha a posse simbólica da própria terra, ganhando vida como uma espécie de golem de neve, um redemoinho de éter consciente.
Dezenas, talvez centenas, de bestas etéreas idênticas constituíram a tempestade que nos cercou.
Envolvendo-me em outra camada de éter, me lancei para frente para lutar contra o golem. Meu punho estourou na neve e éter, mas só ondulou como água e se juntou quando passei por ele.
Um braço fino com três garras de gelo me cortou. Assim que meu punho passou por seu corpo, suas garras se moveram através de mim, inabaláveis por minha barreira etérica. Embora não tenham deixado nenhum ferimento físico, uma linha de queimadura feita pelo gelo estava presente em minhas costas. O éter fluiu do meu núcleo para curar a ferida recebida.
— Não deixe eles tocarem em você! — gritei, assim que Caera irrompeu para frente, sua lâmina cintilando através do corpo do golem.
Seu ataque, no entanto, foi ainda menos eficaz do que meu soco. Ele a golpeou com um segundo braço com garras, forçando-a a pular para trás. Mais dois braços se uniram da neve de seu corpo, ambos estendendo a mão para mim.
Tentei agarrar seus pulsos, mas minhas mãos se fecharam apenas na neve suspensa; as garras desenharam linhas gêmeas de queimaduras pelo frio nas minhas costelas, forçando meu corpo a curar novamente as feridas. E drenando meu éter no processo, percebi.
— Agora seria um ótimo momento para sair, Regis. — gritei, sentindo sua presença absorvendo mais das minhas reservas que já não eram abundantes.
Esquivando-se de uma enxurrada de garras, juntei o éter em minha mão direita. Contando apenas com os canais que eu mesmo criei sem a ajuda da capacidade natural de Regis de atrair éter, demorou muito mais tempo para reunir a quantidade adequada de energia.
Assim que o fiz, levantei minha mão, agora envolta em uma nuvem de luz roxa, e liberei uma explosão de éter no golem de neve mais próximo.
O canhão de éter rasgou não apenas o golem de neve que eu tinha mirado, mas mais três atrás dele, distorcendo a névoa etérea que os mantinha juntos antes de seus corpos congelados desmoronarem na neve.
Estremeci com a queda repentina em minhas reservas de éter, e tudo para matar apenas alguns golens.
Meu olhar se voltou para Caera quando sentia a aura opressiva de seu fogo espiritual, que envolvia sua lâmina em chamas negras. Ela girou para longe, dividindo três golens de éter. O fogo da alma em torno de sua arma se espalhou pelo centro dos seres etéreos, devorando a neve e o gelo.
No entanto, ainda podia ver as névoas arroxeadas, e eles já estavam coletando neve do chão para formar novos corpos.
Caera também percebeu, mas manteve a calma.
— Parece que o máximo que poderei fazer é atrasá-los. Você tem um plano?
— Meu Canhão de Éter parece destruí-los definitivamente, mas não tenho éter suficiente para matar todos eles. — Disse enquanto evitava um par de golens de neve.
Caera empurrou para frente, desintegrando o corpo de outro golem com seu fogo espiritual.
— Vou fazer o que você disser.
— Conserve sua mana e enrole o máximo que puder. — respondi antes de me virar e encarar a nobre Alacryana. — E obrigado.
— Nós dois queremos sair daqui vivos, Grey. — Ela respondeu antes de retornar seu foco para a onda de golens emergindo da neve e nos cercando.
Examinei a aglomeração de golens, de repente preocupado que pudéssemos destruir acidentalmente a peça do portal, mas não conseguia ver através da neve e éter para localizá-lo. Eles estariam simplesmente carregando com eles? Talvez estivesse escondido em um armazenamento extradimensional. O pior cenário é que eles o mantiveram escondido sob a neve em um lugar que nunca encontraríamos.
Esquivando-se de uma garra, coloquei minha mão no peito do golem. O éter ondulou ao redor do meu punho, mas a criatura parecia não ter sido afetada. Talvez tenha sido um reflexo de aprender a lutar contra as quimeras e carallianos, mas sem pensar nisso comecei a absorver o éter do tornado em minhas mãos.
O golem estremeceu, e um som metálico que saiu dele fez meus dentes rangerem. Enquanto consumia seu éter, vários pares de garras se cravaram em meus lados e nas costas do golem, enviando choques de dor e me deixando sem fôlego.
Sentindo meu núcleo se reabastecendo, sorri apesar da dor. Meu novo suprimento de éter significava que eu poderia ser um pouco mais imprudente no seu uso.
Empurrei para fora, aglutinando o máximo de éter possível na fina camada ao redor do meu corpo. A barreira ficou mais espessa, agora lançando um brilho roxo sobre a neve pisoteada ao meu redor.
Uma garra veio por cima e levantei meu braço instintivamente para bloqueá-la, a forma fantasmagórica do golem colidiu com a barreira. Apesar das rachaduras visíveis em minha aura protetora onde as garras me atingiram, ele não conseguiu perfurar.
Aproveitando a abertura do golem, mergulhei minha mão em seu corpo. Absorvi o éter mais uma vez pela minha mão, que estava envolta em energia violeta. Como antes, o golem começou a emitir um grito agudo e congelou no lugar, tremendo ligeiramente.
Visualizando o movimento de outro golem com o canto do olho, mergulhei sob seu corte horizontal e, com a outra mão, fiz o mesmo com um segundo ser gelado.
Continuaram a me agarrar desesperadamente, criando mais e mais rachaduras na minha barreira etérica até que ela se quebrou, desaparecendo da existência. A essa altura, entretanto, já era tarde demais para os golens.
Durante as dez respirações necessárias para consumir seu éter, mais e mais golens me cercaram, os dois que eu estava drenando desapareceram repentinamente enquanto a neve que formava sua forma física era liberada do pequeno tornado e vagava lentamente para o chão.
Antes que tivesse tempo suficiente para conjurar outra camada grossa o suficiente para me proteger contra os golens, um conjunto de garras geladas conseguiu atingir meu quadril esquerdo no mesmo tempo em que o outro cortou minhas costas.
A dor gelada levou meu corpo a curar meus ferimentos mais uma vez, drenando minhas reservas.
Antes que mais golens pudessem se reunir ao meu redor, liberei uma cúpula de pressão etérica, tomando cuidado para não deixar chegar onde Caera estava lutando.
Os golens ao meu redor enrijeceram na expansão roxa que envolvia o espaço ao nosso redor, dando-me a oportunidade de pular em outro golem e começar a drenar seu éter. Podia ver os efeitos do meu feitiço sobre os golens, a névoa violeta que mantinha sua forma unida tremendo e distorcendo.
Do lado de fora da cúpula, Caera girou, defendeu, teceu e cortou como um mestre espadachim, cada golpe preciso queimando o corpo de um golem, e cada passo levando-o para fora do alcance de uma garra. No entanto, podia ver claramente a nebulosa de éter se reunindo ao redor dela, alguns já formando novos corpos.
Em vez de desperdiçar éter formando uma nova barreira ao meu redor, procurei proteção em outro lugar.
Ativando o Passo de Deus, me lembrei de onde Caera lutou e coloquei minha mão na massa de névoa etérea tentando formar um corpo de neve.
— Mantenha os golens longe de mim enquanto eu absorvo aqueles sem corpos! — gritei.
Caera entrou em ação, ficando perto de mim e se transformando em um redemoinho de destruição.
Nós dois continuamos com isso pelo que pareceram horas, Caera utilizando moderadamente seu fogo da alma para desintegrar os corpos dos golens enquanto eu absorvia energia suficiente para liberar uma explosão etérica antes de repetir o processo novamente.
O problema era que, embora eu pudesse continuar a repor minhas reservas de éter, Caera não conseguia. Podia ver os movimentos dela diminuindo, e o fogo da alma embainhado na sua espada vermelha tremeluzir fracamente.
O golpe aéreo de Caera ficou curto, deixando-a aberta para um golem atrás dela atacar.
Graças aos ensinamentos de Three Steps, pude usar o Passo de Deus a tempo para me colocar entre o golem e Caera.
Agarrando a nobre Alacryana perto de mim, cerrei os dentes quando uma série de dor gelada percorreu minhas costas.
Os olhos de Caera se arregalaram de surpresa.
— G-Grey?
— Está bem. Eu vou me curar enquanto você não. — Murmurei soltando-a. — Quanto tempo mais você consegue aguentar?
— Não muito mais. — Admitiu Caera.
Com um aceno de cabeça, nós dois retomamos nossa estratégia mais uma vez, mas desta vez em um ritmo mais lento. Embora eu tenha sido capaz de destruir permanentemente os golens, demorou algum tempo para absorvê-los completamente. Precisava que Caera destruísse seus corpos e me protegesse enquanto o fazia.
Com minhas reservas internas esgotadas, concentrei-me em construir outra explosão de éter. Ele explodiu da minha mão para engolir dezenas de golens que compunham a nevasca que nos cercava, dando-me um breve vislumbre da zona além.
Então algo mudou. A nevasca soprando em um círculo ao nosso redor estremeceu, e várias dezenas de formas dentro dela comprimiram-se umas sobre as outras até que parecia uma única mancha roxa dentro da parede branca.
O que saiu da neve não foi um redemoinho de neve e gelo; não foi nem mesmo um tornado.
A figura tinha pelo menos três metros e seiscentos de altura. Tinha uma forma larga que parecia de um urso, mas caminhava sobre seis membros musculosos, cada um com garras brilhantes de éter nas pontas. Um bico longo e semelhante a uma lança de gelo projetava-se de sua cabeça redonda e disforme.
A monstruosidade resultante parecia uma quimera com pedaços dos Bicos de Lança, Garras da Sombra, Ursos Fantasmas e Quatro Punhos, exceto que várias vezes maior.
Pior ainda, não estava sozinho. Dezenas de golens de neve se juntaram para formar três dessas horríveis esculturas de neve.
Não havia escolha agora.
— Não estamos mais cercados. Fique o mais longe possível enquanto o seguro. — exigi, acendendo a runa da Destruição e rezando para que eu ainda mantivesse minha sanidade depois.
— Eu ainda posso—
— Por favor! — insisti, minha mente evocando a imagem do corpo de Caera prestes a queimar com minhas chamas na zona do espelho. — Eu não quero machucar você de novo.
Caera estalou a língua, mas começou a sair quando as chamas violetas surgiram, dançando no ar ao meu redor.
Assim que a presença sombria da runa da Destruição começou a invadir minha mente, outro pulso emanou do meu núcleo, desta vez com uma força que me fez cair de joelhos.
O sangue subiu para minha cabeça, batendo contra meus ouvidos. Mal conseguia distinguir Caera chamando meu nome atrás de mim. Uma presença inconfundivelmente familiar emergiu do meu núcleo, levando a presença sombria da runa da Destruição junto com ele.
Então minha sombra abaixo de mim se expandiu, assumindo uma forma bestial quando uma garra gigante do tamanho do meu torso emergiu do solo sombreado.
Um par de olhos afiados de ametista se abriu e olhou para mim antes que um rosnado estrondoso soasse sobre o barulho do vento.
— Sentiu minha falta, princesa?
Tradução: Reapers Scans
Revisão: Reapers Scans
QC: Bravo
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