A viagem para Eidelholm passou rapidamente, embora demorasse quase dois dias inteiros.
Viajamos em silêncio, principalmente. Tessia e Albold foram forçados a diminuir o passo, guiando o resto de nós com cuidado pelos arredores de Elshire. Hornfels e Skarn foram os mais difíceis; eles não eram nativos da floresta e passavam muito pouco tempo acima do solo. Odiavam as brumas tanto quanto eu odiava pisar em poças de lama… o que acontecia com frequência.
Boo e Grawder, por outro lado, pareciam completamente em casa. Nós os deixamos se mover em seus próprios ritmos, às vezes correndo à frente, avançando pela floresta como dois animais selvagens, e outras vezes demorando-se para cavar no solo macio ou farejar alguma trilha de besta de mana. Não me preocupei com eles, no entanto. Sabia que Boo sempre seria capaz de encontrar o caminho de volta para mim.
Embora tenhamos permanecido cautelosos, Tessia e Albold não estavam preocupados que os Alacryanos nos encontrassem na floresta. Eles esperavam que já estaríamos em Eidelholm antes que a caravana de prisioneiros fosse dada como desaparecida, os alacryanos não poderiam navegar em Elshire bem o suficiente para ter patrulhas eficazes.
Quando realmente conversamos, foi principalmente para discutir os melhores caminhos que deveríamos seguir para explorar a área sem sermos descobertos. Embora nem Albold nem Tessia tivessem um mapa, ambos conheciam a área bem o suficiente para que tivéssemos uma boa noção do que esperar quando chegássemos à aldeia élfica.
Sinais dos Alacryanos estavam por toda parte antes de darmos nossa primeira olhada em Eidelholm.
O primeiro era o cadáver de um elfo deitado de bruços na base de uma árvore moribunda. Um buraco do tamanho de uma maçã foi queimado completamente através dele e da árvore.
Mantive meu olhar fixo na visão, apesar de querer girar para longe e vomitar. Tinha que me acostumar com isso.
Albold se inclinou sobre o cadáver, sua expressão alegre usual longe de ser encontrada.
— Ele provavelmente estava tentando fugir.
Concordando em silêncio, não nos demoramos para investigar mais de perto.
Diminuímos o passo à medida que nos aproximávamos da aldeia, movendo-nos com cuidado para o caso de encontrarmos Alacryanos na floresta. Conforme nos aproximávamos, o som dos machados batendo nas árvores ficava cada vez mais alto.
Tessia ergueu o punho fechado, e todos nós ficamos imóveis e tensos. Ela se inclinou na minha direção e apontou para a frente. A névoa havia se dissipado, mas as árvores ainda eram densas o suficiente para limitar minha linha de visão. Usando mana, melhorei minha visão para tentar ver o que Tessia estava apontando. Não havia movimento, nenhum inimigo que eu pudesse ver. Apenas árvores, com a luz do sol brilhando na terra marrom além.
Em seguida, encaixou-se no lugar. Onde o sol brilhava, a floresta simplesmente terminava. Nós avançamos novamente até chegarmos à beira da linha das árvores. Os Alacryanos haviam cortado todas as árvores ao redor de Eidelholm, um número incontável de árvores. Um grande campo de terra desmatada ficava entre nós e uma pequena cidade triste e cinzenta.
Tinha certeza que a aldeia élfica devia ser muito bonita, uma vez. Agora as vigas e galhos retorcidos que formavam a estrutura dos prédios pareciam murchas e mortas, e os telhados verdes estavam marrons como folhas caídas.
Podia ver onde muitas das casas ao redor da cidade haviam pegado fogo. Alguns prédios quadrados, de design mínimo, haviam sido construídos em seu lugar, e um punhado de homens e mulheres Alacryanos podiam ser vistos levando o dia, fazendo coisas normais e comuns, como carregar baldes de água ou braçadas de madeira.
Tessia estava à minha esquerda. O conjunto de sua mandíbula e o ângulo de seu corpo a faziam parecer uma predadora. Estava tão tensa que eu praticamente podia vê-la tremendo, como um jaguar prateado esperando por sua presa.
Não fui a única que percebeu.
— Vamos encontrar um lugar com algum abrigo para que possamos esperar pela cobertura da noite, — disse Curtis, dando um passo ao lado de Tessia.
— Não. — disse Tessia simplesmente. — Precisamos dar uma boa olhada na aldeia à luz. Albold, você e Curtis façam um circuito para o oeste. Ellie e eu iremos para o leste. Kathyln, Skarn e Hornfels, vocês três peguem as bestas de mana e encontrem um lugar para se abrigar, algum lugar que possamos usar como base de operações.
Curtis deve ter notado os olhares de confusão ao redor.
— Serei capaz de encontrar Grawder quando nós quatro nos encontrarmos de volta depois do nosso circuito. — explicou ele. — Sempre sabemos onde o outro está.
Skarn cuspiu na terra.
— Mal posso esperar para acabar com essa bobagem de caminhada. Vamos, seus grandes brutos, vocês estão conosco. — Este último foi dirigido a Grawder e Boo, que olharam hesitantes para Curtis e eu.
— Voltarei em breve, Grawder. — disse Curtis, sorrindo calorosamente para seu vínculo Leão do Mundo.
Passei a mão no pelo de Boo e fiz cafuné sob o queixo. Ele olhou para mim de uma forma que dizia que preferia estar ao meu lado. Sorrindo, empurrei seu nariz.
— Você fica com Grawder, bobo. Nós voltamos logo.
Curtis deu um abraço na irmã e, por cima do ombro, ela me lançou um olhar envergonhado, forçando-me a me virar para esconder meu sorriso.
Para os anões, Tessia disse:
— Obrigada por estarem aqui, amigos. O povo élfico tem uma grande dívida com vocês.
Skarn simplesmente grunhiu, mas Hornfels deu a Tessia a mais leve reverência.
— Estamos todos juntos nessa luta agora. É minha esperança e de Skarn que, algum dia, sejamos capazes de libertar nossos próprios parentes das ideias venenosas do falecido rei e rainha Greysunders. Até lá, entretanto, nós entregaremos nossas botas para as bundas dos Alacryanos onde quer que possamos encontrá-las.
Tessia devolveu a reverência, então voltou seus olhos turquesa para mim.
— Pronto, parceira?
Parceira…
Era estranho ser referido assim por ela. Tínhamos chegado tão longe juntos desde aquela primeira conversa tensa na cidade subterrânea depois que Arthur desapareceu. Meu eu do passado provavelmente teria matado o atual eu por pensar isso, mas meio que olhei para Tessia agora. Ela também foi uma das poucas pessoas que me tratou… como eu. E Tessia foi quem pressionou para que me envolvesse, para que tivesse a chance de ajudar nosso povo.
Com uma respiração profunda, alcancei o sentimento profundo em meu núcleo e manifestei a primeira fase de minha vontade da besta.
— É, estou pronta.
Com um olhar para trás para Boo, que se levantou nas patas traseiras e acenou com uma grande pata, parecendo mais triste do que nunca, parti atrás de Tessia.
Ela nos conduziu para o leste, sempre se mantendo sob a proteção das árvores. Nos movemos devagar. Tessia fez o reconhecimento da aldeia enquanto eu ficava atenta a qualquer ameaça na floresta, especialmente soldados Alacryanos.
Não estávamos nos movendo por mais de dez minutos quando parei Tessia depois de sentir o cheiro de algo familiar. Nós duas caímos de barriga no chão, usando a vegetação rasteira para nos esconder o melhor que podíamos enquanto procurava a fonte do cheiro.
— Pronto. — murmurei, apontando para o oeste.
Uma jovem elfa deu a volta em uma grande árvore a menos de seis metros de distância. Ela carregava uma cesta de vime na dobra de um braço. Seu cabelo loiro tinha sido cortado curto, expondo marcas vermelhas e hematomas na lateral e na nuca. Ela mancava um pouco.
Fiquei surpresa ao ver que ela não estava acorrentada ou algemada de forma alguma. Provavelmente existem outras maneiras menos óbvias de amarrar alguém…, pensando nos pais de Tessia, o falecido rei e rainha dos elfos. Os Alacryanos são bons nessas coisas.
Gritos distantes e o estrondo de uma árvore caindo fizeram a garota parar. Ela olhou tristemente na direção do barulho por um momento, então seguiu em frente.
Tessia deu um passo em direção à garota élfica, mas se conteve. Parecia que nós duas queríamos ajudá-la, mas não era o momento certo. Tessia e eu esperamos até que a elfa mancando se afastasse, deixando a floresta e pisando na luz, onde correu desajeitadamente de volta para a aldeia.
Depois disso, avançamos ainda mais cautelosamente, nossos olhos principalmente na aldeia, mas minha audição e olfato aprimorados foram direcionados para a floresta, cautelosos com qualquer coisa que se aproximasse. Tínhamos percorrido um pouco mais da metade do caminho ao redor da aldeia antes que eu tivesse que retirar minha vontade da besta para descansar.
Pouco depois, Tessia enrijeceu, então apontou com o polegar para baixo para nos abaixar. Nós dois mergulhamos atrás de um grande arbusto de baga.
Não conseguia ver nada, então observei o rosto de Tessia cuidadosamente, caso precisasse conjurar uma flecha em um instante, mas depois de vários segundos ela relaxou e se levantou. Hesitante, segui seu exemplo, meu arco pronto.
Perto dali, Albold saiu de entre duas árvores onde estava nos esperando ao lado de Curtis, e eu soltei um suspiro de alívio.
— As coisas parecem quietas deste lado. — Tessia disse suavemente, acenando para eles. — Nenhum sinal de onde estão mantendo os prisioneiros ainda. E você?
Albold acenou com a cabeça, o rosto tenso.
— Gaiolas improvisadas, pouco mais que canis, foram construídas na periferia da cidade. Existem pelo menos algumas centenas de prisioneiros. Contei treze guardas.
— Mas apenas três magos. — Curtis acrescentou. — O resto eram soldados normais, sem adornos, como os chamam.
Tessia puxou pensativamente uma mecha solta de seu cabelo.
— Ok, vocês dois completem seu circuito, coloque um segundo par de olhos neste lado da aldeia. Ellie e eu vamos dar uma olhada nos prisioneiros nós mesmas.
— Há um grande grupo madeireiro trabalhando naquele lado da cidade também. Tivemos que ir bem para a floresta para evitá-los. — observou Albold.
Tessia acenou com a cabeça em compreensão, dissemos nossas despedidas e depois nos separamos novamente.
À medida que contornávamos o outro lado da aldeia, o barulho consistente de machados na madeira ficou mais alto e, como Albold havia dito, encontramos um grupo de homens e mulheres trabalhando para derrubar, cortar e carregar madeira. A primeira coisa que notei foi que todos os trabalhadores eram Alacryanos. Na verdade, não havia elfos ajudando na extração de madeira.
Estávamos agachados atrás de uma árvore caída naturalmente a algumas centenas de metros do Alacryano mais próximo, observando-os trabalhar.
— Mesmo sob ameaça de morte, meu povo não cortaria as árvores. — Tessia sussurrou, respondendo à minha pergunta não feita.
Sem outra palavra, disparou mais para dentro da floresta, dando um amplo espaço para os trabalhadores. Não demorou muito para descobrirmos que as jaulas mal construídas estavam abrigando elfos como animais prontos para serem abatidos.
Era difícil acreditar que alguém pudesse sobreviver por muito tempo em condições tão terríveis. Os elfos estavam quase todos de pé, seus corpos pressionados um contra o outro. Eles tinham espaço apenas para alguns deitarem um de cada vez nas jaulas apertadas. Os elfos pareciam pálidos e magros, sua pele suja esticada com muita força em seus rostos, dando-lhes uma aparência medonha e esquelética.
As gaiolas eram feitas de madeira, mas eram pouco mais do que estruturas rudemente fresadas conectadas por tábuas estreitas. Me perguntei por um momento por que os elfos não tentaram escapar, mas então percebi que eles provavelmente estavam tão cansados e fracos que nem tinham força para quebrar as ripas de madeira, muito menos para escapar dos guardas.
Meus olhos encontraram um homem elfo que estava pressionado contra a lateral de uma das gaiolas. Ele estava caído anormalmente, seus olhos abertos, mas vidrados. Não pude suportar continuar olhando para a visão de seu corpo deixado para apodrecer ao lado de sua própria família.
Animais, pensei com raiva. Meus dedos tremiam, coçando para enviar flechas de mana voando para os guardas ali mesmo.
A voz no fundo da minha mente que parecia a de Arthur me disse que eu estava pensando como uma criança. Isso me lembrou que estávamos aqui apenas como batedores. Olhando para esses prisioneiros, porém, duvidei que durariam muito mais tempo.
Dois dos guardas estavam jogando algum tipo de jogo de tabuleiro, sentados a uma mesa improvisada feita de um toco. Fechei meus olhos e ativei minha vontade de fera para que pudesse ouvir o que eles estavam dizendo.
— …cansado do fedor. Ser babá de um bando de elfos semimortos e sujos não era o que eu tinha em mente quando eles nos disseram que tomaríamos este lugar, sabe?
— Conte-me sobre isso. E com aquele Bilal rastejando, olhando para nós o tempo todo. Ele é ainda pior do que Jagrette, e ela era horrorosa. Você vai fazer seu movimento ou o quê?
— Estou pensando, estou pensando. Mas sim, você está certo. Não tenho certeza de por que precisamos de um retentor maldito para este posto, de qualquer maneira. Minha irmã mais nova poderia proteger esses elfos sozinha. São aqueles Milviews, tenho certeza. Covardes. Como que eles ganharam o status de Alto Sangue, eu vou…
Mas perdi a conversa por um momento enquanto minha mente zumbia. Jagrette, onde já ouvi esse nome antes?
Eu me virei para Tessia para perguntar a ela, mas levantou a mão.
Nem um segundo se passou antes que um arrepio percorresse minha espinha, meus próprios sentidos bestiais captando a aura mortal que cheirava ainda pior do que os cadáveres apodrecendo nas proximidades.
Um homem saiu de entre dois dos edifícios, abordando os guardas. Ele parecia um esqueleto ambulante. Seu rosto estava pálido e inchado, seus olhos tão fundos e escuros que pareciam buracos vazios. Cabelos lisos e esverdeados como ervas marinhas mortas agarrados à testa e bochechas. Ele era alto e desajeitadamente magro, com membros afiados e aracnoides que destacavam suas vestes negras de mago.
A parte de trás de suas vestes foi cortada, revelando uma série de tatuagens escuras destacando-se contra a pele branca. Sua coluna vertebral e costelas eram nitidamente definidas, suas sombras cinzentas cruzando as linhas bem marcadas de uma forma que eu achei grosseira… quase desumana.
Silenciosamente, o homem contornou o final das jaulas, então parou de repente, do lado de fora do recinto com o elfo morto pressionado contra as barras. Ele se virou para olhar para um dos guardas, um homem de peito largo e barba preta. O resto dos guardas ficou bem para trás.
— O que aconteceu aqui? — O homem pálido perguntou ao guarda graduado. — Uma execução antecipada?
— N-não, senhor. Eles não estão com boa saúde. Alguns morreram de–de fraqueza.
— Não é seu trabalho protegê-los, soldado? As execuções serão bastante desinteressantes se a maioria deles já tiver sucumbido à sua… fraqueza. — O homem parecia ligeiramente divertido ao dizer isso, mas o guarda barbudo se ajoelhou e se curvou.
— Claro, Bilal. Vamos garantir que o resto sobreviva para ser morto no momento adequado.
O homem pálido olhou para a nuca do guarda.
— Basta mantê-los respirando por mais um ou dois dias. — se afastou do guarda, olhando para as árvores.
Congelei. Não havia como ele saber que estávamos lá, mas mesmo assim…
Tessia foi quem agiu, lançando uma rajada de vento suave em um roedor de árvore próximo empoleirado em um galho baixo.
A pequena besta de mana, surpresa, saltou de seu galho, atraindo o olhar do homem pálido de manto para onde ela fugiu.
— Esta floresta maldita. — Bilal amaldiçoou, balançando a cabeça.
Com um sorriso de escárnio, se virou para sair, mas parou novamente de repente. Acenou para o guarda barbudo e, em seguida, com a voz baixa e doentia, disse:
— Escolha um ou dois dos elfos mais vivos e mande-os para minha residência, está bem?
O guarda empalideceu, seu nariz enrugando em desgosto, mas foi rápido em garantir ao retentor que o faria.
Tessia agarrou minha mão, chamando minha atenção sem falar, e acenou com a cabeça para a floresta. Era hora ir embora.
Nós escapulimos da linha das árvores, nos movendo mais fundo sob a cobertura dos ramos densos, então viramos e navegamos rapidamente ao redor da vila em direção ao nosso encontro com Albold e Curtis.
Quando encontramos os outros, Albold e Curtis estavam olhando para nós com medo.
Curtis moveu-se rapidamente para o lado de Tessia.
— Você está bem? Ficamos preocupados quando você não estava…
— Sim. — disse Tessia rapidamente. — Demoramos muito nas jaulas dos prisioneiros. — olhando para mim, perguntou: — Ellie, o que você ouviu?
Contei tudo que tinha ouvido. Os outros ficaram quietos quando terminei.
Finalmente, com o rosto duro como uma estátua, Tessia se virou e caminhou para o sul na floresta.
— Vamos encontrar nossos companheiros. Curtis, você mostra o caminho.
Olhei para Curtis e ele sorriu e piscou para mim.
— Você ainda se arrepende de nos seguir?
— De jeito nenhum. — falei, forçando um sorriso que sumiu assim que Curtis se virou para seguir Tessia.
Caminhamos por mais de trinta minutos antes de encontrarmos Grawder e Boo. Estavam deitados um ao lado do outro em uma pequena mancha de sol no centro de uma clareira. Kathyln e os Earthborns não estavam com eles.
Boo ficou de pé e avançou pesadamente em minha direção. Meu vínculo retumbou no fundo de seu peito e me cutucou tanto que quase tombei para trás.
Ri e passei meus braços em volta do pescoço.
— Estou feliz em ver você também, Boo.
Grawder, que devia saber que Curtis estava voltando, apenas ergueu a enorme cabeça, balançou-a gentilmente para que sua crina dourada ondulasse como trigo em um campo ensolarado, depois voltou a dormir.
— Onde estão… — comecei, mas fui interrompida pela trituração da pedra.
Logo atrás de onde Grawder ainda descansava, a terra mudou, dobrando-se sobre si mesma para revelar um túnel de terra. Skarn e Hornfels estavam lá dentro.
— Vocês não foram seguidos, foram? — Skarn grunhiu, olhando para as árvores além de nosso grupo.
— Eles estão bem nos nossos rabos! — Curtis engasgou, seus olhos se arregalando. — Rápido, todo mundo dentro.
Ri da piada de mau gosto do belo príncipe. Os lábios de Tessia se curvaram em um sorriso irônico e Hornfels riu alto, mas Skarn apenas olhou mais profundamente.
— Sim, piadas sobre nossas mortes imediatas e prematuras… minhas favoritas. — O anão cuspiu no chão. — Dentro então. Não foi possível encontrar um abrigo adequado, então fizemos um.
Curiosa, segui os anões descendo a rampa de terra até uma caverna de paredes lisas, que tinha cerca de seis metros de comprimento e largura, e talvez dois metros e meio de altura. Um punhado de artefatos de iluminação, pedras brilhantes como as que usamos na cidade subterrânea, foram colocados ao redor da sala para fornecer iluminação.
Um conjunto simples de cadeiras e uma mesa foram moldados de terra no centro da sala, e sete catres camas estreitas foram empurradas contra as paredes. Me sentei em uma e fiquei surpresa com o quão macia era. A outra extremidade da pequena caverna havia sido deixada aberta para as bestas de mana.
— Isso é muito bom. — eu mencionei, acenando minha aprovação para os Earthborns.
Hornfels sorriu para mim.
— As camas foram ideia minha.
Skarn grunhiu e revirou os olhos enquanto o resto do grupo entrava. Tessia inspecionou a caverna e Curtis assobiou em apreciação. Albold, no entanto, parecia desconfortável.
— Eu odeio estar no subsolo. — murmurou.
Assim que todos entraram, Skarn usou mana para fechar a entrada novamente, nos escondendo completamente. Boo e Grawder abriram caminho no meio da multidão, ambos sentados na outra extremidade da caverna. A presença deles fez o espaço parecer muito menor do que há alguns minutos.
— Agora que todos vocês terminaram seu passeio por nossa morada humilde, podemos ter a honra de descobrir que pedaço fresco do inferno nos espera na aldeia? — Skarn reclamou, sentando-se à mesa.
Tessia assentiu, sentando-se à mesa também.
— Quase tudo foi o que esperávamos…
Kathyln se sentou em frente a ela.
— Quase tudo?
Curtis e Albold trocaram um olhar conhecedor, enquanto os anões franziram as sobrancelhas em confusão.
Depois que todos se sentaram ao redor da mesa, Tessia contou o que experimentamos, desde a elfa que vimos até a conversa dos dois guardas e nosso encontro com Bilal.
— Uma execução em massa… — Hornfels disse com um longo suspiro.
— Tanto para o nosso plano de voltar com uma força maior. — Skarn gargalhou.
Após um momento de silêncio tenso, foi Curtis quem se levantou.
— Não podemos deixar essas pessoas aqui.
A cabeça de todos se virou para o príncipe de cabelos vermelhos, surpresos.
— Como a força inimiga se compõe? — Kathyln perguntou.
O olhar determinado de seu irmão vacilou quando Albold respondeu.
— Não há muitos magos do lado deles, mas…
— Há um retentor. — Tessia disse simplesmente.
— Bem, então é isso. — disse Skarn com um encolher de ombros. — Digo que devemos nos teletransportar de volta para o santuário, nós já– ai! — Skarn olhou feio para o irmão, que acabara de pisar com o pé embaixo da mesa.
— O que meu irmão quer dizer — disse Hornfels, parecendo muito mais sério do que o normal, — é que, por mais que gostaríamos de ajudar essas pessoas, talvez devêssemos avaliar nossas habilidades. Alguém aqui já enfrentou um retentor? — O anão olhou de rosto em rosto ao redor da mesa, então se virou para olhar para mim como uma boa medida.
Balancei minha cabeça, assim como os outros. Esperava que Tessia discutisse, mas foi Kathyln quem falou.
Virando-se para a nossa líder, a maga de gelo perguntou.
— Quais são suas chances contra um retentor?
O olhar de Tessia caiu enquanto pensava por um momento antes de seus olhos turquesa pousarem de volta em Kathyln.
— Na pior das hipóteses, um impasse. Na melhor das hipóteses, uma vitória apertada.
Skarn deixou escapar um assobio apreciativo enquanto os outros trocavam olhares excitados.
— Temos cinco magos de núcleo prata entre nós. — Curtis disse com um sorriso confiante. — Nós podemos fazer isso!
Kathyln assentiu enquanto esfregava o queixo.
— E ter mais magos de água e plantas de volta ao santuário ajudaria nossos assentamentos a se espalharem tremendamente—
— Kathyln, não os estamos salvando pelo valor que trarão de volta ao nosso santuário. — disse Tessia com severidade.
Um flash de vermelho emergiu no rosto pálido da maga de gelo.
— Tem razão. Minhas desculpas.
— Não vou fingir ser tão forte quanto Arthur era quando derrotou Jagrette, mas não preciso ser. — disse Tessia séria. — Vou segurar Bilal junto com Albod, que vai manter os outros guardas ocupados, tempo suficiente para o resto de vocês protegerem os elfos aprisionados e enviá-los de volta para o santuário.
— Se você é capaz de segurar um retentor sozinha, por que não deixar o resto de nós se juntar a você e acabar com esse bastardo Bilal primeiro? — Skarn perguntou.
— Porque esta não é apenas uma batalha um-a-um simples como Arthur teve contra Jagrette. — Kathyln respondeu. — Nossa prioridade é tirar todos daqui com segurança.
— Kathyln está certa. Se todos nós atacássemos o retentor, ele poderia decidir prejudicar os prisioneiros. Os lábios de Tessia se curvaram em um sorriso malicioso. — Mas se a perturbada e emocionada princesa dos elfos invadisse a vila apenas com sua ajuda confiável como apoio, causando estragos…
— O retentor virá correndo. Ele pode nem perceber que seus prisioneiros se foram! — Hornfels terminou, estalando os dedos grossos. — Eu gostei disso!
— Também! — Exclamei com confiança renovada.
O príncipe de cabelos vermelhos se virou para os dois elfos e disse com um sorriso.
— Parece que vocês dois terão que praticar sua atuação.
Tradução: Reapers Scans
Revisão: Reapers Scans
QC: Bravo
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