POV ARTHUR LEYWIN
Rangi meus dentes ao ver o corpo de Cedry caindo no chão. O portador de machado inimigo ergueu a arma do chão, se preparando para atacar, com seu ar de desprezo arrogante expondo seus dentes amarelos, então uma lâmina fina se projetou para fora de sua gorjeira.
Quando o corpo do portador do machado caiu, Jona, amigo de Cedry, apareceu. Com um puxão firme, tirou sua adaga ensanguentada do homem que tinha acabado de esfaquear antes de se ajoelhar ao lado de Cedry.
Idiota. O que você está fazendo no meio de uma batalha?
Estava tendendo a deixá-lo; é o que Grey teria feito. Porém me lembrei da noite passada, a conversa que tivemos antes de eu subir para lutar no ringue e a noite despreocupada de bebedeira que se seguiu pouco depois. Os conhecia apenas um pouco mais do que os inimigos que estava enfrentando, mas os sentimentos que nós compartilhamos na noite anterior, embora meio bêbados, pesaram na minha consciência, me cutucando para ajudá-lo.
Com um estalar irritado da minha língua, corri em direção a Jona, que estava embalando carinhosamente o corpo de Cedry em seus braços. Um aumentador inimigo, puxando a ponta de sua lança da cabeça de um soldado, avistou Jona. Mesmo debaixo do capacete que cobria grande parte do seu rosto, era óbvio que estava rindo por sua sorte.
Concentrando-se no chão logo abaixo de seus pés, atirei um espinho de pedra no inimigo. O portador da lança evitou por pouco um ferimento fatal, caindo desajeitadamente no chão, tentando estancar sua hemorragia.
Aumentei a saída de mana em meu corpo e corri em direção ao soldado ferido. Como estava deitado no chão com dor, pisei em seu peito para mantê-lo estável.
Impiedosamente, dirigi a Canção do Amanhecer profundamente no peitoral do portador da lança e vi a luz se apagar em seus olhos.
Com um movimento fluido, deslizei minha espada para fora e a balancei, me livrando do sangue na lâmina, antes de puxar Jona pela nuca.
— Você precisa sair daqui. — rosnei, sacudindo-o.
Olhou de volta para mim, seus olhos cheios de lágrimas.
— Cedry, você vai ficar bem. — murmurou com seu olhar distante se agarrando ao corpo de sua companheira meio-elfo como uma criança.
Os afiados assobios das flechas que chegavam e o leve chiar de feitiços se aproximando me chamaram a atenção, mas com os dois braços ocupados, só podia fazer esse tanto. Tinha sido pão duro em meu uso de mana pensando apenas no improvável cenário em que teria que lutar contra uma das quatro Foices ou um Retentor, mas se quisesse levar Jona e Cedry para um lugar seguro, precisaria gastar mais mana do que gostaria.
A voz de Grey ecoou na minha cabeça, castigando-me, pedindo-me para deixá-los e conservar minha mana para o pior cenário possível.
Amaldiçoando sob a minha respiração, derrubei Jona com um soco firme em seu plexo solar. Seu corpo tremeu com o choque que eu adicionei para garantir que estivesse frio, enquanto o levantava sobre meus ombros e usava meu braço livre para colocar o corpo da meio-elfo debaixo do meu braço.
O cadáver magro de Cedry pesava mais do que o corpo de Jona, enquanto eu a segurava pela sua cintura. Não podia fazer nada sobre seus braços e cabelo loiro arrastando no chão, mas o corpo inconsciente de Jona pareceu se ofender, seus braços balançando em direção a ela do meu ombro, como se estivesse tentando pegá-la.
Ignorando o desejo rastejante de simplesmente deixá-los cair no chão, liberei a mana que estava conservando. Um senso inebriante de poder correu para fora do meu núcleo, espalhando-se para os meus membros e me enchendo de força renovada. Sintonizando o clamor caótico ao meu redor, concentrei-me inteiramente na mana que me cercava.
Por causa da camada de fumaça e fogo em expansão, fiz uma barreira em espiral ao nosso redor, me preparando para levá-los de volta à base. Uma camada translúcida de mana girou em torno de nós quando uma torrente de vento e pedras começou a se moldar em uma esfera.
Fortalecendo meu corpo, empurrei o chão. Imediatamente, tive que apertar minha mão ao redor de Jona e Cedry para evitar que caíssem. A barreira que conjurei permaneceu forte enquanto flechas e feitiços a bombardeavam. Faíscas acenderam cada vez que um inimigo atingia minha barreira, desviando ou redirecionando qualquer coisa que viesse em nossa direção, mas o feitiço estava constantemente consumindo minhas reservas de mana.
Graças à técnica de rotação de mana que aprendi com Sylvia, até mesmo uma magia supérflua como essa poderia ser recuperada em um período de tempo razoavelmente curto.
Atravessei o campo de batalha, rangendo os dentes para lidar com o peso dos meus dois passageiros, me concentrava apenas em manter a barreira ativa apesar dos intensos ataques sobre ela.
Meu corpo estremeceu quando um feitiço particularmente poderoso bombardeou minha barreira, porém me mantive firme e aumentei a quantidade de mana na barreira. Gritos dos soldados inimigos ordenando que seus subordinados me abatessem ecoavam dentro da floresta.
Pelo menos com todos os seus feitiços concentradas em mim, Vanesy e seus soldados terão mais facilidade. Pensei.
Assim que estava fora da batalha principal, liberei o meu feitiço. Imediatamente, uma flecha fortalecida roçou minha bochecha, tirando sangue. A força da flecha derrubou uma árvore ao meu lado, me pegando de surpresa.
Com o corpo flácido de Jona caído sobre o meu ombro, tive que me virar para ver quem estava enfrentando. Antes que pudesse identificar meu atacante, mais duas flechas zuniram em minha direção.
Mal tive um segundo para reagir, mas isso seria suficiente. Deixando escapar uma respiração profunda, murmurei:
— Vazio Estático
As flechas mortais estavam a poucos centímetros de mim quando soltei a primeira fase do meu legado do dragão. O mundo ficou quieto, até os sons caóticos da batalha se ensurdeciam.
Em um movimento rápido, posicionei meu pé direito no topo de uma flecha e mordi o eixo da outra flecha. Liberando o Vazio Estático, meu pescoço imediatamente sacudiu devido à força da flecha na minha boca enquanto a flecha debaixo do meu pé enterrava no chão.
Chicoteando minha cabeça na direção do atacante, liberei uma torrente de mana pura. Por um momento, o céu da tarde ficou escuro, pássaros aterrorizados disparavam das árvores e enchiam o céu, sentindo a intenção maliciosa que deixei escapar.
Fiquei lá por apenas um segundo, olhando para o espaço onde pensava que o arqueiro inimigo estava, sua flecha na minha boca, avisando-o do que eu era capaz se ele me atrapalhasse.
Minha ameaça implícita parecia ter funcionado, porque não havia mais flechas ou feitiços na minha direção. Voltando, entrei na densa floresta, fazendo meu caminho de volta para a borda do penhasco de onde viemos.
— Arthur? O que aconteceu? — Uma voz gritou quando eu botei Cedry e Jona no chão na borda do acampamento.
Olhei para cima para ver Madame Astera, com sangue no rosto e no avental uma vez branco. Percebendo o meu olhar, ela olhou apenas para sacudir a cabeça com um leve sorriso.
— Não se preocupe, não é meu sangue. Estou apenas ajudando os médicos e emissores a tratar alguns dos feridos que foram trazidos de volta.
Assenti.
— Entendo. Nesse caso, por favor, cuide dela. — apontei para Cedry. — e também de Jona.
Sem esperar pela resposta da chefe de cozinha, virei-me em direção ao penhasco, pronto para voltar, quando algo puxou minha bota.
— Por quê? Por que você não a salvou como você me salvou? — A voz rouca de Jona tremia quando ele apertou meu tornozelo.
— Eu não posso salvar todos os soldados em uma guerra. — Respondi, incapaz de olhar para trás e encará-lo.
— Mentiroso… aposto que você poderia se realmente quisesse. Você é uma Lança, certo? Não tinha certeza até que você pegou a flecha com a boca. Por um segundo, pensei que estava sonhando porque a flecha parou no meio do voo.
Rangi meus dentes em frustração, não para ele, mas para mim mesmo, e fiz minha perna livre de seu aperto.
— Como eu disse, minha prioridade não é salvar cada soldado com quem me deparo na guerra.
— Poderíamos não nos conhecer por tanto tempo, mas se Cedry estivesse viva, não haveria como ela ter pensado em você como “apenas um soldado”, General. — Havia veneno misturado ao chiado do meu título.
Me virando, levantei Jona pela gola de sua camisa mais uma vez e puxei-o para perto.
— Sinto muito por sua amiga, Jona, mas tire sua cabeça da bunda. Há inimigos lá fora mais fortes do que você pode imaginar, mais forte do que qualquer aventureiro que você provavelmente adorou, e você quer que eu gaste toda a minha energia para salvar todos aqui? Se eu fizer isso, quem vai pará-los? Quem vai parar os líderes inimigos que podem nivelar uma montanha se quiserem?
O ódio e a culpa dos olhos de Jona desapareceram, substituídos por culpa e tristeza quando lágrimas rolaram por suas bochechas.
— O que eu vou fazer então? Prometi a ela quando éramos pequenos. Finalmente ia cumprir a promessa… ia pedir para ela se casar comigo.
Com suas palavras, meu peito doeu, torcendo em nós quando minha respiração ficou curta e irregular. Lutei para manter a compostura, enquanto olhava para o rosto de Jona.
— Vou cuidar dele, Arthur. — Madame Astera sussurrou, puxando Jona de volta pelos ombros. — Vá em frente.
Dei um breve aceno de cabeça e tirei meus olhos de Jona. Voltando para o penhasco, minha mente estava nublada com pensamentos sobre Jona e Cedry. Os vi lutando, os vi brigar, e os vi rir juntos, mas nunca pensei muito no relacionamento deles.
— Droga.
Amaldiçoei ao ziguezaguear através da densa variedade de árvores. Os sons da batalha ficaram mais altos, mas meus pensamentos estavam focados nas últimas palavras de Jona.
O leve assobio de uma flecha me levou de volta à realidade. Girei para sair do caminho do projétil e conjurei várias facas de arremesso de gelo condensado, jogando-as no arqueiro inimigo sem perder o ritmo. O grunhido de dor do arqueiro e o som surdo de seu corpo caindo da árvore soaram atrás de mim.
Alguns passos depois, um raio de eletricidade crepitou em minha direção. O feitiço era poderoso, mas pela maneira como se ramificava e enfraquecia, poderia dizer que o conjurador era inexperiente na magia desviante. Afastando-me, juntei mana às pontas dos meus dedos mais uma vez e soltei o feitiço.
Ao contrário do raio do meu atacante, o meu disparou como uma bala. No entanto, assim que o meu feitiço estava prestes a acertar o alvo, uma parede de metal ergueu-se do chão, desviando a faixa de luz inofensiva para o céu até que ela se dissipasse.
Irritante.
Enquanto lutava contra os Alacryanos, comecei a ver um padrão. Para cada aumentador ou conjurador lutando, parecia haver outro conjurador diferente, cujo único dever era protegê-los. O arqueiro anterior não parecia ser um aumentador, o que explica por que caiu tão facilmente.
Como os feiticeiros e aumentadores inimigos não estavam focados em se proteger ao lutar, seus ataques eram muito mais implacáveis e impetuosos.
Meu humor azedou desde que deixei Jona e Cedry de volta ao acampamento, e meu temperamento cresceu à medida que mais e mais inimigos atacavam.
— Ótimo! Sabe de uma coisa? Quanto mais eu matar, menos meus soldados morrerão! — Cuspi, revelando um sorriso ameaçador. — Realmheart!
Conjuradores e aumentadores que estavam escondidos agora se destacavam como polegares ao preparar seus ataques. Quando as partículas se juntaram ao redor deles, girando e girando em preparação, ficou claro que tipo de feitiços elas estavam conjurando, mas precisava de mais tempo para combatê-los.
Todos os pensamentos de conservação desapareceram quando mais uma vez libertei a primeira fase do meu legado do dragão. O mundo congelou mais uma vez e rapidamente avaliei os feitiços necessários para combater os ataques de doze inimigos diferentes.
— Três rajadas de fogo, uma saraivada de pedras afiadas, flechas fortalecidas, um raio, balas condensadas de água, e um dos conjuradores estava planejando enterrar meus pés para impedir que eu me movesse. Fácil o suficiente. — murmurei. Como pensei, conjurar a barreira mais cedo para salvar Jona atraiu muita atenção.
Segundos marcados dentro do reino suspenso do Vazio Estático. Meu corpo parecia mais pesado, mas eu não me importava. Isso não era nada. Liberei o Vazio Estático assim que estava pronto e retaliei.
Imediatamente, feitiços foram detonados de todos os lados, uma cacofonia de gritos e gemidos se misturou também. Soldados inimigos e aliados olharam ao redor, confusos com a explosão repentina.
Enquanto eu soltava a respiração, não pude deixar de sorrir de satisfação. Além de cancelar os feitiços dos inimigos como Lady Myre havia me ensinado usando a interpretação de mana, sobrecarreguei os feitiços dos soldados de Alacryan, causando um tiro mortal pela culatra.
— Que tal, Jona! Você está satisfeito? — bufei.
— Arthur! — Uma voz claramente me chamou por trás.
Olhando por cima do meu ombro, avistei a capitã Glory. Ela tinha uma expressão endurecida, enquanto suas duas longas espadas pingavam sangue. Seu cabelo uma vez amarrado tinha se soltado e estava coberto de lama e sangue seco, sua armadura não estava melhor, mas ainda havia um fogo em seus olhos.
— Você está um caco. — Meus lábios formaram um sorriso dolorido, aliviado ao ver um rosto familiar.
O canto dos lábios dela se curvou em um sorriso.
— Isso não é algo que você diz para uma mulher, mesmo durante a guerra.
— Vou manter isso em mente. — ri.
— De qualquer forma, você que fez aquilo? — Vanesy perguntou, olhando ao redor.
Assenti.
— Estava testando uma coisa.
— Testando algo durante a batalha? Você nunca muda. — soltou um suspiro. — Você acha que pode fazer isso de novo?
— Provavelmente, respondi quando, de repente, os pensamentos de Sylvie entraram na minha cabeça.
— Arthur, estou voltando.
Houve uma inundação de emoções que foram misturadas com sua mensagem: preocupação, desespero e medo.
— O que aconteceu? Você já encontrou alguma coisa?
Mandei de volta ao meu vínculo, suas emoções afetando as minhas.
— Não, eu tive que parar no meio do caminho…
Ela ficou em silêncio por um momento, mas havia uma sensação sombria como um presságio que fez meu coração bater mais rápido até que falou de novo.
— Alguém está vindo em sua direção. Arthur, ele é… ele é forte.
Tradução: Reapers Scans
Revisão: Reapers Scans
QC: Bravo
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